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Um sorriso

Kim Taehyung

Ele sorriu.

Estava em sala de aula, deveria estar assistindo a matéria de sua professora, mas sua mente viajava em torno do momento em que os lábios bonitos de Jungkook se curvaram em um sorriso lindo ao ler sua carta. Tinha medo de estar babando, pois Jimin precisou lhe cutucar para que acordasse de seus pensamentos e prestasse atenção na aula, o que o fez perceber que provavelmente estava com cara de boboca apaixonado enquanto olhava para a lousa de maneira distraída. Mas sinceramente, havia escrito uma carta que falava sobre seus sentimentos, estava preparado para vê-la sendo jogada no lixo, porém ao contrário do que imaginou, Jungkook não só gostou, como a guardou com o maior cuidado dentro do armário após a brincadeira sem graça de Jooheon. Taehyung havia se apaixonado ainda mais por ele agora.

— Você está com cara de idiota Tae — Jimin o tirou de seus pensamentos novamente, dessa vez no final da aula. Observou que todos à sua volta recolhiam os materiais e se apressou para fazer o mesmo. — Não que seja uma cara muito diferente do normal.

— Eu ainda não consigo acreditar que ele gostou da minha carta — disse ao pegar seus livros, pronto para sair da sala.

— Eu disse a você que iria dar certo, Jungkook é um garoto legal, o Nam sempre fala muito bem dele para mim — disse enquanto sorria. Mas de repente ele parou o que fazia, como se tivesse paralisado.

— O que foi? — Perguntou confuso, Jimin lhe encarou e um sorriso imenso surgiu gradativamente em seu rosto. — Cruzes, está treinando para atuar em um filme de terror?

— Eu tive uma ideia incrível! — Jimin disse quase pulando de alegria.

— Devo me preocupar? — Franziu o cenho, normalmente as ideias do Jimin eram um perigo para a sua timidez.

— Nem um pouco, você deve é me agradecer por ter tido uma ideia tão incrível! — Segurou seus livros com firmeza, com um sorriso enorme no rosto. — Vamos eu tenho algumas coisas para fazer em casa.

— Não vai me contar a sua ideia? — Ficou ainda mais desconfiado, mas o seguiu quando ele caminhou para fora da sala.

— Vou, mas não agora — caminhou com um sorriso de orelha a orelha. — Você tem algum compromisso para hoje?

— Vou cuidar da Yeri enquanto minha irmã trabalha — abriu seu armário, para pegar sua mochila e guardar seu material.

— Dá para a gente estudar na sua casa hoje? — Jimin perguntou após também guardar suas coisas. — Como as provas estão chegando, é melhor a gente se preparar, eu quero entrar em uma boa universidade e se minhas notas não forem satisfatórias sequer vou ser cogitado para ingressar em alguma.

— Dá sim, a Yeri não dá trabalho, que horas você vai?

— Vou só passar em casa para tomar um banho e depois vou direto para a sua casa — colocou a mochila nas costas e Taehyung assentiu.

— Vou comprar algum lanche para gente então.

Os dois caminharam para fora da escola juntos, suas casas eram próximas, por isso só se separaram quando Taehyung chegou em casa e se despediu de Jimin, que morava a dois quarteirões de sua casa. Assim que entrou caminhou até o banheiro para tomar um banho rápido antes de sua irmã chegar e pediu comida por delivery logo em seguida, depois de vinte minutos sua irmã passou lá para deixar Yeri, que abriu um sorriso imenso ao ver o tio babão, que a pegou no colo com um sorriso maior ainda. Sabia que Jimin e ele iriam estudar na sala, por isso organizou o espaço para que pudessem estudar sem bagunças em volta, sua sobrinha estava distraída com os brinquedos do andador dela quando a campainha tocou, minutos após a comida chegar. Caminhou até a porta com os olhos em Yeri, pois apesar de ser uma criança tranquila, era muito esperta e rápida quando iria aprontar, então tinha que tomar cuidado quando tinham muitos objetos a disposição dela, como suas canetas, livros e cadernos sobre a mesinha de centro.

— Você demorou Chim — Taehyung disse ao abrir a porta, encontrou seu melhor amigo e mais duas pessoas. — Achei que...

Assim que seus olhos caíram sobre Jungkook, que estava com um sorriso muito fofo nos lábios e ao lado de Jimin e Namjoon, seu coração bateu forte e saltou contra seu peito, ele acelerou tanto que pensou que iria sair pela boca. Ele vestia uma blusa de moletom grande e rosa, junto com uma calça jeans preta com um rasgo no joelho, estupidamente bonito, tão bonito que o deixou desconcertado. No momento que se deu conta que Jeon Jungkook, sua paixão adolescente estava parado na sua porta, sentiu falta de ar, por isso tateou os bolsos de maneira alarmada, pois sua respiração engatou na garganta. Jimin — que suspeitosamente — tinha uma das suas bombinhas de emergência em mãos, a estendeu em sua direção, Taehyung franziu o cenho e a pegou antes de bombear remédio para seu pulmão com ela, o que o aliviou de imediato ao conseguir respirar normalmente novamente. O sorriso de seu melhor amigo dizia que ele achava graça de seu evidente desconcerto.

— Eu demorei porque estava esperando o Nam e o Jungkook chegar — Jimin respondeu como se não tivesse quase causado a sua morte, tudo com um sorriso muito sínico no rosto.

