Capítulo 18: O laboratório de Zinteck
Tegiz está destruindo cada um do vário soldados de Zinteck que o estão cercando. Quando está prestes a encravar sua espada no tórax de mais um dos soldados, faíscas começam a estourar das partes mecânicas, de todos os soldados meio maquinas. Logo em seguida, todos os soldados de Zinteck começam a convulsionar e caem estatelados no chão, como se estivessem mortos. Todas as luzes elétricas se apagam, deixando apenas as luzes naturais do anel, das luas e estrelas de Nether para iluminar.
Não apenas os soldados que Tegiz enfrenta ficam caídos e incapazes de lutar. Os soldados meio maquinas que Cibra, Dorik e Kira enfrentam, também acabam fazendo o mesmo, assim como a luzes elétricas próximas a eles.
Cibra faz apenas um pequeno muxoxo e fala, apoiando o tridente no ombro:
– Que pena! Logo agora que estava me divertindo.
Mas todos sabem o que está acontecendo. Grico teve sucesso. Ele conseguiu detonar a bomba de pulso-eletromagnético, a desativação dos soldados e das luzes elétricas é a prova disso.
De repente um tremor forte acontece por toda a base. Apesar de cada um dos Elementais estarem em pontos diferentes, todos eles sentem esse forte tremor. Cibra, Dorik e Kira pensam de imediato que foi Tegiz que provocou esse tremor. Porém, não foi o Tegiz e não foram os bombardeiros de Sarie, eles tem ainda uma hora para saírem de base de Zinteck. Sem saber o que pode ter sido, Tegiz começa a ficar preocupado com seu irmão.
Tegiz continua com o plano e se dirige o mais rápido que pode para o centro da base, onde espera se encontrar com os outros Elementais. Também com esperança de encontrar seu irmão.
Enquanto correr em direção ao centro da base, Tegiz percebe o silêncio e a escuridão que a base agora mostra. Se a base de Zinteck não era assustadora antes, agora ela está, parecendo uma enorme cidade fantasma sem os soldados meio maquinas e as luzes elétricas funcionando.
Ao chegar no centro da base, onde se localiza prédio mais alto, Tegiz encontra, além dos soldado de Zinteck, caídos, e veículos parados, ele se depara Dorik, recostando em um pequeno tanque blindado parado.
– Você demorou Tegiz. – fala Dorik com sarcasmo ao ver Tegiz.
– Onde estão os outro? – pergunta Tegiz, um pouco ofegante, ignorando o comentário sarcástico de Dorik.
– Não os vi.
Os dois Elementais começam a ouvir passos acelerados, se aproximando. Eles olham para a direção dos passos e vem Kira, se aproximando deles. Ao se aproximar deles, Kira fala um pouco ofegante devido a corrida:
– E ai gente! Estão todos bem?
– Estamos, mas Cibra e Grico não apareceram. – responde Dorik.
– É, eu estou preocupado com meu irmão. – responde Tegiz
– Também acho! – diz Kira. – Precisamos procura-lo!
– Mas precisamos esperar o Cibra primeiro. – lembra Tegiz. Apesar de colocar como prioridade a segurança de seu irmão, como membro dos Elementais, ele deve esperar pelo Cibra.
– Precisamos mesmo? – pergunta Dorik com desanimo na voz.
– Isso não é mais necessário. – fala a voz de Cibra.
Todos olham na direção de onde veio a voz, e eles encontram Cibra, andando em direção a eles.
– Agora que nós todos estamos aqui, pode encontrar o Grico. – continua Cibra.
– É, mas onde? – fala Kira.
De repente, não muito longe, um feixe de luz sobe aos céus, iluminando parte da noite. Apenas uma pessoa é capaz de algo assim, o Elemental do Alvorecer, Grico.
– Achamos! – comenta Dorik.
Os Elementais correm pela base, agora deserta e com corpos de soldados meio maquinas caídos, em direção ao feixe de luz. Ao chegarem na metade do trajeto, o feixe de luz se apaga. Imaginando que seu irmão possa estar com problemas, Tegiz acelera o passo, os outros Elementais também o acompanham.
Na verdade eles precisam, realmente, se apressar. Os Elementais, estão cientes, que o bombardeio, das aeronaves de Sarie, começara a qualquer minuto. Eles precisam ficar em campo aberto, para disparar o sinalizador, que cada um carrega, assim serem vistos pelas aeronaves resgatados. Do contrário, serão explodidos, junto com a base, Zinteck e seus soldados.
Após alguns minuto, um novo feixe de luz aparece. Desta vez está bem próximo a eles, apenas uma ou duas quadras de distância. Os Elementais correm na direção do feixe e encontram Grico, de pé, parado na entrada de um prédio de dez andares.
Quando Tegiz vê o irmão, bem e inteiro, apenas com as roupas um pouco sujas. Ele corre na direção de Grico. Sua primeira reação é abraça-lo, contundo, ainda se lembrar que está brigado com o irmão. Tegiz apenas se aproxima do irmão, num tom sério e pergunta:
– Você está bem Grico?
– Estou! – responde Grico um pouco emburrado. – Não precisa se preocupar comigo. Já falei que não sou mais criança.
– Desculpe, estava preocupado com você. Principalmente depois daquele tremor que sentimos.
– Não foi você? – exclama Cibra, apontando o indicador para Grico.
– Quer dizer que quando acontece um tremor de terra, logo sou eu o causador? – retruca Tegiz, uma forma um pouco afetada.
– Não sou eu que usa uma magia que faz a terra tremer. – responde Cibra da mesma forma que Tegiz.
– Desta vez não foi o Tegiz, fui eu. – começa Grico a se explicar. – Plantei a bomba perto do reator principal, tudo começou a explodir, então para me proteger criei um escudo ao meu redor. Quando tudo se acalmou eu...
– Sei, sei! – interrompe Dorik. – Mas por que você mandou aquele feixe de luz no céu?
– Me sigam.
Grico cria uma esfera luminosa, e a segura em sua mão, iluminando ao redor. Ele entra dentro do prédio, com os outros Elementais o seguindo. Lá dentro ele desce por uma escadaria em espiral, feita de metal. Para aumentar mais ainda a luz, Tegiz cria uma bola-de-fogo e a segura em sua mão, aumentando a luminosidade do caminho.
Finalmente eles param de descer, chegando a uma porta dupla de metal bem espessa que foi arrombada de dentro para fora. Grico arrombou a porta, quando procurava um caminho para superfície.
Eles passam pela porta dupla arrombada e entram em uma enorme sala escura. A sala tem várias bancadas, em cima delas estão cheia de tubos de ensaio, beckers, pipetas e muitos outros recipientes de vidro e plástico. Além dos recipientes, há também fornos, geladeiras, centrífugas, microscópios, exaustores, vários outros aparelhos que desconheciam, mas provavelmente são usados para experimentos químicos ou alquímicos. No fundo do salão, uma vidraça refletia a imagem deles.
– Isso é um laboratório! – conclui Cibra observado o lugar surpreso e fascinado. – Esse é o laboratório do Zinteck! – Ele puxa de um dos bolsos da bermuda um bastão de luz e o quebra, o bastão começa a produzir uma luz azul. Uma luz azul não tão forte quanto a luz das chamas de Tegiz, ou a luz da esfera de Grico, mas o suficiente para ver melhor o laboratório em que está.
– Sim, mas não é isso que quero mostra a vocês. – explica Grico a todos. – O que quero mostrar a vocês é isso.
Grico caminha em direção a uma ponta do laboratório e todos os Elementais o acompanham, menos Cibra, que está embasbacado com ambiente a sua volta. Por ser um alquimista, esse tipo de coisa lhe fascina e impressiona. Ele acaba ignorando os demais e caminha por outra direção, explorando o laboratório de Zinteck sem os outros.
Enquanto Cibra, explora o laboratório sozinho, Grico leva os outros Elementais a um pedestal no canto do laboratórios, onde está um livro dourado fechado, com uma manto dourado por baixo dele.
– Um livro! – pontua Dorik seco e decepcionado ao ver o objeto.
– Mas não é um livro qualquer. – explica Grico, aproximando a mão que segura a bola de luz para mais perto do livro. – Olhem mais de perto.
Tegiz, Dorik e Kira observam melhor a capa do livro, percebendo um desenho, em alto relevo, na capa do livro. O desenho é de um dragão esguio, mordendo a própria calda, formando um círculo. Dentro desse círculo, que o dragão faz, uma estrela de cinco pontas.
Imediatamente eles reconhecem esse símbolo estampado no livro. É um símbolo que todos eles já carregaram em seus pescoços. O mesmo símbolo dos medalhões que o mestre deles, Naistin, lhes deu. Esse símbolo pertencia a outra pessoa, o mestre de Naistin, o Grande Arcano Windar. Obviamente, Grico chegou a mesma conclusão que os outros, que esse livro é o lendário Grimoa Dourado de Windar.
– Eu não acredito! – fala Tegiz aturdido diante do livro. – Então esse livro existe de fato! Não é à toa que Zinteck estava mais forte.
– Já imaginava que esse livro pudesse existir. – fala Dorik, demonstrando não estar impressionado com a existência do Grimoa Dourado. – Se Windar, Naistin, Zinteck e as Gemas existem, então a existência desse livro não deve ser uma surpresa.
– Também lembro Dorik que você teve uma premonição, envolvendo um livro dourado. – comenta Kira a todos.
– Também me lembro! – complementa Grico. – É bom possível que esse seja o livro da sua visão.
– Mas a questão é: Como Zinteck conseguiu achar o Grimoa? – indaga Tegiz.
No laboratório de Zinteck, em outro canto, enquanto os outros Elementais discutem como Zinteck encontrou o Grimoa Dourado. Cibra está em sua própria investigação, segurando uma bastão de luz química, separado dos outros Elementais. Em sua própria investigação, Cibra encontra um grande computador, com várias teclas e monitores. Ele começa a iluminar lentamente o aparelho com seu bastão de luz química, enquanto observa atento cada detalhe do aparelho. Até que leva um susto.
– Caramba! – exclama alto e assustado Cibra. Deixando o bastão de luz cair no chão.
Todos os Elementais ouvem o grito de susto de Cibra, correndo em direção do grito.
– Cibra! – chama Tegiz em voz alta, enquanto correm em direção a pequena luz azul no meio das sombras. – Está tudo bem?
– Estou, não foi nada. – responde Cibra sentado no chão, com Tegiz, Dorik, Kira e Grico ao redor dele. Todos iluminados pelas chamas de Tegiz e a luz de Grico.
– O que aconteceu? – pergunta Grico.
– Nada, só me assustei apenas. – responde Cibra, aborrecido. Envergonhado pelo grito e pelo susto que deu, ainda mais envergonhado por perceber que todos ouviram.
– Com o que? – pergunta Kira, curiosa com o que tenha assustado Cibra.
Cibra apontando para o grande computador que examinava, com partes escondidas pelas sombras.
Tegiz aproxima do computador, iluminado as sombras com as chamas em sua mão. Com o computador melhor iluminado, ele começa a examinar a máquina e se surpreende e se entristece com o que vê, assim como seu irmão Grico.
Ligado por cabos presos ao enorme computador está um globo, feito de algum material transparente. Dentro desse globo, preenchido com algum tipo de liquido, também transparente, está uma cabeça de um homem bem idoso, de barba e cabelos compridos e brancos. O rosto é imediatamente reconhecido por Tegiz e Grico, e logo Cibra, Dorik e Kira também reconhecem o rosto.
A cabeça é de um homem, que todos os Elementais compartilham em seus passados. Um velho andarilho, que os treinou, e graças a ele estão todos juntos, aqui hoje. Um velho, do qual todos os Elementais, tinham alguma esperança, de que estivesse vivo. Mas agora ela se foi. A cabeça é do aprendiz de Windar, o mestre dos Elementais, Naistin.
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Quaisquer esperança que os Elementais tivessem de reencontrar o seu mestre está estilhaçada agora. A cabeça de Naistin está diante deles, sua morte, quase certa, agora, é definitiva. E foi Zinteck que o matou.
Muitos sentimentos de tristeza, raiva, ódio e lembraças saudosistas percorriam as mentes de todos os Elementais. Junto de pensamentos do porquê Zinteck guardar a cabeça de Naistin? Ou que tipo de perversidades ele estava fazendo com os restos do mestre? Perguntas que talvez nunca sejam respondidas.
Cada um dos Elementais, coletivamente, estão tristes ao ver o mestre deles nessa situação, tão medonha e horrível. Individualmente cada um deles expressa o seu pesar de forma diferente.
Grico tira o seu boné da cabeça e o segura na altura do peito, com uma das mãos, já que a outra segura uma esfera de luz que ilumina a sala, com os olhos fechados e cabeça baixa. Kira enxuga uma pequena lagrima de seu rosto, que escorreu contra sua vontade. Dorik não fala nada, apenas encara a cabeça presa dentro do globo, demonstrando nenhum tipo de sentimento. Cibra vira o rosto, tentando não olhar seu mestre nesse estado. Tegiz está de olhos fechados e cabeça baixa, como seu irmão.
Enquanto todos prestam um silencioso momento ao seu mestre, Dorik anda até o globo. Ele tira sua jaqueta preta e joga em cima do globo, cobrindo o por completo. Com seu machado em mãos ele corta, com um golpe, os cabos que ligam o globo ao computador.
– Dorik! – se surpreende Tegiz com a atitude do companheiro. Não apenas Tegiz, mas todos ficam surpresos. Saindo do estado respeitoso e silencioso.
– Vamos tirá-lo daqui e velá-lo adequadamente, em Zarkiem. – começa a explicar Dorik, de forma seca, mesmo ninguém ter perguntado o pedido. – Não eram o que vocês queriam?
– Sim, mas... – começa a falar Tegiz, que imediatamente é interrompido por Dorik.
– Então vamos! – diz Dorik, guardando o machado nas costas e carregando o globo, coberto pela jaqueta, em seus braços. – Logo, logo os bombardeios chegaram. Precisamos ficar o mais visíveis possível.
Todos imaginavam que Dorik não sentisse nenhum apresso por ninguém, nem mesmo pelo próprio mestre ou pela avó. Mas depois do que veem, pensam diferente.
Não é que Dorik não sinta nada por ninguém ou alguma coisa, ele apenas evita ou tenta não demonstrar.
– Então também devemos levar o livro. – sugere Tegiz, voltando, com a realidade iminente, da aproximação do ataque aéreo.
– Livro? Que livro? – pergunta Cibra, que não esteve presente, quando Grico apresentou o grimoa dourado de Windar, aos outros Elementais.
– Depois explicamos. – responde Kira. – Agora vamos!
Os Elementais andam apressados para fora do laboratório. Mas antes, Tegiz para junto com Kira perto do pedestal, para levar o livro dourado. A Elemental Selvagem embrulha o livro no pano, que está junto dele, e o tira do pedestal, sentido de fato o grande peso do livro. Da mesma forma, confirmando, de fato, que o grimoa de Windar é realmente feito de ouro.
Vendo que Kira está tendo dificuldade em carregar o livro, Tegiz pergunta, como gesto de educação e cavalheirismo:
– Prefere que eu leve?
– Não, preciso que você ilumine o caminho para mim. – responde Kira, segurando o pesado livro, com os dois braços e contra o peito.
Carregando todos os itens, preciosos, do laboratório de Zinteck, os Elementais sobem a escada em espiral, de volta a superfície.
Enquanto sobem para superfície, Kira começa a perceber que deveria ter aceitado o pedido de Tegiz, e tê-lo deixado levar o livro. Cibra olha para Kira, que carrega o grimoa Dourado com dificuldade. Vendo uma oportunidade para se exibir para ela, o Elemental Celeste fala para ela:
– Esse livro parece pesado, não gostaria que eu carrega-se para você?
– Por favor. – responde Kira. – Mas tome cuidado, que ele é pesado.
– Eu aguento! – responde Cibra com um sorriso convencido no rosto.
Kira entrega o livro para Cibra. Quando Kira solta o livro nos braços de Cibra, ele quase derruba o livro nas escadas com o peso. Mas, com muita força, ele consegue evitar que aconteça.
– Quer ajuda? – pergunta Kira, abanando os braços, um pouco doloridos.
– Não! Não! – responde Cibra, franzindo o rosto, conseguindo por fim segurar o livro, abraçando-o. – Eu estou bem! Pode ficar tranquila.
Agora, com Cibra carregando o livro, ele e Kira voltam a acompanhar Tegiz, Dorik e Grico pelas escadas.
De volta a superfície, após subirem as escadas e saírem do prédio, os Elementais se deparam com um céu com as estrelas começando a desparecer e os sois começando a surgir. As iluminação de Tegiz e Grico não é mais necessária, então ambos as desfazem. Os Elementais olham para os céus no horizonte. Ao longe começam a avistar as aeronaves do exército de Sarie se aproximando pelos céus, em formação de linha.
Tegiz pega do bolso de seu colete um tubo de plástico, com um pino na ponta, é um sinalizador. Ele ergue a ponta do tubo sem o pino para cima, enquanto segura o pino do tubo com a outra mão. Certificado que o tubo está apontado corretamente, Tegiz puxa o pino do tubo e um pequeno estouro acontece.
No mesmo instante, uma labareda roxa sai do tubo de plástico sobe aos céus, deixando um rastro denso de fumaça roxa. Subindo cada vez mais alto, tão alto quantos os prédios ao redor deles, até explodir em uma grande nuvem roxa.
– Será que eles viram? – pergunta Tegiz enquanto observa as aeronaves se aproximando.
Uma das aeronaves sai de sua posição e começa a descer e se aproximar mais rápido em relação as outras aeronaves. Eles os viram e estão vindo busca-los. Missão cumprida.
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