20 | ESCÓRIA
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5 anos haviam se passado, muitas coisas haviam mudado, menos a estranheza que pairava entre Tae-ha e seu único irmão, Taeyong. E nem era como se ela não soubesse, estava mais que explícito, que embora tenha tentado esquecer tudo o que se passou, ainda se sentia um pouco acuada.
Após sair do trabalho, ela recebeu uma ligação de sua mãe, esta havia ficado surpresa com sua mudança repentina e também um pouco chateada pela jovem não ter lhe dito que estava em Seul, ela reclamou por longos minutos enquanto falava ao telefone e tudo o que Tae-ha fez foi ouvir-lhe, no meio da conversa, sua mãe decidiu que eles deveriam se reunir no sábado para ter um jantar de reencontro em família. Tae-ha torceu para que os dias passassem vagarosamente, mas quando ela menos esperou já era sábado.
Seu expediente havia terminado, ela agora teria de ir até a casa de sua mãe para se reunir com sua família, Tae-ha não estava muito animada para fazê-lo mas teria de ir e enfrentar isso de uma vez por todas.
— Você parece estar distraída. — Jungwoo pontuou ao adentrar o elevador assim que este parou no térreo e as portas se abriram.
— Ah, Olá! — Ela ao menos tinha percebido a presença dele ali.
— O seu dia foi cansativo? — O Kim indagou após sair do elevador e a Lee fez o mesmo sentindo sua cabeça latejar.
— Não diria que foi cansativo, apenas estou ansiosa para algo.
— Compromisso?
— Jantar em família.
— Oh, que droga! — A expressão de Jungwoo ao dizê-lo foi o que fez a jovem rir. — É realmente uma pena você ter um compromisso, iria te convidar pra vir conhecer o pessoal do nosso setor.
— Ah, sério? Eu realmente não conheço todo mundo ainda, mas mesmo que não possa ir hoje, acredito que isso pode acontecer em outro momento.
— Sim, vamos marcar quando tivermos tempo livre.
Os dois então seguiram em direção a saída, o saguão estava vazio e apenas os seguranças marcavam presença no recinto. Já eram quase 20:00 horas da noite, Tae-ha sabia que sua mãe deveria estar com os cabelos em pé pois havia marcado às 19:00 horas pois seu pai não costuma ficar acordado até tão tarde, segundo ela.
— Então, até Segunda-feira, Lee! — Ele então afastou-se rapidamente indo até um grupo de pessoas que o esperavam na calçada do outro lado da rua pouco movimentada naquela hora da noite.
A garota então se virou indo em direção a estação de metrô mais próxima pois assim chegaria mais rápido a casa de seus pais, pois quanto mais rápido aquele jantar terminasse, mais cedo poderia voltar para casa, pelo menos era isso que ela gostaria que acontecesse. O caminho até a estação foi feito a tranquilamente e ao chegar na catraca, ela procurou dentro de sua bolsa por seu ticket um pouco desesperada pois não se lembra de tê-lo deixado cair, naquela manhã o usou para pegar o ônibus e guardou em sua bolsa, mas porque não estava ali?
— Moça, você precisa de ajuda? — De início, nenhum dos dois se reconheceu, na realidade ele já havia perdido as esperanças de revê-la algum dia levando em consideração tudo o que aconteceu anos antes de sua partida.
— Ah, eu apenas…— Ela logo arquejou em surpresa ao ver quem estava bem diante de si. — Yuta?
— Não sabia que havia voltado, você cresceu! — Ele estava surpreso e ao mesmo tempo entusiasmado com o reencontro.
— Bom, não cresci tanto quanto eu queria, mas obrigada por notar!
— Você está indo para a casa dos seus pais? Mora aqui perto?
— Na verdade, eu trabalho aqui perto. — Tae-Ha respondeu com certa euforia, tendo um sentimento totalmente diferente do imaginado por si, todas as vezes em que pensava no japonês, acreditava que haveria alguma estranheza entre ambos mas o que ela estava sentindo contradiz todas as suas idealizações.
— Sério? Minha loja também é perto daqui.