— Ele disse que não tinha problema eu vir sem convite — Jungkook respondeu com sua voz linda e seu sorriso mais lindo ainda.

Taehyung quase colocou a bombinha nos lábios novamente.

— Claro que não, você é mais que bem vindo, não é Tae? — Jimin perguntou com sua cara sínica.

— Sim, sim claro — disse um pouco afobado, mas era o máximo de normalidade que sua ansiedade permitia. — Entrem.

Deu espaço para que todos entrassem, Jungkook foi o primeiro a entrar, deixou os sapatos na entrada e se curvou de maneira educada antes de entrar, Namjoon deu uns tapinhas em seu ombro como se dissesse "forças" antes de entrar também. Na vez de Jimin, Taehyung pensou em como seria a vida de um asmático na cadeia, pois sua vontade era de estrangular seu melhor amigo na porta de casa. Ele sorriu ladino como se tivesse tido a ideia do milênio, tinha certeza que ele havia feito aquilo sem lhe contar porque sabia que não teria concordado com a ideia, seu sorriso dizia claramente que aquela era sua chance. Taehyung respirou fundo e fechou a porta, ao virar-se em direção a sua sala novamente sentiu as pernas bambear, pois Jungkook estava parado com um sacola em mãos, ele parecia um pouco tímido, talvez por estar em um ambiente que nunca esteve antes.

— Eu trouxe alguns lanches — estendeu a sacola em sua direção com as duas mãos, para mostrar o que trouxe, seu sorriso era fofo e educado. — Eu não sei do que você gosta, mas trouxe várias opções de doces e salgados.

— Eu com certeza vou gostar de tudo o que você me der — Taehyung disse no automático, o que o deixou em pânico logo em seguida. — Porque eu não sou fresco com comida, sabe? Como de tudo.

— Ah sim — o sorriso de Jungkook aumentou e Taehyung viu o momento em que o casal de traidores desviou o olhar para rir.

Taehyung respirou fundo e tentou não parecer um pateta ao pegar a sacola das mãos de Jungkook, que caminhou até a mesinha de centro, onde o casal de traidores estavam sentados. Tentou conter a tremedeira que havia se abatido sobre todo seu corpo e caminhou até a cozinha, colocou os lanches que Jungkook comprou junto aos que tinha comprado por delivery. Quando voltou, notou que Jimin e Namjoon estavam sentados lado-a-lado, sendo que normalmente sentavam um de frente para o outro quando estudavam juntos, o que fez a tremedeira aumentar ao notar que sentaria ao lado de Jungkook. Jimin estava testando seu coração e tinha certeza que teria um infarto a qualquer momento, esperava apenas que infartasse quando seu pai estivesse em casa, pois assim ele iria resgatá-lo e salvar sua vida. Após se sentar, todos pegaram os próprios materiais e colocaram sobre a mesa.

— Qual é a sua maior dificuldade? — Jimin perguntou a Jungkook.

— Matemática — ele suspirou. — Sou péssimo com números.

— Tenho dificuldade em filosofia — Jimin disse de maneira chorosa.

— Sou péssimo em biologia — Namjoon respondeu também.

— Qual a sua dificuldade Taehyung? — Jungkook perguntou a ele, que deu uma leve travada ao ouvi-lo pronunciar seu nome.

— A falta de confiança — Jimin respondeu por ele. — Fora isso ele é um nerd metido a sabe tudo.

— Ele é bom em tudo o que se propõe a fazer — Namjoon continuou.

— Isso não é verdade, eu só me esforço — respondeu com o olhar fixado em Jimin, em uma indireta não tão indireta assim. Seu melhor amigo abriu a boca e fingiu indignação.

— Ele é o nosso professor nas horas vagas — Namjoon disse para Jungkook, que assentiu.

— Você é bom em matemática então? — Jungkook perguntou e Taehyung assentiu. — Pode me ajudar com a matéria? Eu vou levar bomba nela.

— Claro — Taehyung sorriu, mas por dentro estava quase teve uma síncope. — Qual é a sua maior dificuldade na matéria?

— Encontrar o maldito X — Jungkook revirou os olhos. — Matemática era muito mais fácil quando não tinha letras no meio.

— Não posso negar — Taehyung riu e abriu seu próprio caderno. Jungkook precisava de ajuda com a matéria e mesmo que seu coração estivesse à beira de uma taquicardia, faria um bom trabalho. — Eu sempre faço anotações da aula, porque a professora disse que isso pode me ajudar com alguma prova de faculdade. Posso passar elas para você.

— Isso me ajudaria demais! — Jungkook suspirou aliviado e desviou o olhar do seu para encarar Yeri, que segurou em sua roupa. — Oi linda, tudo bem? — Ele abriu um sorriso radiante, enquanto Yeri tentava pedir colo para ele, o máximo que o andador deixava. — Posso segurá-la?

— Pode — Taehyung sorriu, pois normalmente Yeri não gostava de ir para o colo de estranhos.

Jungkook com muito cuidado pegou Yeri do andador, que balançou as pernas de maneira animada, ele a deixou sentada sobre suas coxas, mas aparentemente ela não queria ficar sentada, pois esticou os bracinhos novamente. Taehyung se surpreendeu quando Jungkook a aproximou do próprio rosto, onde ela agarrou seus cabelos e o puxou para perto do nariz, o que arrancou uma risada de todos que estavam sentados observando. Yeri parecia querer sentir o cheiro de Jungkook, que era um ômega com o cheiro adocicado de cerejas, apesar de ser uma bebê, sua sobrinha era extremamente sensível a cheiros, pois embora seu pai não fosse dominante, seus avós eram, então ela herdou o gene dominante dos avós. Após alguns segundos, ela se acalmou e se acomodou no colo de Jungkook, como nunca tinha feito com nenhum estranho antes, o que deixou Taehyung surpreso, normalmente ela só fazia aquilo com ele.

