The Other Side
✗a explicação da forma de como o jogo poker funciona foi retirado de um site sobre e eu tentei colocá-lo em prática aqui, então não digo que está 100% direito, mas eu tentei. 🤡
✗conteúdo +18. Desculpem pela péssima tentativa de escrever esse conteúdo. 🤡
[...]
Sublinhando com os seus sapatos pretos verniz a pequena passarela vermelha, ambos dirigiram-se até à entrada do casino. Poucas pessoas fumavam e conversavam do lado de fora num canto mais afastado da entrada para impedir perturbações; outras esperavam pacientemente a sua vez de entrar. Rapidamente, Jaemin e Jeno foram parados por dois seguranças, e o Na mostrou a sua insatisfação pelo ocorrido.
- Quem vocês pensam que vão revistar? - Demandou chamando à atenção das pessoas de fora. - Parece que não foram disciplinados corretamente.
Jeno, até então quieto e em silêncio somente na sua, achou aquilo estranho e enrugou a expressão.
- Vocês sabem quem eu sou, certo? - Questionou, não recebendo propriamente uma resposta. - Eu sou Na Jaemin. Um dos únicos clientes VIP'S que tem acesso aos negócios do casino, prazer - Sorriu falsamente. - Onde está Jaehyun?
- Estou aqui - uma voz surgiu do lado de dentro do casino, e logo a sua face fora demonstrada. - Desculpa pelos meus seguranças. São novos.
- Ai são? Diz-lhes que eu comando este casino quando estás de férias ou de folga, logo, sou chefe deles. Espero que não cometam o mesmo erro de agora.
- Desculpe-nos. Não se voltará a repetir.
- Acho bem - Olhou para trás disfarçadamente, e esqueceu-se por segundos que estava acompanhado. Rapidamente tratou de se recompor, abrindo passagem. - Ah, esse jeitoso está comigo - Viu a expressão sombria que Jeno lhe lançou e sorriu, criando um caminho.
Jeno seguia Jaemin com uma pulga atrás da orelha. Dentro do local tinha muitos indivíduos que podiam ser seus inimigos, e se o reconhecessem seria o fim de ambos. O seu nervosismo era nítido se tocassem nas suas mãos extremamente suadas.
Enquanto Jaemin caminhava liderando o trajeto, Jeno aproveitava esses pequenos minutos para observar o lugar e tentou sacar provas. O casino era um estabelecimento enorme e aglomerado. As cores predominantes eram o vermelho e o preto. Dois bares à esquerda e à direita com direito a bancos altos, várias mesas com cadeiras ou sofás ao redor estavam espalhadas pelo salão, e, claro, mesas de poker. E Jeno concluiu, nesses pequenos minutos de observação, que não teria provas eficazes para o caso de Na Jaemin.
O que Jaemin queria-lhe demonstrar, afinal?
- É impressão minha ou me enganaste só para vir-te fazer companhia? - Perguntou chegando perto do ladrão.
- Mais ou menos. Mas não tires conclusões precipitadas. Acabamos de chegar e ainda vamos ter uma conversa a sério e... Um momento a sós - Sorriu malicioso somente para provocá-lo e ver a pequena coloração nas bochechas.
- Nem fodendo. - Virou o rosto para o lado, completamente constrangido. Sinceramente, Jeno não sabia o que Jaemin queria consigo, mas também não sabia se estava curioso sobre isso ou não. Jeno nunca foi alvo de muitos elogios, e Jaemin conseguia pô-lo numa situação constrangedora a qual Lee não sabia reagir, por isso limitava-se a ser grosso (sem intenção) e terminar o assunto por ali.
Jaemin ignorou o momento de constrangimento do polícia e pediu para ser acompanhado para onde quer que fosse. Jeno obviamente o seguiu; não sabia para onde ir, não conhecia nada daquilo. Concentrando-se no caminho e no conteúdo à frente da sua vista, pôde ver uma mesa de poker com os seus jogadores em volta. Porque Jaemin estava ali?
- Vais-te exibir? - Perguntou com um sorriso de lado.
- Um homem tem que mostrar os seus charmes, mas só depois desta partida - Concluiu olhando em volta. - Que tal nos divertirmos com algo antes?
- Tipo...?
- Slot Machine. - Finalizou assim que obteve a máquina mais fácil e mais popular dos jogos de casino no seu campo de visão. Caminhou até à máquina e Jeno não demorou nem um segundo para acompanhá-lo. - O processo é simples: premir o botão; ganhar ou perder; repetir.
- Hm - Jeno murmurou para o Na dar continuidade.
- Tens uma boa quantia de grana contigo? - Questionou imerso no pensamento de que Jeno iria jogar e gozar a noite com ele. Como não recebeu prontamente uma resposta, olhou-o, vendo a sua expressão de: nem fodendo. - Vá lá, Lee!
- Não.
Na emburrou a expressão pela resposta grossa e seca, descartando a possibilidade de se divertir antes de passar para o ponto que ele mais temia naquela noite.
- Então vais ver me destruir estes embustes no poker.
Assim dito, Jeno suspirou e seguiu Jaemin até à mesa de antes que estava sendo preparada para os próximos jogadores. Lee não sabia se ficava desmotivado ou alerta por estar entre pessoas do mundo sujo. Era óbvio que se soubessem que Na Jaemin dirige um casino de vez em quando ele seria condenado a mais anos do que o suposto somente pelos roubos. Jaemin estava fodido. No fundo do poço se Jeno abrisse a boca. E se não contasse? Seria condenado também e perderia tudo o que conquistou até ali.
Onde ele estava com a cabeça para aceitar aquele convite absurdo?
Jaemin prontamente sentou-se numa cadeira, pronto para destruir os seus opostos. Naqueles segundos Jeno discutia com o seu diabo e o seu anjo sobre se fugia dali ou se ficava e desfrutava do que o Na tinha para o demonstrar. A única razão convincente era as provas contra Jaemin e a de fugir dali. Mas não se conseguia mexer, então apenas decidiu ficar observando aquele jogo que não achava graça nenhuma; apenas uma perda de tempo e de dinheiro. Certamente ninguém estaria ali para falir se não fosse milionário. Jeno perguntava-se se o Jaemin somente roubava e cuidava daquele casino.
