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Prólogo

Meu pai se matou e por causa disso estou indo morar com minha mãe. Não que eu não amasse meu pai ou deixasse de sentir tristeza ao ver seu corpo pendurado no quarto dele quando fui chamá-lo para o café da manhã, mas não é como se meu mundo tivesse acabado. Tampouco gostaria de estar me mudando para o fim de mundo no qual estou indo. Não é insensibilidade, mas se meu pai não tivesse se matado, eu não estaria me mudando, logo não teria começado uma viagem de carro de 12 horas, o que não resultaria em uma parada em uma lanchonete de beira de estrada para comer, e então eu não teria visto uma pessoa sofrer um acidente de moto, nem vê-la perder a perna. O homem não está morto, sei disso porque ele tirou o capacete e está se movendo no chão. As pessoas estão se aglomerando em volta, e o que já comi do salgado está subindo junto à vontade de vomitar.

Quero desviar o olhar, mas minha atenção está focada na perna a alguns metros de distância do dono. A perna. Solta. Longe do dono. Que agora está sem um membro do corpo. Me obrigo a olhar para o lado e ponho a mão em frente à boca, a ânsia só aumenta.

— Vamos logo embora daqui. — Ouço minha mãe dizer enquanto se levanta. Enrolo o resto do salgado em guardanapos e levanto também. Por sorte o trânsito não ficou tão ruim quanto imaginei que ficaria, levando em consideração o acidente de moto. O caminho seguiu, claro, em silêncio. Não há conversa entre mim e minha mãe, nunca tem.

[...]

Encaro aquela casa que seria agora meu novo lar. Lar. Nem sei se tenho um de verdade. Entro na casa azul desbotada e olho seu interior; estava até que arrumado, de certa forma confortável, não que eu me sinta assim. Adentro mais a sala e escuto um latido agudo, e mais um, e outro.

— Achei que gostaria de companhia. — Ouço minha mãe falar após fechar a porta, não demora até um pequeno ser de pelagem amarela aparecer.

— Eu prefiro gatos. — Respondo enquanto observo o filhote de Golden Retriever rodear minhas pernas com animação. — Saberia disso se tivesse o mínimo interesse em me conhecer.

— Ninguém é perfeito, Minho. — Ela fala como se uma mãe conhecer o próprio filho não fosse o mínimo esperado. — Seu quarto é aquele. — Aponta para uma porta no fim do corredor.

Solto um longo e pesado suspiro, vou para o meu novo quarto com o cachorrinho no meu encalço. Ao abrir a porta, vejo um quarto pequeno pintado em tons de azul claro, não há muita coisa, apenas uma cama, uma escrivaninha e um armário. Coloco minha mochila sobre a cama e abro a porta de madeira escura do lado oposto da cama. Um banheiro, pelo menos um ponto positivo em comparação ao meu antigo quarto. Abro a janela do quarto que dá vista para a rua e toda a paisagem nublada e sem sal dessa cidade. Retorno ao caminho até a cama e deito no colchão, fecho os olhos esperando poder abri-los e acordar desse pesadelo, mas ao invés disso o Golden sobe no meu pé. Estalo a língua sentando na cama e começo a afastar o filhote, mas ele sempre volta.

— Tsc. — Estalo a língua desistindo de afastá-lo e decido ir para fora. Saio de casa e fico sentado em um degrau da escada em frente à porta de entrada, e claro, o bendito cachorro vem junto. Ele começa a correr pelo gramado descuidado enquanto dá latidos agudos.

— Oh, meu Deus! Que gracinha! — Um cara que parecia ter minha idade parou na calçada e ficou olhando para a pequena bola de pelos agitada. — Qual é o seu nome, fofura? — Faço careta com a pergunta, a cena é tão ridícula que chega a ser vergonhosa de ver.

— Ele não tem nome. — Respondo alto o bastante para ele me escutar.

— Hm? — Levanta o olhar na minha direção. — É seu? Como assim não tem nome? — Dou de ombros como resposta. Ele volta a olhar para o cachorro, pensativo, e então volta a sorrir. — Paçoca, combina com ele. — Para minha surpresa, o cachorro late ao escutar o "nome". — Você gostou, Paçoca? — Mais um latido em aprovação.

— Não deveria dar nomes a animais que não são seus.

— E você não deveria deixar uma gracinha dessas sem nome. — Reviro os olhos com a resposta. — Você é novo, né? — Fito-o de cima a baixo. Ele tem bochechas bem rechonchudas e parece ser menor que eu, tem cabelo castanho escuro curto e olhos da mesma cor. O tom amarelo vibrante de sua camisa me deixa agoniado. Sua expressão muda, seu rosto se ilumina e parece se lembrar de algo. — Ah! Você é o filho de Hyori, né? — Seu sorriso aumenta e então, para meu descontentamento, ele praticamente corre até mim e senta ao meu lado.

— Minho. — Respondo sem vontade apertando sua mão. O cachorro, agora recém batizado de Paçoca por um estranho, vem correndo em nossa direção e pula no colo de Jisung.

— Parece que acabei de ser adotado. — Diz risonho fazendo carinho na pelagem amarelada e macia do filhote.

— Como conhece minha mãe?

— Nossa cidade não chega nem a 10 mil habitantes, acho que isso já é bem autoexplicativo. — Evito revirar os olhos e fico olhando para a rua. — Já que você é novo, posso te mostrar a cidade. Temos a biblioteca, o parquinho, a praça, a fonte dos desejos, a escola, o teatro...

— Isso é tudo? — Pergunto com deboche pesando na voz. — O que mais tem? Um poço como ponto turístico?

— É uma cidade pequena, não tem como exigir muito. Mas Sanctus Sam tem seu charme.

— Dá pra perceber... — A rua está tão animada quanto um velório e o céu está tão bonito quanto Bella, a Feia.

— Não seja tão duro com a cidade, logo você vai gostar dela.

— Tenho minhas dúvidas.

Jisung põe Paçoca no chão e se levanta. Agora, estando mais perto, vejo que ele usa duas correntes na calça com carinhas felizes e pequenos sóis. Esse cara é o poço da positividade; não me surpreenderia se um dia o encontrasse abraçando uma árvore ou festejando o nascer do sol.

— Agora tenho que ir a um lugar. Espero te ver na escola, Minho. — Levanto uma sobrancelha com sua afirmação, e notando minha confusão, ele continua. — Só há uma escola aqui. — Jisung sorri, um sorriso que parecia brilhar e que ia de uma orelha a outra. Ele acena e faz carinho em Paçoca antes de seguir seu rumo. Fico o observando sumir no horizonte, pensando que provavelmente ele viria falar comigo na segunda-feira.

[...]

A essa altura, preferia estar com Paçoca do que aqui, na mesa de jantar com a minha mãe.

— Pare de brincar com a comida, Minho. — Sua voz não é carinhosa nem maternal, não demonstra preocupação se estou comendo ou não. Parece mais um nervoso ou uma obrigação.

— Tô sem fome. — Paro de mexer o pedaço de carne de um lado para o outro e largo o garfo no prato. Para ser honesto, a imagem de mais cedo volta à minha mente em alguns momentos e isso me tira o apetite. Além disso, claro, há a situação como um todo que estou passando agora. O clima aqui também não é um dos melhores, não que a cozinha seja desarrumada ou algo do tipo, com certeza não é a cozinha onde a Riley discute com os pais em "Divertidamente", mas também não é uma ambientação feliz, ao menos não para mim.

Sinto algo - Paçoca - morder meu dedão do pé, olho para ele de baixo da mesa e sorrio pequeno, talvez não seja tão ruim assim ter ele, preciso de algo minimamente adorável depois de ver o cadáver do meu pai pendurado no quarto e um homem perder uma perna.

— Você não comeu nada desde que chegamos, faça pelo menos um esforço. — Gostaria de falar que essa insistência é preocupação de mãe, entretanto, de mãe, ela possui apenas o título. — Fiquei sabendo que conheceu Jisung. — Levanto meu olhar para ela. — A mãe dele me contou. — Completa ao perceber meu olhar sobre ela.

— Sim, ele falou comigo pouco tempo depois que chegamos. — Reduzo nossa interação a isso, o que não é mentira. O encontrei horas mais tarde do outro lado da rua acompanhando de alguém.

— Jisung é um bom menino, vai ser bom ele fazer uma amizade depois que... — Ela para, parecia estar procurando as palavras certas, mas desistiu e suspirou balançando a cabeça. — Ele vai ser um bom amigo.

— Meus amigos estão a 12 horas de carro de mim.

— E agora vai ter um amigo a apenas alguns minutos de caminhada de você. — Ela se levanta pegando o próprio prato. — Termine de comer e coloque o prato na lava-louça.

A observo sair do cômodo e volto minha atenção a Paçoca debaixo da mesa, ele inclina a cabeça para o lado enquanto me olha de volta. Pego o prato e vou até seu pote de ração e despejo minha comida ali.

— Bom apetite, pulguento. — Faço um carinho rápido nele e coloco meu prato na lava-louça.

Vou para meu quarto, e assim que adentro o cômodo, me arrepio pela rajada de vento frio. Ando até a janela e antes de fechá-la vejo a mesma pessoa que estava com Jisung mais cedo, ou pelo menos acho que seja, não consegui ver seu rosto mais cedo e nem agora, apenas suas costas. Me pergunto o que alguém faz perambulando a essa hora da noite. Fecho a janela e a cortina.

Ponho meus fones de ouvido e me jogo na cama, quero afastar qualquer pensamento que seja, quero estar de mente vazia, quero esquecer de tudo por pelo menos algumas horas, e é nessa tentativa de paz que adormeço.

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