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8 de Setembro de 2018
4h56

 O flash que piscava vindo da casa na árvore só reafirmava a Teixeira o que ela própria havia encontrado. Estavam fotografando todo o local, os arredores, a casinha e o corpo da menina.

 Teixeira já havia visto muitos corpos, pois fazia parte do seu trabalho. Com a ótima memória que tinha, muito importante naquele ramo, conseguia lembrar de cada caso com detalhes, fazendo um pouco de esforço. Mas é claro que quanto mais o tempo passava, mais borradas as lembranças iam ficando em sua cabeça, precisando conferir papéis para ter certeza, em caso de uma reabertura em alguma investigação. Ainda assim, ela tinha a sensação que se em vinte anos lhe pedissem para descrever aquela noite, ela conseguiria sem hesitar.  

 Jamais esqueceria como foi encontrar Ana Clara Almeida Bosco. Não conseguiria apagar o seu corpo pequeno e pálido, de bruços naquele chão imundo. O cabelo jogado na frente do rosto, deixando à mostra os olhos fechados e os lábios entreabertos. Poderia passar por uma criança dormindo, se não fosse seus tons estranhos, a imobilidade do corpo e, principalmente, a nudez por baixo do vestido levantado até a cintura.

 Teixeira passou as mãos no rosto, como se pudesse limpar aquelas imagens de sua mente. Ana Clara estava morta, ela havia falhado naquela parte da operação, agora deveria focar em encontrar o culpado.

 Virou a cabeça para ver quem descia da casa. Era um homem da equipe forense, com o traje próprio contra contaminação. Em sua mão estava um saco plástico transparente. A parte da documentação havia sido concluída.

— O que é isso? — perguntou Teixeira, parando o homem. Sua voz estalou, fazendo-a perceber que estava com sede.

— A única evidência. — o homem ergueu a mão, iluminando com uma lanterna. — São pedaços de fita adesiva.

— Nada mais?

— Há suspeita de sêmen na roupa da menina. Vamos mandar para a análise.

— Em qual local?

— Ombro direito.  

 Teixeira apertou as mãos em punhos. Nunca deixou de pensar que aquele havia sido o motivo do sequestro de Ana Clara. Estupro. Mas receber supostas provas de que aquilo realmente havia acontecido lhe embrulhava o estômago.

 Sete anos. Ela era uma criança de sete anos.

— Obrigada. — falou, dispensando o homem.

 Haviam trazido uma escada mais segura até o local, por onde a equipe subia e descia. A casa era muito pequena, um tamanho de quatro por quatro metros. O teto era baixo o bastante para que não coubesse um adulto em pé e todas essas limitações estavam fazendo o trabalho da equipe ser bem complicado. Teixeira subiu até o topo, ficando na mesma posição de quando encontrou o corpo, mas não entrou. Observou os dois profissionais ali presentes colocarem sacos de papel na cabeça, nas mãos e nos pés da menina, preservando-os. Ana Clara agora era tronco, braços e pernas. Os homens ergueram seu corpo e o colocaram dentro do saco mortuário, o som do zíper sendo puxado pareceu ocupar todo o espaço.

 O trabalho ali estava feito. Teixeira não estava nada ansiosa para a próxima etapa.

 Desceu a escada e atravessou o curto caminho na mata até voltar para a propriedade do sr. Bosco. Cruzou o quintal sem olhar para a casa e saiu na rua. Agradeceu pela fita de isolamento mantendo as pessoas, principalmente a equipe de reportagem, longe. Flashes piscaram e ela soube que estava sendo fotografada. Não esboçou nenhuma reação até chegar ao carro e bater a porta. Suas mãos estavam frias. Ligou o motor, mal sentindo o volante, e deu a ré com cuidado, esperando que alguém tirasse a fita do caminho. A repórter bateu em sua janela enquanto passava, mas a ignorou. Logo estava descendo a rua.

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