— Ela gostou de você — Taehyung disse surpreso, o que trouxe um sorriso lindo nos lábios de Jungkook. — Normalmente ela não gosta de ficar no colo de estranhos.

— Ela é dominante? — Ele perguntou e Taehyung assentiu. — Lupinos dominantes parecem gostar do meu cheiro, sempre estou rodeado por eles.

— Acho que todos gostam do seu cheiro — Taehyung respondeu sem pensar novamente, o que atraiu a atenção de Jungkook.

— Você acha? — Ele perguntou junto a um sorriso e Taehyung assentiu. — Meu ex disse que enjoou de cerejas depois de namorar comigo.

— Certeza que o ego dele estava ferido, porque esse é o maior absurdo que eu já ouvi na minha vida — Taehyung descartou a hipótese na hora, o cheiro dele era agradável demais para se tornar enjoativo.

— Ele tem razão — Jimin concordou e Namjoon também.

— O ex dele era um grande babaca, eu sempre disse isso — Namjoon revirou os olhos. — Ainda bem que ele saiu da escola, eu ia acabar socando o nariz dele se o visse rebaixar o Jungkook na frente de todo mundo de novo.

Taehyung sabia daquela história, há um ano Jungkook namorou um alfa que vez ou outra causava alguma confusão, nunca entendeu o porquê eles estavam juntos, sendo que nitidamente era um relacionamento tóxico, mas graças a Jimin entendeu que Jungkook estava sendo manipulado a acreditar que era normal ser tratado daquela maneira. Namjoon havia se tornado super protetor, quando o término do namoro se tornou uma das maiores fofocas da escola, Jungkook estava nitidamente triste andando pelos corredores, foi Namjoon e seus amigos que o puseram para cima novamente, trouxeram o brilho que tanto encantava Taehyung, de volta a intensidade que era antes. Quando o alfa saiu da escola, todos entenderam que era um término definitivo e Jungkook voltou a ser alvo de investidas de diversos alfas, mas ele não demonstrou interesse em um novo relacionamento, o que deixou as esperanças de Taehyung lá embaixo.

Eu sabia desde o início de sua paixão que não teria chances, aquilo só fez a certeza se tornar maior.

— Enfim, vamos mudar de assunto? Falar sobre aquele idiota me deixa de mal humor — Namjoon abriu uma página específica de seu caderno e todos fizeram o mesmo após assentir.

Enquanto Yeri estava no colo de Jungkook, ela brincava com os cordões do moletom que ele usava, Taehyung repassou algumas coisas das aulas anteriores, somente para que ficassem cientes de que aqueles temas tinham grandes chances de caírem na prova. Deixou o caderno com Jimin e de Namjoon, para eles lerem e anotarem nos próprios cadernos, enquanto ajudou Jungkook com as dificuldades dele em matemática, ele ao contrário de seu amigos, não reclamava e muito menos procurava maneiras de procrastinar. Taehyung notou que ele era muito inteligente, apenas tinha um pouco de dificuldade em entender a matéria por conta da maneira péssima que a professora ensinava, ela não tinha uma boa didática e mesmo que as pessoas fossem muito inteligentes, teriam dificuldade em entender, pois ela deixava tudo desnecessariamente difícil

— Te... te — Yeri o chamou e estendeu os bracinhos em direção ao tio, que sorriu e a pegou no colo.

— Te? — Jungkook sorriu, enquanto sua sobrinha se aconchegou no seu colo para dormir.

— É o jeito que minha família me chama — explicou com um sorriso meigo, amava quando o chamavam de Tete. — Yeri aprendeu a me chamar antes mesmo de dizer mamãe e papai.

Taehyung se recordava da indignação de sua irmã quando Yeri disse suas primeiras palavras, todos esperavam que a pequena aprendesse a dizer mamãe ou papai, mas no jantar em família, Yeri olhou em direção ao tio e pediu o que ele estava comendo, chamando ele de Tete. Todos na mesa ficaram tão alvoroçados com as primeiras palavras dela, que se levantaram da mesa para comemorar, o que a assustou e a fez chorar, Joohyun teve que pegá-la nos braços e se afastar para acalmar a filha assustada com a loucura da família. Taehyung desde o início se apegou muito a sobrinha, amava crianças e Yeri gostava muito de ficar com ele, foi inevitável não se apaixonar por ela, era muito ciumento com sua pequena protegida, tanto era estranho não sentir ciúmes dela no colo de Jungkook. A paixão realmente deixa as pessoas loucas, pensou Taehyung.

Yeri deitou a cabeça no peito de Taehyung e ele fez leves carícias nas costas dela, a envolveu com sua presença como Joohyun sempre fazia e ela relaxou em seus braços, aquilo era tiro e queda, em poucos minutos sua sobrinha estava dormindo em seus braços. Enquanto a bebê dormia em seus braços, Taehyung ajudou Jungkook com algumas questões da atividade, notou que depois de suas explicações ele entendeu os problemas com mais facilidade, notou também que ele além de muito inteligente, se dava bem em quase todas as matérias, mas aparentemente não se dava tão bem com a professora de matemática justamente pela didática ruim dela, então tomou bomba na matéria. Jimin e Namjoon de vez em quando pediam sua ajuda quando não entendiam suas anotações, mas fora isso, estavam indo bem com os próprios estudos, enquanto Taehyung se orgulhava de ter adiantado tudo para ficar com tempo livre depois.

