Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Cartas para Jungkook

Kim Taehyung

— Se você só ficar encarando ele não vai acontecer nada, sabia? — Jimin disse enquanto comia sua maçã distraidamente.

— Realmente precisa acontecer alguma coisa para eu admirar ele a distância? — Taehyung suspirou, deitando a cabeça sobre as pernas de seu melhor amigo. 

— Por que não fala com ele? 

— Não tenho coragem para isso, você sabe — suspirou novamente fechando os olhos, o dia estava ensolarado, não estava muito quente e havia uma brisa gostosa deixando tudo ainda mais perfeito. — E tenho certeza que ele me rejeitaria, olha pra ele, vivemos em mundos diferentes.

— Você só vai conversar com ele, não pedi-lo em casamento — revirou os olhos. — Vocês moram no planeta terra, respiram o mesmo ar, moram na mesma cidade e estudam na mesma escola, você que fica colocando barreiras desnecessárias — ele disse terminando de mastigar sua maçã.

— Correção, nosso círculo social é completamente diferente — disse olhando para sua paixão platônica rodeado de gente popular. — Ele é o ômega mais popular dessa escola e eu sou o mais invisível, não tem como ser mais realista do que dizer que ele está no topo da cadeia alimentar e eu na base dela.

 — Você faz umas analogias muito desnecessárias — revirou os olhos. — O Jungkook é apenas alguém sociável e extrovertido, é o seu oposto? Sim, mas não tem uma lei da atração que diz que os opostos se atraem? Vocês se completam, tipo Yin-Yang.

— Agora é você que está fazendo analogias desnecessárias — riu soprado vendo Jimin lhe mostrar a língua.

— A questão é que ele é sociável demais para ignorar você Tae, tenho certeza que seriam bons amigos, até mais que isso.

— Nasci na classe errada para isso, Chim — suspirou frustrado. — Ele gosta de alfas, está mais do que claro que ele nunca olharia para outro omega com o mesmo olhar que olha para um alfa. 

Taehyung soube que havia dado um argumento válido quando Jimin ficou em silêncio, não havia como ele lhe consolar ou lhe dar incentivos quando não sabia qual seria a reação de Jungkook, era raríssimo um relacionamento entre dois ômegas ou dois alfas dar certo, já que todos diziam que eram incompatíveis, era uma hipótese impossível. Quando Taehyung contou para Jimin que estava romanticamente atraído por um ômega, ele não o julgou, mas deu para notar por seu semblante que era algo difícil de se digerir e entendia isso, por isso deu tempo para ele absorver a notícia.

Em uma sociedade que colocou alfas e ômegas juntos como algo “natural”, as pessoas não aceitavam qualquer outro relacionamento diferente, mesmo que o gênero de nascença fosse homem e mulher, apenas não era aceito, alfas nasceram para ficar com ômegas e vice-versa. Taehyung sempre soube que era diferente, que embora fosse bom o cheiro dos alfas, não era atrativo, mas teve certeza no momento em que teve seu primeiro cio, pois clamou por um cheiro adocicado para lhe satisfazer, percebeu ali que teria dificuldades em encontrar um parceiro, já que seu corpo se recusava a aceitar a presença de alfas na cama, fossem homem ou mulher.

Seu pai estranhou, obviamente, por seu filho não clamar por um alfa em seu heat, já que era o “normal” a se fazer, haviam combinado que Yoongi um amigo próximo iria ajudá-lo em seus cios, assim como ajudaria nos dele, mas no momento em que o alfa entrou em seu quarto, seu lobo o rejeitou. Embora a amizade entre os dois não tenha acabado, aquilo deixou o lobo de Yoongi amuado por um tempo, por conta da rejeição de um ômega no cio, algo que era extremamente raro de acontecer. Taehyung depois daquele dia passou seus cios sozinho, tendo que ir ao médico todo mês para que fosse medicado diretamente na veia.

Seu pai também era médico, explicou a ele que mesmo sendo raro podia acontecer dos lobos se atraírem pela mesma classe, não tinha nada de anormal e antinatural, era apenas raro e diferente do comum. Taehyung ficou mais tranquilo, mas não menos preocupado, podia ver que mesmo seu pai tendo a mente aberta e lhe explicado que não havia nada de errado com ele, apenas temia que sofresse algum tipo de preconceito no futuro, pois se havia uma coisa que as pessoas eram boas, era em condenar as diferenças dos outros por não serem como a maioria. Seu pai o aceitou, sua irmã o aceitou e Jimin também, mas que garantias ele teria de que todos seriam como eles? 

— Ele te aceitaria Tae — Jimin disse após um tempo em silêncio, como se lesse seus pensamentos.

— Você não tem certeza disso — disse inabalável, já havia se conformado com aquela realidade, nenhum ômega trocaria um alfa por ele. — Estou bem apenas admirando-o de longe.

— Você podia ao menos tentar, sabe? — Jimin disse deixando o resto de sua maçã de lado, para acariciar seus cabelos. — Você é um garoto incrível, muito inteligente, atencioso e vamos falar a verdade, muito brega e bobinho, mas é um charme.

— Ei! — Fez um bico indignado.— Não sou brega, sou um amante de literatura, isso faz de mim um romancista nato!

— Se você diz — riu de sua cara de indignação. — Mas isso tudo é algo extremamente raro de se encontrar Tae, olha o Nam por exemplo, acha que eu me apaixonei por ele por conta de sua aparência?