Pelo o que Jeno conseguiu ouvir enquanto eles iniciavam o jogo por indivíduos que tentavam falar baixo falhando miseravelmente, era que a mesa podia ter de dois a dez jogadores. O primeiro passo era definir quem distribui as cartas (dealer). Para isso, todos pegariam cartas do bolo. Quem tirar a mais alta é o dealer. Um senhor de idade começou a distribuir as cartas, uma a uma em sentido horário, até que todos tivessem duas.
O jogador à esquerda do dealer fez uma pequena aposta às cegas (small blind), ou seja, sem ver as cartas que o dealer ainda iria virar na mesa, para iniciar a rodada (ou "parada" na gíria dos jogadores). Ele precisava deixar na mesa pelo menos a metade da aposta mínima combinada previamente pelos participantes. O próximo competidor, obrigatoriamente, dobra a aposta inicial, também às cegas. Era o big blind. Essa era a aposta mínima, que podia aumentar na sequência ao chamado de cada jogador ou após um limite de tempo predeterminado (dobrando a cada 15 minutos, por exemplo).
O próximo jogador decidiu se pagaria a aposta mínima da mesa (call), se aumentaria o valor (raise) ou se desistiria do jogo (fold) antes de saber as cartas que seriam viradas na mesa. Os jogadores seguintes fizeram o mesmo até voltar à vez do small blind, que apenas precisava completar o que faltava da aposta mínima para seguir no jogo. Se ninguém aumentasse a aposta na primeira rodada, o big blind precisava apenas liberar o jogo para seguir (check). Quando alguém aumentava a aposta, os demais participantes deveriam desistir ou pagar até igualar o novo valor. Se todos desistirem, quem deu o raise levava as fichas apostadas e se iniciava um novo jogo.
Com todas as apostas na mesa, o dealer abriu três cartas (flop), que podiam ser combinadas com as cartas que cada um tinha em mãos. Rolou mais uma rodada de apostas, começando sempre pelo small blind. Cada um decidiu se iria seguir sem apostar (check), apostar (bet), aumentar uma aposta, igualar um raise ou sair da mão (fold). O dealer virou uma quarta carta comunitária na mesa, que se chamava turn. Começou uma nova rodada de apostas, com base nas quatro cartas viradas. Em seguida, o dealer virou a quinta e última carta da mesa (river) e aconteceu a última rodada de apostas. Como ainda havia dois jogadores na rodada, então... era hora de mostrar as cartas.
- E parece que temos um empate...
- todos observaram os jogos uns dos outros, e o sorriso sacana do Jaemin estava destacado na sua face.
- Será que ele... - Jeno começou murmurando, sendo atropelado por uma voz.
- E Na Jaemin tem a carta mais alta, levando as apostas para casa! Parabéns! - todos parabenizaram Jaemin pela vitória. Não era como se não soubessem desde o início do jogo que iriam perder com Na Jaemin na rodada.
Levantou-se sorridente e colocou-se ao lado de Jeno agradecendo pelos elogios. Logo olhou para o Lee com mais atenção, vendo-o com uma expressão surpresa.
- Parabéns.
- Obrigado - Sorriu ainda mais, repreendendo-se mentalmente por fazer aquilo no meio de tanta gente.
- Se eu estivesse no teu lugar, eu ficaria todo baralhado só pelas regras do jogo e de como jogar - Ambos riram pelo comentário do polícia.
- São alguns anos de treino. Eu já perdi quanto ganhei muito. É uma facada no coração quando perdes o teu único dinheiro quase no final pronto para ganhar. - Aquelas frases pareciam carregadas de nostalgia, e realmente estavam. Jeno conseguia perceber isso pelo tom e pelo seu olhar distante.
Como Jaemin teve o seu momento de exibição e elogios, decidiu que deveriam ter aquele tempo a sós que aguardava desde o início dos seus planos para aquela noite. Jeno o seguiu novamente, vendo Jaemin levá-los para a traseira do casino para uma sala espaçosa mais afastada daquela movimentação toda e barulho.
Ambos podiam-se sentir relaxados naquele cômodo.
Mal fechou a porta, Jaemin começou a desprender e a retirar a sua gravata que fazia-lo impressão de tão apertada estava. Retirou-a de vez, abrindo dois botões para estar mais à vontade, e Jeno engoliu em seco com a visão. Oh, céus... Beliscou-se no braço e grunhiu pela ação. Teria de se comportar como o perfeito polícia que ele era - bem, não tão perfeito; estava com o ladrão mais procurado da Coreia, então esse elogio era logo descartado da sua mente (e de Haechan). Agora o seu amigo tinha razões para brincar com ele na maior cara dura.
Enquanto Jaemin despejava a bebida alcoólica nos copos levemente quadrados, Jeno observou a sala e aprovou. Tinha várias estantes de livros dos dois lados da sala ocupando a parede apoiada; três janelas enormes dando a vista para o lado de fora, e Jeno pôde contemplar a bela lua cheia daquela noite e as estrelas; uma mesa com bebidas nada baratas e copos; e, por fim, um sofá extenso no meio da sala. O cômodo era extravagante, e a iluminação somente da lua tornava tudo tão... Erótico.
Jaemin entregou-lhe um copo e convidou-o a sentar-se ao seu lado no sofá escuro.
O cômodo estava num silêncio total. Ambos somente desfrutavam da bebida servida.
- Vais contar-me alguma coisa ou...?
Jaemin riu fraco, terminando de beber o restante do líquido e pegou nos dois copos deixando-os na mesinha de centro. Voltou-se a sentar no sofá, só que agora quase colado ao corpo de Jeno. O clima mudou drasticamente e Jeno estava nervoso para o que sairia daquela boca que parecia tão atrativa e da clavícula agora à mostra. Jeno pôde sentir o cheiro de Jaemin e ele era forte, marcante, único e isso deixou-o extasiado.
- Meteste alguma droga na bebida? - Proferiu sério e Jaemin riu, mostrando-se indignado.