— Tae, na página... — Jimin começou, porém se interrompeu quando o celular tocou. Ele olhou o nome da tela e atendeu rapidamente. — Oi mãe? — Ele ficou em silêncio por um momento. — Estou na casa do Tae, devo levar uns dez minutos até lá.

— Aconteceu alguma coisa? — Namjoon perguntou preocupado e Jimin assentiu.

— Tudo bem, eu vou lá — respondeu e desligou o celular logo em seguida. — Meu irmão está com febre, vou buscar ele na escola e levá-lo ao hospital.

— Tudo bem — Taehyung assentiu com preocupação, o irmão de Jimin tinha cinco anos e era tão fofo quanto o irmão mais velho. — Me ligue se precisar de alguma coisa, tá? Eu vou correndo te ajudar.

— Obrigado Tae — Jimin sorriu e guardou seu material.

— Eu vou junto com você — Namjoon também guardou o próprio material.

— Tem certeza? Talvez eu demore um pouco — Jimin perguntou com a mochila nas costas.

— Não tem problema, eu te faço companhia e te levo para casa depois — ele respondeu e Jimin abriu um sorriso adorável.

— Eu devo ir embora também? — Jungkook perguntou e Jimin negou.

— Não precisa, podem continuar sem a gente, marcamos de estudar juntos de novo outro dia — ele respondeu e encarou Taehyung logo em seguida. — Tudo bem por você Tae?

— Tudo bem — ele respondeu, mas por dentro seu coração deu uma vacilada. Mas respirou fundo e encarou Jungkook. — Você quer continuar?

— Quero sim! — Jungkook sorriu.

— Certo, nos vemos amanhã na escola então — Jimin deu um "tchauzinho" junto a Namjoon e os dois saíram.

De início Taehyung ficou um pouco nervoso por estar sozinho com a sua paixão adolescente, mas com Yeri em seus braços e a meiguice de Jungkook, não levou muito tempo para estar completamente confortável na presença dele. Ficaram estudando por uma hora, até que Taehyung resolveu que faria algo para comerem e Jungkook revelou que estava com fome, mas também com vergonha de dizer, o que o fez rir. Após colocar Yeri no carrinho e deixá-la próximo onde estavam, para que pudesse ficar de olho, Taehyung caminhou até a cozinha e pegou os lanches que haviam comprado, mas como Jimin e Namjoon haviam ido embora, iria sobrar muita comida. Guardou algumas coisas na geladeira e separou alguns salgados para comerem, Jungkook sentou-se do outro lado da bancada de sua cozinha, enquanto observava seus movimentos de maneira silenciosa.

— Por que você nunca se sentou com a gente no intervalo? — Jungkook perguntou enquanto ele ligava a cafeteira nova de seu pai. — Jimin se senta com a gente de vez em quando, mas você não... achei que não gostava de mim ou sei lá, até me surpreendi quando Jimin me chamou hoje.

— Eu gosto de você — Taehyung riu, gostava bem mais do que ele imaginava inclusive. — Mas os alfas à sua volta não são... bem, não curtem muito ômegas como eu.

— Como você? — Perguntou confuso. — Legais e gentis?

— Introvertidos e nem um pouco populares — justificou, mas notou a expressão de Jungkook ficar ainda mais confusa.

— Você é muito popular sabia? — Ele respondeu, o que fez Taehyung rir.

— Obrigado por tentar me deixar para cima, mas sei que não é verdade — deu de ombros. — Normalmente as pessoas sequer olham na minha direção duas vezes.

— Pois eu acho que você é muito desatento — Jungkook cruzou os braços com um olhar indignado. — Esses alfas que você diz que são meus amigos, já até deram em cima de você algumas vezes, ou tentaram, porque o Jimin e Namjoon deram uma dura neles.

— O que? — Perguntou confuso.

— É que esses alfas são meio babacas, ando com eles porque infelizmente eu tenho um dedo podre para relacionamentos, então estou sempre rodeado de alfas idiotas — Jungkook explicou. — O jeito deles de dizer que gostaram de você é implicar até que perca a paciência com eles, por isso que estão solteiros até hoje.

— Que ótima tática de sedução — revirou os olhos e riu, o que arrancou algumas risadas de Jungkook também.

— Mas você é popular na escola por ser um ômega bonito e na sua, além que tem essa vibe de mistério a sua volta, sabe? — Jungkook gesticulou com as mãos, o que fez Taehyung rir novamente. — E claro, tem o fato de que você tem um cheiro muito marcante.

— Eu tenho? — Aquilo o deixou confuso.

— Tem, por onde você passa o lugar é tomado por pêssegos, o ambiente sempre fica melhor quando você chega — Jungkook explicou e teve certeza que suas bochechas coraram com o comentário dele. — Os alfas só não voam em cima de você por conta do Jimin e do Namjoon.

— Agradeço a eles por isso — sorriu.

— Você gosta de alguém? — Perguntou com curiosidade, aquilo deixou suas pernas bambas.

— Gosto, mas sei que não é recíproco — respondeu enquanto colocava água na máquina de café.