— Hã… Sim? Você não parava de falar que ele era muito lindo, o alfa dos seus sonhos e bla bla bla, vai bancar o rogado agora?

— Cala a boca Taehyung, eu tô filosofando — deu um tapa fraco em sua testa, fazendo-o rir e assentir, disposto a ouvir as divagações sonhadoras de seu melhor amigo. — Claro que ele é muito lindo e tals, mas o que fez eu me encantar por ele foi o cérebro incrível dele, o jeito fofo que ele sorri, a forma carinhosa que ele me trata, ser bonito foi apenas um bônus. A gente se atrai pelo exterior, mas se apaixona pelo interior.

— Acha que o Jungkook se atrairia pelo meu exterior? Eu tenho um estilo completamente diferente do dele — virou-se para encarar o omega com cheiro de cerejas sentado em sua roda de amigos, ele ria enquanto um alfa circulava seus ombros. — Meu interior é tão estranho quanto.

— Você não tem espelho em casa não? Ou isso é só para eu te elogiar e inflar seu ego já grande?

— Não sou nenhuma beldade Chim.

— Ah você é sim, sabe que se eu não tivesse comprometido eu já tinha traçado você — disse calmamente, fazendo Taehyung lhe encarar de cenho franzido.

— Me traçar? Eu sou o que? Sua janta? — Perguntou indignado.

— Poderia ser se quisesse — piscou para ele. Taehyung fez uma careta de nojo e Jimin riu alto. — Mas voltando ao assunto, você poderia ao menos dar a ele a chance de lhe conhecer, ver o quão incrível você é.

— Não tenho coragem Chim, sabe disso, uma rejeição deixaria meu lobo angustiado, lembra do que aconteceu com Yoongi? Ele ficou mal por semanas, me sinto culpado até hoje por isso.

— Não foi culpa sua e ele nunca te culpou por isso também.

— Mesmo assim — suspirou com pesar.

— Tae nós temos que lidar com rejeição a nossa vida toda, seja amorosa, no trabalho, na vida… Infelizmente é assim que as coisas funcionam, nem tudo sai da forma que esperamos, temos que aprender a lidar com decepções a todo momento — continuou fazendo cafuné em seus cabelos. — Mas não é por isso que você deve se privar de se arriscar com medo do resultado, nunca saberá se poderia dar certo ou errado se não tentar.

— Você anda falando umas coisas bem inteligentes nos últimos minutos — Taehyung levantou seu olhar, encarando-o. — Sua maçã tava podre?

— Vai se foder? — Apertou seu nariz, fazendo-o rir.

— Mas… Acho que você está certo — divagou nas possibilidades, se desse certo estaria namorando Jungkook futuramente, se desse errado, continuaria da mesma maneira que estava agora, cada um seguindo por seu caminho, longe um do outro. — Mas isso não muda o fato de que eu não tenho coragem de ir me confessar, é precipitado demais, assustador demais, acho que ele nem sabe que eu existo. E se ele não for como nas minhas fantasias? E se ele caçoar de mim por eu ser um ômega quebrado?

— Você não é quebrado Tae, assim como ele não é babaca — Jimin devia saber do que estava falando, já que seu namorado era um dos melhores amigos de sua paixão adolescente. — Conquista ele aos poucos então.

— Como? — O encarou, vendo-o dar de ombros.

— Não é você o romancista nato? — Riu do bico que surgiu em seus lábios. — Não tem nada nos livros de romance que você lê que pode te ajudar?

— Em casa eu farei uma pesquisa.

(...)

— Eu queria fazer uma pesquisa, mas está difícil, sabe? — Taehyung disse com a voz carregada de sarcasmo, olhando para sua irmã mais velha. Ele estava ninando sua sobrinha, que estava quase adormecendo em seus braços.

— E eu com isso? — Joohyun o encarou com as sobrancelhas erguidas, enquanto passava esmalte nas unhas.

— A filha é sua, por que sou eu que está cuidando dela enquanto a bonita da mãe está fazendo as unhas? — Perguntou andando pela sala, balançando Yeri para que ela adormecesse.

— Porque eu precisava de um otário disponível e infelizmente o pai dela não está aqui, então só sobrou você — disse como se não fosse nada demais.

— Nunca seja igual à sua mãe — Taehyung acariciou as costas de sua sobrinha, ouvindo-a ressonar baixinho. — O que ela tem de bonita tem de arrogante.

— Obrigada — ela disse sorrindo, tomando cuidado para não borrar as unhas. — Falando nisso, onde está o papai?

— Ele disse que ia chegar mais tarde do trabalho hoje, o plantão é dele.

— Fala para ele que eu trago a Yeri na folga dele então, hoje eu preciso ir para casa antes de anoitecer, ela está tendo noites ruins por causa das cólicas e nosso pai precisa descansar — Taehyung assentiu, pois seu pai chegava em casa extremamente cansado do trabalho. 

— Onde o Suho está? Não vi ele desde que eu cheguei.

— Foi comprar o nosso almoço.

— Vai fazer ele cozinhar pra gente? — Ela assentiu. — Meu deus, como ele te aguenta? Você faz o coitado de empregado.

— Ele que se ofereceu! Sabe que ele gosta de cozinhar e como assim me aguenta? — Joohyun o encarou com incredulidade. — O Suho me ama e eu não faço ele de empregado.