- Eu nunca te faria mal - e Jeno conseguia perceber a verdade que era transparecida por aquelas palavras mínimas cheias de significado. Tudo parecia neutro, como se somente existissem eles os dois, e eram somente ambos naquele cômodo, naquele momento em que não sabiam no que ia dar, mas com o mínimo de receio para o que fosse.
Vendo Jeno meio perdido no mundo da lua, aproveitou para chegar mais perto do seu corpo e parou perto do pescoço, começando a fazer carinho com o nariz. A pele do Lee arrepiou e Na sorriu contente pela sensação causada. Ansioso pela reação, deu selinhos fracos na mesma região e Jeno se assustou, dando um pequeno pulo, fazendo o outro rir baixinho. Continuou com o ato: cheirar, beijar e morder.
- O que pensas que estás a fazer? - Perguntou tentando manter a sua sanidade no lugar. O seu corpo inteiro estava reagindo àqueles toques e insultava-se mentalmente por isso.
- Já tens idade suficiente para saber.
- Infelizmente, sim.
- Não te enganes a ti mesmo, Jeno - desta vez sussurrara no ouvido.
- Não me estou a enganar. - e tentou convencer-se a si próprio disso. Mas quem ele conseguia enganar?
- O teu corpo diz-me outra coisa - Sorriu.
Jeno virou o rosto para Jaemin, com os narizes encostados um no outro, vendo o quão próximos estavam. O seu corpo não mentia, mas ele tentava. A maneira como Jaemin olhava para si dava-lhe arrepios imensos, e isso estava longe de ser algo mau. O cargo de ambos era a única coisa de errado ali, mas naquele momento não se importavam muito com isso. Jaemin queria apenas aproveitar do momento e queria que Jeno cedesse. Quem seria Lee se não cedesse? Ele queria ceder, mas estava hesitando por ser demasiado ligado ao trabalho. Era a sua bênção. Não sabia o que fazer caso o perdesse.
Mas ninguém estava ali para fazê-los perderem tudo.
- Somos só nós... - certificou como se soubesse o que Jeno tanto pensava.
- Conseguem ver para aqui dentro?
- Não. Os vidros são opacos do lado de fora. Só dá para ver do lado de dentro.
Jaemin continuou com os carinhos no pescoço do Jeno, vendo este ceder aos poucos, deixando o pescoço mais à mostra. Sorriu. Beijou a bochecha, encaminhando até à boca. Buscou alguma indicação no olhar que não parava de analisá-lo, beijando o canto dos lábios que tanto desejava beijar. Com esse ato, Jeno sentou-se retamente, pegando na mão direita do Na, conduzindo-o para sentar-se no seu colo.
Jaemin sorria e contagiava de leve Jeno. Estava animado por vê-lo ceder, finalmente. Estavam tão imersos no momento que nem deram conta dos seus atos. Jaemin tirava o seu blazer com ambos os olhos conectados. Os narizes tocavam-se, junto as testas. Só faltava os lábios.
Jeno, sabendo o que ele queria, encostou-se no sofá, levando-o consigo. Jaemin, vendo o pescoço à mostra mais uma vez, começou distribuindo carícias, sentindo Jeno reagir aos seus toques. Mordeu uma vez, ouvindo um suspirar de aprovação. Continuou fazendo o mesmo, colocando-se mais à vontade no colo do polícia.
- Jaemin. - Chamou, conduzindo o olhar do outro com a sua mão no queixo.
- Hm.
Ficaram somente se olhando como se dependessem disso. E realmente dependiam. Os olhares intensos parecia ser único entre eles, como se os interliga-se. Foram-se aproximando aos poucos, ficando quase com os corpos colados. As respirações mesclando-se, com o aperto de Jeno crescendo aos poucos pelas coxas finas de Jaemin. A sensação era tão boa, como se estivesse seguro nos seus braços.
O mais novo inclinou-se para juntar os lábios, tendo o alvo desviado rapidamente. Antes que desse conta, Jeno mordeu o seu pescoço com força, fazendo-o gemer pela dor e bateu no seu ombro, aplicando força. Tendo o seu pescoço maltratado por Jeno era uma sensação tão boa, mesmo pela força que ele utilizava. Estava ficando tão excitado que não conseguia controlar os seus espasmos e gemidos fracos. Estava com tanto calor que o Lee ajudou-o a tirar o blazer e ficar apenas com a camisa. Jeno aproveitou esse momento para aproximar-se do ouvido de Jaemin e sussurrou, enquanto conduzia a sua mão até às nádegas, apertando o local:
- Mexe-te.
A voz saiu tão autoritária que Jaemin jurava desmanchar-se ali antes mesmo de ser tocado.
Obediente, logo atendeu ao comando. Jaemin começou-se a mexer no colo do Jeno, friccionando os membros que estavam dando sinal pelo contacto íntimo por cima das vestes. Com a boca perto do ouvido, Jaemin soltava pequenos gemidos, e Jeno apertava o seu corpo cada vez mais; as mãos não paravam em lado nenhum; estava sempre apertando o corpo em cima de si, possessivamente.
Cansados de somente fazer carícias no pescoço e rosto de ambos, Jeno tomou a iniciativa já que tinha desviado o beijo da outra vez. As bocas se tocaram e parecia que estavam no céu. Estavam tão sem reação que o beijo ainda estava no ritmo lento. Logo aprofundaram, apercebendo-se de que os lábios dos dois passaram a ser a melhor sensação das suas vidas. A sensação, o sentimento, o ritmo... Tudo estava perfeito, ainda mais por Jaemin conseguir ter Jeno nos seus braços, quanto Jeno ter Jaemin nos seus.
Começaram a desabotoar as camisas atrapalhados por tomarem a iniciativa ao mesmo tempo. Permitiram-se rir pelo ato. Jeno deixou Jaemin tirar a sua camisa primeiro, logo após tirou a outra. Deixaram-se apreciar o corpo um do outro, e a visão fizera os olhos brilharem de tanta perfeição. O peitoral do Jeno era mais musculado, mas o do Jaemin não ficava muito para trás, sendo mais fino.
Ambos eram lindos e sabiam disso.