— É ele ou ela? — Os olhos de Jungkook brilhavam em curiosidade.

— É ele.

— Tenho certeza que se ele te conhecer vai se apaixonar por você rapidinho — disse com tanta certeza que fez as borboletas em seu estômago voarem ouriçadas.

— Acho difícil — riu soprado, mostrou as cápsulas de café e chocolate para que ele escolhesse, assim que ele escolheu a colocou na cafeteira. — E você? Gosta de alguém?

— Não, meu coraçãozinho foi maltratado demais — fez um bico adorável. — Acho que ele nem funciona direito mais, nenhum alfa despertou meu interesse depois do meu ex.

"Alfa", aquela palavra foi um tapa na cara de Taehyung, que sempre soube que não teria chances, mas ouvir ainda era doloroso.

— Você vai encontrar alguém que vai cuidar bem do seu coraçãozinho — Taehyung disse ao caminhar até um armário, para colocar os doces e salgados em um prato.

— Estou ansioso para encontrar essa pessoa — Jungkook respondeu junto a um suspiro.

— Cheguei! — Joohyun gritou da entrada, o que fez Taehyung colocar o dedo indicador nos lábios. — Minha bebê está dormindo? — Ela perguntou e o irmão assentiu.

— Ela dormiu têm algumas horas, vai acordar com fome — Taehyung explicou e Joohyun concordou. Ela deixou a bolsa sobre o sofá e deixou um beijo sobre a testa de Yeri antes de caminhar até eles. — Jungkook essa é minha irmã Joohyun, mãe da Yeri.

— É um prazer — Jungkook sorriu em direção a ela e fez uma pequena reverência. Na hora que sua irmã ouviu o nome dele, o olhar dela foi de encontro ao de Taehyung com uma sobrancelha arqueada.

— Ah sim, é um grande prazer — ela sorriu grande e Taehyung sentiu sua respiração engatar, com medo dela fazer algum comentário impertinente. — É um novo amigo do Tae? Normalmente ele só traz o Jimin e o Namjoon.

— Sim, nos conhecemos apropriadamente hoje — Jungkook respondeu com um sorriso lindo.

— Espero ver você aqui mais vezes então — ela sorriu e encarou o irmão, que estava com as bochechas coradas. — Enfim, eu vou levar a Yeri para o quarto para dar de mamar a ela, o papai vai chegar daqui a pouco, ele te avisou?

— Mandou uma mensagem — Taehyung respondeu, feliz que seu pai chegaria mais cedo, já que ele trabalhava demais e isso o esgotava.

— Ele provavelmente vai querer um almoço em família, já até liguei para o Suho para ele vir — Joohyun caminhou até o carrinho da filha e a pegou com todo o cuidado mundo para não acordá-la. — Convide o seu amigo para almoçar com a gente, o papai vai gostar de conhecê-lo. — Ela piscou em sua direção ao dizer aquilo.

— Você gostaria de ficar para almoçar com a gente? Como ninguém aqui é muito bom na cozinha, provavelmente vamos pedir por delivery, mas garanto um ambiente agradável — Taehyung pediu, com as bochechas coradas.

— Não seria incômodo? Um estranho sentado na mesa com os familiares? — Perguntou um pouco inseguro e Taehyung negou com a cabeça.

— Tenho certeza que todos ficarão muito felizes com a sua presença.

— Bom, se não for incomodar então eu aceito — sorriu.

Taehyung entendeu naquele momento o ditado "saltitando de felicidade", porque era exatamente assim que ele se sentia, sentiu-se até mal pela vontade de matar Jimin no começo da tarde. Jungkook era muito mais legal do que imaginou, dava para entender o porquê de todos o adorarem na escola, ele era simplesmente cativante demais, adorável demais, queria mais do que nunca passar mais tempo ao lado dele. Conversaram sobre diversas coisas, descobriram muitos gostos em comum, como astrologia, Jungkook era doido por signos, estrelas e planetas, disse que seu sonho de criança era ir em um planetário, mas infelizmente o que tinha em sua cidade fechou e ele nunca teve a oportunidade de visitar. Descobriram também o gosto por jogos, principalmente The Last of Us e Beyond Two Souls, o que trouxe ainda mais corda para a conversa deles.

Taehyung estava sendo muito emocionado por dizer que estava completamente apaixonado por Jungkook?

— Nenhum dos meus amigos quis assistir a série de The Last of Us comigo, porque os jogos que eles gostam é de FIFA, Forza Horizon e Overwacth — Jungkook disse com um bico enorme. — Eu gosto de jogos de história, quanto mais cutscene melhor.

— Concordo totalmente! — Taehyung respondeu animado. — Recentemente comprei Detroit Become Human e Until Dawn. Você já ouviu falar?

— Já ouvi falar, mas infelizmente nunca joguei ou assisti alguma gameplay desses jogos — respondeu com bastante interesse. — Mas vi resenhas falando muito bem!

— Quer jogar comigo? — Tomou coragem para perguntar. — Jimin também não curte muito esses jogos, não tenho com quem jogar.

— Eu adoraria! — Jungkook respondeu de maneira animada e pegou o celular que estava em seu bolso. — Me passa seu número? Podemos marcar um dia para jogar.

— Claro — concordou e pegou seu celular do bolso também. Quando seu celular estava nas mãos de Jungkook, sentiu seu coração bater tão rápido em seu peito, que jurou que teria um ataque cardíaco.