— Faz assim, ele faz todas as suas vontades como se você fosse a mestra dele e não a esposa.

— Porque talvez eu seja mesmo — ela sorriu maliciosamente e Taehyung fez uma careta.

— Nossa, você é muito desnecessária — revirou os olhos, caminhando até o carrinho de bebe, deixando Yeri já adormecida sobre os cobertores fofos. — Hyun…

— Hm?

— Como o Suho te conquistou? — Virou-se para encará-la. — Você sempre nutriu um desprezo por alfas… O que ele tem que os outros não tem?

— O Suho é diferente dos alfas babacas que vieram para cima de mim como se eu fosse um pedaço de carne, achando que podiam arrancar um pedaço — ela revirou os olhos. 

Joohyun odiava alfas com todas as suas forças, pois quando era mais nova, um deles tentou violentá-la, mas graças ao pai deles, o alfa nojento não havia conseguido concretizar o ato. Byunghun era um pai muito amoroso e cuidadoso, mas no dia que encontrou o primo tentando violentar sua filha, ele quebrou o juramento que fez ao se tornar médico e mandou o alfa para o hospital, deixando-o em um estado deplorável. Do hospital o alfa foi direto para a prisão, Taehyung era muito pequeno na época, nunca soube o nome dele e nem fazia questão de saber. Depois daquilo, Joohyun transformou seu medo em ódio, entrando em diversas aulas de defesa pessoal, para que nenhum alfa a tocasse sem sua permissão novamente.

Taehyung a admirava demais por isso.

— O que ele fez? — Taehyung perguntou curioso.

— Me deu flores — sorriu boba, enquanto terminava de pintar suas unhas. — Me cortejou e me presenteou com chocolates, ele foi tão fofo que aos poucos meu coração foi amolecendo. Ele me valorizou, me viu como Joohyun e não como uma “ômega”, esse é o diferencial dele, ele não é um babaca.

— Fico feliz em saber disso — Suho disse de repente, assustando os dois. Ele estava na frente da porta com duas sacolas na mão e um sorriso enorme no rosto. — Eu planejei muito como eu ia falar com ela Tae, tinha que ver, meus irmãos me zoam até hoje porque eu ficava fazendo planinhos para falar com ela.

— Achei fofo — Taehyung sorriu, vendo ele caminhar até Joohyun e deixar um selar sobre seus lábios, para logo em seguida caminhar até Yeri e deixar um beijo delicado sobre seus cabelos.

— Eu queria fazer algo diferente, que mostrasse para ela que eu era diferente também, então em vez de usar a mesma abordagem que os outros alfas, eu decidi seguir a abordagem dos filmes de romance que eu assistia — Suho disse deixando as coisas em cima da bancada da cozinha. — Eu queria que ela enxergasse a si mesma da maneira que eu a enxergava, sabe?

— Tem alguma dica para me dar? — Taehyung perguntou esperançoso.

— Finalmente vai se confessar para aquele omega com cheirinho de cereja? — Joohyun disse encarando-o com um sorriso enorme, enquanto o seu morria, dando lugar a palidez.

— Como você sabe…?

— Você fala sozinho, sabia? — Ela riu. — Fica divagando sozinho pela casa, fica falando o quanto ele é bonito e fofo.

— Tá bom chega — pediu desviando o olhar, sabia que provavelmente estava com as bochechas coradas.

— Seja você mesmo — Suho disse rindo, enquanto organizava as coisas que havia comprado em cima da bancada da cozinha. — Você é um garoto de ouro Tae, tenho certeza que ele vai se encantar por você de qualquer maneira.

— Mas eu não sei o que fazer — disse manhosamente, se jogando em cima do balcão. — Como eu faço ele gostar de mim se nem coragem para falar com ele eu tenho?

— Não precisa falar com ele diretamente — Joohyun disse fechando o esmalte e checando suas unhas. — Você pode mandar uma mensagem para ele.

— Não tenho o número dele — fez bico.

— Manda uma cartinha — Suho disse estalando os dedos, parecendo ter a ideia do milênio. — Você é ótimo com palavras, podia mandar cartinhas para ele dizendo como se sente, como você o vê, tenho certeza que ele vai se encantar.

— Isso… É uma ótima ideia! — Taehyung se animou. — Assim não preciso conversar diretamente com ele e nem dizer quem eu sou de cara.

— Tirando o fato que receber cartas é muito fofo — Suho disse tão empolgado quanto ele.

— Vocês são tão piegas — Joohyun disse caminhando até o balcão, se sentando ao lado de Taehyung. 

— Não foi por isso que você se apaixonou por mim? — Ele perguntou sorrindo.

— Não, foi depois que eu descobri que você vem de uma família rica — ela sorriu grande.

— Suho fala a verdade, o que viu nela? — Taehyung disse com uma careta. — Ela é tão delicada quanto um coice de mula. Você é masoquista?

— Ele é — ela disse rindo.

— Eu apenas gosto do jeito dela Tae — Suho riu.

— Do jeito dela? — Taehyung encarou sua irmã. — Bruta e grossa?

— Você tirou o dia para me ofender, né? — Joohyun o encarou com o cenho franzido. — Projeto de nerdola.

— Pelo menos o nerdola não vai precisar ser bancado no futuro, já que eu vou ter estudado para não viver na asinha de ninguém — sorriu ladino.