O desejo estava tão evidente que Jeno não conseguia mais esconder. Jaemin nem tentava.
Distribuíram carinho no peito um do outro, sorrindo inacreditavelmente por estarem ali, prestes a fazer o que bem queriam e estavam desejando há tempos. O sentimento foi apenas despertado.
Voltaram a se beijar, continuando com os carinhos aqui e ali. Jaemin rodeou os ombros largos do Lee a pedido deste que o deitou no sofá, devagar e cuidadosamente. Deram um último beijo e Jeno desceu com selinhos para o peito do Na. Lambeu e mordeu o mamilo, ouvindo este se mexendo e suspirando.
- Podes acelerar o processo? Não aguento mais - Resmungou inquieto. Estava tão entregue aos toques do mais velho que não queria outra coisa. Ele era demasiado lento.
- Parece que temos aqui um apressado. - A voz rouca fazera Jaemin morder os lábios. - Mas não te esqueças que quem manda sou eu - Sussurrou rente ao seu ouvido, e Jaemin suspirou pela milésima vez.
- Não sejas mau.
Jeno cedeu a um sorriso malicioso e selou a bochecha deste com um beijo casto. Sentou-se nas pernas do Jaemin, começando a desapertar as calças. O Na esperava ansioso com os braços cruzados atrás da cabeça enquanto analisava as ações e expressões do polícia. O seu olhar penetrante e excitado deixava Jeno ainda mais dependente do seus toques.
Estava ansioso para tocar Jaemin mais intimamente; senti-lo o apertando; arranhando; dando carinho; distribuindo tapas pelo seu corpo...
Tirou as calças, podendo ver a marca volumosa na box preta. Jaemin dobrou as pernas, se abrindo mais. Aquele olhar e aquele sorriso estavam matando Jeno da pior maneira e parecia que o Na sabia disso, não poupando essas ações. Como o Lee estava demasiado hipnotizado pela visão, o mais novo dirigiu a sua mão direita até ao seu membro, massageando sob o olhar mortífero. Sentia que Jeno o comeria em segundos.
Engolindo em seco e saindo do transe, Jeno se levantou e tirou as suas calças, ficando apenas com a peça íntima. Voltou-se a sentar no sofá enquanto Jaemin se estimulava por cima da box, suspirando baixinho.
- Jeno... Cuida de mim - gemeu arrastado com o olhar pidão, e a única coisa que o Lee podia fazer era obedecer e desfrutar.
Retirou a box brutamente, começando a massagear a região e a respiração do mais novo parecia ter travado quando sentiu a mão do Lee ir ao encontro da sua intimidade. Parecia que estava no céu desfrutando das sensações que lhe eram dadas. Sorriu vendo as expressões que Jeno fazia vendo-o se contorcer. Mordeu o lábio afagando um gemido quando sentiu a boca quente o cobrindo por inteiro.
Jeno estava o chupando.
Jeno chupava com vontade, alimentando os espasmos e sensações prazerosas em Jaemin. Estava amando ouvindo-o gemer; estava amando sabendo de que era ele a causa disso; estava delirando quando ouvia seu nome baixinho. Aquilo era a melodia perfeita para os seus ouvidos. Começou indo mais rápido, e Jaemin gemeu mais alto agarrando fortemente os seus cabelos não mais arrumados para aquela noite.
- Para - ouviu e parou de chupar, olhando para cima, e... Sentiu que gozaria com aquela visão. Jaemin ofegante; vermelho; com o suor descendo pela sua testa; com os lábios entreabertos; com os cabelos bagunçados... Aquilo era demais para si. Jaemin viu o olhar preocupado misturado com excitação e sorriu para reconfortá-lo pela ordem dada. - Eu não quero gozar ainda.
Viu a expressão suavizar e sentou-se passando a mão direita pelo peito do outro, puxando-o para um beijo intenso pela nuca. Sentiu Jeno corresponder e as suas mãos passearam pelas coxas finas, apertando com vontade. Os membros friccionavam de vez em quando quando Jaemin se levantava pelos joelhos e voltava a descer.
Impaciente, tirou a box do Jeno e sentiu o seu cabelo ser puxado para trás, fazendo-o gemer. Olhou uma última vez desejadamente para o Lee no sofá antes de se levantar e abrir uma caixa que estava na mesa de centro, retirando de lá um preservativo e lubrificante. Olhou de novo para o polícia, vendo Jeno morder o lábio com aquele olhar excitante, chamando-o com o dedo indicador.
As mãos grandes puxaram-no pela cintura com força, fazendo com que Jaemin se sentasse no seu colo desnudo. Ambos os membros se tocaram, e o tesão apenas aumentou.
Jeno pegou os objetos da mão do mais novo e deixou-os ao lado no sofá. Puxou Jaemin para mais um beijo intenso, este que começou a rebolar e, inconscientemente, a mão do Lee encaixou-se na cintura fina. Conduziu beijos molhados pelo pescoço e levantou a mão com dois dedos esticados pedindo silenciosamente para Jaemin os lubrificar; e assim foi feito. Enquanto seus dedos eram chupados, tratou de estimular o membro encostado na sua barriga.
Com o ato, Jaemin gemeu arrastado e começou a lubrificar com mais rapidez e vontade. Jeno não conseguiu conter o seu sorriso malicioso pelo o quão desesperado Jaemin estava. Retirou os seus dedos da boca do Na e levou os seus lábios ao encontro dos outros. Enquanto se beijavam ferozmente, Jeno introduziu um dedo em Jaemin. Sentiu o interior o querer expulsar pelo incómodo repentino, por isso, continuou indo mais fundo, começando os movimentos de vai e vem.
Jaemin estocava os seus dedos com a vontade aumentando a cada segundo. O beijo era lento e intenso, com direito a puxadas de cabelo, mordiscadas, estalos; principalmente os gemidos abafados pelas bocas grudadas. Vez ou outra, para respirarem, Jaemin gemia no seu ouvido, mostrando ao Lee o que ele causava nele. Antes de conseguir introduzir outro dedo, fora interrompido:
- Já estou pronto. Não preciso de mais. - afirmou ofegante.
- Certeza? Não te quero magoar.
- Vá lá, Jeno. Eu não sou virgem.
- E daí? Eu não sei se tiveste com alguém ou...
- Eu passei estes meses todos masturbando-me enquanto pensava em ti. E, sim, eu tenho brinquedos sexuais. Por isso, para de me olhar com essa cara de convencido e fode-me logo.
Um estalo. Um gemido de surpresa. Jeno havia batido na sua bunda e massageado com possessão. Mordeu o lábio vendo a expressão de excitação que Jaemin fazia.
- Tu vais dar cabe de mim completamente.
Dito isso, Jeno grudou os lábios buscando o preservativo antes deixado ao seu lado. Rasgou e colocou, lubrificando com o lubrificante em seguida, e passou um pouco pelo buraco de Jaemin. Jaemin posicionou-se melhor no seu colo, e sem aviso prévio, Jeno colocou tudo de uma vez, com força, fazendo Jaemin gemer alto.
- Amém - gemeu por finalmente ter Jeno dentro de si.
Jaemin começou a quicar com vontade e rapidez, soltando gemidos pela sensação prazerosa. Jeno conduzia os movimentos com as mãos na cintura do mais novo, enquanto mordia o seu pescoço para reprimir os gemidos e a vontade de o foder mais rápido. Não queria demonstrar como aquilo estava sendo tão bom, não queria se render aos encantos de Na Jaemin. Restava somente um porcento.
- J-Jeno...
- Hm.
- Para de reprimir.
Sabem que mais? Que se foda.
Jeno suspirou e atacou os lábios do Jaemin, o abraçando pela cintura e encostou-se no sofá novamente, apenas para ter apoio para conseguir estocar Jaemin consigo no seu colo.
O barulho das peles se chocando; os gemidos; o calor... Estava tudo tão erótico e perfeito que não queriam parar nunca.
Jeno continuava estocando com força e vontade, enquanto Jaemin não tinha forças para mais nada além de gemer alto e em bom som para todos ouvirem. Para melhorar a sensação de prazer no outro, Jeno começou a masturbar o membro de Jaemin, este que tinha vontade de chorar pelo imenso prazer que estava sentindo. Nunca havia tido um sexo tão bom quanto com Lee Jeno.
Ele era uma caixa de surpresas (mas nem tanto assim para alguém que andou imaginando mil e uma coisas que o Lee podia fazer no ato por meses).
Com mais alguns movimentos de vai e vem, quanto à frente quanto atrás, Jeno foi sentindo o seu orgasmo chegando, quanto o do Jaemin também. O corpo do Na tremia pelo tremendo prazer. A única coisa que fazia era beliscar, morder, gemer e insultar o Lee por ser tão gostoso e impressionante.
- J-Jeno... E-eu... V-o-ou... - e antes que pudesse terminar, gemeu ainda mais alto assim que sentiu Jeno atingir o seu ponto doce, o levando ao orgasmo.
Lee sentiu o Na amolecer em cima de si, completamente acabado.
Jaemin apercebeu-se de que fora o único que havia chegado ao limite, e tratou de se aproximar do ouvido do Jeno dando beijos pelo pescoço.
- Anda, Jeno. Goza 'pra mim - pediu manhoso e rouco, ajudando Jeno nas estocadas dentro de si.
Jeno apertou mais forte Jaemin contra si, gozando dentro do preservativo, gemendo alto. Jaemin sorriu e aconchegou-se melhor nos braços firmes do mais velho. Sentiu o Lee o abraçando enquanto respirava descontroladamente.
O silêncio instalou-se, e ambos aproveitaram aquele momento para colocarem os pensamentos e sentimentos em ordem.
- Sabes que sentimos algo um pelo o outro, certo? - Sussurrou Jaemin com um pouco de receio pela reação.
Jeno travou. Não estava nada à espera que Jaemin fosse tão direto sobre sentimentos depois do que fizeram. A verdade, é que Jeno tinha medo do que lhe podia acontecer depois de tantos anos conquistados sendo um polícia se descobrissem o "relacionamento" que ele teve com o ladrão mais procurado da Coreia. Ele estava completamente fodido. Era demasiado apegado ao trabalho, não podia abdicar dele. Ele não sabia o que dizer, o que fazer. Só não queria machucar os sentimentos de Jaemin, os seus.
Não sabia se conseguiria agir como uma pessoa madura.
Pelo silêncio que havia recebido em resposta, Jaemin afastou-se do peito do Jeno, o olhando com um semblante um pouco desanimado. Aquela expressão magoou o pequeno coração do Jeno e os seus batimentos cardíacos aumentaram imenso.
Ele estava nervoso.
Não consiga olhar para Jaemin, não para os seus olhos. Jaemin fez menção de se levantar, mas Jeno o abrigou num abraço, como se estivesse pedindo desculpas por um defeito dele. Não sabia se era um defeito ou qualidade, mas isso estava magoando Jaemin. Naquele momento, isso era um defeito.
Jaemin retirou os braços do seu corpo e se levantou, vestindo sua box e suas calças. Jeno tratou de fazer o mesmo depois de ter tirado o preservativo, ambos em completo silêncio.
Aquele silêncio só aumentava a vontade de chorar em Jaemin. Mas ele tinha que ser forte. Ele tinha que arcar com as consequências de pensar somente em si mesmo. Havia-se esquecido completamente do relacionamento que o Jeno tinha com o seu trabalho, com o seu futuro.
Mas a merda já estava feita.
- Desculpa, Jeno. - quebrou o silêncio, finalmente.
- Pelo o quê?
- Por...
- Eu perguntei, mas realmente não quero saber.
Jaemin suspirou e não queria mais lutar contra as lágrimas, mas tentou recompor-se perante a cagada que fez. Ele sabia que Jeno sentia alguma coisa, apenas tinha medo do que podia acontecer caso descobrissem o acontecido. Não queria entregar o seu coração.
- Porque davas grandes intervalos nos roubos?
- Eu estava a construir uma casa na praia, no maior silêncio e paz.
- Somente para ti? - Jaemin abaixou a cabeça.
- 'Pra mim e... nos meus sonhos,'pra nós dois - respondeu engolindo em seco.
Depois de um longo silêncio, Jeno tomou a iniciativa com mais questões:
- Porque estavas na minha casa? Não ias demorar a voltar?
- Foi uma distração. Queria que chegasses a casa aliviado por eu não aparecer mais, mas apreensivo por ainda não me teres apanhado. - Jaemin caminhou lentamente até onde Jeno estava. - Porquê? Sentirias a minha falta?
Jeno o olhou por cima do ombro e suspirou.
- Tu sabes que eu não posso.
- Ai sei? - soou seco e frustrado. - Custa muito aceitar que sentes algo por mim? Porque vieste, afinal? Porque te entregaste de bandeja 'pra mim? Porque não me prendeste quando tiveste trezentas de oportunidades somente numa noite? - deu mais dois passos, ficando de frente para o Lee. - Diz-me, Jeno. Diz-me que não me queres ao teu lado. Nunca mais na tua vida. - ameaçou com os rostos quase colados.
- Sabes perfeitamente como estou fodido, Jaemin!
- Para de dar a mesma merda de desculpa! Eu sei que dedicaste a tua vida inteira para chegares onde chegaste, mas tu não podes ocupar a tua vida pessoal por causa de trabalho. Tu só trabalhas, nem sais de casa. Isso não é vida!
- E o que é a vida, Jaemin?
- A vida é um x período de tempo, que não sabes quando termina, mas tentas aproveitá-la ao máximo que consegues. No trabalho; com os amigos; com a família... Com quem tu quiseres. E, para mim, a principal: apaixonares-te. - Jeno suspirou. - A vida não é só trabalho, mesmo que precises disso para te sustentares e conseguires comprar mimos para ti. - Jaemin guiou as suas mãos para o rosto do Jeno, onde segurou para que ele olhasse nos seus olhos. - Gostar de alguém também é essencial. Faz parte do ciclo da vida. Não podes impedir disso acontecer.
- Porque já aconteceu.
Jaemin encarou surpreso as orbes negras como a noite, tentando não travar por Jeno ter confessado gostar de si "indiretamente". Ele tinha que continuar a dar argumentos para o seu discurso, para conseguir fazer com que Jeno parasse de evitar que o amor entre na sua vida, nem que seja pelo menos uma vez.
- Eu sei que o teu trabalho é super importante para ti, mas não deixes que isso tome o teu tempo pessoal por inteiro. Eu só peço que me deixes entrar e ficar. - e a última frase fora dita com um tom de possível choro. Aquele momento estava magoando ambos os corações, e conseguiam sentir isso. Era doloroso demais ver Jaemin quase chorando por sua causa. Não se permitiria fazê-lo sofrer.
Acreditando que Jeno não diria nada, Jaemin optou por se afastar, acabando por ser surpreendido por um abraço acolhedor. Não demorou muito para corresponder, afinal, tudo o que queria era que Jeno o deixasse entrar na sua vida, que deixasse Jaemin tomar o seu coração.
- Mostra-me os lados bons do amor, por favor. Faz-me acreditar que não tomei a decisão errada, Nana. - Sussurrou.
- Eu irei - Sorriu fraco e se afastou. - Eu quero pedir desculpas pelo transtorno que provoquei durante o decorrer dos meses e eu nunca pensei conseguir estar assim contigo, tão...
- Intimamente. - Jaemin assentiu e ambos riram. - Eu também não, para ser sincero.
- Eu só quero que saibas que gosto muito de ti e sim, estou a confessar o que sinto, só que de uma maneira mais leve e suave. Espero eu - Jaemin pôde ouvir o riso fraco do Lee, e jurou ser uma das oitavas maravilhas do mundo. - E desde que te conheci que sinto algo a mais e reconheci logo na hora. Então sempre construí aquele amor platónico, os sonhos, e meio que planeei um futuro juntos. E nesse futuro, existe um Na Jaemin livre das acusações de roubo, e um Lee Jeno bem sucedido como polícia, juntos, na minha casa na praia.
Jeno engoliu em seco pelo o que Jaemin queria dizer com aquilo. Não iria impedi-lo, como é óbvio, nem tentar fazer com que ele mudasse de ideias. Em suma, era um sonho dele, um futuro com paz e amor, e Jeno jamais o impediria.
- Queres que eu te prenda, certo? - Sussurrou apertando de leve os braços nus do amado.
- Sim - abanou lentamente com a cabeça.
Abraçaram-se mais uma vez e permitiram-se aproveitar aquele momento da melhor forma possível, já que nos próximos dias isso seria impossível ou complicado de acontecer devido à detenção do ladrão mais procurado da Coreia.
Afinal, eles não tinham mais nenhuma opção a não ser aquela.
[...]
Aquele momento parecia o fim de algo que sequer havia começado (devidamente).
Nunca pensou que ver Na Jaemin com a vestimenta da prisão fosse ser tão doloroso como estava sendo.
Era o dia do julgamento do seu caso, ou seja, era o dia do julgamento de Na Jaemin. Enquanto o ladrão estava sendo julgado pelos crimes cometidos, Jeno estava sentado numa das imensas cadeiras, junto a Donghyuck e Mark. A presença dos colegas de trabalho dos três era ignorada, porque naquele momento Jeno não conseguia pensar direito nem falar nada concreto. Seu corpo inteiro tremia e as suas mãos suavam e esfregava-as nas calças pretas para tentar secar - e essa ação era extremamente inútil.
E, para piorar - ou melhorar, não sabia qual dessas duas opções escolher -, Jaemin lançava sorrisos singelos e olhares carinhosos na sua direção, como se estivesse dizendo que ele estava bem. Na verdade, ele estava bem sim. Estava a ser julgado pelas merdas que fez, para ir preso e, finalmente, ficar livre desse mundo, sem precisar fugir ou tomar cuidado para não ser apanhado. A única coisa que lhe importava era: o seu relacionamento com o Jeno e amor; a sua casa na praia; e depois que sair da prisão, passar o restante da sua vida na maior paz e amor com o seu amado.
Era isso que ele queria.
E esperava que Jeno o acompanhasse.
O som estridente do martelo fez-se presente após a fala do juiz.
Na Jaemin foi condenado a um ano de prisão com direito a serviços comunitários.
Imerso no seu próprio mundo, Jeno não conseguia prestar atenção ao que Donghyuck tentava dizer para lhe consolar, nem aos afagos nas suas costas que Mark fazia, nem às vozes que soavam em eco ao seu redor. A sua atenção estava somente focada em Na Jaemin. No sorriso triste que lhe era lançado, ou os olhos lotados de lágrimas que negava-se a deixar cair.
Sem mais forças para ocultar como se sentia perante aquela situação, Jeno abaixou a cabeça e deixou as primeiras lágrimas caírem, em seguida de muitas outras. Não negava os seus sentimentos pelo mais novo, e vê-lo ir preso fez com que uma dor crescesse no seu peito. A única coisa que Donghyuck e Mark podiam fazer era abraçá-lo e dizer vários "está tudo bem. Ele vai ficar bem"; e evitar que alguém o visse naquele estado para fugirem de possíveis questões do porquê - mesmo Mark estando meio confuso com a reação que Jeno teve. Apenas limitou-se a consolar o seu amigo e colega de trabalho.
Sem mais palavras, Jeno saiu dali após Jaemin ser levado para a cadeia.
[...]
Dias se passaram desde a detenção do ladrão mais procurado da Coreia, e fechando com chave de ouro, mais um caso concluído com sucesso. Claro que os demais polícias e chefes daquela esquadra parabenizaram Jeno com os seus maiores sorrisos singelos e apertos de mãos - alguns tiveram a audácia de empurrar o seu próprio corpo contra o do Lee em um abraço que não durava mais do que dois segundos. E Jeno acreditava que era somente por pura simpatia.
Jeno aceitava todos os elogios e adjetivos dirigidos à sua pessoa mesmo que não estivesse no clima para isso. Obrigava-se a lançar-lhes um sorriso forçado em agradecimento. Sem contato de mãos ou corpos, sem muito diálogo. Era como ele estava naqueles dias.
Não tinha força nem vontade para nada. Os casos antigos e novos que tinha de trabalhar estavam empilhados na sua mesa, e outros bocados enormes na mesa de Donghyuck e de Mark. Os seus colegas próximos tentavam de tudo para animá-lo para começar a trabalhar, mas sem sucesso. Jeno sentia saudades dos toques; dos beijos; dos carinhos; e de todo o resto que recebeu naquela noite no casino. Tinha saudades de Na Jaemin e isso não era nada bom, porque isso só implicava para que ele estivesse ciente dos seus sentimentos.
Já cogitou a ideia de visitá-lo, mas descartava logo em seguida. Não sabia se Jaemin queria a sua presença. Apesar de que tinham acabado bem depois do ocorrido - e nunca mais se falaram a partir daí. Não sabia se Jaemin estava com saudades dele, mas também não saberia se continuasse se perguntando sem tomar uma decisão.
- A tua cara de morte enjoa-me - A voz de Donghyuck fez-se presente para estragar o seu humor por completo. Que belo amigo - Quando é que vais levantar o cu dessa cadeira e ver o Jaemin?
Jeno apenas limitou-se a olhar para ele, e de seguida para Mark que apoiou a ideia "mirabolante" do rapaz que gosta. Desde aquele dia no tribunal, Jeno tomou coragem para contar tudo ao Lee mais velho, este que prometeu não abrir a boca e que iria apoiá-lo.
Ele conseguia ser um amigo bem melhor do que o Donghyuck. Mas Jeno nunca daria esse sabor de sabedoria a ele.
- Eu não sei se ele quer olhar 'pra minha cara.
- E porque não quereria? Que nós saibamos, ele não tem motivos 'pra isso. - Donghyuck tagarelava mais do relacionamento fodido do Jeno do que o seu com o Mark, e isso era fato e um tanto irritante para si.
- Quando é que vocês vão tomar vergonha na cara e tomar o cu um do outro? - Suspirou massageando as têmporas. Viu o rosto de Mark ganhar uma coloração rosada e um Hyuck prestes a bater com a sua cara no chão.
- Quando é que vais tomar vergonha na cara e ir ver o Jaemin, caralho? - Ok, Hyuck ganhou e soube logo disso. Jeno levantou-se da cadeira giratória e pegou nos seus pertences, pronto para ir para casa e trocar de roupa.
- Vais agora? - Mark questionou confuso, recebendo confirmação com um maneio de cabeça. - Mas o teu expediente termina daqui uma hora! - falou cada vez mais alto quando via o Lee se distanciar cada vez mais.
- Cobram-me!
Não demorou muito para Jeno ir a casa para trocar de roupa e, quando deu conta, já estava na recepção da prisão. Engolia em seco a cada cinco segundos sem parar. Não conseguia controlar os nervos por estar prestes a ver Jaemin depois de uns dias em pleno breu. Logo o seu nome foi chamado e entrou na grande sala com inúmeras cadeiras e a divisória em vidro. Sentou-se e respirou fundo.
E num passo de mágica, Jaemin entrou na sala algemado e sentou-se à sua frente com os olhos arregalados. Trataram de tirar as algemas para que este pudesse falar à vontade com o visitante.
Dirigiram os interfones ao ouvido e esperaram que algum dos dois dissesse alguma coisa.
- Não acredito que estás aqui - Jaemin foi o primeiro a se pronunciar, e não demorou muito para abrir um sorriso radiante. - Senti a tua falta.
O cabelo rosa estava um pouco desbotado e despenteado; as olheiras eram bem visíveis e o seu ar de cansado denunciava o seu nojo por aquele lugar. Estava a detestar estar na prisão, mas nada que não pudesse suportar por um ano para se ver livre dos crimes para, finalmente, ter a vida que sempre desejou ter.
- Também senti a tua falta, Jaemin. Nem sabes o quanto.
Jeno conduziu a sua mão direita para o vidro, na esperança que Jaemin fizesse o mesmo. Acabou por fazer, só que não durou muito. A mão caiu, junto o seu sorriso e toda a sua expressão de felicidade por vê-lo ali.
- Está tudo bem? Precisas de alguma coisa? - Jeno adiantou-se e questionou freneticamente. Não gostava quando Jaemin demonstrava aquele tipo de expressão. - Alguém te tocou?
- Precisamos de falar. - E Jeno sentiu o seu coração parar por um instante.
Retirou a mão do vidro.
- Sobre?
- Eu quero terminar seja lá o que nós temos. Não vai dar certo enquanto eu estiver aqui dentro. Eu pensei muito durante estes dias e concluí que não quero ser um fardo para ti. Eu quero que vivas a tua vida, Jeno. Não te quero impedir de viver.
- Tu estás a ouvir o que estás a dizer?! Por que isso do nada? - a raiva que a sua voz e expressão tomaram deixou Jaemin apreensivo. Ele sabia que Jeno não iria aceitar logo de início depois do que tiveram e das promessas e desejos.
- Eu quero que sejas livre, Jeno-ah.
- Tu prometeste ensinar-me o que era amor. Tu desejaste que eu estivesse ao teu lado no teu futuro, e mais algumas lamechas depois, e agora vens com essa conversa? Mas que merda! - a sua mão dirigiu-se com agilidade contra a mesa. - Se sabes que não vais conseguir cumprir tudo o que tu dizes, não prometas nada!
- É mais difícil do que tu pensas estar preso aqui dentro!
- E continuas a pensar somente em ti! - Gritou e suspirou, tentando se acalmar. - Toma vergonha na cara de uma vez, caralho! Era isto o que tu querias? Usar-me e deitar-me fora depois? Vai à merda. És o maior covarde que conheci!
Largou o interfone de qualquer maneira sobre a mesa e saiu dali, deixando um Jaemin arrependido das suas ações com lágrimas nos olhos. Ele só queria o seu bem e acreditava que aquela era a melhor decisão a ser tomada.
Mas esqueceu-se completamente dos sentimentos mais fortes, e de como Jeno se sentia. Afinal, Jaemin é o maior covarde de todos.
Um ano depois.
Era o seu último dia naquele inferno chamado cadeia. Jaemin ansiava sair dali desde que entrou, e quando finalmente o seu último dia chegou, pôde respirar aliviado. Já não se sentia tão sufocado como antes.
Estava pronto para vestir as suas vestes que tanto sentia falta quando foi interrompido por um chamamento vindo do lado de fora da sua cela. Olhou para a porta e caminhou até lá, vendo um polícia pronto para abrir a boca e ditar o que quer que fosse, mas a imagem de um Lee Jeno apareceu há sua frente. Abanou a cabeça como se fosse mandar esses pensamentos para longe e forçou um sorriso.
- Tens uma visita. - e pôde sentir-se tremer dos pés à cabeça.
- Ok, então... Vou só terminar de me arranjar e...
- É urgente. Isso pode esperar. - com certa brutalidade em princípio, foi puxado à força até uma sala afastada das celas e da sala própria para visitas. Franziu o cenho.
Para onde estava a ir?
A porta foi aberta e ele foi empurrado para dentro sem a chance de relutar antes. Não sabia o que estava a acontecer, mas temia que não fosse coisa boa. Olhou o lugar com calma, vendo um corpo alto e elegante olhando para a vista que a janela proporciona. Os seus lábios ressecaram e engoliu em seco por estar ali; por vê-lo ali. Logo os olhares se encontraram e a vontade de chorar e correr até ele para abraçá-lo demonstrou-se forte e persistente, mas hesitou.
- O que fazes aqui? - foi a única coisa que conseguiu dizer. Nem respirar conseguia direito, quanto mais agir.
Se Jeno não se pronunciasse, Jaemin choraria até não ter mais lágrimas para derramar.
Mais rápido do que a luz, Jeno estava andando na sua direção, tomando os seus lábios num beijo cheio de saudades e sentimento. A falta que aqueles lábios fazem nele é inexplicável. Esteve um ano sem beijar que nem sabia o que fazer. Mas pela sua sorte, tinha Jeno para o guiar naquele combate de línguas e troca de saliva. Pela falta de ar, tiveram de se separar, por mais que doesse tal afastamento.
- O que fazes aqui? - Sussurrou contra os lábios do amado, novamente. Estavam tão próximos que não o queria largar nunca.
- Sentiste a minha falta? - Perguntou sorrindo, pegando Jaemin desprevenido.
Quando menos pensou, já estava chorando descontroladamente nos braços do mais velho. Não conseguia acreditar de que Jeno estava ali, na sua frente, após a mini discussão que tiveram à um ano atrás. Não raciocinava direito. Não conseguia.
- T-tu... Estás a-aqui... - fungou.
- Eu nunca te deixaria. - apertou-o com mais força nos seus braços, como se fosse protegê-lo daquele mundo. Repousou a sua cabeça no ombro do Jaemin, perto do ouvido e pediu: - Desculpa pelas coisas horríveis que eu disse. Sei que apenas queres o meu bem.
- Eu ainda não acredito que esperaste por mim - afastou-se levemente do abraço e limpou o rosto com as mangas da camisola. - Obrigado.
- Como eu poderia não esperar? É de ti que eu gosto, Nana. - Sorriu e sentiu que Jaemin desmaiaria naquele instante. Aliás, dizer aquelas palavras em voz alta foi uma surpresa para ambos.
- Eu também gosto de ti - encarando aquele momento como uma oportunidade para dizê-lo mais uma vez, não hesitou.
Como não havia mais nada a ser dito, permitiram-se grudar os lábios num beijo intensamente louco. As saudades e falta de contato é imensa e ambos sentem isso à flor da pele. Sem mais roupas que os impediam do contato direto, uma pequena disputa começou.
- Mas da outra vez foste tu!
- E daí? Quero ser eu outra vez!
- Mas eu quero foder-te!
- E eu quero foder-te de novo.
- Anda lá. Deixa-me ser o ativo. Hoje é o meu dia - sorriu e fez expressões fofas, e como Jeno não resiste a Na Jaemin, aceitou, hesitante.
- 'Tá. Mas quando voltarmos a fazer, serei eu.
- Põe-te de quatro e cala a boca.
- Olha a autoridade deste filho da puta. - resmungou.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro