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Décima parada - Delírios da Brie

Abro os olhos e Owen é a primeira coisa que vejo. Ele está acariciando meu rosto e seus lábios me tocam ao primeiro sinal que acordei.

- Bom dia, Brie. - Ele sussurra para mim.

- Bom dia, Owen. - Rolo meu corpo para cima do dele e o beijo.

- É quase tarde, eu ainda tenho que sair e resolver o problema do carro. - Ele passa seu braço pelo meu ombro. - Minha mãe deve estar fazendo almoço para nós.

- Tudo bem, eu vou sobreviver.

Eu me levanto e vou direto para o banheiro tomar um banho. Abro a minha mochila e vejo que só tenho tinta o suficiente para mais um retoque. Melhor guardá-la para Los Angeles.

Quando eu saio do banho, Owen já saiu e a mãe dele está na cozinha preparando o almoço. Ela sempre me observa cuidadosamente toda vez que nos cruzamos e agora não seria diferente. Mas quando seu filho está por perto, ela age como se me adorasse.

Entro na cozinha para pegar um copo d'água e tenho que receber seu olhar. Owen saiu para resolver o problema do carro, então já me preparo para o pior.

- Você precisa de ajuda? - ofereço-me por educação e para diminuir o ruído da faca ao encontrar a tábua de madeira.

- Não, obrigada.

- Se precisar de uma mão extra...

- Você poderia se manter longe do meu filho.

- Perdão? - tento consumir o ódio de suas palavras antes de respondê-la.

- Você foi quem arruinou o casamento deles, não adianta esconder. - Ela combina a pausa de suas palavras com a batida da faca na tábua. - Sua mãe não teria orgulho de você.

- A senhora tem certeza do que está me acusando? Eu encontrei Owen no meio dessa viagem, nem em Miami eu moro mais.

- Foi essa história que você inventou?

- Eu não estou inventando nada! - perco a minha compostura. - Owen esbarrou comigo alguns dias atrás e me convidou. Pergunte a ele!

- Não minta para mim, garota. - Ela levanta a faca e se aproxima. - Você está esperando um filho dele? - e aponta-a para minha barriga.

- Eu não estou grávida e não sou culpada pelo divórcio! - lágrimas de desespero correm pelo meu rosto enquanto a minha voz morre.

- Não minta para mim! - ela se afasta da mulher que conheci ontem. - Você arruinou a vida dele!

- Eu não fiz nada! - meus passos me levam até o corredor. Uma porta bate e eu olho para o lado. Owen!

Corro até ele, jogo-me contra seu corpo e rezo para que ele me proteja - porque Deus já cansou de mim.

- Owen - a mãe dele soa surpresa.

- O que está acontecendo aqui? - ele me aperta contra seu corpo.

Viro a cabeça na direção da porta da cozinha. A mãe dele está segurando a faca e tremendo, mas não mais do que eu.

- Ela tentou me machucar - sussurro. Mas é o suficiente para ele ligar os pontos.

- Vá para o carro. - Ele me responde e entrega as chaves. - E rode o bairro até eu te ligar.

- O que você vai fazer?

- Nada muito louco e impensável. Agora vá.

Eu não quero ir. Mas ele me solta e me esconde atrás de seu corpo. Corra, Brie. Abro a porta, entro no carro e guardo apenas o nome da rua para voltar aqui. A casa parece silenciosa, mas há muito barulho lá dentro.

Deixo o celular no meu colo e dirijo até o estacionamento de uma farmácia. Limpo meu rosto e desço para comprar aspirinas.

Owen: As suas coisas estão todas na mochila?

Brie: Tem um estojo no banheiro.

Owen: Passe aqui assim que eu te ligar.

Brie: O que está acontecendo? Você está bem?

Owen: Nos falamos daqui a pouco.

Não movo um músculo com medo de que ele tenha feito alguma bobagem. Esse é o problema de ser uma estranha e conhecer um estranho do passado: alguma coisa do presente será sua culpa, não importa o tamanho da sua inocência.

Eu estava enganada ao pensar que não seria problema na casa da mãe do Owen. Eu deveria ter ficado em algum hotel, teria sido menos conflituoso. Mas agora não tenho volta. É esperar que os danos sejam mínimos.

...

- O que ela disse? - pergunto assim que Owen entra no carro e bate a porta.

- Você não precisa saber.

- Sinto muito. - Tiro o carro do ponto morto e saio daquele quarteirão.

- Não se culpe, Brie.

- Mas eu sinto muito. - Uma lágrima solitária escorre pela minha bochecha e eu seguro o volante com mais força.

- Dirija para esse hotel - Owen me passa o celular dele com o GPS ligado.

- Se você quiser dirigir - recuo minhas mãos do volante.

- Não, por favor. Não estou em condições para isso.

Olho em sua direção. O foco perdido, o corpo encolhido e a pele pálida, o que aconteceu lá afetou muito Owen. Dirijo com urgência para chegar ao hotel. Faço o check in e ele se mantém afastado.

- Ei, Owen - chamo-o e seu rosto demonstra um pouco de alívio.

Vamos de elevador para o nosso andar, abro a porta do quarto e Owen coloca nossas malas no canto. Ele está prestes a chorar.

Sentado na beirada da cama, ele parece chocado. Aproximo-me e o abraço. Seu corpo estremece. Ele é puro líquido perto da pedra que eu sou.

- Owen, quer voltar lá pela manhã? Vocês não podem ficar assim, sua viagem não pode terminar assim.

Suas palavras não me respondem, mas as vibrações do seu corpo indicam a confusão e tristeza.

Levo-o a deitar comigo na cama. Ele esconde seu rosto no meu cabelo e eu ouço seus soluços ainda mais altos.

Passei por isso milhares de vezes, mas sempre sozinha, num apartamento frio e escuro. Todas por causa do medo de nunca mais encontrar uma saída para a minha vida. Mas estou arrastando Owen para dentro enquanto me lanço para fora. Isso não é justo.

Beijo a bochecha de Owen, a barba por fazer corta minha pele. Passo meus dedos pelo seu cabelo e imagino como a cena está se passando por sua cabeça.

Em algum momento da noite, ele dorme. A inquietação se vai e eu posso deixá-lo sozinho. Ajeito nossas malas e tomo um banho.

Deixo o quarto para ir ao mercado e compro uma garrafa de vodka. Volto para o hotel, para a cama que Owen está apagado e me sento na janela, com um copo cheio do líquido que mais me machucou nessa vida.

Eu fugi de Miami para recomeçar. Esbarrar com Owen e deixá-lo me levar com ele pareceu uma boa ideia, mas agora eu vejo os efeitos colaterais da minha escolha. Eu deveria ter ficado, mesmo que eu morresse lá.

Owen tinha uma boa vida naquela cidade, uma mulher e um emprego. E eu sou apenas um verme parasitando as pessoas, mesmo que seja sem querer.

Ele nunca me perdoaria se eu o deixasse. Mas eu nunca me perdoaria se ele perdesse mais um pouco da vida dele.

Levo a garrafa até a cama e se deito ao lado de Owen.

- A gente poderia nunca ter se encontrado e continuado como memórias na mente do outro.

Tenho uma difícil decisão a tomar e vou fazê-la com vodka durante a noite toda.

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