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||_Culpa e sensatez_||

|A Rua dos Sonhos servia de consolo para os habitantes da casa dezessete. Guilherme e Sarah adormeceram em suas companhias naquela madrugada incomum. A chuva arrebentava sobre o teto e os ventos em passeio transformavam o lugar, as novidades de Guilherme estavam presas com ele.

O sono do professor naquela velha poltrona era dividido em ciclos que não duravam mais que trinta minutos, pesadelos e uma forte dor de cabeça dominavam seus sentidos. Ele tinha febre e os tremores involuntários agitavam os músculos do seu corpo. Sara descansava sentada sobre outro velho sofá, agora mais calma e delicada em seu sono profundo. 
Um rastro de luz corria sobre o rosto de Guilherme, atravessava a casa e se perdia novamente na escuridão.
Ele acordou. Os olhos se abriram rapidamente dirigidos a Sara. Estava frio, muito frio.
Guilherme colocou as mãos sobre os olhos tentando bloquear a luz decadente vinda da cozinha. Arrumou-se na velha poltrona e analisou cada centímetro do piso antigo. Lembrou-se do pai, e de quando sua maior responsabilidade era fazer o dever de casa e se destacar nos campos de futebol. Guilherme parecia ver o pai naqueles corredores. Sentiu falta dos abraços depois da aula de inglês. Sentiu falta das ligações de Iris e da velha árvore da esquina da Rua dos Sonhos. Lembrou-se da mãe sã. Seu rosto ficou vermelho. Sara não poderia acordar. Ela não poderia vê-lo assim. A mulher ao lado tinha nele a única direção, os ataques esquizofrênicos tiraram dela a lógica das coisas. Suas visões e suas conversas unipessoais traziam medo àquela casa, e mesmo acostumado, Guilherme evitava encontrar a mãe falando sozinha com algo ou alguém que não existia.
Guilherme estava tenso e com medo, tanto trabalho e poucas horas de sono o levaram a pensar em insanidade. Qual loucura se adaptaria a ele? O jovem tentou balançar a cabeça e pensar na falta de controle dos seus atos, no descuido sobre si mesmo. Uma vez, em uma visita ao médico, Guilherme recordava das estatísticas em relação à esquizofrenia acentuada da mãe.
– Doze por cento. – Disse o médico naquela sala pequena sem olhar nos olhos de Guilherme.
– Relativamente alto... – Guilherme buscava o olhar frio do médico que tentava explicar a predisposição genética da doença.
– Mas vamos ser positivos... – Tentou o médico.
Guilherme pensou na sua condição atual e nas últimas visões, no piano, na música, e tentou comparar suas reações com as da mãe.
– Não posso estar louco! – Pensou.
O professor levou os pensamentos para longe, tinha que voltar a dormir. Tinha que esquecer doença e morte. Guilherme tinha que lutar e usar o que lhe restasse para manter sua força e sua vontade de viver. O professor relaxou e ficou a observar os livros na estante à frente, aos poucos o cansaço foi dominando a mente, pesava sobre os olhos. Guilherme voltou ao sono.

                                        ||...||

|A luz branca cegava e o caminho não era familiar. Guilherme não conseguia reconhecer aquelas paredes quase que invisíveis que serviam de apoio para os braços dormentes. O jovem tentou pensar em um final sem dor, o último momento de algo que nem havia começado realmente, sabia que não era felicidade. O olhar distante e os ouvidos preparados não reconheciam foco e som algum. Talvez loucura, aquela que o cercava e fazia escutar vozes e pensar em mortos. O professor estava distante, em uma sala grande e bastante iluminada, não havia janelas ou portas, apenas algumas cadeiras. As luzes diminuíram gradativamente.
Guilherme encolhe-se no canto da parede estranhando a metamorfose do ambiente e a falta de ar. A luz havia partido junto com a lógica, e a escuridão chegou calmamente.
– Estraguei seus planos, professor? – Guilherme levantou a cabeça. A voz que vinha do fim do corredor era juvenil.
– Eron?! – Gritou Guilherme ao se levantar. – É você, seu desgraçado?! – O professor girava o corpo em todas as direções, não conseguia direcionar sua visão.
– Por que tanto ódio, amigo? – A voz fria e suave continuou. – Você me encontrou! Parabéns... – Uma leve risada surgiu.
– Seu amigo... Nunca deveria ter me aproximado de você! – Guilherme parou ao ver a sombra de Eron aproximar-se. – Resolveu sair do esconderijo e me encarar?
– Eu nunca me omiti quanto ao desaparecimento da nossa amiga. – Eron não mostrava o rosto. – Escute: Eu não era o amor caloroso dela.
– Você me culpa por seu crime? – O professor estava indignado. – Você me culpa por sua barbárie?
– Lembra-se da mensagem de texto que você recebeu no celular? – Eron dominava a situação. Guilherme estava imóvel. – Pois bem... Foi sua chance...
– Eu não podia fazer nada...
– O jogo chegou ao fim nesse momento. No momento em que você estava ocupado com outras coisas. – Junto com as palavras de Eron as lágrimas de Guilherme começavam a cair.
– O celular dela estava com você... Você o tinha, seu pervertido! – Guilherme levantou e se jogou sobre o corpo de Eron.
O pervertido sumiu aos olhos do jovem Guilhar, que teve seu corpo jogado à parede fria.

                                      ||...||

|A respiração de Guilherme cessou e seu coração agonizava. O professor estava suado e sentia o corpo frio, estava assustado e tremendo, mais uma vez acordou em volta de seus pesadelos reais. Estava novamente em sua velha poltrona. Dona Sara continuava como antes, na mesma posição e refletindo o mesmo aspecto.
Eron de Menezes mais uma vez visitou Guilherme, fazendo da busca do professor uma oportunidade para perguntas na noite, nos sonhos e pesadelos que circulavam na cabeça do jovem Guilhar. O inquérito arquivado possuía falhas, vícios, e muitos sabiam da complexidade do caso, mas expor isso levaria algumas pessoas a revelarem alguns atos íntimos e obscuros. O pervertido, desde o desaparecimento de Iris, sempre esteve presente nos pesadelos de Guilherme, mais cedo ou mais tarde Eron entrava em seu sono e o destruía.
Tentando refletir sobre os últimos acontecimentos mais uma vez, o professor se deparou com a questão da mensagem recebida por ele no dia em que Iris desapareceu. O assunto a ser tratado entre os dois, Guilherme nunca soube. Muita coisa ficou no ar, a decisão de arquivar o caso foi da promotoria, o juiz nem se pronunciou, as falhas corromperam o inquérito e a possibilidade de prender alguém nunca foi concreta. Sem corpo, sem certezas... Sem crime e sem punibilidade.
A madrugada e o som da chuva voltaram para acalmar Guilherme, o cansaço o levava para longe novamente e o jovem voltou ao sono.

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