Psychos Don't Knock.
Psicopatas não batem.
Narrador P.O.V
– Se comportem com a mamãe, certo? – Observando Darla e Dominic já dentro do carro, Louis com seu pijama de moletom cinza jazia na entrada da casa modernizada, junto às malas de sua esposa quais ainda deveriam ser colocadas no veículo.
– Claro papai. – O garoto concordou apoiando a cabeça nos ombros da gêmea que se encontrava sonolenta diante à viagem que começaria pela manhã e terminaria apenas ao meio dia; destinando a casa da avó das crianças, que passariam o fim de semana, infelizmente, sem o pai. – Vou sentir saudades. – Indagou esperando que Denise aparecesse para se despedir também de seu marido.
– Vamos, sentir saudades. – Destacou a primeira palavra ao surgir na porta de entrada, parecendo se sentir ofendida ironicamente pelo filho não inclui-la em sua fala. – Mas.. um fim de semana não é nada. Papai sabe se cuidar. Não é, Louis?
Retirando-o de um pequeno transe, a mulher agarrou seu pescoço, posicionado seus braços em sua nuca enquanto sorria freneticamente para ele, que não expressava muitas emoções.
– Cla.. claro. Sei me cuidar muito bem sozinho, eu que o diga. – O homem riu olhando para o chão, deixando um ponto de interrogação no rosto do filho acordado. Já Denise não gostou muito da piada, cortando o toque com o marido e virando-se para colocar o resto das malas no carro enquanto fechava seu sorriso.
– Não precisamos discutir sobre isso agora, ou precisamos, Tomlinson? – Com sua cara emburrada a mesma murmurou cochichando, ela revirou os olhos tentando ignorar o gracejo qual ele fez sobre a falta de relações sexuais que o casal vem tendo há um bom tempo. – Não quero brigar com você em plena véspera de feriado.
– Claro, querida. – Ele revirou os olhos internamente, tentando não levar em conta a falta de humor da mulher naquela manhã. – Faça uma boa viagem, e não se esqueça do cinto de segurança. – Beijou-a no rosto, mesmo vendo que a de cachos loiros ainda não se sentia totalmente cômoda com o clima qual ele havia deixado ali.
– Certo..Louis, certo. – Ela confirmou balançando a cabeça, tentando evitar fazer contato visual com o homem, que andou lentamente até perto do filho para acenar através do vidro.
– Cuide da sua irmã, Dominic. E se divirta garotão! – Ele concordou com a cabeça enquanto balançava uma de suas mãozinhas para o pai enquanto a mãe se ajeitava no banco da frente, se preparando para começar a viagem.
– Vamos sair, Dominic.. – Ela o apressou para se despedir e ele sorriu fechando seus olhinhos, mostrando as pequenas e adoráveis ruguinhas que poderiam fazer qualquer pessoa se apaixonar pelo garotinho, era de se admirar que Louis possuía aquele mesmo traço.
– Tchau papai! Cuide bem do meu peixinho. Ele precisa comer duas vezes por dia! – O pequeno gritou a ponto de quase acordar sua irmã, movendo sua mão para os lados, se despedindo com o carro entrando em movimento.
– Claro, meu monstrinho, eu não irei esquecer. – Denise odiava que Louis chamasse Darla e Dominic de monstrinhos.
– Promete, papai? – Ele gritou novamente, com o veículo distante, Louis conseguiu ler os lábios do filho e respondeu rapidamente um "prometo" não sabendo se o garotinho pôde ouvir ou não.
Ao vê-los longe o suficiente para ter certeza de que estava sozinho mesmo, ele retirou seu celular de um dos bolsos de sua calça de moletom, discando um número que não estava em seus contatos, seu histórico ou qualquer outro modo de identifica-lo.
– Alô? Christopher? Oi, ela e as crianças já foram. Você já está livre? Pensei que poderia vir agora.. eu sinto tanta falta do seu cheiro, de você. – Deu uma breve pausa observando a vizinhança pacata e solitária, quase inexistente, já que o arquiteto e sua família optaram por morar em uma parte mais montanhosa e tranquila da cidade, onde Louis poderia expandir seu projeto para a moradia deles e criar algo mais tecnológico e sofisticado. – Te vejo hoje a noite então? – Ele concordou involuntariamente com a cabeça e observou o céu, que era tomado por nuvens escuras, alegando que iria chover mais tarde. – Certo, estou te esperando..vamos ter a noite inteira, a noite inteira...