"Eu terei o número do Jungkook!", era a única coisa que a mente agitada de Taehyung conseguia assimilar.

— Pronto, já mandei um oi para o meu — Jungkook disse ao devolver seu celular. Ele havia salvo o próprio número como "Kookie <3" o que fez seu coração antes acelerado, quase parar.

— Seu apelido é fofo — Taehyung tinha certeza que parecia um idiota enquanto sorria para o celular.

— O seu também — Jungkook virou a tela do próprio celular para que pudesse ver, seu contato estava salvo como "Tae <3".

Taehyung pensou que não seria tão ruim morrer naquele estado de felicidade, pois seu coração estava a beira de um colapso.

— Estou em casa! — Byunghun gritou ao entrar.

— Bem-vindo de volta pai! — Taehyung disse assim que ele chegou na cozinha.

— Oh, não sabia que tínhamos visitas — seu pai sorriu em direção a Jungkook, que também sorriu em sua direção.

— Meu nome é Jungkook, é um prazer — ele se curvou educadamente e o olhar de Byunghun desviou rapidamente para Taehyung, que mordeu o lábio inferior ao sentir a timidez tomá-lo novamente . Ele falava tanto assim de Jungkook para a família?

— É um imenso prazer te conhecer Jungkook — seu pai abriu um sorriso ainda maior. — Você vai se juntar a nós no almoço?

— Se o senhor não se importar — respondeu tímido e Taehyung quis engolir o próprio punho, ele era adorável demais para o próprio bem.

— Claro que não, eu ficaria muito feliz se você ficasse — Byunghun respondeu e olhou para o filho. — Tete eu vou tomar um banho e já desço para a gente escolher o que comer tá?

— Tudo bem — assentiu e seu pai subiu para o quarto. Quando encarou Jungkook, ele estava com uma ruguinha na testa, mas logo ela desapareceu.

— Sua família é muito legal, me sinto na obrigação de apresentar a minha — disse com um sorriso fofo nos lábios e Taehyung quase desmaiou.

"Ele quer me apresentar para os pais dele, como amigo, claro, não se emociona.", disse para si mesmo silenciosamente.

— Eu ficaria muito feliz — disse Taehyung já em estado de completa felicidade.

(...)

Taehyung estava radiante quando acordou na manhã seguinte.

O almoço em família foi incrível e ficou ainda melhor com a presença de Jungkook, que conversou com seu pai sobre diversos assuntos, todos a mesa se encantaram pelo ômega assim como ele, era um poder dele, fazer todos se apaixonarem por sua personalidade meiga. Na hora de ir embora, Byunghun insistiu em levar Jungkook para casa e Taehyung foi junto, notou que eles não moravam tão distantes um do outro, apenas alguns quarteirões após a casa de Jimin. Claramente sua noite havia sido perfeita, dormiu como um anjo, pois não só se aproximou do menino que gostava como também conseguiu o número dele, diria que estava nas nuvens. Quando acordou para ir para a escola estava irradiando felicidade, seu pai passou o tempo todo conversando consigo sobre Jungkook e como ele era adorável, Taehyung só podia concordar, porque de fato ele era mesmo.

— Esse sorriso me diz que eu tive a melhor ideia do ano — Jimin sorriu ao vê-lo na entrada da escola. Taehyung não conseguiu conter um sorriso ainda maior de surgir em seus lábios e correu para abraçar o melhor amigo.

— Você é incrível Chim! — Respondeu após se afastar do abraço. Pegou o celular que estava em seu bolso, abriu o chat e mostrou que havia trocado mensagens com Jungkook depois que ele chegou em casa.

— Eu disse para você que ele era legal! — Jimin abraçou seus ombros e caminhou junto a ele para dentro da escola.

— Eu deveria saber que você sempre tem razão — amaciou o ego de Jimin, que empinou o nariz com um sorriso convencido. — E seu irmão? Ele está bem?

— Está sim, é somente um resfriado, hoje minha mãe tirou o dia de folga para ficar de olho nele — respondeu e Taehyung assentiu aliviado. — E então? O que vai fazer para flechar o coraçãozinho do Jungkook?

— Não sei se tenho chances, Chim — suspirou. — Ele disse que não está procurando um relacionamento agora e que não encontrou nenhum alfa que despertasse seu interesse depois do ex.

— Não procurar não significa que vai recusar caso alguém procure por ele — disse assim que pararam de frente para os armários. — E eu tenho certeza absoluta que ele vai se apaixonar rapidinho, ele se encantou por você assim que começaram a conversar, apenas nunca passou pela mente dele a possibilidade de ter algo a mais do que uma amizade, basta apenas abrir essa nova porta para ele.

— Eu não sei — respondeu após guardar a mochila. — Eu escrevi mais uma carta, estar com ele me deixou ainda mais motivado para me declarar, mesmo que ele não me aceite, quero que ele se sinta bem com as minhas palavras.

— Você é um fofo Tae — Jimin sorriu em sua direção. — Vai no seu ritmo, não tem necessidade de se preocupar, agora que são amigos, você tem todo o tempo do mundo para tentar.

— Você quer ler o que eu escrevi para ele? — Taehyung perguntou e os olhos de Jimin brilharam, ele assentiu diversas vezes em animação enquanto pegava o rascunho no bolso de sua mochila. — Promete que não vai rir ou me achar brega.

