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01

Estava tudo calmo, uma sensação aconchegante, gostosa. A brisa refrescante trazia paz e tranquilidade. Não vejo nada, mas consigo sentir a grama macia sob mim e a leveza do momento. Uma paz que eu não sentia a muito tempo que e me envolvia como um cobertor quente em um dia frio.

E então, a realidade retorna, pesada e impiedosa.

Abro os olhos e estou em um quarto pintado de azul claro, vazio, um quarto que não me pertence, ao mesmo tempo que é meu. Meu pai está morto, estou em outra cidade e morando com minha mãe. Ergo meu corpo até estar sentado na cama, com os braços sustentando o peso. Paçoca está deitado em meu colo; como ele subiu aqui com esse tamanho? Tiro-o de cima de mim, colocando-o no canto da cama, e deslizo para fora dos lençóis. Assim que boto os pés no chão, um arrepio sobe pela minha espinha, junto com um grande choque de realidade: essa é minha nova vida agora.

Ando até o banheiro, observando cada novo detalhe do quarto a cada passo.

Chego ao banheiro e encaro meu reflexo no espelho. Solto um longo e pesado suspiro.

— Vamos lá, Minho. — Digo ao meu reflexo. O olhar sem animação ou expectativa mostra revela bem meu estado de espírito, há olheiras sob os olhos e minha expressão não é boa. — Você consegue. — Hoje, oficialmente, minha nova vida começa.

[...]

A escola é razoavelmente grande, talvez por ser a única daqui. Não parece tão ruim, mas a ambientação seria melhor se não houvesse tanta neblina, a ponto de não conseguir ver quem está vindo a poucos metros de distância às sete da manhã. Várias pessoas vieram me cumprimentar. Acho que é normal quando chega um desconhecido em uma escola onde todos se conhecem. E quando eu digo todos, eu quero dizer todos.

Assim que entrei na escola, me deparei com um corredor longo e movimentado. As paredes eram cobertas por murais coloridos, com fotos de eventos escolares e trabalhos de arte dos alunos. As horas se seguiram como todo primeiro dia do aluno que se transfere: apresentação na frente da turma, pessoas me dando boas vindas, outras nem tanto. Jisung, claro, veio até mim e ficou conversando comigo até o momento em que saí da sala.

Ando a passos lentos pelo corredor vendo com mais atenção os murais. Há panfletos anti racismo, desenhos de dia das mães e campanhas anti bullying, nada muito de diferente em uma escola.

Paro de andar ao escutar uma música. Olho em volta; estou sozinho, mas ainda consigo ouvir a melodia. É bonita. Continuo a andar pelo corredor, procurando uma possível sala de música onde alguém possa estar tocando. A música vai ficando mais alta, mas então o sinal toca, indicando o início do recreio, e a música para. Estalo a língua em desgosto e logo escuto a voz de Jisung me chamando.

— Min! Você perdeu a chamada. — O bochechudo se aproxima com aquele enorme sorriso brilhante, que já notei ser uma forte característica dele. Torço o nariz ao observar melhor sua roupa agora que o vejo de pé: jardineira de calça comprida, camisa amarela com vários sóis sorridentes estampados na barra das mangas curtas, cordão e pulseiras de miçanga também amarelas, com um pingente de sol com óculos de sol, e um All Star branco com desenhos, que imagino eu, feitos por ele mesmo. O piercing no smile é uma das coisas que trás contraste no estilo dele.

— Tsc. Tanto faz. — Estalo a língua e olho para a porta onda a música parecia estar vindo. — Tem algum lugar calmo aqui?

Jisung balança a cabeça em afirmação e começa a andar.

— Vem, eu te mostro. — Sigo-o decidindo acreditar que ele vai me levar a um lugar de fato tranquilo, não me surpreenderia se a definição de calma e tranquilidade dele for um lugar animado. — Aqui, esse lugar é ótimo, gosto de vir aqui de vez em quando. — Paramos de andar ao chegarmos no pátio de trás da escola. Levanto as sobrancelhas surpreso ao ver o que está diante de mim. Uma lagoa pequena, adornada com pedras e cercada por flores. É um lugar simples, porém bonito, e há algo aqui que o deixa encantador. Jisung se senta na beira do lago, ao lado de algumas rosas brancas.