Louis sorriu para si mesmo e adentrou sua casa novamente, mal sabendo que a escuridão não seria tão divertida naquele dia, como ele imaginara.
...
O som da campainha tocando três vezes repetidamente se alastrou pela casa, ecoando pelos ouvidos de Louis melodicamente, o que fez o mesmo girar seu corpo em sua cadeira de escritório e jogar quase literalmente seus projetos para o ar, indo rapidamente abrir a porta.
Ele deu passos largos pelo corredor das paredes esverdeadas cercadas por quadros da família e de seus belos filhos de olhos azulados, como diamantes, herdados de Tomlinson é claro, já que os olhos de Denise eram extremamente escuros e acastanhados. O chão revestido por um tipo específico de carpete acinzentado se tornara cada vez mais longo e distante ao olhar de Louis, já que a casa era relativamente grande e o corredor era praticamente o que dava todo o acesso ao resto dos cômodos, terminando num arco que apresentava a sala de modo que se tornasse visível todo o jardim de inverno atrás da casa, através das grandes janelas e vitrines de vidro do local, que completavam as paredes de cima a baixo, sem cortinas algumas.
Ao tocar uma das mãos na maçaneta prateada, ele respirou fundo e arrumou a gola de seu suéter vermelho, que o fazia parecer o pai de família de trinta e dois anos que realmente era, com uma idade mediana e o ocupado, mas que também possuía seus segredos sombrios e talvez repugnantes aos olhos de outros.
– Até que enfim! Ah Chris, mais uma semana sem você e eu morreria de tédio. – Ele recebeu em seus braços o homem alto e másculo, que possuía em seu corpo um terno preto, juntamente a uma gravata acinzentada, que rodeava seu pescoço em torno de uma camisa branca de botões. O perfume amadeirado e forte poderia ser sentido de longe, aquele odor era realmente irresistível e Louis adorava ele.
– Eu ia comprar flores para você, mas aquele desgraçado me segurou no escritório por mais tempo do que eu esperava. – Beijou toda a face do acastanhado, que se desgrudou do corpo maior do outro para encarar seus olhos marrons e opacos.
– Quem? Johnson? O velho chato qual você reclama ser seu novo chefe há três meses? – Ele riu baixo e segurou a cintura do mais velho, observando o céu em uma completa escuridão de nuvens quase pretas, por estarem carregadas d'água.
– É, ele mesmo. Ah, que raiva.. se eu pudesse o enforcaria contra uma das vidraças daquele prédio, e o jogaria dali sem pensar duas vezes. – Christopher serrou seus dentes e fechou os olhos, imaginando o quão prazeroso seria realizar aquele desejo.
– Tudo bem meu amor, o que importa é que você está aqui agora e temos muito tempo para você esquecer a sua raiva comigo, não é mesmo? – Louis sorriu malicioso e jogou seus braços contra o pescoço de Christopher novamente, dessa vez beijando seu pescoço levemente, ouvindo-o gemer contra seu ouvido enquanto apoiavam-se na porta de entrada. – Venha, alguém pode nos ver aqui fora. – Ainda sorrindo, Louis puxou a mão do amante, indo diretamente até o corredor, colando suas costas na parede e ficando cara a cara com Christopher.
– Você deveria tomar mais cuidado, Louis – Prensou o corpo do outro contra a parede, mordendo seus lábios avermelhados enquanto focava seu olhar no topete bagunçado que os fios de cabelo do moreno formavam. – Eu posso não aparentar ser quem você imagina.
– Eu te conheço há quase dois anos, sei mais da sua vida do que a da minha própria esposa. – Louis se virou contra o corpo musculoso do homem e mordeu seu lábio inferior, esfregando-se contra seu quadril, que era impulsionado para frente, simulando penetrações lentas e profundas.
– Eu senti tanta falta de você. – Beijou-o nos lábios variadas vezes, vendo Lou virar seu pescoço para a esquerda, recebendo a língua do outro em sua boca que se movimentava arduamente em sintonia com a sua; fazendo-os ficar sem fôlego. – Disso. – Christopher mordeu a nuca do amorenado enquanto sua mão apalpava fortemente a carne macia sobre o tecido da calça jeans pouco apertada que ele vestia.
– Não precisa mais se preocupar, eu estou aqui agora. – Ele andou até o meio do corredor, fazendo o outro segui-lo, retirou seu terno e Louis levou suas mãos até ele para retirar sua gravata indo em direção ao quarto que os esperava quentes, incansáveis e alucinados.