— Você tem inveja porque eu sou tão linda que eu não preciso estudar para conseguir um emprego bom — empinou o nariz. — Quer ver meu extrato bancário? Do quanto eu ganho só deixando eles tirarem fotinhos do meu rostinho lindo?

— Engole sua arrogância e se engasgue por favor — Taehyung revirou os olhos. 

— O Tae tem potencial para ser modelo também amor, olha o rostinho dele, vale milhões — Suho disse rindo da discussão infantil dos dois.

— Suho é melhor tu ficar quietinho se não quiser dormir na varanda — ela disse apontando suas unhas enormes e coloridas para ele, que ergueu os braços em redenção. — Mas enfim, o Suho deu uma ótima ideia Tae, eu já li as cartinhas que você escrevia para o papai de presente, você sempre foi bom com palavras.

— Acham que ele vai gostar? Que ele não vai me achar bobo? — Estava muito inseguro com a possibilidade de abrir seu coração e ser ridicularizado por isso.

— Não vai — ela garantiu sorrindo. — Mas caso ele ache, quer dizer que ele não é o cara certo para você, já que não valoriza gestos pequenos e românticos como esse. Você merece estar ao lado de alguém que te valorize Tae, nunca deixe ninguém tirar isso de você, sua meiguice e inteligência é o que te faz diferente.

Taehyung sorriu, sentindo-se lisonjeado, sua irmã embora fosse uma mulher bruta, era muito carinhosa e fazia de tudo para colocá-lo para cima, por isso deixou um beijo em sua bochecha e correu para seu quarto, pronto para colocar seu plano em prática. Iria escrever cartas, então precisava de envelopes e papéis bonitos, coisa que ele não tinha em sua casa, então quando chegou ao seu quarto correu até sua cômoda, pegando suas economias — ganhas cuidando de sua sobrinha algumas vezes — e guardando na capinha de seu celular, pronto para ir para uma papelaria.

Avisou sua irmã e Suho que estava saindo e pegou sua bicicleta na garagem, estava ansioso, pensando no que diria na carta que escreveria para Jungkook, se abrindo para ele sobre seus sentimento, que nutria por quase dois anos. Quando enfim Taehyung chegou ao primeiro ano do ensino médio conheceu Jungkook, um ômega transferido de outra escola e foi no primeiro dia de aula que ele viu o mundo parar de girar. Jimin estudava com ele desde o fundamental, eram amigos desde muito pequenos, por isso ele notou na hora que Taehyung havia se encantado por ele.

Mas na época ele não imaginava que era no sentido romântico da palavra.

Quando chegou à papelaria procurou por envelopes, teria pegado o envelope vermelho, se não tivesse ouvido Jungkook dizer uma vez que sua cor favorita era roxo, apesar de todas suas roupas pretas. Comprou uma caneta perfumada e papéis para carta, saindo de lá apenas quando comprou um pacote de cada, sorrindo feito bobo ao voltar para sua bicicleta. O caminho para casa foi feito mais rápido que antes, praticamente voou sobre o asfalto, ansioso para chegar em casa e colocar todos os seus sentimentos no papel, mas quando chegou e correu para o seu quarto, surgiu uma questão importantíssima.

— O que eu vou escrever? — Disse olhando para os papéis em cima da sua mesa, estava ofegante demais e estava com dificuldades em controlá-la, por isso pegou sua bombinha e a colocou em sua boca. 

Depois de guardar a bombinha após respirar fundo, colocou a mão sobre sua boca e ficou encarando o papel, como se aquilo fosse despertar qualquer tipo de ideia sobre o que escrever, pois em sua cabeça passava um turbilhão de palavras desconexas, elogios e declarações que não faziam qualquer sentido quando postas juntas. Ele tinha inúmeros elogios a fazer a ele, mas por onde começar? Ficou quase meia hora olhando para os papéis em sua mesa, levantou-se e andou pelo seu quarto, sentou-se novamente e colocou as mãos sobre a cabeça. Como podia ser tão difícil escrever uma carta?!

— Estou começando a ficar com dó — Joohyun disse de repente, assustando-o, ele não tinha notado que ela estava parada no batente da porta.

— Hyun… — Taehyung resmungou manhoso. — Eu não sei o que escrever! Como que se declara a alguém? Por que é tão difícil escrever o que eu sinto?

— Você não precisa exatamente se declarar para ele saber que você gosta dele sabia? — Ela se aproximou e encostou seu quadril na mesinha de seu quarto, sorrindo para ele com doçura. — Eu vou te emprestar, mas se você perder eu mato você! — Ela estendeu um bolinho de envelopes.

— O que é isso? — Ele pegou com cuidado, vendo diversos envelopes coloridos. 

— As cartas que o Suho escreveu para mim — o sorriso não saiu de seus lábios.

— Você ainda guarda elas? — Arregalou os olhos.

— Claro que sim, ele demorou muito para escrevê-las, tomou muita coragem para me entregar, eu não podia simplesmente jogá-las fora — deu de ombros, como se não fosse nada demais, mas Taehyung sorriu ao notar suas bochechas rosadas. — Eu morava com vocês quando ele me entregou elas, por isso sempre as deixei guardadas no meu antigo quarto. Talvez elas ajudem você a ter algumas ideias, se o seu ômega for como eu, ele irá se encantar pelas cartas assim como eu me encantei.

