Oi queridos leitores
Voltei das férias e voltarei a postar normal
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— Ela será sua dama de companhia e também sua segurança. Bellatrix é uma selvagem, mas colocaremos um tradutor nela. Ela começará amanhã.

— Tá, papai.

No dia seguinte, Melisande foi acordada por sua empregada, mas dessa vez acompanhada pela nova companhia da garota. Sua rotina correu como de costume: ela se lavou, trocou-se e foi para as aulas da manhã, que consistiam em Prendas Domésticas, Princípios Humanos, Etiqueta, Culinária e Costura.

Após as aulas matutinas, as empregadas a prepararam devidamente para a hora do chá, o momento favorito de Melisande, pois era quando finalmente podia ver Aurora. Durante o chá com sua mãe, a rainha, e sua meia-irmã Caelia, Melisande mantinha Aurora em seu colo, como sempre. Depois do chá, as empregadas a trocaram novamente para as aulas da tarde, que incluíam piano, bordado, pintura clássica e valsa.

Já era final de tarde quando Melisande, sentada em um banco no meio do jardim, finalmente se viu sozinha com Bellatrix.

— Você ficou quieta o dia inteiro. Está cansada? — perguntou Melisande com um sorriso gentil.

Bellatrix inclinou levemente a cabeça, parecendo confusa, mas respondeu com naturalidade:

— Não tinha o que falar, minha senhorita. Na verdade, eu é que deveria te perguntar isso. — Ela ajustou sua postura, deu um breve sorriso e continuou: — Como a senhorita aguenta essa rotina todos os dias?

Melisande sorriu, respondendo com simplicidade:

— Costume. Bellatrix, me trate informalmente quando estivermos a sós. Odeio formalidades desnecessárias. — Ela sorriu novamente, deixando claro que falava sério.

Bellatrix assentiu e aproveitou a liberdade dada:

— Já que posso falar abertamente, por que você troca de roupa tantas vezes? Fiquei até tonta com a quantidade de roupas que coloquei em você hoje.

Melisande riu do comentário.

— É verdade, cada roupa precisa se adequar à ocasião. Se estou estudando, uso algo apropriado para os estudos, e assim por diante.

— Deve ser cansativo.

— O quê? — perguntou Melisande, meio confusa.

— Seus dias. Passar o dia todo sem fazer o que gosta e sem ter tempo para você mesma.

— Ah... Na verdade, eu até gosto de tocar piano, mas você tem razão. Não posso fazer o que gosto sempre. Mas ninguém pode, certo? Por que seria diferente comigo?

— Sei lá, talvez porque você é uma princesa.

— Justamente por isso. É exatamente por ser princesa que não faço o que quero. Mas uma coisa é certa: meu pai não vai escolher meu marido.

— Por quê?

— Porque eu não quero me casar com alguém por quem não tenha o mínimo de afeição.

— Entendi. Quando minha senhorita se casar, então terei três anos para encontrar um marido para mim, certo?

— Isso mesmo.

— Jovem princesa, o que você gostaria de fazer, algo que realmente quisesse, mas não pode?

— Artes marciais e luta com espadas. Sempre amei esse mundo, por isso gosto de assistir meu irmão treinar.

— Eu vou te ajudar com esse sonho, princesa.

— Sério? — perguntou Melisande, surpresa.

— Sim.

Após entender a agenda da princesa, Bellatrix percebeu que ela tinha um dia em que podia visitar a aldeia duas vezes por mês. Na primeira oportunidade, Bellatrix preparou a carruagem.

— Pra que tudo isso? — perguntou Melisande, curiosa.

— Vou realizar seu desejo, princesa.