...
– Oh.. Chistopher, Yeah. – Seus quadris se chocavam agilmente e o rangido da cama se espalhava pela atmosfera junto aos gemidos desesperados de Louis, que agora estava sedento por seu segundo orgasmo naquela noite. – Você é sempre tão bom pra mim, me fode tão be..Oh Chris, Oh. – O menor rebolou embaixo do corpo do outro, buscando mais atrito e prazer; suas mãos estavam junto as dele na cabeceira da cama, sendo pressionadas e impedidas de encontrar sua ereção dolorida que gritava por atenção.
– Meu, somente meu. – Ele ofegava forte, tão forte que se sentia pulsar internamente a ponto de jorrar seu orgasmo exatamente naquele momento. Mas antes que pudessem completar a noite com seus ápices suados e necessitados, os dois foram interrompidos pelo som distante, porém claro, da campainha em meio a tempestade. Um trovão iluminou todo o cômodo e instantaneamente Christopher parou de movimentar seu quadril, deixando Louis com seus lábios abertos, enquanto puxava o ar frustrado e ouvia o toque repetitivo inundar seus ouvidos novamente.
– Eu..eu não acredito. Merda. – O homem em cima de suas coxas socou a parede, fazendo o outro se surpreender e tentar acalma-lo enquanto se sentava sobre o colchão para retomar sua frequência cardíaca ao normal. – Quem diabos deve ser essa hora? No meio de uma tempestade! Hoje é sábado, e é um feriado! A porra de um feriado! – Ele colocou as mãos em sua cabeça e suspirou forte, observando seu membro ainda animado enquanto a raiva dominava seus neurônios.
– Calma.. eu vou ver quem é... e prometo que já volto, tudo bem? – Ofegante e frustrado, Louis se levantou com um pouco de dificuldade e resolveu ignorar a dor que o irradiava por motivos óbvios. O oposto assentiu, se jogando nu entre os lençóis, ignorando tudo ao seu redor, dando atenção apenas à coloração apagada do teto, sem dizer uma só palavra.
O arquiteto suspirou fundo e colocou sua boxer novamente, foi até o banheiro e arrumou os fios de seu cabelo com os próprios dedos; pegando rapidamente seu roupão branco e amarrando-o em sua cintura sem nem sequer olhar para seu quadril.
Ele caminhou de volta até o quarto para ir até a sala e viu Christopher já em pé, ainda nu, enquanto olhava pela varanda o jardim de inverno encharcado e tomado por clarões. Ignorou-o e continuou sua caminhada até a entrada, indo diretamente até lá, talvez um pouco dominado pela angústia de não ter conseguido seu próximo orgasmo e ainda haver uma pequena ereção entre suas pernas.
Louis então abriu a porta, se preparando para gritar e brigar com quem quer que estivesse atrás dela, por ter interrompido um dos mais esperados momentos de sua semana. Mas, felizmente, ele se deparou com uma cena inesperada. Um garoto de cachos castanhos escuros, inteiramente molhado e envergonhado, com seus braços envolvendo o próprio corpo; que tremia incessantemente à procura de calor. O menino era adorável, adorável a ponto de quase levar Louis a loucura novamente, que desejou ir para o inferno por imaginar coisas obscenas com o pobre garoto.
– Po..pois não? – Louis gaguejou um pouco ao vê-lo sorrir desajeitado, se encostando sobre a porta enquanto ainda segurava a maçaneta envergonhado.
– Desculpe incomodar o senhor, mas será que você saberia me dizer onde é a festa do Gregory? É a terceira casa que eu tento perguntar, mas parece que todos saíram por causa do feriado. – Louis pensou um pouco antes de responder o garoto de cachos molhados. Ele e sua esposa nunca tiveram tanta afinidade com os vizinhos locais, mas até seu conhecimento, não havia nenhum Gregory por ali.
– Gregory? Não.. eu acho que não conheço ninguém por aqui com esse nome. Qual é o endereço? – Ele perguntou, notando o brilho em seu olhar esverdeado, que era lindamente iluminado pelas luzes claras dos postes próximos e iluminação forte da lua nas gotas da chuva.
– Sinceramente, eu não sei. – Ele riu fraco. – Meu celular apagou faz alguns minutos e o táxi me largou aqui. Eu acho que nem consigo mais sentir meus pés – Com as várias gotinhas ainda caindo sobre seus cachinhos ondulados, ele olhou para os próprios pés, cobertos por tênis pretos inteiramente encharcados, como se quisesse insinuar algo.
– É.. eu sinto muito, mas eu não posso ajudar, me des..– Ele se preparou para fechar a porta em sua cara, mesmo sentindo um aperto indestrutível em seu coração, imaginando que não poderia ajudar. Mas antes de concretizar a ação, foi parado por passos que vinham vagarosamente do corredor atrás dele, como se a pessoa já observasse e ouvisse há algum tempo.
– Louis? Quem é? – Christopher o interrompeu, aparecendo no cômodo, também só vestindo apenas seu roupão, tentando enxergar quem estava do lado de fora.
– Christopher? Não.. volte para o quarto, eu já resolvi. – O acastanhado sussurrou, se voltando para ele enquanto revesava seu olhar entre o amante e o garoto, já que ambos esperavam diferentes reações do homem de cabelos lisos castanhos.
– Louis! Quem é? – Antes mesmo do homem dizer algo ao outro, foi empurrado levemente para o lado, dando passagem para que Chris pudesse visualizar quem jazia no meio da tempestade, os vendo ter uma pequena discussão logo ali.
Christopher observou o menino sobre o tapete da entrada e lançou um olhar tortuoso sobre Louis, que apenas o encarou de volta envergonhado e tentou dizer algo baixinho.
– Só um momento, certo? – Ele mostrou seu indicador, querendo insinuar que não demoraria muito e foi diretamente até o moreno, para tirar satisfações. – Você não ia deixar aquele pobre garoto para fora, ia? – Ele cruzou os braços em frente ao próprio peito e encarou-o ainda mais enquanto sussurrava indignado.
– O que você quer que eu faça, Chris? Nós..bem.. nós não o conhecemos, não sabemos o que ele pode fazer. – Ele olhou profundamente para a sombra da silhueta do menino lá fora, não tirando seus olhos da fresta em que a luz era tampada por seu corpo iluminado pelos raios.
– Ora Louis! Olhe para o garoto. Deve ter entre quinze e dezesseis anos, está perdido e é inofensivo. Se ele desaparecer, depois se sentirá culpado ao vê-lo no noticiário e em folhetos pela cidade. – O fez voltar sua atenção para ele, levando uma de suas mãos até o ombro do homem mais baixo, chegando um pouco mais perto de seu ouvido para sussurrar. – Prometo te pagar um boquete maravilhoso quando ele for embora, agora, faça o que é certo.– Piscou seu olho direito para o amante, arrancando-lhe um selinho rapidamente.
– Eu não sei.. ainda não acho uma boa ideia. – Mesmo que tenha estremecido ao ouvir as últimas palavras dele, tentou recusar, ele sentia que não deveria fazer isso. Sentia que aquilo lhe causaria problemas, grandes problemas.
– Sério que você irá recusar um dos meus boquetes? – Pausou esperando uma resposta do moreno, que apenas abriu a boca sem conseguir tirar nenhuma, absolutamente nenhuma palavra de dentro dela. – Então se é assim. Vou pegar meu casaco e sair, aproveito e levo o garoto de volta para casa. – Se virou lentamente, demonstrando que voltaria para o quarto para recolher suas coisas.
– Não! Você não vai embora! É... deixamos ele entrar mas ele tem que ir embora rápido, certo? – Ele segurou o braço do homem à sua frente, apertando suas unhas contra a carne macia de seu ombro, como se quisesse dizer para que ele não fosse.
– Já que você insiste. – Christopher sorriu convencido, arrumando o roupão em seu corpo novamente enquanto via-o ir em direção ao menino de novo.
Louis caminhou, agora sorridente, até a porta de novo e infelizmente caiu nos devaneios do desconhecido à sua frente; que ao vê-lo na entrada mais uma vez, sorriu desajeitado como se nunca tivesse o visto, foi convidado à entrar e com suas roupas pingando água da chuva, sujando o carpete impecável da casa dos Tomlinsons, se sentiu completo, tão completo que não conseguiu evitar seu orgulho; sorrindo de novo, mas agora maligno e fora das vistas dos dois homens, quais o acolheram inocentemente durante a tempestade tenebrosa.
Sentado sobre o sofá vermelho camurça da sala de estar, o garoto observou, com seu celular apagado em mãos, Christopher chegar com um par de toalhas para ele. Louis observava tudo da cozinha, vendo o menino quieto, enquanto apanhava um copo num dos armários para enche-lo com um pouco de suco para o garoto.
– Me chame de Chris.. – Entregando aquilo à ele para que se secasse, o de cabelos escuros arrumados num topete estendeu uma de suas mãos para o menor. – E aquele é o Louis. – Passando o tecido macio por sua cabeça, com a intenção de tirar o excesso de água dos fios, ele estendeu a mão para o outro e se arrumou sobre o acolchoado.
– Oh, me desculpe. Eu sou o Harry. – Seus pequeninos dedos foram preenchidos e apertados pela palma da mão direita do outro, fazendo-o notar a diferença gritante entre o tamanho de cada um deles. – E.. vocês são irmãos ou.. alguma coisa assim? – Após desfocar-se de suas mãos, ele trocou de assunto rapidamente, levando sua atenção ao que vinha em sua direção com um copo de suco de laranja.
– É.. quase isso. - Eles sorriram um para o outro e Harry fingiu não notar.
– Sério? Da pra sentir o cheiro ativo de testosterona dos dois. Além de que não vocês não parecem ser... irmãos. – Christopher riu alto ao ouvir o comentário do garoto, se sentando sobre a bancada próxima, levantando as mãos enquanto dizia:
– Certo, certo! Nós nos rendemos! – Louis soltou um olhar de reprovação para o homem, como se quisesse dizer que ele havia cometido um erro e não deveria ter dito sobre os dois. – Somos namorados há um tempo. – Ele devolveu o olhar, querendo demonstrar que não se importava, já que em seu ponto de vista o garoto não poderia provocar grandes encrencas a partir dessa informação ligeiramente falsa.
– É.. nós somos. Podemos chamar um táxi para você? Nessa chuva deve demorar um pouco, mas logo você poderá ir para casa. – Pegando seu celular sobre a mesa de centro, Louis discou sua senha e foi rapidamente até o aplicativo, checando carros disponíveis para buscarem o menino em sua área.
– É..claro, ajudaria muito. – Ele sorriu fraco enquanto tentava enrolar seus braços pela toalha média, sentido sua pele congelar sobre o ar frio da casa. Os dois novamente se entreolharam, vendo-o bater os dentes sem tomar nenhuma atitude.
Chris olhou com pena e levantou rápido, indo discretamente em direção à Louis.
– Não podemos deixa-lo assim. – Ele cochichou, como haviam feito no corredor. – Olhe para o garoto! Está quase morrendo de frio. – Louis observou cuidadosamente enquanto arrumava um táxi para o menino, vendo as informações na tela e fechando os olhos fortemente ao notar que o transporte só chegaria em trinta minutos.
– Eu não sei, Chris... Já fizemos muito mais do que poderíamos. – O de cabelos curtos pretos olhou fixamente para o amante, com os olhos brilhando, tentando amolecer o coração de Tomlinson para que fizesse algo a respeito. – Pare de me olhar assim, você sabe que eu não resisto à isso. – Christopher inclinou sua cabeça para o lado e não obedeceu as ordens de Louis, fazendo com que ele risse e concordasse sem insistir mais.
– Como é seu nome mesmo? Ah.. Harry, se quiser, pode usar nosso chuveiro para tomar um banho quente e... – Ele pausou, olhando para o amante, que sorria fracamente e fazia sinais para que ele continuasse. – Christoper levará suas roupas para a secadora.
– Se não for muito incômodo.. – O menino respondeu, acenando com a cabeça, parecendo receoso.
– Ora, deixe disso Harry, o carro só chegará em trinta minutos. Tenho certeza de que Louis não se importará de emprestar um de seus roupões para você, enquanto suas roupas secam. – Ele piscou para o companheiro e foi em direção ao menino, que se levantou e começou a acompanha-los em direção ao banheiro.
– Aqui está, fique a vontade, só não esqueça de entregar as roupas para mim. – Harry sorriu novamente e adentrou o local e em questão de alguns segundos, abriu uma pequena fresta da porta, se escondendo atrás dela, para entregar-lhe as peças encharcadas d'água. – Obrigada, bem.. Louis estará aqui, qualquer coisa é só chama-lo. – E assim ele saiu, deixando um clima estranho entre o adolescente e o homem, levando consigo as roupas para secar e indo buscar um dos roupões de Louis para o garoto.