— Obrigado Hyun! — Ele se levantou e abraçou sua irmã, que sorriu e retribuiu seu abraço. — Eu vou cuidar delas com muito cuidado.

— Acho bom, se você estragar uma delas eu estrago um dos seus bonecos da Marvel — ela apontou para seu rosto com uma expressão banhada em seriedade e Taehyung arregalou os olhos.

— Você não faria isso…

— Não? Teste — ela sorriu de maneira maliciosa antes de se virar para ir em direção a porta, mas parou no caminho ao ver a sua estante cheias de bonecos de ação da Marvel. — Vejo você em breve Loki. — Ela disse olhando para Taehyung antes de sair de seu quarto.

Taehyung correu e pegou o boneco do Loki — seu personagem favorito — e o segurou contra o peito, protegendo-o de sua irmã, que riu antes de partir. Com um bico ele colocou o boneco de volta na prateleira e caminhou até sua mesinha novamente, pronto para ler as cartinhas de Suho para sua irmã, ansioso para saber o que ele fez para conseguir conquistar Joohyun. Assim que abriu a primeira cartinha sorriu ao ver uma tinta colorida sobre o papel branco, parecia ser aquelas canetas com glitter que tinha cheiro doce vendido em papelarias, o que fez achar Suho extremamente fofo, pois ele definitivamente descartou qualquer estereótipo alfa ao comprar aquelas canetas.

Na primeira carta Suho disse que a admirava há muito tempo, que sempre a achou encantadora e apesar dos boatos maldosos que os alfas espalharam sobre ela, ele estava cativado pela força que ela tinha ao andar sempre de cabeça erguida. Taehyung sorriu grande, pois sua irmã lhe contou que na escola os alfas ficaram ressentidos por tentarem se aproximar dela e não conseguir o que queriam, Joohyun sempre foi uma omega muito bonita, por isso sempre fora muito assediada também. Por isso ganhou fama de ser apenas um rostinho bonito, mas não ter qualquer outra qualidade fora aquela.

“Você é linda, mas o seu sorriso é o mais bonito. Uma pena que você não sorria muito por aqui, eu iria aturar essa escola sem reclamar se eu pudesse ver você sorrir com mais frequência" foi o que Suho escreveu no final da carta.

— Que fofo — Taehyung disse baixinho.

Taehyung foi lendo uma a uma, até a última carta, onde Suho marcava de encontrar Joohyun, dizendo que ele esperaria por ela, mas caso ela não aparecesse ele entenderia que era uma rejeição e não voltaria a incomodá-la. A julgar pelo rumo que tomaram, sua irmã fora encontrá-lo naquele dia, hoje estavam casados e tinham a pequena Yeri para completar a família deles, Taehyung gostaria de um final feliz como o de sua irmã, queria que tivesse uma família tão bonita quanto a dela. Por isso ele pegou sua caneta e decidiu que finalmente iria fazer o mesmo que Suho.

Iria conquistar Jungkook através de suas palavras.

(...)

— Não, isso definitivamente está horrível! — Taehyung resmungou amassando mais um papel e jogando na pilha de papéis amassados no canto de sua mesa.

Taehyung estava há horas tentando escrever algo coerente e não tão bobo, mas sentia-se um estudante do fundamental toda vez que lia o rascunho que fazia, como Suho conseguiu ser tão espontâneo e verdadeiro nas cartas? Suho sempre foi um homem prático, não gostava de enrolações e ia sempre direto ao ponto, se jogava de cabeça em tudo o que propunha a fazer, então Taehyung simplesmente resolveu fazer o mesmo. Ele seria autêntico, escreveria o que sua cabeça mandar e iria rezar para que suas palavras alcançassem Jungkook.

“Querido Jungkook” Taehyung começou, rindo de si mesmo logo em seguida por começar com uma frase tão genérica.

“Eu estava procurando uma forma de conversar com você, mas infelizmente não tenho coragem de dizer tudo o que eu direi a você nesta carta pessoalmente. 

Sempre o admirei à distância, você é extremamente inteligente e gentil, sempre fico extremamente encantado pela forma que você sorri toda vez ganha um elogio. 

Eu me apaixonei pela forma como você se encanta por coisas tão pequenas, como a vez que um cachorro invadiu a escola e você o acalmou quando estava assustado, não sei se percebeu, mas seus olhos brilhavam, você brilhava. E isso é tão lindo, você é lindo.

Eu só gostaria que você soubesse que mesmo que todos o vejam como um ômega rebelde, todos o amam por conta disso, embora não gostem de admitir. Você não é como a maioria, você é autêntico, único. Eu gostaria muito de poder conversar com você, ouvir sua voz de pertinho e ser o motivo do seu sorriso.

Gostaria de ser acalentado pelo seu cheiro de cereja tão doce quanto você, gostaria de poder ver seus lindos olhos castanhos e poder tocá-lo, sentir o calor de sua pele na ponta dos meus dedos. Mas infelizmente, o universo colocou obstáculos, por isso eu queria apenas que você soubesse…

Que há uma pessoa nessa escola, que se apaixonou pelo Jungkook, o ômega com o brilho da constelação de Órion gravado em seus olhos.”

“Com carinho… Tete.”

