Pov: Agente Marques

Abro os olhos de forma agressiva, assim que o alarme começa a tocar próximo de mim. Levanto o corpo lentamente e percebo o erro que cometi ao encher a cara ontem, enquanto torcia para os Lakers; mas era necessário, estou trabalhando num caso há semanas que está me tirando noites de sono e me entregando estresses diários. E essa distração com bebida e jogo, me relaxou de uma forma fenomenal.

Há exato duas semanas, seis jovens desapareceram sem deixar rastro algum. Por conta disso, estou batendo na mesma tecla desde de então, e isso está me consumindo por dentro; como é possível ocorrer um “sequestro” e não pedirem recompensa? E como é possível seus familiares não darem a mínima?

Ai entra o questionamento... Como eu sei desse desaparecimento? Simples, minha irmã está no meio desses seis jovens!; Como descobri? Vim visitá-la como faço toda semana e ela não estava, olhei as câmeras que instalei em seu dormitório e só sua colega de quarto entrava aqui.

Então, como um ótimo detetive que fui treinado para ser... Comecei uma investigação de forma independente, onde me levou no desaparecimento de mais cinco jovens e todos no mesmo dia e semana que a minha irmã...

Depois de muita análise e recolhimento de provas, levei para UADMI ( Universo Administrativo de Mult-Inteligência ), um departamento de investigação e inteligência, que trabalho desde dos 21 anos.

– Mantenha sua sanidade em dia... Você irá resolver esse caso! - sussurrava para mim, enquanto encarava o sol nascendo entre os prédios, soltei um suspiro pesado e com a esperança nos olhos me levantei.

Fiz todas as minhas necessidades básicas e depois de tomar um café preto sem açúcar para aliviar a ressaca, coloquei uma roupa leve para uma corrida rotinal. Acredito que corri uns dois quilômetros e meio, só não fui para três, por causa do meu chefe que já me enviava centenas de mensagens.
Tomei um banho corrido e quase não tinha tempo para me vestir, pois o mesmo já me ligava pela décima vez.

Ele não é tão insistente, principalmente essa hora da manhã.

– “Bom dia, Delegado Muniz.” - falei na minha voz grossa e firme

– “Bom dia, Agente Marques!” - respondeu num tom estranho - “Primeiramente, me perdoe pelo o incômodo em pleno domingo e justo em seu dia de folga... Mas, nossa equipe conseguiu um endereço nessa madrugada....” - o interrompi com uma ansiedade surreal

– “Um endereço, James?” - a ansiedade estava clara na minha voz e no meu cérebro, ao ponto de me fazer chamar meu chefe pelo o primeiro nome - “Desculpe lhe chamar pelo o primeiro nome...” - ele me interrompeu

– “Não tem problema, Eliot!” - ele parecia está sorrindo - “Eu sei o quanto está preocupado com sua irmã... Por conta disso, posso ignorar esse detalhe insignificante.”

– “Obrigado...” - falei enquanto soltava um ar que nem sabia que estava preso em minha garganta - “Espero ter sua autorização para averiguar a localização.” - um silêncio estacionou no ar, até que ele voltou a falar.

– “Autorização concedida!” - riu - “Mas...” - o interrompi

– “Não, James!” - revirei os olhos - “Eu não irei com ela!” - ele riu

– “Não seja assim, Eliot!” - continuou rindo - “Você sabe, eu sei, nós sabemos que ela é a melhor perita do departamento!”

– “Já disse que não, James!” - bufei ficando irritado - “Ela poderia ser a Rainha Elisabeth, e a resposta continuaria sendo não!”

– “Eliot Marques!” - falou num tom irritado - “Você não é mais criança e não irei discutir com você! Se quiser a minha autorização, terá que ser dessa maneira.” - revirei os olhos

– “Ok, James!” - falei contendo a raiva - “Senhorita Marchiori, pode me acompanhar.”

– “Excelente!” - disse quase batendo palmas de felicidade - “Irei falar com a mesma, e espero os dois no meu escritório em uma hora!”

– “Sim, Chefe!” - ele desligou a ligação e me segurei para não jogar o meu dispositivo na parede

– Não se preocupe, Eliot! - disse olhando para o horizonte - É só fingir que ela não está lá!

Bella Marchiori, 26 anos, filha única e herdeira de quase um trilhão de Dólares. Se rebelou contra os pais, aos 18 anos, quando decidiu ser perita criminal, invés de advogada. Pior decisão do planeta, já que por causa disso, tenho que aturar essa patricinha.

Entramos na mesma época, eu com 21 e ela com 20. No começo, pensava que nossa convivência seria perfeita... Até que começamos a competir por atenção e isso destruiu a nossa talvez amizade.

Eu não posso dizer que ela é ruim, porque realmente ela não é!; Mesmo sendo podre de rica, ela batalhou para conseguir destaque e eu também. É como dizem, um é bom, dois é demais!

Uma hora depois...

Pelo azar do destino, cheguei ao mesmo tempo que a senhorita perfeita.

– Bom dia, Agente Marques! - disse saindo do seu carro.

um Honda Accord preto, um civil comum ao vê-lo não demonstraria muita animação, mas nós agentes nos impressionamos com o tanto de tecnologia implantado nele.

– Bom dia, Agente Marchiori! - digo saindo do meu carro, enquanto lanço um sorriso falso

Meu carro é um Mercedes-Benz gle 400d coupé preto, que assim como o dela, sofreu algumas modificações para a implantação da tecnologia.

– Como você tem coragem de aparecer assim? - disse me encarando

– Assim como? Enlouqueceu?

– Assim! - ela fez um gesto apontando para o meu rosto e todo o resto - Você está acabado, até um cachorro abandonado está melhor que você. - riu alto

– Perdão, Barbie do Paraguai... Eu tenho alergia nessas coisas artificiais que você ultiliza. - dei um sorriso falso e passei pela mesma revirando os olhos.

– Ei! Isso não vai ficar assim! - gritou tentando correr com seus saltos e com uma altura menor que um e sessenta

– Aí não! É melhor eu correr desse pinscher!! - disse rindo pela primeira vez em semanas entrando no departamento

A mesma bufou e entrou em seguida.

– Bom dia, Agente Marques e Agente Marchiori! - disse a segunda melhor Agente do departamento

– Bom dia, Agente Foster! - dei um sorriso tranquilo - Como está sua filha?

– Muito bem! - retribuiu o sorriso - Ela sente falta das suas visitas e está ansiosa para assistir o jogo dos Lakers com você nesse fim de semana.

A filha da Melanie Foster é perfeita, ela é muito fofa, ela fala que sou seu melhor amigo e tio preferido – mesmo que a gente não tenha parentesco nenhum, eu amo essa menina – e bom, como sua mãe não tem irmãos, eu e os agentes somos como tios para ela e me sinto honrado em ser o preferido.

E em relação a família paterna, não falamos sobre eles, principalmente sobre quem seria o pai da pequena Foster.

– Se tudo correr bem hoje, iremos assistir todos os dias! - disse tentando passar um tom tranquilo, ela assentiu e voltou aos seus afazeres

– Eca! - disse a senhorita perfeita atrás de mim - Como você pode torcer para aquela porcaria? O Boston Celtics é o maior!

– Não se intrometa onde não foi convidada, Bella Marchiori! - disse rangendo os dentes de raiva - Quando for algo que necessitar da sua opinião de merda, a gente conversa! - ela revirou os olhos

– Seu filho da... - foi interrompida pela porta do escritório do nosso Chefe sendo aberta lentamente.

– Quando é que vocês irão crescer? - disse Muniz tentando evitar a raiva

– Ele começou!

– Ela começou!

Nos olhamos com raiva

– Não me importo! Entrem! - disse quase perdendo o controle, olhamos para a porta aberta e entramos - Obrigado pela a educação necessária de todos os dias.

Ele fechou a porta e sentou na sua grande poltrona, ainda com raiva andei calmamente até a cadeira em sua frente, Bella fez o mesmo.

– Então... - esbravejei com ansiedade na voz e principalmente no olhar

– Como informei aos dois no telefone, foi encontrado um endereço... - ele suspirou - Fica duas horas da cidade e pela a equipe de análise esse local estava desocupado há anos. Até que há duas semanas começou a ter muita movimentação no local... - ele me olhou - Perdão, não queríamos alimentar suas esperanças.

– Tudo bem... - falei baixo - Eu entendo! - sorri fraco, então ele pegou um bloquinho de notas

– Eu sinto que estamos sendo observados... - falou abaixando a voz - Por esse motivo, prefiri falar ao vivo. Assim não saberão que foram encontrados. - sorrimos, enquanto ele me entregava um pedaço de papel com o endereço

– Muito inteligente, Agente Muniz! - disse Marchiori tentando puxar o saco do chefe, revirei os olhos

– Agora vão! Já perdemos muito tempo! - assenti e me levantei, Bella fez o mesmo - Boa sorte!

– Obrigado!

– Vocês irão precisar! - foi a última coisa que ouvi antes de sair da sua sala

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