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Acertando Às Contas - VIII

OITAVO CAPÍTULO

"A pérfida desconfiança aniquila a razão do mais puro ser, assassinando consigo a simulada identidade do indivíduo".

— Extremo & Supérfluo
By: magic_read_

Sentada no banco da praça aguardava a tão bela garota, pronta para ir até a moradia de Ágatha; o convite havia sido direto, sem floreios, escasso de detalhes, via telefone, tinha receio de tanto esperar e sozinha ficar. Sem demora, ela chegou, encostando-se ao meu lado, sem palavras para comentar, num silêncio carregado de tensão até que ela começasse a falar, clarear os seus sentimentos.

— Fui cuzona naquele dia, me perdoe — ela admitiu baixinho, com a postura firme, o olhar fixo na paisagem —, todavia, o sorvete foi merecido.

Fofa, mas prefiro brincar com a sua gentileza.

— Como posso perdoá-la se prefere me sujar com sorvete do que me beijar?

Rachel tomou uma dose de impulso, e bêbada na falta de controle, levou os lábios precipitadamente aos meus, sem vigiar quem estivesse em volta, sua palma dedilhou minha bochecha e trilhou um caminho pervertido, descendo até a minha cintura. O meu coração medroso estabilizou as batidas, tê-la perto de mim era mais natural do que respirar.

— Vamos? — Me desfiz da unção, contornando com o dedo a orelha dela ao sussurrar.

— Vamos — sorriu, afagando nossas mãos.

Atravessamos algumas ruas e estacionamos na porta de Ágatha, sendo bem-recebidas pela senhora que na mesa já tinha posto o café.

É isso que chamam de chá da tarde?

A sala de jantar da casa de Jungkook era extensa, com seis cadeiras ao todo feitas de madeira. Senhora Jeon havia preparado um decente lanche, me contentava com o achocolatado, todavia, os biscoitos deliciosos aparentavam estar.

— Suas cólicas já terminaram, Ayla? Tenho paracetamol e ibuprofeno para caso aconteça.

— Fazem três dias que o mar vermelho não desce, relaxa — assegurei.

— Claro que não desce, eu sou Moisés — Meneghesso concluiu, me causando falta de ar por segurar o riso.

— Pegue alguns pedaços, meninas, fiquem à vontade — Ágatha se referiu ao bolo, cortando parte das brincadeiras.

— Obrigada — minha parceira agradeceu, trazendo o suporte do bolo até ela.

Rachel cortou o doce, depositando-o no prato, guiando com o talher um pedaço até minha boca. Um ato carinhoso comum entre nós, namoradas.

— É raro encontrar uma relação tão consolidada quanto as suas, pouco tenho conexão com alguém na mesma intensidade — a senhora admitiu, num breve lamento, decerto admirando a nossa união.

— A senhora é casada, somos melhores amigas. Garante mesmo que não há vínculo mais afetivo? — Meneghesso teve de enganá-la para dar algum consolo.

Aquela mentira foi dolorosa, nunca senti tantos revertérios ao escutar uma frase. Não queria ocultar os fatos da senhora Jeon, todavia, a nossa segurança entrava em jogo, e, desde o início, Rachel foi tida como minha amiga no esquema de Jungkook.

— Me afastei dos meus amigos após o matrimônio — explicou-se.

— A senhora tem a nossa companhia, não? — Levantei uma sobrancelha.

— Claro! — Rachel confirmou minha teoria, verdadeiramente acolhedora.

Bastou um breve silêncio para nós duvidarmos da senhora Jeon.

— Rachel Ferreira Meneghesso — Ágatha permaneceu reflexiva — Sinto que seu último sobrenome não me é desconhecido.

A garota fechou o sorriso de instante, visivelmente implacável. O pai dela era cruel, o tio, terrível, sua mãe por mais que coitada não era santa, tudo na família de Rachel se tornava complicado, um verdadeiro caos por inúmeras razões. Ela tinha de reter aquela fúria, controlar o estopim.

— Meu sobrenome não é relevante.

Ela retrucou, programada feito uma máquina, silenciada de seus sentidos, tratava-se dum assunto sensível, apesar de passado; deslizei a palma por debaixo da mesa, acariciando as coxas da maior discretamente, num ato de não dispersá-la da realidade. Ágatha claramente não quis ofendê-la, mas era nítido o clima desconfortável pintado naquele cômodo.

Dizem por aí que todas as mães possuem alta aptidão perceptiva, e por mais que eu questione o dito tão repercutido, não discordaria da constatação caso aludisse esta, pois ao inverso dos pensamentos de Rachel, a mãe de Jungkook estendeu-se a ela enquanto filha.

— Você tem méritos para torná-lo especial — Ágatha tocou a mão na palma garota, enxergando de forma implícita seus traumas e conflitos. — Aceita mais um pouco de leite?

Iniciamos uma trilha mágica de conversas cativantes, eram tantas fofocas cujos nossos queixos abertos estagnaram-se. A mãe de Jungkook carregava dois nomes: Jeon Hyejin e Ágatha Lacerda; dois nomes fortes, duas origens distintas, títulos de uma jovem noiva nos subúrbios do casório.

— Gostariam de aqui dormir? — A senhora sugeriu.

Quando o leite beberiquei, a língua queimei, líquido efervescente descendo pela garganta, a distração era a culpa do meu tropeço.

— Não gostaria de me intrometer, a família da senhora é bem... complexa — mantive os olhos arregalados, cutucando o pescoço ao dizer.

— A tua também, Ayla, Sabrina já passou por tempos terríveis na escola. Lembro-me certeiramente daquela época. Tenho fotos, gostaria de vê-las?

Minha mãe nunca me contou sobre a própria juventude.

Confirmei com um movimento, trazendo Meneghesso como companhia; Ágatha nos guiou ao quarto de Jungkook, que embora extenso e enorme, era notável que algo faltava.

Hyejin tossiu levemente, chamando a atenção para a caixa na qual ela segurava. Sentei-me entre as garotas na cama, vislumbrando o portador de lembranças, postergando reflexões para captar os registros.

— História de séculos sobre essas imagens? — Brinquei, audaciosa, deslizando o dedo no papelão.

— Talvez as suas fotos de semanas atrás sejam mais intrigantes — Ágatha rebateu.

Fotos de semanas atrás?

— Mais intrigantes...? — Rachel se queixou, suspeitando.

— E quais seriam? As mais recentes tiradas da câmera de Jungkook! — Lacerda respondeu.

Ela viu aquele polaroid do beco. Diga não a homossexualidade, diga não a disseminação do fato.

Diga não ao interesse, diga não à atração.

A sua boca era macia, a língua parecia robusta, cabelos cacheados caíam sob os ombros delicados, Maria por algum motivo não saia dos meus pensamentos, ficou impregnada neles a noite toda, e não passou muito tempo desde que amanheceu.

— Eles sempre foram paqueradores? Que Deus os tenha, guardo clemência dessa tal Ayla — a garota perguntou.

Ela sabe o nome dela.

— Conhece-a? — Questionei Maria.

— Escutei alguns garotos debocharem sobre, um loiro alto lia uma carta.

— Heitor permitiu a leitura compartilhada?

— Negativo, estavam zombando dele — respondeu —, mas ela é a sua amiga, deveria atentar-se.

— Acredito que não.

— Nem sente dor por Ayla?

— Não sinto algo que seja indiferente para ela.

— Frio e calculista, meticuloso demais, somente citei o nome da garota, acalme-se, rapaz — Maria riu fraco.

— Ela preferiu ele — dei de ombros, ainda cabal, abrindo-me sem querer.

— Por que ela te negou?

Rebati com um olhar rude e fechado, não querendo expor o dado tão pessoal, ainda que estivesse assustado com a intuição. Abaixei a nuca, justificando:

— Porque eu sou pior.

— Eu não acho — suas belas íris cravaram-se nas minhas por um longo tempo —, ela nunca retribuiu nenhum gesto?

Esqueci de queimar o meu envelope dado por ela ontem, estava tão entusiasmado com a companhia da Maria...

"Escutei alguns garotos debocharem sobre, um loiro alto lia uma carta".

Mas será que...?

— Onde eles estão? — Interroguei-a.

— Sequer se locomoveram dos sanitários — comentou, percebendo uma carga ácida afetando o meu humor.

— Eu... eu preciso ir, me perdoe.

Aquela carta era um convite para ser aberta, numa leitura simples, sobretudo, perigosa, repleta de descobertas.

Me dirigi ao refeitório, contornando a esquerda para no toalete entrar, o trânsito de pessoas permanecia fraco, embora muitos cedo acordaram para bem aventurarem. Todas as cabines de certo estavam vazias, porquanto, altas conversas no toalete masculino eram audíveis, concluía-se então que eles estavam na extremidade total, aguardando aquela reunião.

Como eles tomaram de mim a missiva de Ayla? Maria foi quem manteve proximidade comigo ontem.

— Ser o fantoche favorito dela exige sacrifícios, não Jungkook? — Aguiar rebateu, vislumbrando sensitivamente a minha encarecida presença.

— Ser um boneco sexual é mais execrável, Heitor — retruquei, vendo o papel em suas mãos.

— Sou eu quem mantenho um relacionamento com ela, Bunny Cock.

Aguiar utilizou o adjetivo corno para concretizar o trocadilho, se apropriando do vocábulo inglês para fazer a piada, não hesitando quando exibiu o bilhete, todavia, voltando-o para si por segurança.

— Me devolva — ordenei.

— Quer mesmo ler o que te leva à ruína? — Heitor questionou, sádico e irritado — "[...] Seu beijo tornou-se irritante à medida do possível, pouco me agrada suas ameaças e provocações baratas [...]".

Tentei partir para o ataque, talvez retirar de suas mãos a minha carta, porém, era difícil, forças externas impossibilitaram o afronte, desta maneira, me fazendo sentir como a Ayla. Eu não tinha forças, Perna-Mole também me impedia, tudo por milésimos ganhava um novo significado, isso enquanto Aguiar continuava a ler:

— "[...] Meus segredos tornaram-se nulos quando você os tocou, minha vida ganhou nuances caóticas após sua revelação amorosa [...]" — tonalizou a frieza ao erguer as sobrancelhas, sorrindo cínico.

— Heitor!

Puxei meu punho para socá-lo, ensandecido pela ira, todavia, foi tentativa em vão, cortado fui do movimento. Merda, cordas humanas me prendiam, detinham qualquer agitação que atingisse o loiro.

— Permaneça com o alerta, pouco irá me ferir — por mais que suas íris de mel fossem ameaçadoras, me rebelei com deveras resistência — Ayla ficará mais decepcionada, Jeon Jungkook.

Aquele grupo ainda me segurava pelos braços, inclusive o culpado, Perna-Mole, o qual me distraiu com a instrutora para saquear.

— "[...] Digo adeus ao pouco que tínhamos, Bunny, deleto os anos nos quais tive ao seu lado" — Heitor suspirou fundo, transmitindo tendências românticas. — Amor! O quão podre ele pode ser quando controlado pela sociedade.

— Amor! O quão torturante ele é quando emanado de um agressor da alta classe? — Rebati, face levantada.

— Pouco você a protegeu para me criticar — Aguiar disse, sério.

— Quem me dera se o teu dever fosse bem desempenhado, minha garota não seria tão infeliz quanto agora — comentei.

— Quem? Sua Sunshine? A mesma que perdeu a essência pela tua ameaça?! — Heitor sem vacilação pegou na gola da minha camisa, me trazendo para perto — Seu amor é tão genuíno ao ponto de trocá-la por aquela funcionária? As mais velhas fazem seu estilo? — Aludiu a Maria.

— Você não vale um terço do amor o qual tenho capacidade de conceder a ela.

A dor do impacto foi gigantesca, aliás, nunca recebi uma só agressão de Heitor seguidas vezes; pouco podia me defender, todos tratavam de me segurar, sangue do meu nariz e boca logo passaram a jorrar.

— Cale essa maldita boca — tentou me silenciar.

— Eu a amo, dou a ela o que posso há mais de 14 anos, e repito o quanto for necessário — apregoei, com o resquício da minha voz —, será você quem perderá ela por palmas alheias, e estas mãos não serão as minhas.

Não fui eu quem conseguiu impedir.

— Ayla?

Ágatha balançou meu ombro delicadamente, me despertando de pensamentos desprezíveis.

— A foto — Lacerda respirou fundo.

— Ah...

Hesitei por breves instantes, pois omitir a verdade era sinal de fraqueza, então passei a encarar Rachel.

— Eu e a Ayla trocamos carícias enquanto um casal, a partir disso, Jungkook violou nossa privacidade e tirou uma fotografia imprópria — Meneghesso detalhou, deixando claro em seus olhos a falta de arrependimento — Uma imagem não vale o que sinto por ela, Ágatha.

Ela cruzou as pernas e, mesmo surpresa, aguardou o restante da história. Por que um homem heterossexual agiria assim?

— Ele me atemorizou, afirmou que para todos revelaria caso não o beijasse — tomei a palavra de Rachel, relatando com o colhão o qual me restava.

— Você o beijou devido às insinuações? — Perguntou.

— Tecnicamente, sim.

— E o seu namorado?

— Ele tem andado estranho, pouco sabe de tudo, todavia, desconfia do seu filho. Agrediu Jungkook uma única vez, entretanto, o loiro estava bêbado.

— Agrediu o Jeon?

Dos registros de Ayla somente resquícios sobraram, feito a biblioteca de Alexandria, destruída a carta estava e, como único perdedor da história, jazia meu corpo no chão sem usufruir das emoções. Ferraz me execrou mais do que me amou, tinha de afirmar isto com o corpo já arrebentado, pelo menos, até que os ofensores fizessem a retirada.

Ter o contato com o papel, iluminar minha cabeça com a fonte da realidade. Do que adiantava? Ele já estava rasgado, tão partido quanto a mim. Com os machucados na pele e sangue nas mãos, em pé passei a ficar com dificuldade, montando o quebra-cabeça das orações, localizando a autêntica mensagem passada.

A fuga física não me desprendeu da Ayla, sequer habitando espaços diferentes escapava dela, talvez nem o mais esdrúxulo dos tolos teria tal comportamento, montar pedaços de papel na esperança da reciprocidade.

Antes da finalização, percebi uma ausência diferente, silenciosa e que pastava à minha direita, Maria tratou de invadir o banheiro, sem medo ou receio, me guiava para fora dele e, preocupada, me observava com pavor quanto as feridas.

O mundo poderia acabar, as piores desgraças passariam a acontecer, sobretudo, a única importância era desvendar o bendito cartel.

Vagalumes voavam sobre os nossos corpos e, mesmo com as lamparinas naturais, pouco iluminavam o breu da escura noite estrelada. O silêncio era mórbido, a lanterna em minha mão era fraca, mais de meia-noite em claro e nenhuma descoberta por trás da maldita carta. Maria me acompanhou, fez questão de oferecer ajuda, procurávamos sentido no papel partido para cessar a minha culpa. A cada passo que desvendamos a coesão, um segredo profundo era apresentado.

— Você gosta muito dela — ponderou.

— Já gostei dela.

— Deixou de amá-la?

— Ela é egocêntrica.

— Quem não é? — Maria questionou, sorrindo. — Como se declarou?

— Prefiro não comentar.

— Quanto tempo faz?

— Tempo suficiente para desistir.

— Dará então uma chance para mim? — A garota brincou.

Ergui uma sobrancelha, admirando cada traço da beldade da morena, a pergunta fugiu do esperado e, somente após paralisar a pesquisa, tive acesso às minhas pretensões.

— Não seria uma má ideia — repliquei a ousadia, retornando à busca. — Quantos caras já namorou?

A barraca parecia se tornar quente e pequena, embora eu fingisse ignorar a resposta.

— Cinco.

— Quantos ficantes?

— Dez, numa mesma festa conheci dois.

— Como perdeu a virgindade?

— Num toalete escolar, durante a aula de química, tinha a sua idade...

— Seu maior medo?

— Às suas perguntas.

— Desejo momentâneo?

— Juntar os nossos lábios.

Umedeci os citados em garantia dum ato provocativo, voltando o olhar para a mesma, dirigindo a luminosidade frente a sua face.

— Descobri — cochichei para Maria.

— Leia para si, ela é importante para ti.

Assim o fiz, obedecendo-a, notando logo de cara a data. Foi escrita anteontem.

"30 de junho de 1995

Caro Jeon Jungkook, Kookie ou Little Bunny.

Eu te protegi do que pude e, você sabe, a boa vontade de um homem não se equivale a uma garrafa de vidro. Custou muito, parte da minha essência foi exaurida com as suas intimidações, sobretudo, do contrário do que você pensa, eu não quero desistir, erguer a bandeira branca, Jungkook, apenas almejo compreender esse amor tão contraditório. Quem ama protege, não concorda?

Seus lábios possessivos quando invadem os meus dançam uma vaga valsa em doces luas com serenata. Pediram-me para escrever com sentimentos, pouco tenho força para administrá-los, quem dirá descrevê-los tão previamente. Sei que devo-lhe desculpas, mas suas ameaças violam meu orgulho secreto.

Espero que não percamos o que já construímos.

Atenciosamente, sua Sunshine."

Foi quando ela sorriu e agitou meu coração que comecei a estudá-la, contudo, como sempre camuflei nas nuvens, a partir dos quinze tomei partida e sai com a moça, todas as tardes, para ver o sol poente, vislumbra-la alegre, aproveitar antes que fosse impertinente. Sunshine, retorno de Little Bunny.

Torrei boa parcela da mesada para agradá-la, entretanto, as flores foram presenteadas a Ana Clara, enquanto Heitor beijava Ayla. Foram cinco minutos de diferença, cinco minutos que me perturbam até hoje. Fiquei com a loira, tentando esquecer a morena, era dia dos namorados e estávamos na oitava série.

— Jungkook? — Maria me chamou.

— Eu odeio ela.

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