Taehyung ficou parado olhando para o rascunho, lendo e relendo quinhentas vezes, talvez não fosse tão bom quanto o que imaginou, mas decidiu que não mudaria, ele fora completamente sincero em suas palavras e mesmo que não estivesse tão bom, foi de coração. Por isso sorriu e colocou em um envelope roxo, sorrindo feito bobo para a cartinha que fez, sentia-se uma criança novamente, amava presentear seu pai e seus professores com cartinhas quando era pequeno. Guardou o pequeno envelope na bolsa e caminhou para fora de seu quarto, para ajudar Suho com a comida.

Estava ansioso para o dia seguinte.

(...)

— Eu não quero ir hoje — Taehyung disse com uma caneca de chocolate na mão.

— Por que? Não está se sentindo bem? — Seu pai perguntou enquanto colocava café em sua caneca. — Está com falta de ar? Cadê a sua bombinha?

— Eu estou bem — disse, mas procurou por sua bombinha em sua mochila, encontrando-a no bolsinho de sempre. — E a bombinha está na mochila, mas não é por isso que eu não quero ir.

— Por que então? — Seu pai sentou-se na mesa e preparou seu pão para comer.

— Eu vou fazer uma coisa muito ousada hoje e eu estou ficando um pouco nervoso com isso — bebeu seu chocolate, sentindo o gosto doce inundar seu paladar.

— Algo ousado? — Seu pai o encarou com curiosidade, mordendo um pedaço de seu pão.

— Eu vou entregar a carta que eu escrevi para o garoto que eu gosto — disse baixinho.

— Ah, isso é ousado? — Ele riu, fazendo o bico em seus lábios crescer. — Perdão, é realmente um passo muito ousado, necessita de muita coragem!

— Sim! — Disse exasperado. — E se ele odiar a carta? E se ele caçoar de mim?

— Se ele fizer isso você desiste de ter algo com ele, porque se ele caçoar de algo escrito por uma pessoa que nutre um sentimento tão bonito como o seu, ele não vale o seu esforço — seu pai disse sorrindo, olhando-o nos olhos. — As pessoas vão sempre decepcionar ocasionalmente, porque os seres humanos são assim, então temos que nos arriscar, mas no mínimo sinal vermelho, precisamos nos afastar. Ninguém vale a nossa saúde mental além de nós mesmos, não importa o laço que temos, se eu lhe causar mal, mesmo sendo seu pai, se afaste.

— Mas você é família — Taehyung o encarou confuso. — Mesmo que me causasse mal, você é meu pai, cuidou de mim a vida toda. Não poderia simplesmente largá-lo.

— Não fiz mais que a minha obrigação de pai Tae, não se sinta contente por eu ter feito o mínimo — deixou sua caneca sobre a mesa para encará-lo. — Vou lhe ensinar algo muito importante e quero que guarde isso com você. Os meus direitos acabam onde começam os seus e vice e versa, ser meu filho, lhe dar um teto, sustento e o mínimo para sobreviver não me dá o direito de usar isso contra você. Muitos usam isso para prender os filhos as suas vontades, mas não é assim que as coisas funcionam. Você me deve respeito por seu pai, mas eu também devo respeito a você independentemente da minha autoridade ou responsabilidade.

— Eu não pensava dessa forma… — Disse pensativo, olhando para a comida sobre a mesa. — Sempre me mantive preso a ideia de que sua palavra era absoluta, você é meu pai e eu o amo muito, eu seria capaz de engolir muita coisa por conta disso. Afinal, você sempre cuidou de mim.

— Você deve estar sempre em primeiro lugar filho, sempre, não coloque ninguém acima do seu bem estar — sorriu em sua direção. — Sua mãe que me ensinou isso e estou passando a você, então se ele não valorizar o que você tem a oferecer, se afaste e encontre alguém que valorize. A vida é curta demais para perder tempo com pessoas que não nos agregam em nada bom.

— Acho que deve ser muito difícil se afastar de alguém depois de criar um laço com ela — Taehyung divagou.

— Sempre é, mas as vezes é preciso — seu pai disse pegando o celular sobre a mesa e verificando as horas. — Tae a gente tem que sair em cinco minutos.

— Ok! — Se apressou para terminar de comer, observando seu pai fazer o mesmo.

Taehyung e seu pai tomaram o café às pressas para não se atrasarem, fazendo-os rir do desastre ambulante que os dois eram, pois trombaram em tudo pelo caminho na hora de sair. Todos os dias seu pai o deixava na frente da escola, seu pai era um neurocirurgião e embora não tivesse muito tempo durante a semana para descanso, por conta de sua escala doze horas, ele fazia questão de sair um pouco mais cedo para levá-lo todos os dias. Por isso, assim que sentou-se no banco do carona, colocou seu cinto com um sorriso grande no rosto, como era feito todos os dias, foram o caminho todo cantando as músicas do rádio.

Seu pai era um alfa diferente, ele não ligava para os esteriótipos e não tinha a masculinidade frágil, como muitos tinham, ele não ficava se provando para mostrar ser um bom alfa, por isso sempre encantava os ômegas por onde passava. Quando chegou à escola, deixou um beijo sobre a bochecha do alfa e correu para o encontro de Jimin, que o esperava ao lado da entrada, com um sorriso grande no rosto. Os dois caminharam para dentro da escola e encontraram com Namjoon no caminho, que não demorou a abraçar Jimin e beijar a ponta de seu nariz.

— Vocês são muito fofos, mas não me deixem de vela, por favor — Taehyung disse guardando sua mochila no armário, pegando somente o que usaria na aula.

