Prólogo
PORTAIS ABERTOS não era um assunto que Dante trataria pessoalmente, exceto se oferecesse um risco para as pessoas — o que não é uma possibilidade tão remota quanto surgir um demônio em algum canto aleatório da cidade. De qualquer forma, melhor prevenir que remediar e não estava muito disposto a tentar a sorte. Os integrantes, sendo Vergil, Nero e Trish, se separaram para abranger o espaço ao redor e atuar caso fosse necessário.
Diva assumiu a responsabilidade de estabilizar e neutralizar a fenda, se posicionando para fechá-la: as mãos de cada lado em um movimento displicente de entrelaço e, pela forma como seus músculos se tensionaram pelo esforço, entendeu que aquilo exigia mais dela, algo que o surpreendeu.
Pela aptidão dela com fissuras e viagens dimensionais, nunca a viu ter dificuldade na execução de um trabalho. Talvez fosse uma impressão de início logo se provaria ser o oposto do que observou. Diva finalizaria o serviço e, para comemorar o sucesso da missão, comeriam pizza de pepperoni e para variar, tomariam o refresco que ela preparou muito antes de toda situação.
Diva fechou o portal, as mãos exalavam uma leve fumaça e ela resfolegou profundamente como se estivesse se certificando de ser capaz de respirar após ficar segundos debaixo d’água. Antes que pudesse tomar uma providência, a fenda se abriu novamente, rompendo as costuras do tecido do espaço lançando sobre todos os presentes uma luz poderosa e inócua seguido de uma cacofonia inesperada e confusa.
Dante procurou por Diva que estava a frente, dentro do círculo e se preparou para atacar ao ver uma capa vermelha esvoaçante tomando seu campo de visão. Na verdade, não uma, várias e todas pertencentes a uma pessoa que se dividia em quatro — quatro versões dele mesmo.
O Devil Hunter arqueou uma das sobrancelhas, intrigado com a anomalia que trouxe sua persona em diferentes linhas do tempo, uma delas, seu eu mais jovem, atrevido e certamente o mais atacante, segurava Diva nos braços com um largo e satisfeito sorriso.
— Que sorte a minha. Nos reencontramos finalmente, princesa. — proferiu com audácia. — A que devo a honra de tê-la em meus braços?
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