Sento-me perto dele, observando as borboletas dançando no ar em meio as flores. Não reconheço os nomes das outras flores ao redor, mas seus tons claros e diversos criam uma paleta de cores deslumbrante. Gostei das flores serem de cores mais claras, me passam uma sensação de conforto e tranquilidade.

— Bonito, né? — A voz do Han me tira do transe, mas continuo observando ao redor.

— Sim, não sei como aqui está vazio.

— A maioria dos alunos ficam no pátio da frente, os que vem Minho sempre ficam em cantos mais escondidos pra fumar maconha. — Sua fala me pega desprevenido, mas não me surpreende, onde eu estudava antes também era assim. — Eu vinha muito aqui com melhor amigo. Ele gostava bastante daqui, ele iria gostar mais ainda se vissem o trabalho que os alunos fizeram. — Dessa vez olho para ele. Seus olhos estavam brilhando, ele parecia querer chorar, mas ainda sim sorria, não o sorriso aberto e grande de antes, mas um pequeno, mais sutil.

— Ele não estuda mais aqui? — As palavras saem antes que eu pudesse pensar, é claro que ele não deve mais estudar aqui. — De qualquer forma, aqui realmente ficou bonito. Principalmente agora que não tá mais com aquele neblina de mais cedo.

Jisung ri, percebo que seu sorriso tem um formato semelhante ao de um coração.

— Sim, mas a neblina faz parte do charme da cidade. — Sua voz estava animada, mas algo ali parecia diferente das outras vezes, talvez fosse a saudade do amigo se fazendo presente.

— Vocês ainda mantém contato? Sabe... você e sua amigo.

— De certa forma, sim. — Responde com o olhar distante, não parecia o Jisung de minutos atrás. Ele mexe sua boca de um lado para o outro, parecia inquieto. Decido não tocar mais no assunto.

Deito sobre o gramado e fecho os olhos. O clima aqui é frio, então mesmo com a luz do Sol - o que não é tão comum visto que aqui normalmente está nublado - em meu rosto, não estava tão quente. Inspiro fundo, seguro a respiração, então solto o ar pela boca. O cheiro das flores é agradável. No geral, Sanctus Sam tem um ar mais puro em comparação á minha antiga cidade, ponto para Sanctus Sam. Aqui, afastados da multidão de adolescentes, não há falatório, então o canto dos pássaros é audível. Isso me deixa leve.

Sinto Jisung deitar do meu lado, mas não abro os olhos. Me concentro no perfume das flores que invade minhas narinas, na bela melodia cantada pelos pássaros, no ar puro que a cidade grande nunca seria capaz de proporcionar. Paro de pensar na confusão que minha vida se tornou na última semana.

Abro os olhos, não estou mais na escuridão, mas sim em um campo de Dentes-de-Leão. Antes mesmo de olhar para o céu, sinto o calor do sol me cobrir como uma manta de lã que protege do frio. O céu está azul, limpo, ensolarado. E então a mesma música que escutei no corredor viaja pelo vento até meu ouvido, o cheiro de rosa branca me entorpece por um momento e nem questiono como isso seria possível em um campo que aparentemente apenas de Dentes-de-Leão. Não sei de onde a música vem, mas é bela e me trás conforto.

E então o sinal infernal e extremamente alto da escola toca. Abro os olhos, o Sol não está mais aparente no céu. Meu lugar idílico se foi em um estalar de dedos.

Resmungo enquanto me levanto.

— Não acredito que dormi. — Faço careta no processo e Jisung ri.

— Fiquei um bom tempo conversando até notar que estava falando sozinho. — Jisung fala com diversão na voz, ele já estava de pé alongando o corpo.

Andamos de volta para o interior da escola, mas minha mente continua no meu sonho. A música era a mesma que escutei hoje no corredor, a sensação que tive agora também é igual do sonho que tive a noite.

— Jisung. — Chamo-o, mas não faço a pergunta que queria, pois chegamos no corredor da escola. Adolescentes para todos os lados, agitação, vozes altas, um empurrando o outro para passar, poucos pedindo licença. Suspiro, percebendo que seria inútil tentar falar algo agora. A tensão me atinge novamente, deixando minha postura relaxada de outrora para trás, junto ao campo de Dentes-de-Leão. Meu momento de paz se esvai como fumaça, e agora tenho que voltar ao mundo real.

Voltamos para nossa sala, e me dirijo ao fundão, ocupando a última carteira perto da janela. Jisung escolhe um lugar no meio da sala. Ele conversa animadamente com todos, aparentemente é a borboleta social da turma, não exclui ninguém e é amigo de todos... ou melhor, quase todos. Percebo um garoto também no fundão a apenas uma carteira de distância de mim. Jisung não falou com ele, na verdade, ninguém falou. Não o vi interagindo com ninguém desde que cheguei, mas também não prestei muita atenção ao meu redor. Seu cabelo é preto e vai até a nuca, a pele é bem clara, o que parece ser quase um padrão entre os cidadãos daqui, contrastando com minha pele mais bronzeada. Parando para analisar melhor e a julgar pelo cabelo e pela roupa, ele parece a mesma pessoa que vi ontem com Jisung e que vi antes de dormir. Camisa branca larga, o cardigã preto aberto e jeans largo claro. Ele não aparenta estar com nenhum material, nem uma bolsa se quer. Apenas observa tudo em volta com um olhar distante e melancólico.

— Atenção! Vou fazer a chamada! — O professor avisa, se não estou enganado é de inglês. A turma não fica exatamente em silêncio, mas diminuem o falatório. — Aisha, Asahi... — Ele começa a chamada, presto atenção até meu nome ser chamado.

— Presente! — Digo alto o bastante para ele me ouvir assim que diz meu nome, por ser aluno novo meu nome foi o último.

— Hoje vamos dar continuidade a matéria da semana passada... — O professor fecha o diário e começa a escrever na lousa. Franzo o cenho em confusão, ele não chamou o nome do aluno de cardigã.

Um lado meu queria levantar a mão e avisar que não chamaram o nome dele, o outro não ligava o bastante para isso. Se nem ele avisou o professor, por que eu avisaria?

— Podíamos nos encontrar no Cachorro Suicida. — Escuto a voz de Jisung sobressaindo-se entre todas as outras. O garoto olha para ele e sorri, mas não parecia haver quaisquer felicidade naquele sorriso, era triste. Seus olhos estavam fixos no ponto amarelo de alegria que Jisung é.

Talvez goste dele, ou então talvez queira fazer amizade. Será que é novo?

— Ei, Minho! Quer sair com a gente? — Sou tirado dos meus pensamentos pela voz estridente de Jisung. — Vamos sair depois de amanhã.

— Não.

— Certo, galera, ele vai com a gente. — Se vira para os amigos ignorando completamente minha resposta.

— Não foi isso que eu disse. — Suspiro fundo pela centésima vez naquele dia. Volto a olhar para o garoto de antes. Ele não copiava, não conversava com ninguém, talvez seja novo assim como eu, mas também não está com nenhum material, nem mesmo um caderno e uma caneta. Ele apenas estava existindo.

A aula seguiu com o professor explicando sobre conectivos, alguns jogavam em seus celulares, outros prestavam atenção na aula e alguns conversavam. Notei que em nenhum momento o garoto do cardigã falou algo, não perguntou nada, não saiu da sala e nem anotou nada.

Volto para casa a pé, a escola fica a algumas ruas da minha casa então cheguei rápido. Assim que viro a esquina me deparo com uma mulher em frente ao quintal fazendo carinho em Paçoca, acelero meu passo até chegar em ambos.

— Boa tarde? — Meu cumprimento sai com tom interrogativo, não foi minha intenção, mas não a conheço, além disso, deixei Paçoca dentro de casa, minha mãe deve ter deixado ele sair. Ela quem arruma o cachorro e ela mesma o deixa fora de casa.

— Ah, bom dia, você deve ser o Minho. — A mulher se levanta sorrindo para mim. — Escutei Jeongyeon comentando com alguém que o filho da Hyori havia chego a cidade, vim te dar às boas vidas. Me chamo Nayeon. — Seu sorriso é gentil e doce, diferente do meu que é pequeno e constrangido. As olheiras abaixo de seus olhos castanhos escuros são bem visíveis, tal qual sua expressão cansada. Nem sei quem é essa tal de Jeongyeon mas ela já sabe quem sou, e se não fosse o bastante ainda contou para mais gente que não conheço.

— Obrigado.

— Aqui, trouxe pra você. — Ela estende uma sacola em minha direção. — Aceite isso como meu presente de boas vindas.

— Não precisava. — Pego a sacola e me esforço para dar um sorriso educado. — Mas obrigado.

— Não há de quê, qualquer coisa pode contar comigo, aqui todos se ajudam. — Ela parecia sincera em relação a isso. — Seu cachorro é uma gracinha. Te vejo por aí. — Ela acena para Paçoca e se afasta, a acompanho com o olhar até estar fora do meu campo de visão.

A mulher, que agora sei se chamar Nayeon, aparenta ter uma idade aproximada da minha mãe e sua pele é clara, os cidadãos daqui não devem ter tanto contato com o Sol pelo constante clima fechado.

— Vamos, Paçoca, vou pôr comida pra você. — Torço o nariz, o quão solitário sou para estar falando com um cachorro? Se bem que a companhia dele é melhor do que de muitas pessoas, ele ao menos não sai fofocando sobre a chegada do filho dos outros. Entro em casa e coloco a sacola na mesa, retiro os potes de dentro dela. — Pelo menos não vou ter que fazer o almoço hoje. — Comento em voz baixa ao ver o conteúdo dentro do pote, com certeza parece melhor que a comida da escola.

Boto ração para Paçoca e sento no sofá cinza claro de dois lugares para comer, não notei que estava com tanta até o momento. Não havia nenhum barulho além de mim e Paçoca mastigando e o tic tac do relógio, minha mãe não estava em casa, então estamos sós. Aqui dentro parece mais frio que lá fora, a casa não é grande, mas parece espaçosa demais para duas pessoas. Lavo a louça no silêncio. Gosto de paz e lugares calmos, mas o silêncio daqui é sufocante. A casa parece grande, me sinto pequeno aqui, mas ela sufoca. O vento lá fora começa a soprar com mais força. Tendo agora o assobio do vento como música ambiente, posso dizer que esse lugar acaba de ficar pior, não assustador e amedrontador, mas definitivamente menos acolhedor.

Entro no meu quarto, olho em volta, ele parece ser ainda mais frio e desagradável que o resto da casa. Decido me livrar logo das caixas e bolsas espalhadas pelo quarto. Começo pelas roupas, arrumo elas no guarda roupa médio que minha mãe deixou para mim. Coloco um porta retrato com uma foto minha e do meu pai em cima da escrivaninha. Passei a tarde assim, desempacotando minhas coisas e varrendo o quarto, já que minha mãe nem ao menos passou a vassoura antes da minha chegada.
Afinal, o que esperar de Lee Hyori?

— Minho! Cheguei! — Escuto a voz da minha mãe. Olho para o quarto novamente, agora com coisas minhas arrumadas por ele, há alguns quadros nas paredes com fotos minhas, com meu pai, com minhas poucas unidades de amigos que deixei para trás e um poster de uma banda que gosto. A escrivaninha agora está livre de poeira e com alguns objetivos de estudos em cima.

— Preciso trocar essa cortina. — Falo para mim mesmo vendo a cortina que está implorando para ser aposentada. Minha mãe abre a porta do quarto, mas não entra.

— Oi. Trouxe pizza pra janta. — Ela diz da porta. Seu olhar varre o interior do quarto até parar em mim. — Vou te esperar na cozinha.

No fim acabamos comendo na sala mesmo, eu no sofá e ela na poltrona. Não houve diálogo até entrou, nada além da novela na televisão.

— Como foi a escola? — Minha mãe pergunta do nada. Sem desviar o olhar da TV, respondo.

— Normal.

— Ficou na mesma sala que Jisung?

— Sim. — Mais alguns minutos se arrastaram no silêncio entre nós.

Não conversamos mais, as últimas palavras trocadas entre nós foram "boa noite" antes de cada um ir para o seu quarto. Visto meu pijama mais longo e deito na cama com Paçoca do meu lado. Me aconchego no calor convidativo e confortante da coberta. Esse foi o primeiro dia da minha nova vida, o primeiro de muitos. Tudo mudou rápido demais para conseguir acompanhar. Tento recapitular minha última semana até agora; dias normais, o suicídio do meu pai, seu funeral, minha mãe indo me buscar, o acidente no meio da viagem, o momento em que cheguei até aqui, minha primeira noite, meu primeiro dia de aula. Há tanta coisa para assimilar que minha cabeça dói só de tentar lembrar de tudo, me sinto cansado só de lembrar de tudo isso. Só quero me sentir bem, poder respirar com tranquilidade e sentir prazer em estar vivo, me sentir acolhido. Aninhado ao calor debaixo das cobertas, caio em sono profundo desejando encontrar esse lugar ideal no meu inconsciente.

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