— Em breve você não ficará de vela, já que vai poder mimar seu namorado também — Jimin disse sorrindo, atraindo a atenção de Namjoon.

— O Tae está namorando? — Perguntou surpreso e logo Taehyung negou.

— Não, apenas estou gostando de alguém — sorriu, fechando seu armário, vendo Jimin se apressar para guardar suas coisas também.

— Eu conheço? — Ele perguntou sorrindo, vendo Taehyung encará-lo com a sobrancelha arqueada.

— Conhece — Jimin respondeu por ele. — E conhece bem.

— Como vocês podem ser tão falsos? — Taehyung acusou de braços cruzados, fazendo Jimin encará-lo com um semblante ofendido. — Acha mesmo que eu não sei que você conta tudo para ele? Vocês merecem o Oscar pela atuação.

— Eu queria que você contasse — Namjoon riu, dando de ombros. Jimin fez um bico antes de revirar os olhos.

— Você fala como se fosse um grande segredo, qualquer um que olhar mais de cinco minutos para você vai descobrir, você é muito óbvio — Jimin soltou, também de braços cruzados, fazendo Taehyung adotar a mesma expressão ofendida que ele anteriormente.

— Eu não sou óbvio! — Defendeu-se.

— Sério? — Jimin perguntou com sarcasmo. — O Jungkook deve estar com desidratação do tanto que você seca o menino, eu trago uma garrafa de água a mais só para ele.

— Exagerado — revirou os olhos novamente, mas acabou rindo no final.

— Mas enfim, quando você vai entregar a carta? — Namjoon perguntou, deixando de lado sua atuação de desinformado.

— Quero entregar durante as aulas, para não correr o risco de ser visto por alguém — colocou as mãos nos bolso, sentindo-se um pouco nervoso.

— Vai dar tudo certo Tae — Jimin sorriu, passando-lhe confiança.

— Não se preocupe, o Ggukie vai amar — Namjoon bagunçou seus cabelos, deixando um beijo rápido nos lábios. — Preciso ir para minha sala, vejo vocês depois.

— Tchau Nam — Jimin e Taehyung disseram em uníssono, caminhando em direção às suas respectivas salas também.

Talvez Taehyung não estivesse conseguindo se concentrar na aula, só talvez também ele esteja à beira de uma crise de ansiedade, o que o fez ficar batendo o pé no chão e contorcendo os dedos de sua mão em nervosismo. Quando chegou o horário “perfeito” no meio da primeira aula, onde todos estavam em suas aulas e os professores entendiam centenas de alunos com alguma matéria que eles eram obrigados a aprender, Taehyung ficou ainda mais nervoso. Talvez seu nervosismo estivesse passando do limite, o que o fez pegar sua bombinha, bombeando oxigênio para seu pulmão.

— Ei, se acalma — Jimin disse baixinho atrás de si, acariciando suas costas. — Respira devagar, não fique tão nervoso, ele não saberá quem você é e eu estarei aqui caso as coisas não saiam como você idealizou.

— Parece que eu estou colocando o meu coração na mão de um assassino — respirou fundo, tentando dissipar aquele medo irracional de seu corpo.

— É normal ficar nervoso quando vai se confessar, mas não precisa ficar tão ansioso — Jimin disse ainda baixinho. — Vai dar tudo certo, no final você vai perceber que não precisava de tanta ansiedade.

Taehyung respirou fundo novamente, sentindo Jimin afagando suas costas com delicadeza, fazendo-o sorrir e virar-se para seu melhor amigo, expressando sua gratidão e sendo retribuído por um sorriso grande. Decidiu que iria se remoer em ansiedade depois que entregasse a carta, pois não tinha com o que se preocupar naquele momento, já que sequer tinha colocado seu plano em prática, por isso pediu a professora para ir ao banheiro com a desculpa que não estava se sentindo bem. A professora não questionou, os professores sabiam de sua asma, por isso apenas se levantou e caminhou para fora da sala com a carta e sua bombinha nos bolsos de sua jaqueta.

Antes que perdesse a coragem caminhou pelo corredor, rumo ao armário de Jungkook, que sabia exatamente onde ficava por observá-lo bastante, mas também porque o ômega o decorou com diversos adesivos de suas bandas de rock favoritas. Quando finalmente chegou em frente a porta do armário olhou em volta, certificando de que não havia mais ninguém junto a ele naquele corredor. Suas únicas companhias eram o silêncio e o vazio, por isso não demorou a colocar a carta por entre a fresta da porta e empurrá-la para dentro. Não demorou a sair dali, sentindo novamente a euforia tomar seu corpo, mas inevitavelmente, um sorriso apareceu em seus lábios.

(...)

— Tae você vai morrer de ataque cardíaco se continuar assim — Jimin disse ao seu lado, ele comia um sanduíche que havia trazido de lanche. Estavam no intervalo, esperando que Jungkook fosse até seu armário.

— E se ele não vier? Parando para pensar, porquê ele iria até o armário no intervalo? — Disse de maneira nervosa.

— Talvez para pegar o lanche dele, como eu fiz? — Perguntou como se fosse óbvio, balançando seu sanduíche diante de seus olhos.

— Não venha com o seu sarcasmo agora gnomio, eu estou em crise tá? — Respondeu olhando para o armário de Jungkook novamente, estavam encostados em seus próprios armários, fingindo estarem à toa.

— Gnomio é o seu-

— Olha ele chegou! — Taehyung disse aos sussurros, meio desesperado, fazendo Jimin virar-se para encará-lo.

Jungkook estava rindo de alguma coisa que o alfa que abraçava seus ombros contava, Taehyung sentiu seu peito se apertar, não esperava que ele estivesse acompanhado, ainda mais de Jooheon, o alfa mais popular e “pegador” da escola. Sua ansiedade aumentou ainda mais, Jooheon não era conhecido por ser um alfa muito legal, embora fizesse parte do círculo de Jungkook, era um alfa bem mesquinho que gostava de exalar testosterona à toa, por isso temeu que ele lesse sua carta. Assim que o ômega afastou-se dos braços do alfa para abrir seu armário Taehyung sentiu sua pressão cair, sentia que iria desmaiar de ansiedade.

— É agora — Jimin disse, deixando ainda mais apavorado.

Assim que Jungkook abriu o armário sua carta caiu, chamando atenção do ômega, que abaixou-se para pegá-la, fazendo as pernas de Taehyung tremerem. Ele observou o envelope e o virou, lendo o que havia escrito no verso, antes de abrir e guardar o envelope no armário, ficando somente com a carta nas mãos. Taehyung analisava suas expressões, desde que viu a carta cair no chão até o momento que estava com ela aberta em suas mãos, as expressões dele eram neutras, demonstravam somente curiosidade. Suas mãos tremiam ao vê-lo lendo o conteúdo de sua carta, suas pernas viraram duas gelatinas, sentia que iria ao chão a qualquer momento. Mas uma coisa fez com que seu coração parasse de bater por um instante.

O sorriso que surgiu nos lábios de Jungkook ao terminar de ler.

O mundo podia parar de girar naquele momento, que o tempo parasse e o tempo congelasse naquele momento, onde via um sorriso lindo nos lábios do garoto que gostava ao ler sua carta. Taehyung ganhou seu dia com aquele sorriso, sentia que havia feito mais do que desejava, fez o ômega que gostava sorrir! Estava radiante, se não estivesse no corredor cheio de alunos, daria pulinhos e aplaudiria, mas não podia chamar atenção. Jimin virou-se em sua direção com um sorriso de orelha a orelha, lhe dando os parabéns de maneira silenciosa, fazendo-o sorrir também. Jungkook havia lido e sorriso ao ler seus sentimentos, não podia estar mais apaixonado por aquele garoto mais do que já estava.

— O que é isso que está lendo? — Taehyung ouviu a voz de Jooheon, chamando sua atenção. A ansiedade o cobriu como um véu escuro e frio ao ver o alfa tomar a carta das mãos de Jungkook. — Querido Jungkook… — Disse alto, no meio do corredor, diante das dezenas de alunos que estavam no intervalo. 

Ele iria ler sua carta, seus sentimentos mais profundos, na frente de todo mundo… Aquilo fez com que suas mãos começassem a tremer, temia que tivesse realmente uma taquicardia.

— Me devolve Jooheon! — Jungkook disse de maneira irritadiça, avançando para tomar a carta das mãos do alfa.

— Você recebeu uma cartinha de amor Jungkook! — Riu, desviando das tentativas do ômega de pegar a carta de suas mãos. — Que brega. 

— Brega é essa roupa ridícula que você está usando, agora me devolve! — Quase gritou, avançando novamente, mas Jooheon levantou o braço, colocando a carta onde o ômega não podia alcançar. — Jooheon…

— Te devolvo se me der um beijo — sorriu de maneira sacana, fazendo o estômago de Taehyung revirar. 

Jimin e Taehyung assistiam a cena em silêncio, assim como alguns outros alunos, pois escandaloso como Jooheon era, chamou a atenção de algumas pessoas que passavam por ali. Jungkook ficou quieto por alguns segundos antes de se aproximar do alfa, que se abaixou um pouco e fez um bico para que fosse beijado. Por um momento, Taehyung realmente achou que Jungkook iria beijá-lo, mas na realidade ele o acertou uma joelhada nas partes baixas, fazendo o alfa se encolher e gemer de dor. A carta foi tirada das mãos dele e colocada com todo o cuidado de volta no envelope, onde Jungkook colocou por entre seus cadernos e fechou o armário

— Nunca mais toque nas minhas coisas ou em mim sem a minha permissão — Jungkook disse após colocar a senha, trancando seu armário. — Ser um alfa não te faz melhor que eu, se tocar nas minhas coisas novamente, eu te acerto com mais força, para que nunca mais essa merda que você tem entre as pernas levante. — Disse antes de caminhar para longe, deixando Jooheon gemendo de dor para trás.

— Caralho… — Jimin disse de boca cheia, tão chocado quando Taehyung. — Acho que eu me apaixonei pelo Jungkook também.

— Meu deus eu quero casar, ter filhos e um cachorro com ele — Taehyung disse vendo o dono de seus suspiros caminhar para longe.

~♥️~

Meu mais novo neném, espero que vocês gostem.

Orion vai ser curtinha, terá cinco capítulos no máximo ou até menos. Mas espero que vocês fiquem boiolinhas com a fofura desses Taekook :)

Enfim, até a próxima att, deixem o votinho e os comentários de vocês se gostaram, por favor, ajuda muito♥️

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro