Retorno à Mansão
Vários aprendizes da Mansão Blackburn estão em frente aos pórticos da entrada, quando Ricci chega às escadas. Oleg Anyulikov, um aluno ucraniano de Eric, chega-se à frente do ocultista.
Oleg: A mansão está fechada, volte para trás.
Ricci: Aconselho-te a saíres da frente, antes que eu dê cabo de ti, palhacinho. Tenho assuntos a tratar com o teu mestre, e é isso que vou fazer. Agora, sê um bom aluno e deixa os meninos crescidos falarem.
Pouco impressionado, o aprendiz, não sai da frente, mas dá um passo na direção
Oleg: Daqui eu não saio.
Ricci: Compreensível. Somnus.
Oleg cai, do topo dos seus 1.87 metros de altura, adormecido, no meio do chão.
Ricci: Alguém quer experimentar isto?
Todos se calam e afastam-se da porta.
Ricci: Bem me parecia.
Ricci entra pela porta da frente da mansão, que acaba por dar à sala redonda na entrada. À sua direita, existem escadas que sobem em direção aos quartos, à esquerda, as escadas vão dar à biblioteca e à sala de leitura da Mansão Blackburn.
Ricci: Continua o mesmo sítio que deixei há 25 anos atrás.
Eric: E onde os Superiores menos querem que ponhas os pés. Mexer no Livro do Calvário costuma dar nisso, não é?
Ricci: Quando eu der importância àquilo que os Superiores dizem, sabes bem que o mundo está fudido. Aqueles velhos aprenderam magia com as mesmas bases que o Merlin e o Hermes Trismegistus. Opiniões e leis de há milénios atrás. Ter alguém que compreenda aquele livro, de uma ponta à outra e sem ficar completamente janado da cabeça, devia ser uma benção, e não uma maldição. Eu e o Henry somos raridades, mas compreendemos aquele tipo de magia melhor que ninguém, e ainda temos a nossa sanidade. Bom, o Henry mais do que eu, mas sabes que fruta que já cai podre não fica mais azeda.
Eric: Não acabaste como o Harley ou como o Vic, já é bom. Quanto ao Henry... soube da situação toda em Seattle. Nunca é bom ter de chamar alguém que, aos olhos do mundo, está morto.
Ricci: Poupa-me a sabedoria de berma de estrada, que não tens moral nenhuma para falar! Porque, assim que entrámos na funerária para o levantar dos mortos, com o Asclepius, tu estavas cheio de medo de olhar para a merda do livro, como se ele te fosse morder ou arrancar um braço!
Eric: Se o tivesse feito, não estaríamos aqui, e estaríamos mais fudidos do que já estamos!
Neste momento, a porta abre-se e um homem, vestido com uma t-shirt dos Nirvana e umas calças de ganga desbotadas, entra. Vendo a cena de tensão, ele põe-se entre o ocultista e o feiticeiro.
Bobby: Hey! Vamos acalmar! Não sei o que se passa, mas lido com demasiada porrada lá no bar, não tenho de aturar isto vindo de vocês os dois! Vejam se vocês se acalmam! Posso não saber tanta magia como vocês, mas, já andei à porrada com motoqueiros bêbados suficientes para vos dar uma valente tareia!
Bobby olha de uma forma ameaçadora aos dois, que, não querendo atacá-lo com magia, se acalmam, levantando as mãos e afastando-se.
Bobby: Boa, não tenho paciência para fazer de babysitter a dois homens feitos com 30 e tal anos.
Eric: O que é que estás aqui a fazer, Bobby? Isto é demasiado perigoso para ti, devias ficar de lado, só desta vez.
Bobby: Tás a gozar, certo? Deixa-me lembrar-te de uma coisa: Aruba, 1999, tu e o Ricci estavam completamente a dormir, depois de uma sapatada de um Cão de Tindalos, quem é que lhe limpou o sebo? Dou-te uma dica, ele tem dois polegares e chama-se Este Gajo! Metade das coisas que passámos, das coisas que deixariam qualquer pessoa, que não tenha tido educação com base em magia, maluco, eu estava lá. Metemo-nos na Antártida, com aquele bicho esquisito que fazia lembrar o metamorfo naquele filme de terror dos anos 80, com o Kurt Russell, fomos ao Egipto, para evitar que a fuga do Set, da prisão no Vale dos Reis, se tornasse num grande problema, nessa tivemos ajuda de fabulares, mas eu é que andei à pera com aquele cabrão até vocês se despacharem com o ritual! Portanto, sim, eu vou tratar disto convosco, e não há nada que me faça mudar de ideias! Entendidos?
Ambos assentem e Bobby começa a subir para a biblioteca.
Bobby: Ainda bem.
Eles deixam de ver o mais duro de entre os três, ouvem a porta da biblioteca a fechar e aproximam-se um do outro.
Eric: Ele, às vezes, assusta-me.
Ricci: A ti e a mim. O gajo é fudido para a porrada.
Ricci tenta lembrar-se de algo.
Ricci: Ah, acho que tens algo que me pertence.
Eric: Pois tenho.
Eric entrega o Livro do Calvário ao ocultista, que o guarda.
Ricci: Leste muito disto?
Eric: Passei os olhos, o suficiente para ser banido, caso não fosse o Oracle.
Ricci: Tens muito medo de ser banido... não te censuro, tens uma posição de valor, no meio deste bando de bananas.
Ouve-se alguém a bater à porta.
Eric: Deve ser o nosso ajudante, vindo do outro lado do charco.
Ricci: O Ernie O'Shaunessy?
Eric: Não.
O Oracle faz um gesto e a porta abre-se, lentamente. Um cheiro intenso a tabaco e água de colónia barata exala do rapaz que por ela entra. Este é Ryan Holmes, o bisneto do lendário detetive Sherlock Holmes.
Ryan: Meus caros, como estão?
Ricci: Chamaste esta velha carcaça? Não encontra uma agulha numa caixa de balões cheios!
Ryan: Hey! Vê lá, foste tu quem andou à procura do gajo errado, durante duas semanas, quando andavas à procura das máscaras do Nyarlathotep, quando as roubaram, na porra da Tasmânia, há dez anos atrás. E sou seis anos mais novo que tu.
Ricci ri-se, audivelmente.
Ricci: Estou a gozar, meu banana! És capaz de ser o melhor detetive privado da era moderna! Sem querer insultar o teu bisavô, claro, é difícil chegar aos pés do grande Sherlock.
Ryan: Eu sei, velhote. Também estou a gozar contigo.
O detetive aperta a mão ao ocultista e dá-lhe um abraço. Após o cumprimento, volta-se para Eric.
Ryan: Então, só falta a Liz e a malta da DHC, certo?
Eric: A malta da ParaNormal e a malta da DHC, sim, mas, eles vêm em carrinhas e, até ao fim do dia, devem chegar.
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