— Johnny me disse que você tem uma loja de mangás agora, pela localização acredito que esteja indo bem! — Ela se sentiu nostalgia ao se lembrar da conversa que teve com o Suh a uma semana atrás.
— Você encontrou com o Johnny? Porque ele não nos disse nada? — Yuta divagou a última parte um pouco intrigado e então a voz do interior da estação anunciando a partida do metrô foi ouvida por ambos. — Está sem o seu ticket?
— Aparentemente sim, mas eu me lembro de tê-lo guardado…— Tae-Ha não chegou de fato a completar sua sentença pois logo fora interrompida.
— Deve ser porque você o deixou cair do seu bolso. — Se ver Yuta naquela noite já era o ápice da surpresa, ver Jaehyun era como presenciar o milagre divino, pois ela fez de tudo para não trombar nele pela empresa ou em seu prédio por mais que fossem vizinhos de porta.
— Vocês trabalham juntos?
— Não exatamente, eu sou contadora e o Jaehyun está em um setor diferente. — A garota esclarece e Jaehyun olha para Yuta, ambos parecem desconfortáveis com a presença do outro.
— Então trabalham no mesmo lugar se não estou errado.
— Moramos no mesmo lugar também. — Jaehyun especificou deixando a Lee boquiaberta enquanto que Yuta olhou para o Jung com os olhos estreitados.
— O Taeyong não tem conhecimento disso, creio eu.
— Não tenha ideias erradas, Nakamoto. Eu e Jaehyun não estamos juntos e não moramos debaixo do mesmo teto. — Ela explica sem rodeio algum. — De qualquer maneira, obrigada por trazer o meu ticket, Jaehyun. — A garota então pegou o cartão da mão do Jung e foi até a catraca do metrô passando por esta em seguida.
— Não se preocupe, eu vou cuidar bem dela. — Yuta falou com certo cinismo em seu tom de voz colocando a mão em um dos bolsos de sua calça e passando a catraca do metrô acompanhando a garota.
Jaehyun não imaginava vê-los sendo tão amigáveis um com o outro quando as coisas terminaram de uma forma tão conturbada — ou melhor, eles nunca terminaram —, então talvez Yuta ainda gostasse de Tae-Ha e ela não o detestasse a ponto de não poder falar com ele. Isso incomodava o Jung, ele não cogitou a possibilidade do japonês ainda ter interesse em Tae-Ha, por isso acreditou que se apenas se aproximasse dela aos poucos, com o tempo poderia fazê-la se apaixonar por si mas a repentina aparição de Yuta mudou totalmente o rumo das coisas e ele não entendia o porquê de ainda insistir tanto em Tae-Ha.
Talvez fosse sua teimosia ou o fato de acreditar o mínimo que fosse que ela apenas estava com medo e que ele sempre foi correspondido por ela, pois uma pessoa que é indiferente a outra, não se esgueira pelos cantos como um filhote assustado, e se ela se escondia e o evitava é porque se importava o mínimo que fosse com as questões pendentes entre ambos, caso contrário, ela não teria vergonha. Jaehyun tinha uma forte convicção de que Lee Tae-Ha tinha sim sentimentos por ele.
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Johnny sempre estava em casa, por mais impressionante que pudesse ser, ele gostava de sair mas nos fins de semana ficava jogando jogos de computador até tarde da noite e às vezes chamava algum amigo para fazer companhia a si, por isso quando Donghyuck atendeu a porta o Jung não ficou nenhum pouco surpreso.
— Entra aí! — O mais novo falou dando passagem a Jaehyun que notou que os dois estavam jogando algo, já que os computadores estavam ligados e trabalhando a todo vapor. — Johnny, Jaehyun está aqui! — O Lee costumava estar sempre aos gritos então os vizinhos reclamavam bastante, o que fez com que sua mãe armasse um barraco com todos eles nas reuniões da vizinhança.
— O que estão jogando? — Perguntou se sentando na poltrona do amigo e o Lee se sentou no sofá e havia uma mesinha de centro que estava ocupada por dois notebooks gamers.
— Por enquanto LOL, mas um jogo novo vai ser lançado daqui a duas horas então estamos matando o tempo. — Ele respondeu após tomar um gole de seu energético.
— Sua mãe sabe que você está matando aula da faculdade? — Jaehyun comentou com um ar risonho já imaginando a resposta que teria.
— Hyung, se ninguém contar, ela não vai saber e é extremamente difícil eu vir até aqui sem ser visto por ninguém.
Jaehyun então se manteve em silêncio enquanto que Lee parecia estar realmente entretido com algo em seu computador, provavelmente já estava em uma nova partida já que ele movia os dedos no teclado com certa destreza e rapidez.
— Sabia que eu não estava esperando por sua visita? Achei que tinha planos para essa noite! — Johnny surgiu na sala com os cabelos úmidos e uma toalha sobre os ombros.
— Aparentemente nada vai conforme o meu roteiro, ou melhor, minhas expectativas. — Jaehyun comentou com um sorriso amargurado.
— O que aconteceu?
— Fora ela ter me evitado a semana toda e Yuta aparecer do nada hoje, acho que nada.
— Pelo seu humor, eles nem estavam se dando tão bem assim. — O Suh ironizou e Jaehyun soltou um suspiro. — É uma boa hora para desistir. — Tal comentário fez o mais jovem rir exasperado.
— Ele não vai, pois é orgulhoso e sempre consegue tudo o que quer. — Donghyuck cantarolou e Johnny então assumiu uma expressão séria.
— O Yuta não é alguém que pode ser subestimado, embora não pareça agora, se ele estiver realmente investido nisso, você vai ter muita dor de cabeça. — Johnny aconselhou já sabendo que dali em diante estaria em uma posição difícil, embora Yuta não fosse o tipo que se importasse com o fato do Suh ainda manter contato com Jaehyun quando todos eles cortaram os laços pelos acontecimentos dos últimos anos, era nítido que certas coisas não eram ditas entre eles pelo mesmo motivos e mencionar Tae-Ha equivalia a isso.
— Ele já fez questão de deixar isso claro e explícito. — Ele comentou ao se lembrar da fala do Nakamoto.
— Ah, ainda há a questão Lee Taeyong. — John relembra e Jaehyun praticamente se afunda na poltrona da sala do amigo.
Seu maior arrependimento foi ter se envolvido com Hina e pior, tê-la usado para apaziguar sua raiva e frustração em relação a Tae-Ha, mas os anos se passaram e não há nada que ele possa fazer para voltar atrás. Taeyong provavelmente não irá perdoá-lo assim tão facilmente e será pior se ele descobrir que Jaehyun anda tentando se aproximar de sua irmã.
04 ANOS ATRÁS
A ida repentina de Tae-Ha ainda martelava a mente de Jaehyun, embora ele tenha tentado entendê-la, sua mente fazia questão de trazer as memórias do dia em que ela lhe dirigiu as palavras mais duras que sequer imaginou que seria capaz de ouvi-las saindo de sua boca, ele ficou um pouco surpreso e mesmo que não tenha demonstrado, algo dentro de si mudou desde aquele dia.
— Você anda calado. — Yuta comentou ao se aproximar e perceber que mesmo após falar com ele, este parecia divagar.
— É o estresse.
— Relaxa, o primeiro ano na universidade têm disso, mas você não está sozinho, nós iremos te dar uma força! — O Nakamoto falou dando tapinhas nas costas do mais novo.
Eles caminharam pelo caminho de pedras e ao chegarem ao restaurante universitário, procuraram pela mesa em que estariam Doyoung, Johnny e Taeyong os esperando para o almoço. Era início de semestre e como calouro, Jaehyun estava com um pouco de dificuldade em se adaptar, ele sabia que haveria momentos difíceis mas nunca pensou que as garotas seriam as que fariam isso se tornar ainda mais complicado, ele sempre foi popular mesmo na época da escola, mas na faculdade isso pareceu triplicar.
Eles foram até a fila da cantina para comprar seu almoço e após enfrentar a extensa fila saíram à procura de seus amigos pelo refeitório e apenas os encontraram por conta do cabelo tingido de Taeyong.
— Vocês tiveram dificuldade em encontrar uma mesa? — Yuta indagou colocando a bandeja sobre a mesa enquanto Jaehyun fez o mesmo se sentando ao seu lado no lugar vago.
— Não, porque Doyoung chegou cedo. — Johnny respondeu remexendo seu prato enquanto Taeyong parecia estar entretido com algo em seu celular deixando a comida esfriar em seu prato.
— Caso contrário, ficaríamos sem lugar mais uma vez. — O Kim interpôs balançando a cabeça.
— Jaehyun, você está bem? Parece ter visto uma assombração.
— As veteranas andam me cercando. — O Jung respondeu sem ânimo algum.
— Se são veteranas, não há muito o que podemos fazer. Elas vão se cansar com o tempo, talvez algumas não se cansem e te sigam até se tornarem stalkers. — Taeyong então guardou seu celular e prestou atenção ao seu almoço.
— Aquela garota ainda te stalkeia por aí? — Johnny relembra uma velha história que Taeyong havia contado sobre a garota que o seguia para todo o canto.
— Sim, mesmo que eu já tenha deixado claro a ela que realmente não tenho intenção nenhuma de aceitar os sentimentos dela. — Taeyong soltou com certo pesar pois vivia dessa forma desde que entrou para faculdade e esse era um dos motivos de ir dormir em casa ao invés de ficar nos dormitórios universitários. — Pelo menos nenhuma delas chegou a invadir seu quarto, certo?
— Meu colega de quarto é bastante incomum então as pessoas têm medo dele, ele é basicamente mal humorado.
— Jaehyun, manda elas irem se ferrar e está tudo certo, não tente parecer ser tão bonzinho apenas porque são garotas. — Yuta aconselhou já sem paciência e Doyoung concordou com a fala do japonês.
— É por isso que as garotas não gostam de você. — Taeyong acusou apontando para o Nakamoto que revirou os olhos.
— Não é como se eu estivesse assim tão preocupado com a aprovação alguma dessas garotas, quando eu preciso que apenas uma goste de mim. — Ele respondeu convicto.
— O Yuta é o último dos românticos. — Johnny comentou com um ar risonho.
— Taeyong, você ainda irá fazer aquilo? — Doyoung perguntou deixando os outros que não sabiam do que se tratava confusos.
— Sim, mas vou precisar da sua ajuda. — O Lee soltou um leve suspiro e tudo o que Kim fez foi assentir.
— O quê vocês estão aprontando?
— Taeyong irá se declarar. — Doyoung respondeu dando de ombros e Taeyong olhou-o como se fosse matá-lo.
E então a zoação e tiração de sarro com a cara do Lee começou e perdurou pelo resto do intervalo. Como era a primeira semana de aulas, a recepção de calouros iria perdurar por mais alguns dias, Jaehyun não conhecia muita gente mas esbarrou em conhecidos que já estudaram consigo, o que era o caso de Hina. Logo que Tae-Ha foi para Daegu, Hina se prontificou a mantê-lo informado sobre sua amiga e Jaehyun acreditou na amizade da garota por ela ser próxima a Lee, na realidade ele nunca desconfiou nem um pouco que fosse da índole dela.
Naquela tarde, um pouco antes do fim do período de aulas, Hina lhe enviou uma mensagem dizendo para encontrá-la atrás do bloco de Artes e que precisava falar urgentemente com ele e que era sobre Tae-Ha, ele hesitou um pouco mas decidiu ir. Haviam muitos alunos transitando pelos corredores e também havia muitos trotes rolando por toda a instituição, mas o Jung não se importava com eles e tão pouco alguém veio lhe pregar alguma peça.
— Jaehyun! — Ele ouviu alguém chamando por si e viu Hina entrar em um beco que os levaria até a parte dos fundos do bloco.
O rapaz então seguiu-a sem pensar muito e ao chegar até o local, percebeu que havia algo de errado com Hina, ela apertava as mãos uma na outra enquanto olhava para o chão e após alguns segundos em silêncio, ele resolveu indagá-la finalmente.
— O quê aconteceu?
— Eu nem sei como te dizer isso…— Ela murmurou como se estivesse realmente surpresa e chocada. — Você se lembra de quando eu disse que o Sicheng sempre ia a Daegu? — Jaehyun franziu o cenho não conseguindo imaginar o que aquilo queria dizer, na realidade, ele sabia muito bem o que Hina iria lhe dizer.
— Eu não quero ouvir isso. — Ele se virou estando prestes a ir embora dali.
— Eu sinto muito por isso! Ela não te merece e me dói muito dizer isso mas…— Hina se pôs em frente a ele o impedindo de ir embora e com uma expressão de pura tristeza. —..ela foi capaz de dar uma chance a ele e não a você, isso é tão injusto e eu não consigo acreditar que a Tae-Ha tenha feito isso…— Hina falava fervorosamente e a cada palavra ouvida pelo rapaz, ele se sentia ainda mais cego, como se a imagem que ele tinha de Tae-Ha fosse apenas sua mera ilusão.
— Ela não namoraria ninguém e nem sairia com ninguém, ela disse isso. — Jaehyun rebateu e Hina olhou-o com certa tristeza como se ele fosse tolo.
— Me desculpe Jaehyun, mas a Tae-Ha apenas não quis aceitar os seus sentimentos. — A fala da garota era como veneno para os ouvidos do rapaz. Ela então se aproximou mais dele e tocou seu rosto com um olhar terno. — Se você quiser, eu estou aqui para você, eu nunca faria algo assim com alguém ainda se fosse alguém que eu gosto muito e eu gosto muito de você e te ver assim me deixa extremamente preocupada.
Hina não estava com medo ou hesitante, tanto que foi ela quem tomou a iniciativa de beijar o rapaz e ele apenas aceitou, não por gostar dela ou sentir atração por ela, mas por querer que Tae-Ha se sentisse atingida por isso, mesmo que o mínimo que fosse. Apenas para que ela soubesse que ele não se prenderia a ela para sempre, que se ela pode ficar com quem quiser, ele também poderia fazer o mesmo mas em nenhum momento passou por sua cabeça que Hina era a garota que o Taeyong tanto falava e gostava.
E ele só se deu conta que a situação havia saído do trilhos quando sentiu seu corpo ser jogado contra a parede de concreto, Taeyong tinha um olhar feroz, ele olhava para Jaehyun ainda sem acreditar e o Jung não teve reação alguma e enquanto isso, Hina gritava para que o Lee soltasse-o.
Yuta, Johnny e Doyoung também presenciaram a cena sem acreditar, Taeyong riu em escárnio e segurou o mais novo pela gola da camisa, este apenas o encarou de volta sem nenhum tipo de emoção e isso foi o estopim para o Lee que ficou ainda mais irritado.
— MAS QUE MERDA! ME EXPLICA! ME FALA QUE É UM ENGANO, QUE É UM MAL ENTENDIDO!
— TAEYONG, SOLTA ELE! — Hina se pôs entre ambos e segurou um dos braços do Lee.
— PORQUE VOCÊ ESTAVA AGARRADA NELE? — Ele encarou a garota tentando encontrar qualquer resquício de arrependimento em seu olhar, mas ela não parecia arrependida.
— PORQUE EU GOSTO DELE E NÃO DE VOCÊ! — Ela gritou e então Taeyong soltou Jaehyun olhando incrédulo para ela. — Eu estou cansada de você e da sua família! Tae-Ha nem se importa mais comigo, ela finge que eu não sou ninguém e você apenas gosta do fato de eu ter sido estupidamente apaixonada por você! JÁ CHEGA TAEYONG, VOCÊ NUNCA TOMA INICIATIVA E EU NAO VOU TE ESPERAR PARA SEMPRE! — Hina vociferou e o Lee ficou perplexo com suas palavras, como se ele nunca tivesse tentado fazer nada por ela, como se nunca a tivesse tratado com prioridade quando tudo o que ele fez nos últimos meses foi deixar claro o quanto ela era importante para ele.
Naquele momento, Taeyong não soube o que dizer ou pensar, ele não conseguiu dizer nada mais, apenas se virou e saindo dali o mais rápido possível, sua cabeça parecia estar prestes a explodir. Doyoung e Yuta também não disseram nada e apenas saíram, eles não queriam se intrometer naquela situação e Johnny estava relutante em apenas deixar a situação como estava, ele sabia que Jaehyun tinha uma explicação, ele não faria nada idiota apenas por que sim e pelo menos era o que o Suh queria acreditar.
— Conversaremos depois. — Johnny falou olhando para o Jung que apenas assentiu.
E após todos saírem, Jaehyun estava prestes a fazer o mesmo quando Hina o segurou pelo braço.
— Você vai me abandonar também? MESMO DEPOIS DE EU TER DITO QUE GOSTO DE VOCÊ? — Ela estava aos prantos e ele não queria assumir aquele tipo de responsabilidade com ela, mas seria errado apenas ir sem explicação.
— Por favor, Hina, eu quero ficar sozinho! — Ele fez com que ela o soltasse. — Não se preocupe, eu vou resolver tudo. — Foi o que ele disse antes de se virar e ir embora do local.
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— No que tanto pensa? — Johnny sentou-se no sofá ao lado do Lee mais novo que jogava incansavelmente como se sua vida dependesse disso.
— Estou pensando no quão idiota fui por ter acreditado em Hina. — Até porque tudo o que ela havia lhe dito eram mentiras inventadas por ela.
— E ainda ficou com ela por mais um ano mesmo após ter descoberto que ela havia mentido. — Johnny balançou a cabeça ainda não entendendo o que se passou pela cabeça do amigo.
— Se o próprio Sicheng não tivesse me contado, não teria acreditado. — Jaehyun riu com amargura.
— O Taeyong ficou arrasado na época, mas acredito que agora ele nem se importe mais com ela.
— Mas ainda não acho que ele tenha me perdoado. — Era difícil para ele imaginar Taeyong sendo seu amigo novamente, já que naquele dia em específico, ele pareceu estar totalmente tomado pela raiva e ira, tanto que mesmo após tantos anos, eles ainda não se falam.
Hina apenas se aproveitou da situação e o pressionou a começar um relacionamento com ela, mesmo que ele nunca realmente quisesse, eles não se davam bem na grande maioria das vezes e ela era tão ciumenta que chegava a ser doentio e foi algo ruim para ambos. Ele sabia que estava usando-a e mesmo após saber que ela mentiu sobre Tae-Ha namorar Sicheng, foi preciso pelo menos um ano até que tivesse um fim aquela relação pois ele não queria se sentir ainda mais culpado por tudo aquilo. Ela não queria terminar e até mesmo foi até a casa de seus pais com uma falsa gravidez, o forçando a permanecer ao lado dela, mas tudo foi desmentido após 4 meses e ela não teve escolha a não ser se afastar.
Sicheng vez ou outra comentava que Tae-Ha estava bem e que esperava que ela voltasse para Seul, mas ele nunca chegou a perguntar ao chinês se ela sabia sobre ele e Hina, se Taeyong havia lhe contado ou coisa do tipo. Mas Dong nunca mencionou nada sobre isso consigo, ele costumava ser bem reservado na verdade e Jaehyun só sabia que ele vivia indo para Daegu por Hina que fazia questão de contar-lhe enquanto que seus pensamentos fantasiosos criavam mil e um tipos de situações onde Tae-Ha e Sicheng eram um casal apaixonado. Isso o aborrecia imensamente.
Às vezes ele sentia falta da antiga Tae-Ha e de suas porcentagens, pois ao menos ele sabia o que ela sentia e o que pensava sobre ele.
• - - - - - - NOTA- - - - - - •
Não tenho nada a dizer sobre, mas vocês não acham que falta algo nessa fic???
Isso mesmo, AS PORCENTAGENS!!! Mas não se preocupem, logo logo elas irão aparecer ;))
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