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12 de Setembro de 2018
12h15

 Depois de ser liberada da reconstituição pelo delegado, Teixeira desceu a rua a pé, seu destino era bem próximo. Entrou na única farmácia da Albuquerque Lima Duarte e foi direto para o balcão. Esperou que duas outras pessoas fossem atendidas e a farmácia ficasse vazia.

— Boa tarde. — o atendente cumprimentou com um sorriso simpático. Sua saudação a fez olhar para o relógio na tela do computador. Passava do meio dia. Sua barriga roncou, mais um lembrete da hora.

— Boa tarde, eu sou a agente Teixeira — mostrou seu distintivo — estou trabalhando no caso da menina Ana Clara.

 O atendente ficou sério, com certeza já conhecia o caso. Ela continuou.

— Vocês mantêm os registros das vendas, correto?

— Sim, senhora.

— E vocês realizam cadastros dos clientes.

— Daqueles que querem, sim.

— Você pode dar uma olhada nas compras feitas por Ricardo Costa Bosco do último ano?

 O atendente desviou o olhar e pensou por um segundo.

— Eu posso voltar aqui com uma ordem judicial. — completou a oficial.

 Ele balançou a cabeça.

— Isso pode custar meu emprego, mas eu sei que a senhora levaria um ou dois dias para conseguir essa ordem e esse tempo é precioso. Eu tenho uma filha.

 Sua última frase explicava sua atitude. Ele digitou rapidamente no computador.

— Quer que eu imprima?

— Se for possível.

 Levou só um minuto. Teixeira agradeceu e pediu discrição antes de sair da farmácia. Não foi além da calçada para dar uma olhada na folha em suas mãos. Passou o dedo indicador pela lista longa de produtos de higiene e medicamentos, atenta. Um único item lhe chamou a atenção. Orfidal, comprado em 7 de junho, às 10:10.

 Teixeira pegou seu celular e entrou no aplicativo de mapas. Escreveu "Farmácia" na busca e checou os resultados. Percebeu que precisaria do carro. Voltou para a rua de Ricardo Bosco, notando que uma parte da equipe já havia ido embora. Haviam viaturas por ali, mas preferiu pegar seu carro, seria mais discreto.

 As duas próximas farmácias ficavam poucas ruas de distância. Também conseguiu os registros facilmente e pôde ver que Ricardo também as frequentava, mas não tanto quando a da Albuquerque, nelas não encontrou nada. Passou em cada farmácia do bairro, apenas em duas lhe recusaram o acesso às informações dos clientes, mesmo assim Teixeira estava satisfeita com a busca. Poderia solicitar a autorização do Juiz e mandar outro agente passar um pente fino mais profundo, por enquanto o que havia conseguido lhe bastava.

 De volta no carro, checou a hora. 16:12. Parou em um ponto de lanches que viu em alguma esquina e comprou um sanduíche e uma garrafa de água. Comeu enquanto dirigia atravessando a cidade, em direção a escola Maria de Fátima Andrade. Em algum momento do percurso estranhou um barulho que o carro começou a fazer, rezou que não parasse. Chegou dez minutos antes da escola fechar. Já não haviam alunos ali e alguns dos funcionários também já haviam ido embora, por sorte a diretora permanecia em sua sala.

— Posso ajudar com mais alguma coisa? — Andréa perguntou depois de receber a oficial. - Alguma novidade?

— Nada que eu possa compartilhar agora, desculpe.

— Eu entendo.

— Então, a senhora lembra de quando foi até a delegacia com a professora Gleice?

— Lembro, claro.

— A professora Gleice comentou que registra tudo em seus diários, inclusive quando os alunos ficam doentes.

— Sim, ela é uma professora muito atenciosa.

— Eu poderia dar uma olhada nos diários? Preciso saber quais os dias exatos em que a Ana Clara teve aqueles episódios.

 A diretora concordou com a cabeça.

— É claro, claro que sim. Os diários estão com a professora Gleice e ela já foi embora. Mas eu posso ligar e tenho certeza que ela volta. — ao mesmo tempo que falava, a mulher já estava com o celular nas mãos.

— Enquanto a senhora fala com ela, posso usar o banheiro?

— Use o dos professores, é a porta aqui na frente.

— Obrigada.

 Teixeira saiu da sala e encontrou o banheiro. Estava em movimento desde o período da manhã, sua bexiga gritava por alívio. Aproveitou enquanto fazia xixi para ligar para a mãe.

— Alô?

— Oi, mãe, como tá aí, tudo bem?

— Mulher, o Léo tá com um pouquinho de febre, mas eu já dei paracetamol pra ele.

— Mas ele tá brincando? Ou tá caidinho?

— Não, ele tá bem.

— Cadê a Bia?

— Tá apanhando fruta com a Dinda.

— A Bia? Apanhando fruta? Ela tá com febre também?

 Sua mãe riu.

— O que a falta de internet não faz.

— Vou mandar ela pra morar com a Dinda.

— E você? Tá tudo bem? Tu tá comendo, Maria Helena?

— Tô mãe, daquele jeito mas tô.

— Olhe, você se cuide viu. Tá trabalhando?

— Sim, tô no colégio da menina. Apareceram umas coisas.

— Estão perto de descobrir quem fez isso com a bichinha?

— Não, mas pelo menos agora temos suspeitos. Preciso ir. Se o Léo piorar me liga.

— Tá certo, mas ele vai piorar não, não se preocupe.

— Eu ligo mais tarde pra falar com eles. Beijo.

— Tchau, beijo.

 Teixeira desligou e se apressou para sair do banheiro. Confirmou com a diretora que a professora Gleice estava voltando com os diários e preferiu esperar por ela no pátio da escola. Não queria atrapalhar a diretora, nem precisar ficar se esquivando de perguntas que não poderia responder.

 Não esperou tanto quanto pensava. Logo viu a professora passar apressada. A cumprimentou e acompanhou até a diretoria.

— Eu já deixei marcado aqui no diário os dias que a Clarinha passou mal, caso vocês precisassem. — a mulher falou, folheando ansiosa o diário.

— Muito obrigada por isso, professora.

 Ela achou a primeira página e apontou.

— Tá aqui, foi no dia 11 de junho.

 Teixeira acenou com a cabeça.

— Eu poderia dar uma olhada por um instante? E tirar algumas xerox?

— Claro, a senhora pode ficar à vontade aqui. - a diretora levantou e a professora a imitou.

— Desculpe atrapalhar, só vou levar alguns minutos.

— Que é isso, não se preocupe. Vamos esperar lá fora. A máquina de xerox tá bem ali.

 As duas mulheres saíram e Teixeira imediatamente espalhou as folhas pela mesa, com os registros das farmácias. Pegou uma das canetas da mesa da diretora e circulou nos registros as compras de Orfidal feitas por Ricardo Bosco, depois analisou o diário. Haviam três datas em que Ana Clara se sentiu mal na escola. Teixeira as comparou com as compras de Ricardo. Bateu com a ponta da caneta na mesa enquanto encarava o nada, pensando. Pegou o celular e entrou no Google, pesquisando por Orfidal. Leu o resumo principal na página:

O Orfidal, (também conhecido por lorazepam) é um ansiolíticobenzodiazepínico médio, ou seja, que demora a ser absorvido. Cerca de meia hora, e alcança a concentração máxima em uma hora. Tem uma duração de oito ou nove horas, no máximo.

 Teixeira ligou para o delegado. Ele não atendeu de primeira, o que mostrava que estava ocupado, mas a oficial insistiu e na segunda tentativa foi atendida.

— Teixeira.

— Delegado, tenho algo importante.

— É mesmo? Espere um momento. - ela ouviu o delegado dispensar alguém de sua sala. — Certo, pode falar agora.

— Passei nas farmácias próximas à casa do sr. Bosco e descobri que ele fez algumas compras de Orfidal recentemente.

— Orfidal?

— Sim, Lorazepam.

— O remédio que a ex-mulher toma...

— E que foi encontrado no sangue de Ana Clara.

 Houve um pequeno silêncio enquanto ambos pensavam.

— Você está com os registros?

— Algumas farmácias exigiram a ordem judicial, mas as que consegui são suficientes. Escute... — ela remexeu nos papéis. — Bosco comprou uma cartela de Lorazepam no dia 7 de junho — seu olhar passou para o diário — e de acordo com os registros da professora, a menina passou mal na escola em 11 de junho.

— Temos um intervalo bem curto aqui.

— Sim. E tem mais. Houve outra compra, em outra farmácia, no dia 13 de julho. Ana Clara se sentiu mal na aula de música no próximo dia 16. A última compra que consegui foi em 18 de Agosto. A menina faltou aula dois dias depois, no dia 20. A professora registrou que a mãe informou que Ana Clara estava com fortes enjoos, por isso a manteve em casa.

— Parece que há um cerco se formando ao redor do sr. Bosco. Vou entrar em contato com o juiz e já preparar uma ordem de busca na casa dele. Algo mais detalhado.

— Ele teve bastante tempo para se livrar de algo que o incriminasse.

— É para isso que temos o registro do dia 8.

— Eu fiz uma pesquisa rápida sobre o Lorazepam. Ele não tem efeito imediato, leva cerca de meia hora para agir.

— Se o sr. Ricardo tiver colocado o remédio no sorvete da menina, isso daria o quê? Vinte minutos até ela voltar com o irmão para a casa dele?

— Preciso checar os horários.

— Eu tenho aqui. Espere.

 O delegado parecia folhear papéis. Teixeira já havia desistido de pedir que ele arquivasse tudo no computador.

— Aqui está. Eles chegaram do jantar, segundo as declarações, às 20:40. Preciso pedir que alguém vá até o restaurante e confira o horário que eles saíram de lá, só pra garantir.

— Aparentemente as crianças tomaram sorvete assim que chegaram. Podemos colocar cinco minutos como tempo para eles entrarem, se acomodarem e o sorvete ser servido.

— Vamos colocar um intervalo de vinte minutos para que eles tenham tomado o sorvete. Isso nos deixa às 21:05. Ah, eles também tiraram fotos enquanto isso.

— Os dois depoimentos apontam que Cecília saiu da casa com as crianças logo em seguida e a louça estava suja na pia, o que mostra que ela própria não parou para lavar. Talvez uns dez minutos?

— Razoável. Eles saíram por volta das 21:20, realmente. Entram no carro, descem a rua que não é tão longa, e param. Não levaram mais que três minutos nesse percurso.

— 21:23. Nessa altura o Lorazepam já estava fazendo efeito há uns 40 minutos, isso explicaria porque a menina estava sonolenta na gravação.

— Não podemos ignorar o fato que a quantidade de medicamento no sangue dela era altíssimo, e se tratava de uma criança pequena.

 Teixeira concordou com um aceno para si mesma.

— Qual o próximo passo? — Ela perguntou.

— Ainda bem que o dr. Mendes deixou salva amostras da menina. Tenho certeza que eles conseguem confirmar se ela vinha sendo medicada há tempos ou não.

— Isso explicaria por que optaram por cremar o corpo. Acabar com as evidências.

— Sim. Traga cópias do que conseguiu, sim?

— Já estou com elas aqui.

— Ótimo.

— Isso é suficiente para colocar o sr. Bosco como suspeito também?

— Com certeza é.

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