Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

18 - Intransigente

Cacete, devo estar prestes a bater algum recorde e nem sei. Em menos de vinte e quatro horas, estive presente em duas cenas de crime.

Nunca vi uma pessoa morta, pelo menos, não daquele jeito. Devon estava pendurado pelo pescoço, por uma corda amarrada nas grades de ventilação do teto.
O rosto numa coloração roxa meio azulada, não vai sair da minha memória tão cedo, tampouco a maneira como ele balançava levemente de um lado para o outro. De um lado para o outro. Gélido. Desbotado. Morto.

Disseram que foi suicídio, não entendem o porquê, e eu, uma mera mortal, não entendo como é que puderam deixar uma corda numa cela com um prisioneiro que consideravam potencialmente perigoso.
São burros, ou isso é muito suspeito.

O Detetive Baker veio falar comigo de novo, mas dessa vez eu não abri o jogo. Contei algumas coisas, não tudo. Não falei sobre ter ido à biblioteca, muito menos sobre as palavras em latim. Eu menti. Disse que o fantasma me mandou uma mensagem passando o endereço daquele colégio religioso e por sorte — ou um tremendo azar — encontrei o Jack no caminho.

Sei que posso estar atrapalhando a investigação, eu sei, mas, se eu o fizesse, ele iria confiscar a página do livro no meu bolso e eu preciso ver se há algo nela que eu ainda não percebi.
Aliás, o fantasma está querendo dizer algo a mim, especificamente.

Albert perguntou umas cinco vezes se eu estou bem, se quero conversar sobre o que eu vi. Ele deve achar que eu não tenho estômago para ver defuntos.
Me assustei, claro que sim, só que não por causa do corpo, e sim porque eu não esperava encontrar um cadáver, balançando de um lado para o outro. Pra lá, pra cá.

Eu estou me sentindo estranha, eu não sei exatamente o que preciso sentir, se preciso sentir alguma coisa, e existe um nó entalado na minha garganta que está custando descer.

Talvez eu não tenha assimilado. Foi tudo rápido demais. As fotos, os sinos, o barulho, as mensagens, o fato inacreditável de eu ter confiado no Jack, e no fim encontrar um defunto.
Ele estava com os olhos abertos, acho que pude ver algumas veias dilatadas dentro dos orbes.

Tio Albert precisa comunicar a família do Devon sobre o falecimento e depois vai fazer um discurso, para dar uma nota oficial a imprensa.

Eu só preciso de um banho quente na banheira, quem sabe chá e eu nem gosto de chá.

Cacete. Devon está morto. Devon. Ele morreu. Ele não está mais aqui. Ele me deu um soco, foi preso e morreu. Acabou para ele. Fim. Eu nunca vou saber o porquê ele fez aquilo comigo.

Será que isso é o universo dando o troco? O carma? Castigo divino? Tudo por ele ter esmurrado uma garota enquanto ela estava rindo com as amigas?

Isso é tão estranho, mas tão estranho.

— Você é mesmo impossível. — É a primeira coisa que eu ouço da Rosana, no segundo em que termino de descer a escadaria principal do palácio e a encontro em frente a nossa limusine. — Olhe só para você! — Ela toca o meu queixo, parece analisar cada pedaço do meu rosto, me encarando de cima à baixo. — Entre. — Ordena, indicando o carro.

Começou a escurecer agora e eu estou exausta, o bastante para nem me opor e fazer o que ela quer sem chiar.

Harry dá partida no carro assim que a minha madrasta entra e se senta no banco a minha frente.
Ela não me olha mais. Finca os olhos na janela, observando a paisagem do castelo ser deixada para atrás com o acelerar do veículo.
Encosto a cabeça no vidro e faço o mesmo.

Devon estava com os olhos abertos, arregalados. Quanto tempo será que levou até o coração dele parar? Se eu tivesse chego antes teria conseguido falar com ele? Eu saberia de algo que ainda não sei? Como teria sido? Uma mudança mínima nos acontecimentos teria evitado a morte dele?

Pisco com força num sobressalto, quando flashes, muitos deles, invadem a limusine. Harry acabara de ultrapassar os portões principais do palácio e há uma multidão de jornalistas do lado de fora. Guardas tentam contê-los, no entanto não basta. Posso ouvi-los gritar e bater na lataria do veículo.
Tudo isso enquanto Rosana assiste. Ela parece tranquila e é alarmante. Parece não estar no mesmo carro que eu, sob as mesmas circunstâncias. É medonho.

— Você não vai dizer nada? — Indago, erguendo o meu queixo, e a ruiva inclina o seu para me olhar. — Vai esperar chegarmos em casa? — Rio subitamente.

— O que espera que eu diga exatamente? — Eu não sei como ela consegue ser tão indiferente a tudo o que acontece ao seu redor; é como se não a atingisse.

— Um sermão? — Dou de ombros.
Rosana nega com a cabeça e apruma seu corpo no banco.

— Na verdade... — Estica as suas luvas de cetim até o pulso. — Apenas gostaria de saber o que espera encontrar nessa busca patética! — Suas palavras saem ríspidas, bem como está me olhando agora.

— Algo que seja verdade, talvez. — Engulo em seco. — Eu só estou tentando entender o que...

— O quê? — Inquire. — Está querendo entender o quê?!

— Eu ouvi você. — Digo de uma vez. — Ouvi você no telefone. "Preciso que Isla se torne a princesa de Verena". — Faço aspas com os dedos. — Por que você precisa?

— Estava bisbilhotando? — Contrai suas feições num olhar acusatório, de repreensão e incredulidade.

— Responde, Rosana! — Eu não a permito desviar do assunto. — E conhecia a minha mãe? Era amiga dela? Por que nunca me contou?

— Por favor, criança. — Seu tom é asco. — Eu não tenho obrigação de lhe contar sobre o meu passado.

— Tem! É claro que tem! Porque estão me mandando fotos suas! — A recordo. — E, é claro que você está omitindo alguma coisa, talvez até do próprio Albert!

— Ele é o rei. — Ela diz em um suspiro, — Como eu poderia esconder algo dele?

Dou de ombros outra vez.

— Eu não subestimo você. — Falo, olhando para o anel no meu dedo indicador. — Nem o rei deveria. — Torno a encará-la.

Albert é esperto, mas deveria ser mais cuidadoso quando o assunto é a Lady Rosana.

— Me acha perigosa? — Questiona abrindo um sorriso falso.

— Não dá pra saber. Eu não sei nada sobre você.

A vovó Ophelia disse que Rosana se preocupa comigo, e que tem uma maneira diferente de demonstrar. Se isso for verdade, nem que por uma fação mínima de um segundo, nem que de forma desimportante, será que ela entenderia? Será que vai fazer alguma diferença se ela souber? Se ela ouvir de mim?

— Eu não quero ser a noiva do príncipe, não quero me casar. — É a primeira vez que digo isso em voz alta para ela, com todas as letras.

— Não me diga. — Ela não reage e nem desmancha o sorriso.

— Isso não muda nada? — Junto as sobrancelhas. — Não muda nada para você? — Mas é claro que não. — Vai continuar com isso?

— Está tudo pronto.

— Pronto para o quê?! — Esbravejo. — Ou para quem? Porque o príncipe nem está aqui... E se ele não quiser se casar também? Já parou para pensar nisso? Afinal a minha reputação não é a das melhores!

— Mas é claro que ele irá! — Rebate com certeza. — Ele é um príncipe, não fugirá de suas obrigações.

— Mas, e eu? — Aponto para mim. — Eu disse que...

— Eu ouvi, não sou surda. — Barra as minhas palavras. — Mas, se casará com o filho do Albert e será coroada princesa. — Sua voz está baixa, autoritária. — Fará o que tem que fazer.

— O que eu tenho que fazer? — Rio com desdém. — Isso tudo porque fui prometida a ele quando criança? As coisas podem mudar! O que o meu pai diria disso?

Os olhos dela não me dizem nada, não refletem nada.

— O meu pai... — Respiro fundo. — Isso tem alguma coisa a ver com ele? Tudo isso?

Nada. Rosana não me diz nada.

— Por que não me conta de uma vez?! — Escondo o meu rosto com as mãos, deixando-as cair sobre ele devagar.

Acho que estou frustrada e exausta. São termos bons para exemplificar essa vontade de berrar com o mundo inteiro.

— Não deveria mexer no passado. — Enuncia.

— Eu mal me lembro de ter um. — Disparo, e isso é o suficiente para ela desviar sua atenção e pesar a respiração. — Não vai me contar, vai?

— Eu a mantive segura por todos esses anos... — Devolve o olhar para a janela. — E repito, não devo satisfação do meu passado. Nem a você e nem a ninguém.

Puxo o ar. Solto o ar. Faço de novo e de novo.

— Então não me condene ao inferno por tentar descobrir sozinha. — Digo, fazendo o mesmo.

As gotas pesadas da chuva começam a bater contra a janela do carro, molhando o corredor de câmeras e jornalistas que ainda dificultam a passagem.


Acho que a vovó está chateada por eu ter fugido. Ela tem idade, deve ser uma droga ficar se preocupando comigo, uma neta que nem é biológica.
Não me dirigiu muitas palavras depois que eu cheguei em casa, apenas me avisou que a Harper e a Emma haviam me ligado, subiu para o quarto em que está hospedada e se trancou lá.

O máximo que eu fiz foi ligar para a Emma e pedir para ela dar um jeito de falar com o Jack, talvez, ligando para o Logan. Não sei o que aconteceu com ele desde que deixou a sala do tio Albert.

— Deu sorte da mamãe não ter colocado você de castigo. — Fred coloca os pés na mesinha de centro da sala e rapidamente é repreendido pela Maya que bate nele.

— O rei aumentou a quantidade de guardas me vigiando. — Resmungo, em um dos sofás, encarando o quadro do meu pai na parede. — Isso sim é castigo.

— Ele já tinha aumentado depois da noite de ontem. — Maya pontua se sentando do lado da irmã. — Mas a sua fuga e a morte daquele homem devem ter deixado ele mais preocupado.

Toda essa preocupação deve ter um motivo. Ninguém encarrega homens treinados a vida toda para serem babás.

— Como ele tava? — Fred pergunta em curiosidade para mim.

— Ele quem?

— O cara que bateu as botas. Como ele tava?

— Pendurado pelo pescoço. — Conto e escuto alguém emitir um som de nojo, provavelmente foi a Maya.

— Ele tava fedendo? — Fred questiona.

— Não, ainda não... Mas... A sala... — Fria. — Estava muito gelada. — Explico.

— Será que ele se matou mesmo? — Megan questiona, com os olhos fixos na tela do celular.

— Um cara que agride a noiva do príncipe do seu país não deve ter muito amor a sua vida. — Maya contrapõe.

— Minutos depois que a notícia vazou falaram que podia ter sido assassinato. Um dos prisioneiros, um dos guardas...

— Isso não é impossível. — Concordo com a raposa.

— Acreditam nisso? — Fred inquire, parando de mexer no seu celular. — Que tem terroristas atacando o reino?

Fungo, abraçando o meu próprio corpo. Merda, o meu estomago está revirando.

— Acho que se tivesse o rei nos contaria. — Maya palpita. — Assim ficaríamos atentos para nos proteger.

— Será? — Megan torna a falar. — A queda do avião foi suspeita demais e aquele sino? Como é que um sino cai sozinho?

Vejo o Fred se levantar da poltrona em que acabou de sentar, se afastando. Ele não diz nada, sequer faz cara feia, apenas se levanta e sobe os degraus.

— Megan! — Maya a cutuca com o cotovelo.

— Eu não disse nada demais! — Megan se defende.

— Apenas insinuou que o pai dele foi assassinado e que tentaram matar a Isla. — Maya se levanta. — Eu vou lá. — Diz se afastando também, subindo a escada.

Eu deveria ir com ela e falar com o Fred. É meio dolorido para o meu cérebro dar conta de tanta informação, então deve estar sendo complicado e dolorido para o dele.

Mas eu fico estática, mal me movo. Continuo com os olhos fixos na lareira, assistindo a lenha queimar, não ouvindo muito barulho, além do que vem da cozinha, onde a Lenna deve estar preparando o jantar.

— É verdade que... — Megan cochicha me fazendo encará-la. — Tinha fotos da minha mãe? Na torre, antes do sino cair?

Faço que sim com a cabeça.

— E... O que estava escrito na mensagem?

Inclino o meu corpo para frente e respiro fundo.

— Dizia que a sua mãe escondia algo e... Que podia me contar o que era.

— E descobriu? — Seus olhos estão atentos a mim, como se quisesse uma reposta.

Nego e Megan joga o corpo para trás, batendo as costas no apoio do sofá, bufando como se estivesse decepcionada. Ela parece decepcionada. Por quê?

— Por que a pergunta? — Diminuo o tom de voz.

— Ela não fala muito. — Dá de ombros. — Ela nunca falou sobre o meu pai, nunca explicou o porquê tivemos que passar tanto tempo em Gilles com a vovó depois de ter se casado com o Frederick.

— Como assim? — Sacudo a cabeça confusa.

— Como assim o quê?

— Depois que ela se casou com o meu pai... — Explico. — Não vieram morar com a gente?

Megan faz que não.

— Só nos víamos em feriados ou ela ia nos visitar lá. — Conta. — Eu vivia perguntando por que não podíamos morar com ela e ela dizia que precisávamos esperar um pouco mais. Nunca explicou direito.

— Mas, acho que lembro de vocês estarem aqui... Eu... — Dói pensar nisso agora. Literalmente, enxaqueca de novo.

— Viemos morar aqui depois que ela engravidou do Fred.

Das menores as maiores ações... Parece tudo muito fora de contexto. Parece que eu estou tentando encaixar peças de quebra-cabeças diferentes.

— Os passos da Rosana não fazem sentindo. — Comento para mim mesma.

— Eu tava pensando... — Megan fala ainda mais baixo, mal posso ouvir. Inclino a minha cabeça para conseguir fazê-lo. — Será que é o meu pai que está mandando essas mensagens? — Indaga.

Especifico demais.

— Por que pensou nisso? — Não escondo o quanto isso soa estranho no meu cérebro.

— Você não pensou em ninguém?

— Eu tentei. — Assinto. — Até pensei que era você ou a Maya brincando comigo.

Megan revira os olhos.

— Eu tenho mais o que fazer. — Rebate, colocando os fios ruivos para trás. — Pensei nele porque a pessoa precisaria conhecer a minha mãe e ter acesso a fotos antigas. E como ele é um mistério...

— Até que faz sentido... — Preciso admitir, faz sim.

Mesmo que ainda soe como uma dessas teorias conspiratórias, que o seu cérebro inventa, unindo fatos para dar algum sentido para eles.

— Falou sobre isso com a Maya?

— Não. — A raposa funga. — Ela prefere não tocar muito no assunto porque sabe que a nossa mãe detesta.

Eu a acompanho na frustração.

Seria mil vezes mais simples se a Rosana abrisse o jogo, mostrasse as peças, seus objetivos e ela não o faz. Ela se põe nessa posição impassível, intransigente e não facilita, enrascando todas as minhas jogadas. E, se ela não quer facilitar para mim, não deveria esperar que eu faça isso por ela.

Só queria dizer que vocês são incríveis kkkkkk eu morro com os comentários e com as teorias! Obrigada, de verdade, alegram meu dia!

Naynay tá indo lá, quando eu voltar estarei de volta. Beijocas.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro