Parte 02
Fischer e Turner levaram Tomás ao Hotel, o padre queria somente tomar banho e descansar mas havia outros assuntos urgentes para resolver, atravessou o quarto pegando o telefone ligando ao padre João.
—João como vai?—Perguntou cansado.
— Estou bem Tomás e você?
—Cansado João muito cansado, mas preciso conversar com você.
— Pode falar pelo jeito deve ser algo que descobriu no caso.
Ele caminhou até a mala tirando uma faca colocando dentro da meia, ficando pensativo por alguns instantes antes de falar.
-Aquelas pessoas nos refrigeradores, as senhoras mortas no banheiro eram bruxas Wiccas o clã inteiro das 13 eliminado e todas marcadas pelo símbolo da mão negra, quais motivos teriam para mata-las?
- As Wiccas são nossas aliadas á séculos- falou João - é um péssimo sinal.
-Como assim sinal?- Preocupado Tomás perguntou- Algo mais aconteceu?
João ficou calado deixando ele ainda mais preocupado.
- O quê está acontecendo me diz João?
- O padre Severino e todos os fiéis foram mortos durante a missa faz dois dias.
Tomás quase deixou o telefone cair da mão.
-Santo Deus-exclamou sentando na cama o rosto pálido, as mãos suando-como é possível a igreja dele fica em uma cidadezinha no Brasil- olhando o relógio na parede tentando evitar a dor- João em nome de deus me diga o quê significa tudo isso?
- Filho temo que a mão negra pretenda destruir todos os guardiães Iluminates.
- João- falou Tomás- Severino cresceu comigo no orfanato éramos amigos.
- Você precisa manter a calma- falava João tossindo- eles querem nos desestabilizar, você deve voltar agora não é seguro- disse o padre tossindo novamente- deixe os detetives cuidando do caso.
-João- tentou falar- eu...
- Tomás sua vida não vale o risco, entendeu?- Vamos reunir os demais guardiães seremos mais fortes juntos.
Algo nas palavras de João fizeram Tomás pular da cama, as peças se encaixando.
- João é..
- Tomás venh..
Interrompendo seu mentor Tomás falou sem duvidar:
- Agora escute João, só escute.
- Estou ouvindo diga.
- É exatamente isso o quê eles querem reunir todos nós em um único lugar, você percebe?
- Do quê você está falando?
- Fizeram exatamente a mesma coisa com as Wiccas, assustaram elas aguardando se reunirem.
- Tem certeza?
- Tenho no jardim da casa encontrei várias mudas recém plantadas de beladona usada para afastar os inimigos, elas temiam algo, sabiam de alguma coisa.
- Santo deus- exclamou João horrorizado- faz sentido- o velho padre respirou fundo antes de continuar- Tomás no mês passado recebemos um comunicado da senhora Vincent que o clã da Noruega havia desaparecido, ela estava muito preocupada com a segurança do próprio Clã. A princípio achamos ser um conflito entre elas.
- Deus todo poderoso tenha misericórdia- falou Tomás como desabafo.
- Deveríamos ter investigado antes de julgar-lamentou João.
-Agora é tarde para lamentos meu amigo — Tomás ficou em silêncio durantes alguns segundos refletindo o impacto da próxima notícia— João no quintal havia sorveiro recém plantados.
-Usado para invocar espíritos- balbuciou incrédulo João- demoníacos.
- E eles estavam intactos a neve não caía sobre eles - Tomás ficou calado temendo as próximas palavras- tem um demônio vagando neste momento pela ruas de Londres- um frio na espinha fez ele ficar arrepiado.
- Ou pior Tomás vários demônios.
-Alguém da mão n..
Tomás não terminou de falar porque sua boca foi tampada e uma faca pressionada na sua garganta. Sentiu o metal afiado cortando sua pele seu sangue misturando com a sujeira da roupa. Na linha João continuava chamando desesperado.
-Você já cumpriu seu papel padre, parabéns- disse a voz triunfante do policial- agora todos os Iluminates se reunirão e morrerão quem sabe apareça outro clã Wicca. Adorei escutar elas tentando gritar com as línguas cortadas.
Tomás se debatia frenético a lâmina rasgando um pouco mais sua pele.
- Está com pressa para morrer padre, mas não vai-puxando a cabeça de Tomás-tenho grandes planos ao seu respeito
Um golpe na cabeça faz Tomás cair no chão segurando o corte no pescoço.
- Vocês irão pagar- falou Tomás olhando no rosto do policial- queimarão no inferno.
-Vou adorar tirar esse seu jeito marrento seu Iluminate maldito.
-Eles irão matar milhões porquê está apoiando?
O policial piscou enquanto a cor dos olhos foi mudando de castanho para preto, ao redor da íris um aro vermelho incandescente surgiu.
- Demônio imundo volte para as profundezas.
- Assim você me ofende agora que somos amigos- lançou um soco na queixo fazendo sangue jorrar da boca do padre.
No momento que porta é aberta e seis homens entraram no quarto os ombros erguidos, nos rostos carregavam olhares malignos.
- Estava começando a festa sem nós- falou um homem elegante vestindo terno risca de giz ele sorria triunfante olhando Tomás no chão.- Eu queria muito esfolar esse desgraçado até os ossos.
- Seria delicioso mas aqui não, já subornei três funcionários- disse um homem baixo e ruivo- vamos para a casa da Wicca.
- Planejei algo interessante para o padre, vamos Abadon apaguei ele.
Tomás recebe um forte golpe na nuca caindo desmaiado no chão, seus captores os carregaram até o carro.
Quando ele acordou estava amarrado numa poltrona a sala mergulhada pela penumbra, o odor de sangue e morte pairava no ar. Tomás conseguia ver as silhuetas dos seus captores andando pela sala conversando, um deles acendeu a lareira iluminando parcialmente seus rostos, continuou colocando um caldeirão sobre as brasas.
O policial acrescentou folhas no caldeirão recitando algumas palavras, o homem de terno risca de giz depositou um pó, os demais fizeram um círculo próximo.
-Tomás meu caro sorte que acordou não queria começar com você inconsciente.
-Em nome de deus eu te repreendo- disse- volte para a escuridão demônio.
-Aí não, estou queimando-zombou o homem de terno- este local está selado pelo sangue sacrificado da profanação das treze bruxas Wiccas.
- Pode rezar, orar, cantar nada disso vai funcionar aqui-falou o policial-seu corpo forte vai ser ótimo receptáculo, verá tudo, sentirá tudo mas não terá controle algum este ritual garantirá isso.
-Pai nosso que estais no céus- rezava Tomás.
- Vou fazer você quebrar osso por osso daquele maldito que me baniu de volta para o inferno. Ele é seu amigo o velho padre João?
A raiva queimando nas veias de Tomás o fez parar a oração.
-Vocês não tocaram nele e vou mandar cada um de vocês de volta.
- Não vamos matar seu amigo, você vai- ele virou a cabeça a chama iluminando parte do rosto do demônio e a outra coberta pela escuridão-quando ela possuir seu corpo será o perfeito lobo na pele de ovelha, verá cada membro do seu grupinho de caçadores morrendo em primeira mão ou melhor- sorrio ele falando- pela suas mãos.
- Eu sou ungido de Deus.
- O padre Severino também era- a luz da chama tremulando no rosto dele- nós matamos todos naquela igreja, entenda Tomás a ascensão da mão negra é inevitável.
-Só falta um ingrediente- o policial tirou uma faca com cabo de madeira- reconhece sua faca.
Ele deixa o círculo caminhando na direção de Tomás dizendo:
- Uma bela arma padre.
Tomás se debatia na poltrona forçando o corpo mas as amarras continuavam firmes.
-Vocês achavam mesmo que haviam destruídos todos os membros do poderosa seita mão negra- ele balançou a faca na frente do rosto de Tomás- vocês cometeram um pequeno erro ao deixarem uma criança viva, meu avô.
Uma movimentação no quintal, um barulho na porta da frente, fez os homens no círculo pararem o ritual, o homem segurando a faca olha raivoso na direção deles.
- Não parem eu vou verificar.
Ele saiu empunhando a faca e sacando uma arma, passou alguns minutos não retornou.
- Tem algo errado- falou o ruivo.
- Vamos concluir o ritual e selar o demônio dentro dele.
Um barulho de tiro e um corpo caí perto do caldeirão fazendo eles viraram.
-Protentatem silos veis- proferiu um dos homens olhando na direção do disparo - cala profis nox.
Uma labareda de fogo escapou da lareira iluminando o cômodo revelando o detetive Turner segurando uma arma do lado dele Fischer, ambos não perderam tempo e atiram. Chamas surgiram impedindo as balas de acertarem os homens na lareira e elas começaram á avançar sobre os dois queimando tudo ao redor. Turner pulou as chamas chegando perto de Tomás.
- Acho que está faca é sua- começou a cortar as cordas- sorte sua eu resolver fazer vigília.
- Vocês vão todos morrer aqui- falou uma voz sobre humana saindo dos seis.
Fazendo Turner quase deixar a faca cair.
-O quê é isso meu deus- gritou Turner.- Padre.
- Rápido Turner concentre-se.
- Vou matar Susan- as vozes sorrindo eufóricas- aquele cabelo loiro dela ficará lindo banhado em sangue.
- Turner não escute eles vamos.
As palavras de Tomás fazem Turner recomeçar a cortar.
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