— Que tipo de babaca você acha que eu sou? — Perguntou com os olhos vidrados na carta, ansioso para lê-la. Taehyung riu e entregou a ele, porque sabia que dentre todas as pessoas, Jimin era a que mais apoiava as suas decisões.

Taehyung caminhou até estar do lado dele, para acompanhá-lo na leitura.

"Querido Jungkook, sou eu novamente.

Às vezes eu me pego assemelhando algumas coisas a você, como a constelação de Órion que eu mencionei na outra carta, porém, algumas vezes eu penso em você ao ver coisas aleatórias, como o ônibus. Estranho não é?

É que às vezes eu imagino como seria se você estivesse sentado comigo no ônibus quando meu pai não me leva, será que seria mais divertido? Sobre o que nós iríamos conversar? É estranho sentir sua falta quando nem mesmo nos conhecemos?

Você foi e ainda é, a primeira pessoa pela qual eu me apaixonei, poderiam até dizer que foi por conta de sua beleza digna de uma escultura do Michelangelo, mas o que me cativou mesmo foi quando seus olhos se tornaram pequenos com o enorme sorriso que brotou em seus lábios.

Às vezes me pego imaginando, seria seus lábios tão doces quanto seu cheiro de cereja?

Assinado, Tete."

— Porra que lindo — Jimin disse com uma expressão exagerada de emoção.

— Está bom? Acha que ele vai gostar? — Perguntou ao sentir a insegurança invadir sua mente. Jimin lhe devolveu a carta e a guardou dentro de um dos muitos bolsos de sua mochila.

— Tae, ele vai amar — disse com toda a certeza do universo, antes de segurar em sua mão e caminhar até a sala de aula.

— Eu espero que sim...

Assim como havia feito antes, Taehyung deixou a carta em um momento que sabia que ninguém estaria nos corredores dos armários e voltou para a sala logo em seguida. Durante o intervalo Jimin e Taehyung esgueiraram pelos corredores novamente, para que vissem a reação de Jungkook assim que lesse a carta, o que não demorou muito a acontecer. Assim que ele abriu o armário e viu o envelope um sorriso enorme surgiu em seus lábios, ao contrário de antes, Jooheon não estava lá para fazer gracinhas, por isso sentiu-se extremamente aliviado. Pôde ver os olhos dele brilharam a cada palavra lida em sua carta, o sorriso que no dia anterior havia demorado a surgir e agora estava lá desde o início, como se esperasse por sua carta. Jungkook com todo o cuidado do mundo guardou a carta dentro do envelope novamente e a colocou dentro de um livro, tudo com um sorriso gigante nos lábios.

— Vamos falar com ele! — Jimin disse após puxá-lo pelo braço, sem lhe dar espaço para contestações.

— Espera, agora?! — Perguntou assustado, mas sequer teve como fugir, pois Jungkook os viu e seu sorriso aumentou.

— Oi Tae, oi Jimin! — Ele os cumprimentou de maneira animada, o que quase causou um infarto em seu coração emocionado.

— Olá Kookie — respondeu com as bochechas coradas e se possível o sorriso de Jungkook aumentou ainda mais.

— Nossa, mas já estão nesse nível de intimidade? — Jimin perguntou chocado e Jungkook riu.

— Nos tornamos amigos muito rápido, o Tae é mais legal do que eu imaginei — respondeu de maneira natural, o que fez o sangue se acumular nas bochechas de Taehyung a ponto de deixá-las quentes. — Vocês vão passar o intervalo com a gente hoje?

— A gente inclui o Jooheon? — Jimin perguntou com uma careta.

— Podemos ignorar a presença dele, faço isso o tempo todo, porque infelizmente eu não posso expulsar ele da escola — Jungkook suspirou e Jimin riu.

— Por mim tudo bem, assim consigo passar mais tempo com o Nam — ele concordou e olhou em direção a Taehyung.

— Contanto que eu não fique perto do Jooheon tudo bem — Taehyung concordou e Jungkook só faltou pular de felicidade.

— Vamos, eu vou te apresentar aos meus amigos de verdade — segurou na mão de Taehyung, que puxou Jimin junto com ele. Tinha medo de deixar levar pelo tsunami que era Jungkook e acabar se afogando por livre e espontânea vontade. — Se dermos sorte, o Jin não faltou hoje.

— Achei que ele tinha se transferido — Jimin disse junto a uma risada.

— Ah não, ele só é turista na escola mesmo — Jungkook respondeu com humor. — Você vai gostar dele Tae, ele é tão inteligente quanto você, por isso não vem para a escola, porque ele sabe que mesmo faltando muito, as notas dele não vão cair.

Taehyung sentia seu coração acelerar de uma maneira preocupante, temia que realmente tivesse uma taquicardia, somente por ter sua mão junto a de Jungkook. Quando chegaram até a mesa onde o via sentado junto com os amigos todos os dias, Taehyung se sentou e pegou a bombinha em seu bolso, respirou fundo e disparou o remédio em sua garganta, o oxigênio voltou a entrar em seus pulmões como deveria e sentiu seus batimentos se acalmarem um pouco. Jungkook o apresentou a todos os seus amigos, que eram Jin e Hoseok — pois Namjoon ele já conhecia — estranhamente, todos foram muito fofos com ele, realmente tinha uma impressão errada da galera popular da escola, fora Jooheon, ele realmente era um grande babaca e ninguém do grupo de Jungkook parecia gostar dele.

— Tae posso fazer uma pergunta meio invasiva? — Jungkook perguntou quando estavam sentados lado a lado.

— Claro — respondeu curioso.

— Notei que você usa a bombinha com frequência, seu quadro de asma é assim tão grave? — Ele perguntou com os olhos fixados aos seus. — Meu primo tem asma, mas ela foi melhorando a ponto dele ter deixado a bombinha de lado na adolescência, somente os remédios eram suficientes...

— Eu tive um diagnóstico tardio — suspirou com um sorriso, apesar de não ser algo engraçado. — Quando pequeno, eu estava apresentando sintomas estranhos e como meu pai é médico, não demorou a me levar para o hospital para fazer exames após notar, mas o médico que me atendeu não fez uma boa investigação do meu caso e deduziu que eu tinha cardiopatia. Então, durante quase toda a minha infância eu tratei o meu coração e não os meus pulmões, o que gerou o agravo da asma.

— Meu Deus...

— Pois é, agora eu estou correndo atrás do tempo perdido de tratamento, mas meus sintomas ainda são fortes e minhas crises também.

— Como vocês descobriram e começaram a tratar a asma? Se não for incomodo responder.

— Eu tive uma crise asmática que me levou ao hospital e apesar de não ser tarde demais para tratar, meus pulmões ficaram bastante comprometidos — respondeu junto a um suspiro. — Meu pai que correu atrás do meu diagnóstico, eu fui levado para o hospital onde ele trabalha, então os amigos dele fizeram uma investigação mais a fundo e descobriram a asma.

— Eu estranhei porque vi você usar a bombinha várias vezes — Jungkook estava com um olhar distraído em um ponto no refeitório. — Acontece o tempo todo ou tem um gatilho?

— Normalmente tem um gatilho — suas bochechas coraram, pois não podia dizer que seu coração acelerava quando o via e lhe dava falta de ar. — Tenho crises quando passo por situações estressantes, exercícios físicos muito intensos ou algo que acelere o meu coração, como a ansiedade.

— Você se sente ansioso perto de mim? — Jungkook perguntou com os olhos fixos aos seus. Aquilo fez seu coração acelerar como nunca antes, a ponto de lhe causar falta de ar, queria pegar a bombinha, mas se fizesse isso, ele saberia que sim, Taehyung se sentia ansioso perto dele.

— Olha, temos novos integrantes no nosso grupo? — Jooheon surgiu de repente e Taehyung aproveitou a distração para inalar o remédio da bombinha.

— Você não é do nosso grupo — Jin disse relaxado no banco, ele conversava com Jimin e Namjoon.

— Nunca foi aliás — Hoseok concordou, ele estava distraído enquanto mexia no celular.

— Ah que isso, somos amigos, não é? — Jooheon perguntou ao abraçar os ombros de Jungkook, mas ele rapidamente o afastou.

— Não toca em mim, não somos amigos — Jungkook revirou os olhos.

— Tudo bem, tudo bem — Jooheon levantou os braços em rendição e caminhou até Taehyung. — E você bonitinho? Vamos ser amigos?

Taehyung viu o exato momento onde Jooheon, o alfa mais babaca e mulherengo da escola, esticou a mão para tocar em seu rosto, mas Jungkook segurou seu pulso antes mesmo que pudesse encostar nele. O alfa pareceu surpreso com a força que Jungkook segurou em seu pulso, pois arregalou os olhos e o encarou com pavidez, todos que estavam sentados também encararam a cena com choque. Um silêncio ensurdecedor tomou conta do grupo antes de Jungkook soltar o pulso de Jooheon com força, o que o deixou ainda mais chocado, normalmente ômegas não enfrentam alfas de maneira tão direta, por isso Taehyung também estava estático no lugar enquanto observava. Sua irmã enfrentava os alfas que lhe cantavam na rua, mas ela era uma adulta que lutou a vida inteira, Jungkook era apenas um ômega de dezessete anos que nem havia terminado o terceiro ano do ensino médio.

— Não se aproxime dele, não fale com ele e não toque nele — Jungkook disse com uma expressão séria e irritadiça.

— Uou, calma, para que tudo isso? Eu só queria cumprimentá-lo — Jooheon perguntou chocado.

— Ele não é alguém para você tocar com essas suas mãos imundas Jooheon, cai fora — Jungkook fez um gesto com a mão para ele sair, como se ele não fosse absolutamente nada. — E não chegue perto dele ou eu te arrebento.

Jooheon não disse uma palavra antes de simplesmente assentir e caminhar para longe com uma expressão de poucos amigos, aquilo deixou Taehyung temeroso, pois a cara dele dizia que não deixaria aquilo barato. Mas todo o temor se foi no momento em que Jungkook virou-se em sua direção com um sorriso lindo, seus olhos brilhavam ao refletir a beleza da constelação de Órion que tanto o encarava. Não teve jeito, vê-lo ser tão adorável daquela maneira acelerou seu coração de uma maneira que sabia que teria que ir ao médico, estava usando a bombinha de asma muitas vezes no dia por causa de Jungkook. Assim que colocou a bombinha na boca escutou Jimin rir, pois ele sabia o motivo de suas constantes falta de ar perto do ômega com cheiro de cerejas.

— Jungkook vai com calma ou você irá matar o Tae — Jimin gargalhou logo em seguida.

𖥸

Eita como é emocionado!
(autocrítica)

Vimos que o nosso lobinho é protetor hein?

O que estão achando?

User do twitter para fofocar comigo: @alanizita_

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