||_Beijo Juvenil_||
|Guilherme sempre chegava antes de todos, a insônia e as crises de ansiedade o deixavam mais à vontade nos corredores, não importava a ocasião ou a pessoa, o jovem Guilhar sempre seria o primeiro a chegar. Todos teriam que dar o bom dia a ele e não se impressionar com a forma como ele cruzava os braços, e como corria os olhos pelos números de sua álgebra. O professor não se perdia ou desviava sua atenção, às vezes é que aqueles corredores queriam carrega-lo, mas Guilherme se mantinha calmo entre alongamentos e algumas xícaras de café. O sol aparecia lentamente por trás das cortinas, o transporte não estava lotado e por isso o professor ganhou mais tempo ainda. A sala dos professores estava à sua disposição, só o jovem Guilhar a completava. A porta se abriu logo atrás e Guilherme aproveitou para se antecipar.
— Bom dia... — Disse ele sem receber uma resposta. — Bom dia! — Repetiu ele mais alto girando o corpo para ver quem chegara.
— Bom dia! — Disse Bia.
— Quer dizer que minha pior aluna decidiu chegar mais cedo hoje? — Ele girou o corpo com desdém e voltou aos números. — Alguma súplica?
— Não... Só queria tirar uma dúvida. — Ela se aproximou, ele sentiu os passos e o cheiro juvenil de Beatriz. Ela usava alguma coisa que lembrava morangos, ou framboesa, Guilherme não conseguiu identificar. Era doce e irresistível.
— Se for sobre alguma coisa da matéria que passei em sala você poderia deixar para o horário da aula, pois essa mesma dúvida poderia ser de outro colega. — Ele girou novamente o corpo para trás. Bia estava quase encostada em seu ombro, estava linda, a idade em transformação seduzia de uma maneira exótica. O perfume e o cabelo solto até os quadris trouxeram um desejo repentino em Guilherme. Algo jamais sentido há anos.
— Eu só queria perguntar se o professor pensou em mim. — Ele cravou os olhos nos seios de Beatriz sentindo algumas contrações no pênis ereto. Ela tinha um batom rosa claro que se misturava a cor do seu rosto. Os lábios carnudos pediam algo mais, talvez um pau também ereto, mas Guilherme acordou do encanto em equilíbrio.
— Como assim se eu me lembrei de você? — Os olhos dele devoravam a menina. — Sou seu professor, Bia!
— Eu sei...
— Então? — Ela calou. — Estamos sozinhos aqui nessa sala e você me aparece assim do nada com perguntas que podem prejudicar minha carreira. Eu preciso desse emprego, sabia? Eu passei vários anos em uma universidade estudando, sonhando um dia lecionar, aí vem você, em meu primeiro mês de trabalho sugerir, ou insinuar algo que eu não posso dar. — Ele oscilava entre frases e desejo. Algo dentro do professor brigava com ele.
Bia parecia hipnotizar Guilherme que ao defender uma ideia mostrava com o olhar suas mais libidinosas intenções. Ele baixou a cabeça e voltou aos números, por dentro ele a desejava e a consumia em pensamentos carnais, mas sua força e equilíbrio pediam a Deus que aquela oportunidade se desfizesse imediatamente, e que Beatriz partisse dali com todo aquele encanto, com toda aquela força.
— Professor? — Ele não quis virar.
— Oi, Bia? — Por dentro a vontade de permanecer ali brigava com a vontade de mandar a menina ir embora. Talvez agressivamente, sendo um grosso, um estúpido. Só assim ela entenderia... Mas e se entre palavras brutas o desejo aumentasse? E se pegar o cabelo dela com força e forçar seu pescoço para trás trouxesse a vontade de chupar seu pescoço e tocar seus seios? Guilherme fechou os olhos para ouvir a menina. — Diga...
— As duas últimas noites eu sonhei com você. — Ela chegou mais perto com o doce de seu perfume como abre alas. — Eu precisava procurá-lo. — Uma pausa. — Pois eu preciso voltar a dormir, professor.
— Bia, não faz isso comigo. Eu tenho quase trinta anos e você, dezessete. — Ele segurou os olhos com o polegar e o indicador. — E além do mais... Sou a porra do seu professor, caralho! — Ele respirou fundo e desejou que ela partisse, mas o desejo em conjunto com a vontade que ela ficasse o tirou do normal.
— Você vai me agredir, professor? Vai puxar meus cabelos e lamber meu pescoço? — Ele sentiu que ela podia ler seus instintos. — Quer experimentar? — Guilherme sentiu o balançar dos cabelos de Beatriz.
Guilherme virou lentamente a cadeira. Beatriz estava logo atrás dele, de pé, fitando-o com toda intensidade possível de quem parecia que subiria pelas paredes. A boca dela estava na altura da testa do professor que trouxe um olhar medroso. Ele estava quente por dentro, mas transparecia a maior calma possível.
— Como você pode fazer isso comigo, Bia? — Ela beijou a testa dele. E Guilherme fechou os olhos. — Você e esses corredores vão acabar comigo. — Ela desceu os lábios manchando o rosto do professor com aquele batom rosa.
— O que o professor quer que eu faça? — Disse ela em suspiros no ouvido de Guilherme. Ele estremeceu.
— Não sei Bia... Tá todo mundo muito louco mesmo. — Disse ele perdendo o folego.
Beatriz pulou em seu colo, e ele cedeu àquele beijo juvenil. Ela o bagunçava por dentro e por fora, mordia seus lábios e regia o entrelaçar de línguas muito bem. Ele puxou seus cabelos e subiu sua língua pelo pescoço de Beatriz.
— Ela beija bem. — Pensou ele tentando esfregar seu pau nas coxas dela.
||...||
|Salvador desceu os corredores, deixava as lembranças aflorarem em sua mente, sem impedimentos. Sem pensar duas vezes, parou em frente a uma moldura, a mais famosa daquela escola e procurou como sempre por Guilherme, Eron e Iris Almeida, o triângulo da Rua dos Sonhos. Ele lembrava bem dos três, perfeitamente. Algo ruim subiu por suas costas, ele estremeceu e olhou ao redor. Estava sozinho. Sem pensar duas vezes, seguio seu caminho e se dirigiu à sala dos professores, ainda faltava muito para o início das aulas e para que aqueles corredores virassem um inferno. Entre seus passos, Salvador notou que a porta estava fechada, como poucas vezes a viu. Ele diminuiu os passos e logo parou. Subiu um pouco o calcanhar pra alcançar a parte mais alta da vidraça, forçou a vista e encontrou Guilherme, o professor pontual, aquele que dava o primeiro bom dia. O homem sobre os livros de álgebra e de pouca comunicação que se diminuía em meio aos outros professores estava chupando os seios de uma de suas alunas, Beatriz.
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