Mune Mori é um Demônio! - Auto preservação VS Prestigio
Um pequeno vagalume pousou com graça em uma das delicadas pétalas azuis enquanto uma brisa fresca acariciava os cabelos castanhos de Yochi. A noite continuava tranquila, e ela escutou atentamente a história, narrativa que gerou mais dúvidas do que respostas.
O seu reflexo estava visível ao lago, enquanto reparava com atenção seus olhos azuis. Sim, aqueles olhos que não eram comuns e nunca foram. O azul mais intenso de todos, brilhava como uma estrela solitária no firmamento. A mão lentamente ia em direção ao rosto, permitindo apenas que seus globos permanecessem visíveis, envoltos em pensamentos profundos.
- Eu sou... um Aoi Bara...Então? - Ela conhecia o nome, afinal, era impossível não saber quem eram aqueles citados. No entanto, nunca se aprofundou tanto. Agora, saber que além de ser uma sobrevivente direta, era também a filha do grande herói aclamado, agitava seu ser. Como alguém tão insignificante poderia ser filha do herói nacional daquele território?
Memórias de sua mãe e uma casa humilde começaram a tomar forma . A maior parte de sua vida foi ao lado dela, mas algo sempre esteve ausente. Algo que todos os outros pareciam ter; Um pai... Quando foi a última vez que ela questionou sua mãe sobre ele?
Ah, sim... Foi naquele dia. Tokiwa, acidentalmente cortou o dedo enquanto cozinhava, e seus olhos se encheram de uma estranha emoção. Suas palavras eram nítidas: "Você não tem um pai, e, sabe de uma coisa? Você não precisa de um."
Era uma mentira! Uma mentira com um fundamento misterioso, mas qual seria? Sentia que havia muito mais para descobrir sobre sua própria história, uma verdade que estava escondida nas sombras e que agora começava a se revela: - Senhor Ginzu...- A voz carregada de um desconforto imensurável.
- Se quiser que eu apenas cesse, basta me ordenar... - O velho olhava para baixo - Posso também ir direto ao ponto...E falar sobre sua mãe.
Um silencio tomou conta daquele lago.
-Apenas continue... Me conte tudo. Tudo que sabe... - A garota estava de costas e se recusava a olhá-lo nos olhos.
O sarcedote engoliu em seco, sentindo o peso das palavras que estava prestes a revelar. Seus olhos se desviaram para a paisagem das árvores. Em um dos galhos um pouco mais próximos, um vagalume estava preso em uma teia, prestes a ser devorado por uma aranha.
- Pois bem... Vou prosseguir...
Floresta Ichi no Tani
Uma chuva intensa começou a cair, transformando o solo em lama e encharcando as folhas caídas. Trovões ecoavam pela densa floresta, sacudindo as árvores altas. Gotas d'água escorriam pelo rosto de Yochitomo, misturando-se com o suor que já cobria sua testa.
Já não lhe restava força mental para apostar em sua poderosa resistência, então mesmo ferido, adotou uma postura única, que parecia emular uma criatura não humana. Uma de suas pernas estava firmemente estendida no solo, enquanto a outra, mesmo ferida, era mantida ligeiramente erguida. Sua espada, tremulando devido à exaustão e à dor em seu antebraço direito, estava elevada acima da cabeça. Cada movimento executado com a precisão de um mestre. Ele incorpora pose indomável de um Tengu, um Yokai lendário. E essa pose tinha um nome: "A trilha de Sojõbo"!
Seu jovem adversário arregalou os olhos em alguns instantes: - Oh...Essa pose...Não imaginei que um vira-lata como você a dominasse. Em Saigai conhecemos essa como "deus vento". Pra ser honesto, nunca vi uma pessoalmente, mas meu bisavó já a fazia. Mas não se preocupe...Responderei a altura.
Em contraste, o jovem adotou uma postura Elemental. Algo que Saigai dominava bem. Era então emulado com precisão o elemento "fogo". Com os pés firmemente flexionados no solo, ligeiramente elevados, braços moviam em um fluxo que parecia uma chama viva dançando na tempestade. A água da chuva escorria por sua armadura vermelha, o que era até irônico e impressionante. Entre a água real e o fogo emulado que queimava em seu interior, quem prevalecia, era o fogo.
- Ouvi dizer a muito tempo...Que os Taira foram fundadores da postura de luta Elemental, baseada em seus deuses. Mas infelizmente, poucos de fato a dominaram pela sua imensa dificuldade...- Acrescentava Yochitomo - Agora entendo...Então Kiyomori, não lutou com tudo que tinha...
Ao longe o líder Taira gargalhava e então se sentava embaixo de uma arvore: - Espero que não leve pro pessoal...
Lentamente o mais velho acolhe uma moeda no bolso e a joga pra cima. Aquele gesto fútil e sem importância, na verdade escondia um significado.
Ambos os guerreiros estavam preparados para o confronto, cada um deles exibindo sua maestria única e determinação inabalável. Cara a cara. O Cenário entre eles parecia se distorcer devido a pressão imposta.
Em suas mentes, procuravam a maneira mais eficaz de agir. Naquele meio segundo, Yochitomo, encontrou 25 alternativas de finalização. Já Mune Mori 140.
Finalmente a moeda caia sobre o solo....Aquilo era claro: A luta começou!
Geralmente, confrontos decisivos são encerrados rapidamente, minha querida. Seja um duelo de franco atiradores em guerra, cavaleiros investindo ferozmente um contra o outro ou até mesmo, duas serpentes peçonhentas face a face. São combates que não costumam se arrastar. No entanto, naquela densa floresta, os dois contendores possuíam algo de imenso valor em jogo, algo que não poderiam permitir-se perder; Honra versus Prestígio. Autopreservação contra Soberania. Essa motivação, criou a batalha de vida ou morte mais longa de todas.
Em cinco minutos, galhos foram arrancados, o solo foi encharcado com sangue e gritos ecoaram pelo ar, de forma brutal. A magnitude da batalha era digna até mesmo da atenção dos deuses! Que trovejavam como aplausos!
Mune Mori, lutava como um demônio! E por mais que o seu pai fosse um monstro, logo a realidade dava as caras!
Sob a chuva torrencial que transformava a floresta em um turbilhão de som e movimento, os dois guerreiros continuavam seu embate brutal. Yochitomo, completamente arranhado era forçado lentamente a recuar. Não tinha forças pra manter a carapaça, e sua armadura, estava em pedaços, sangue escorria de seus cortes e não era mais possível acertar Mune Mori. A chama parecia vencer o Tengu.
- O que foi? Não vai me dizer que cansou? - O jovem combatente com uma precisão letal, esquivou-se de um corte e desferiu outro, que escorrega sobe a lamina do rival gerando um berro fino terrível junto a faíscas, viajando ente a perna de Yochitomo. Um grito de dor foi arrancado enquanto sua nova ferida espirrava o sangue com um som perturbador. A carne por detrás da gordura corporal, estava exposta - Vamos grande herói! Reaja!
Em um lago próximo, uma família de refugiados que pretendiam cruzar a fronteira, observavam apavorados seu nobre herói humilhado daquela forma. O pai cobria os olhos de sua filha mais nova, enquanto o outro jovem filho estava incrédulo.
Mune Mori deu um sorriso sádico e disse: - Veja...Temos plateia....O que me diz de dar um show a eles?
Enquanto lutava para se defender sob a tempestade de investidas de Mune Mori, a mente de Yochitomo flutuava em uma estranha paz. Não havia espaço para mágoas ou raiva, apenas o sentimento singular que o surpreendia: gratidão. Yochitomo encontrou uma clareza de pensamento que poucos experimentam em seus últimos momentos. Sua própria voz ecoava pela mente, calma e serena, em completa sintonia com a tensa cena que o cercava:
"O que me resta agora? Tristeza? Raiva? Não, não é isso que sinto.
Droga...Estou manchando a terra. Tem sangue por todo o lado. Tudo isso vem de mim?
Aqui é onde nasci e cresci, aprendendo cada segredo deste solo desde quando comecei a andar. Sou grato por me sustentar por todos esses anos. Acho que logo, poderei descansar finalmente"
- Yochitomo! - Gritava o pobre homem que contemplava aquela horrenda cena.
Apesar da dor que parecia perfurar cada centímetro de seu corpo, não permitiu que a desistência sequer cruzasse sua mente. Com uma técnica de esgrima refinada, ele empunhou sua espada com firmeza e direcionou sua fúria para os braços de Mune Mori, recordando-se de cada batalha travada em defesa de seu lar .
Kiyomori não conseguiu fazer nada além de olhar para baixo, aquilo era demais até para ele - Droga.... Nem eu consigo mais olhar isso...
Com destreza exímia, o jovem Taira realizou uma esquiva lateral, movendo-se com velocidade e fluidez. Seus passos lembravam serpentes, deslizando pelo campo de batalha, hábeis em escapar de qualquer ameaça.
Desta vez, o braço esquerdo do líder azul tornou-se o alvo de um corte cruel. Um saque alto ecoava, e a lamina inimiga, golpeava impiedosamente o membro rival. Alguns segundos, eram silenciosos, apenas a chuva, se comunicava. Por fim um ultimo som era emitido. Sinal de que algo caia de encontro ao solo:
"E lá se vai o meu braço esquerdo...Maldição! isso dói!
Meu corpo quer se jogar entre as árvores... Espernear no chão...! Mas o que as crianças do clã fariam se me vissem? O que meu povo faria?
O olhar de Yochitomo se encontra a aquela pequena família no bote que torcia por ele.
" Eu sou o exemplo certo? Eles merecem lembrar de mim como alguém que enfrentou a adversidade com coragem, até o último suspiro."
Em um momento de fúria, improvisou uma atadura com pedaços de sua própria roupa e, com determinação, a apertou usando a própria mandíbula. Seus olhos azuis ardiam como fogo. Eles almejavam queimar seu adversário.
- Oh...Não me olhe assim....A culpa disso tudo é sua....Se me permitisse cortar sua carne de uma vez, morreria no primeiro golpe - Era diabólico, provocativo - Mas se ainda resiste...É porque quer sofrer mais por esse povo ridículo que lhe abandonou...
- Isso....Acaba...Aqui! - Uma investida ainda mais ousada foi iniciada. Sua katana, subia em direção aos céus antes de ser trazida rapidamente rumo ao pescoço de Mune Mori, rasgando o ar com um rugido feroz. Mas o jovem desafiante foi ainda mais rápido, desta vez, realizando uma única e precisa estocada em cheio ao olho esquerdo de seu oponente. O grito de agonia se ecoou pela floresta, sangue jorrava pelas arvores e até salpicou a bochecha do agressor. Yochitomo segurava o rosto ensanguentado e escorregava ao solo de joelhos. Seus dentes estavam a mostra enquanto apertavam ainda mais fortes uns aos outros:
"Tokiwa, será que ainda vou parecer tão belo para você, como costumava dizer? Adorava olhar em meus olhos, não é?... O que fará agora, quando só possuo um?"
- Que pena... Se continuar assim, logo irá desmaiar - Mune Mori sorria de maneira debochada - Bom... Nesse caso, preciso motivar você um pouco mais, certo? - Um sorriso diabólico se formou no rosto do rapaz, e então ele puxou seu arco e flecha com agilidade. Yochitomo abaixou a cabeça e fechou os olhos com força, esperando ser o alvo. O som do cordão ecoou como um trovão. Foram possíveis escutar até quatro disparos. Yochitomo manteve os olhos fechados por um momento, esperando sentir a dor, mas quando os abriu, viu que estava ileso.
- O que....Você fez....? - Sua voz estava completamente desgastada.
- Sabe... Eu odeio curiosos... - O jovem apontou para o lago, e quando Yochitomo fixou o olhar, seus olhos se arregalaram em uma expressão terrível. Diante dele, a pobre família que não tinha nada a ver com o embate foi brutalmente atingida por flechas certeiras. A expressão de terror da pequena garotinha tornou a cena ainda mais chocante. O rapaz sorriu satisfeito.
- Mas que cara é essa...? Foi uma morte rápida... Indolor... Percebe agora? Se eu quisesse, você estaria no lugar deles há muito tempo... Mas é teimoso e quer prolongar o inevitável.
Ofegante e quase sem forças, o líder se levantou, completamente trêmulo. Soltou um longo suspiro, reunindo suas últimas energias sob a incessante chuva que continuava a encharcar seu corpo ferido.
- Seu... Demônio infernal! Os deuses clamam pela sua morte! - Ele exclamou, com a voz carregada de ódio.
-Pois quero ver eles tentarem....- O rapaz abriu os braços, desafiando seu adversário.
A katana, ornamentada em couro azul, brilhava como um último raio de esperança em meio à tempestade. Aproximou-se lentamente, mas, quando chegou a uma certa proximidade, Yochitomo jogou seu corpo para baixo e avançou, pronto para desferir um golpe derradeiro, visando abrir o abdômen de seu inimigo e estripa-lo.
Mune Mori estava preparado; com antecedência, ele notou o ataque se aproximando. Seus olhos amarelos, imbuídos de confiança, rastrearam a investida de Yochitomo, e, num gesto calculado, o jovem segurou a lâmina da katana com a própria mão, interrompendo o ataque iminente. O som metálico contra a carne ecoou pela floresta. Nesse momento, a expressão nos olhos de Mune Mori parecia dizer com clareza: "Independentemente do que faça, eu sou superior a você."
- Finalmente percebeu, não é? - Mune Mori, com a palma sangrando, mantinha seu olhar desafiador - Fui treinado única e exclusivamente para ser o maior Taira que este mundo já viu. O que você esperava que fosse acontecer? Sua família ressuscitar e te ajudar? - Com um toque de sarcasmo, ele provocou, fazendo ecoar as realidades cruéis do confronto. - Se bem que é mais fácil ocorrer algo assim, do que de fato ter me derrotado.
- Pra ser honesto... - O líder suspirou, sem forças para continuar lutando - Nada...Além do que ocorreu aqui....Meu intuito nunca foi vencer...Apenas proteger...
As palavras trocadas eram como o último suspiro de uma batalha que terminou de forma trágica.
- Muito bem...É hora de encerrar o que começamos...
-Espere, Mune Mori! - Kiyomori gritou, mas seu filho, implacável, nem se quer exitou. Sem piedade ele estocava o peito de seu inimigo o que fez um barulho terrível. Sangue jorrava como um rio, colorindo os lábios do herói de Kurama com o vermelho mais intenso. A lâmina, que media setenta centímetros, estava cravada completamente, certeira no coração. Sangue invadia seu pulmão.
-Tsc!..Acho que já está claro quem será o novo líder da família... - proclamou o patriarca Taira, mas sua voz trazia um tom de profunda tristeza quando olhava para o estado de seu rival, isso o fez questionar mentalmente:
"Eu estou... descontente? Por que? Vencemos os Aoi Bara, conquistamos Kurama. Então, por que me sinto assim? Seria porque nunca mais teremos a oportunidade de lutar contra eles de novo...? Não posso reclamar se esse é o caso. A natureza é a natureza, se é isso que ela escolheu, então assim será..."
Os outros irmãos experimentavam uma mistura complexa de emoções.
Shigehira sentia um alívio, Tomomori estava abatido pela derrota e Atsumori sentia um misto de frustração e irritação, pois não teve a chance alguma de intervir durante todo o combate.
No fim, todos eles tinham algo em comum; Inveja. Queriam estar no lugar de seu irmão mais velho.
- Estão satisfeitos...? - As palavras de Yochitomo finalmente emergiam abafadas, expressando sua perplexidade e dor, enquanto ele se esforçava para falar através do afogamento em seu próprio sangue - Sua conquista...Ao menos teve algum sentido?
Mune Mori tinha os ventos, sacudindo seus cabelos por um breve momento. A chuva parecia lentamente diminuir até que só sobrava, a neblina fria.
-Não é óbvio? É claro que sim. Estamos ávidos pela conquista... Se você não compartilha desse desejo... o problema é seu... Não temos que justificar nossas ações a você... - Sua voz ecoou pelo ambiente, destituída de qualquer compaixão - Tsc, raios!...Odeio ter sangue em minha armadura.
Kiyomori, interveio com uma voz imponente, repreendendo seu próprio filho com autoridade: - Mais respeito com esse homem! Ele nos mostrou dignidade e honra!
Mune Mori, respondeu com um ar desafiador: - Ora, velho, por que fala como se tudo já estivesse decidido? A brincadeira apenas começou...
- Em? Mas esse é o último meu irmão... - Ditava Shigehira confuso.
No entanto, o novo líder, com um sorriso assustador estampado em seu rosto, revelou sua verdadeira face: - Faltam a esposa e filhinha...- Os lábios, olhos e pele estavam terrivelmente comprimidos, ensanguentados, fazendo-o parecer um verdadeiro monstro.
Tudo parecia perdido! O demônio de vermelho agarrou a lâmina com os dedos e, com um esforço tremendo, tentou puxá-la. Por um instante tenso, a espada resistiu, como se tivesse vida própria - Hm...?
Os demais estavam um pouco aflitos, e então notaram o descontentamento de seu familiar.
- Algum problema, irmão? - Perguntou Shigehira.
- Que curioso...Não importa o quão eu a puxe. Ela não quer se desprender do corpo...- Mune Mori estava confuso. - Será que...?
O que devia ser o vitorioso, o senhor da arrogância e da prepotência, viu seu triunfo desmoronar diante de um sentimento completamente desconhecido. Os olhos amarelos de Mune Mori, que lentamente se contraíam em meio à dor, testemunharam algo inacreditável: o que deveria ser um cadáver se ergueu. Com sua única mão, Yochitomo agarrou o rosto de seu jovem oponente com uma força e selvageria tão intensas que a única coisa que o guerreiro Taira conseguiu fazer foi gritar, assombrado pela dor e pelo medo: - Desgraçado!!
Os demais, atônitos, não tiveram tempo de reação, pois tudo aconteceu em um piscar de olhos. Yochitomo, com um ímpeto bestial, cravava as unhas profundamente no rosto do jovem, fazendo o sangue jorrar. O líder azul, com um rugido que ecoava como o de um animal selvagem, proclamou alto e em bom som: - Nunca mais ameace minha mulher e filha!
Mune Mori se curvava lentamente para trás, sem forças para escapar do aperto. Foi então que o dedão de seu agressor invadiu lentamente seu globo ocular direito, esmagando-o. O grito do garoto ecoou, e seus familiares atacaram ao mesmo tempo, mas nada o fazia soltar, laminas não invadiam mais o seu corpo. Foi então que finalmente, a mão do jovem alcançou a espada, girando-a e pondo fim a ultima gota de vida que tinha seu inimigo. Seus corpos tombavam de lados opostos.
- Levem-no à base! - Gritava o líder Taira. Os gritos de Mune Mori não diminuíam, mas agora não eram mais de dor; eram de raiva - Ele está gravemente ferido!
Em prantos e lançando maldições, o assassino de rosas azuis foi retirado do campo de batalha. Foi necessário a força combinada de todos os seus irmãos para contê-lo e forçá-lo a se retirar.
No fim, o único que sobrava ali, era os dois Lideres. Um vento feroz passava por ambos. Com Yochitomo caído, seus olhos vidrados no infinito, Kiyomori gentilmente fechou-lhes de seu falecido rival. Sabia que a batalha tinha terminado e que Kurama nunca seria o mesmo. Observando o horizonte na densa floresta, ele suspirou profundamente.
- Você só me trouxe problemas, Yochitomo. Mune Mori não descansará até que extermine a todos que ama... - Uma ideia se formou em sua mente, e o líder Taira se dirigiu na direção para onde a mulher daquele homem estava indo - A menos que...
Ele olhou uma última vez para o local da batalha, onde poucas gotas continuava a cair sobre os corpos e o sangue encharcava o solo. Com um suspiro pesaroso, ele seguiu seu caminho, determinado a cumprir o último desejo de seu rival e permitir que Yochitomo descansasse em paz - Que a mãe natureza...o prestigie...
Naquele mesmo dias, na TV e radio de todos os residentes de Kurama, foi informado:
Atenção, espectadores, estamos transmitindo ao vivo do bunker antimíssil com uma notícia de extrema urgência. Hoje, aos 38 anos de idade, perdemos uma figura icônica de Kurama. Yochitomo Aoi Bara, o renomado líder do clã de defesa da rosa azul, faleceu após um confronto desigual nas profundezas da Floresta de Ichi no Tani. Seu corpo, gravemente ferido, foi encontrado pelas forças militares. Esta perda se soma a outras milhares de vítimas da devastação provocada por Saigai. É com pesar profundo que relatamos a extinção de nossos heróis de longa data e a derrota esmagadora que enfrentamos. Aqui é Miwazaka Hatashi, insisto que se mantenham seguros, não percam a fé, e orem! Que os deuses...Estejam conosco...
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