Lou, apenas se encostou em uma das paredes do corredor e cruzou os braços, esperando o convidado terminar seu banho para que ele pudesse enxota-lo dali o mais rápido possível. Mas pouco tempo depois de vê-lo fechar a porta de novo e ouvir o barulho da água caindo, a voz menor apareceu novamente; chamando-o lá de dentro.
– Louis, não estou conseguindo achar os sabonetes. – Ele falou, fazendo com que o moreno se aproximasse da porta, curvando suas sobrancelhas.
– Tem certeza que não há nenhum aí? Poderia jurar ter colocado um novo hoje de manhã. – A voz abafada lá dentro respondeu um sim, baixo porém forte, e Louis se questionou mentalmente se havia se enganado ou não. – Eu posso entrar? Pa..para pegar um novo pra você? – Não recebeu resposta alguma e achou estranho, pois tinha certeza que o outro poderia ouvi-lo naquele tom. Então hesitante, ele colocou um de suas mãos na maçaneta e lentamente deu entrada no local, sem se preocupar em fechar a porta, pois de qualquer jeito, Harry estaria no box não estaria?
Mas ao ter a visão do garoto nu e sorrindo com os lábios fechados logo a sua frente, ele paralisou, não conseguindo pensar em mais nada, além de em como o menino era maravilhoso.
A pele pálida se destacava contra os azulejos mais escuros e seus fios acastanhados de cabelo molhados caiam sobre seus ombros com leveza. Ele era magro e as curvas, não tão definidas, de seu corpo pareciam ter sido desenhadas especialmente para se encaixar em sua aparência genuína. Os mamilos rosados se contrastavam em meio à todo seu tronco e a coloração rubra também tomava seu membro de tamanho mediano, que parecia ser tão convidativo quanto suas coxas fartas e desprovidas daqueles poucos e rasos pelos. Aparentava ser um anjo, mas ao perceber estar encarando demais, Louis virou-se de costas, encostando-se na entrada com os olhos sendo tampados pelas próprias mãos.
– Merda, me desculpe... você... não..não me respondeu e eu resolvi entrar. – Ele se desesperou e quando se preparava para sair frustrado do lugar, Harry iniciou o que seria uma noite difícil de superar.
– Não há problema, Lou. Você não gostou do que viu? – O cacheado se aproximou do homem, e levou uma de suas mãos até a que tampava seus olhos, abaixando-a para que ele continuasse a observa-lo sem preocupação. Aquela mão foi levada para seu abdômen e sendo guiado pelo menino, suas cordas vocais falharam, fazendo com que ele gaguejasse vergonhosamente. – Posso considerar isso como um sim? – Ele riu fraco e soltou-o, se levando agora a desamarrar o roupão do mais velho, que já arfava por mais sem o outro ao menos ter começado.
– Isso não é uma boa ideia, Harry. Chris pode voltar a qualquer momento e... – Louis se observava, paralisado, sendo manipulado pelo menino à sua frente. O nó que segurava a única peça de seu corpo, além de sua boxer, foi solto e tudo o que ele conseguiu notar em seguida, foi o mesmo acariciando seu peitoral com seus pequenos e pálidos dedos. As digitais se arrastavam em volta de seu umbigo, subindo até seus mamilos e apertando-os levemente, retirando leves suspiros involuntários de sua boca.
– Mas o que há de errado nisso? Quanto mais rápido ele voltar, mais tempo terá para apreciar e participar disso aqui. – Ele mordeu os lábios após terminar a frase e seguiu em direção ao pescoço do oposto. Os beijos repletos de saliva inundavam a pele bronzeada de Tomlinson, que já havia jogado tudo para o ar e começado a aproveitar. Jogou sua cabeça para trás e segurou os cachinhos úmidos dele, forçando-o contra sua pele, para que ele a beijasse e mordesse cada vez mais. – Eu queria agradecer novamente, Louis. Eu sei que se não fosse pelo seu namorado, eu ainda estaria lá fora na chuva... mas obrigada. – Ele falava entre suas respirações ofegantes e fazia Louis apenas concordar com a cabeça enquanto gemia baixinho.
– Eu..eu só fiz o que achava ser o certo. – Harry não disse nada, apenas encarou os olhos azulados e desceu uma de suas mãos até a ereção de Louis, que se contraiu ao senti-lo gelado tocando seu membro. A mão do menor se movimentava lentamente em sua extensão e o silêncio do ambiente agora era tomado por respirações insaciáveis juntamente ao som dos trovões que voltaram a se manifestar no céu.
Tomlinson era pressionado contra a parede, mas isso não o impediu de conseguir tirar seu roupão. Com apenas uma única peça em seu corpo, ele segurava seus gemidos arduamente enquanto tinha os dedos gélidos do menino o tocando em movimentos repetitivos de vai e vem. O de cachos o olhava nos olhos e fazia com que ele se sentisse envergonhado. Os lábios vermelhos e finos pareciam tentadores e seus dentes seguravam com toda a força aquela carne macia, evitando que os gemidos fossem soltos.
Harry então aproximou seu rosto do dele, e com leveza depositou-se contra sua boca, invadindo-a com a língua sem ao menos pedir passagem. Louis não se importou, pois com o menor ocupando seus lábios, seus suspiros saiam abafados e quase inaudíveis. Eles tornaram a trocar as posições e logo quem se encontrara pressionado contra os azulejos era o esverdeado. O beijo não parou, mas ao mesmo tempo que se exploravam continuamente, Louis retirou a mão do garoto de seu membro, levando-a até ele mesmo, para que degustasse de seu pré gozo. Ele chupou os dedos do menino, que sorriu ao senti-lo quente em sua pele.
Suas íris coloridas acompanhavam as belas pupilas dilatadas e o mais novo, vendo o grande nível de excitação do parceiro, levou-se a retirar a boxer do corpo do oposto enquanto se ajoelhava lentamente, sem cortar contato visual com ele; fazendo com que se sentisse sujo e ainda mais provocado. O cacheado segurou seu membro com precisão, levando-o vagarosamente até sua língua e lotou-o inteiramente com saliva, passando o seu dedão devagar pela glande sensível do maior. Ao coloca-lo na boca, primeiro sugou sua ponta mandando até ele um olhar sufocante, Louis enlouquecia cada vez mais e era difícil não grunhir enquanto o observava.
Suas mãos forneciam assistência de modo que ele manipulasse perfeitamente sua ereção, fazendo com que seu dedo percorresse parte de sua virilha alinhadamente e regressasse até os movimentos constantes. Naquele momento, Louis já empurrava seu quadril contra o rosto angelical do garoto e fazia-o engasgar quando tocava sua garganta, não deixando de jogar sua cabeça para trás enquanto esperava o ápice tão almejado por seu corpo. Mas de repente, ao olharem para o lado, viram Christopher paralisado na porta de entrada, com uma de suas mãos massageando seu próprio membro enquanto observava-os.
Nenhum dos dois conseguiu dizer absolutamente nada. Harry passou a encara-lo, notou suas roupas já secas sendo seguradas por Chris e limpando seus lábios com as costas de suas mãos ele atiçou-o ainda mais. Levou sua língua até o tronco de Louis e passou-a por sua pele em uma linha reta até chegar em seu peito, não tirando seu olhar do convidado, que suspirava enquanto tinha a visão de uma das mais belas dádivas do planeta. Sua boca percorreu seu mamilo direito, enquanto o esquerdo recebia leves apertos de seus dedos; rígidos e rubros, o menino se revezava entre molha-los, morde-los ou agarra-los com os dentes.
Em momento algum o amante havia parado de analisa-los e tanto ele quanto Louis se divertiam e saciavam-se cada vez mais perto do limite. O executivo já havia se cansado de apenas olhar e foi se aproximando calmamente do par, até que estivesse próximo o suficiente de Tomlinson, para começar um beijo quente e descarado. O mais novo se levantou entre os dois e fitou-os, passando as mãos lentamente pelos braços de Christopher e removendo o roupão, já aberto, de seu corpo.
– Eu gostaria de agradecer você, Christopher. Por ser um homem tão bondoso com o pobre garotinho no meio da tempestade. – Harry sorriu, piscando algumas vezes, observando a boxer vermelha se destacar contra a cor de sua pele. Ele se abaixou, levando uma de suas mãos até a barra do tecido elástico e puxou-o para baixo de modo que sua ereção saltasse e batesse em seu estômago. Se levantou lentamente e empurrou Louis até a parede, que surpreso, apenas lançou um olhar para seu amante e recebeu em sua boca novamente o garoto de cachinhos castanhos. – Venha me foder, Chris.
Ao ouvir aquela frase de poucas palavras, mas de grandioso valor, sua visão se tornou embaçada e ele pôde sentir a temperatura de seu corpo subir, assim como seu membro, que endurecia cada vez mais. O menor voltou a beijar o de olhos azulados, enquanto passava a mão por seus cabelos e arruinava seu topete. Sem muitas delongas, Styles recebeu as grandes mãos do desocupado em suas costas e logo um calafrio subiu por toda sua espinha, quando sentiu os dentes dele cravarem em sua orelha e os selinhos aconchegantes em sua nuca.
Apertos grosseiros foram depositados em sua cintura pálida, deixando a marca levemente avermelhada de seus dedos ali. Sem proteção e até mesmo a seco, Chris se forçou contra o garoto, que agarrou os bíceps de Louis e depositou sua cabeça em seu ombro esquerdo, mordendo-o com força enquanto os gemidos manhosos deixavam sua garganta sem piedade alguma. Louis sorriu ao vê-lo dando firmes estocadas com seu quadril e notou que ele apertava seus olhos vigorosamente enquanto se movimentava. Com o menino em seus braços, ele se aproximou do companheiro e iniciou um beijo novamente, passando sua língua por seus lábios e masturbando Harry arduamente durante a ação.
O garoto implorava por mais e seus apertos se tornavam cada vez mais fortes, era possível ouvir os trovões iluminarem o céu em um estrondoso clarão e aos poucos, seus gemidos tornaram-se gritos, ele arqueara sua coluna e abrira sua boca para partilhar ao ambiente o seu prazer de forma incompreendível. Louis agarrou seu maxilar e voltou-o para ele, puxando seus lábios com os dentes e forçando-o a se calar. As estocadas alcançavam sua próstata e em poucos minutos, ele se desfez nas mãos de Tomlinson, com seus cachinhos úmidos da água da chuva caindo sobre seu tronco. Algumas lágrimas caíam de seu olhar verde e o líquido viscoso de Christopher escorria por suas coxas, fazendo com que o mais velho passasse seu indicador na região e levasse até seu paladar.
Com seu polegar, Chris enxugou uma das lágrimas que desciam por suas bochechas avermelhadas enquanto o pegava no colo, ainda respirando forte, para leva-lo até a cama do casal; sendo logo atrás, seguido pelo arquiteto, que trocou olhares duvidosos com ele, não acreditando que haviam feito aquilo.
...
A chuva já havia parado. Christopher acordou e esfregou seus olhos com firmeza, relembrando dos momentos recentes que havia tido no banheiro horas antes com Louis e Harry. Ele se lembrara de trazer o pequeno para o quarto, deposita-lo sobre os lençóis e logo depois terminar o que não havia acabado com Tomlinson até caírem na cama; ao lado do menino, exaustos a ponto de dormirem em questão de segundos.
Ele engoliu seco e virou-se para observar seus companheiros, mas estranhamente, só havia uma pessoa deitada ao seu lado e essa pessoa era Louis. Questionou se aquilo poderia ter sido algum tipo de sonho, mas não era possível, havia sido tão real. Ele não tentou acorda-lo, pois imaginou que o moreno estivesse tão cansado quanto ele estava. Então, lentamente ele se levantou e em passos leves caminhou até o banheiro, encontrando lá sua boxer caída sobre os azulejos e vestiu-a observando as roupas secas do menino sobre a pia, faltando apenas uma de suas peças.
Harry não poderia ter simplesmente ido embora, não sem suas roupas.
Chris resolveu procura-lo. Andou pelos corredores e checou os quartos das crianças, não achando nada fora do comum neles. Não poderia dizer que não se sentia culpado ao olhar todos aqueles brinquedos, fotos de Louis com Denise pelos corredores. Mas não era sua culpa, Louis havia começado aquilo, Louis devia terminar. Antes que alguém descobrisse e o fizesse.
Seus olhos percorreram a entrada da cozinha e ele notou Harry, apoiado num dos balcões, com as mãos para trás, observando a porta, como se esperasse que alguém entrasse por ali. Ele se assustou com a figura escura, mas deu uma risada quase muda, chegando perto do garoto para abraça-lo.
– O quê faz acordado a essa hora, meu amor? – Harry não se mexeu ao receber o abraço, nem se importou em retribuir, seus olhos pareciam vastos, avermelhados e as olheiras se destacavam abaixo deles; como se ele não tivesse dormido. A água ainda caía impressionantemente lá fora e apenas com o peitoral exposto, Chris pode sentir o vento gelado irradiar seu corpo. – Foi você quem fez isso? – Perguntou ao notar uma das portas de vidro da grande sala de estar aberta. Fazendo com que o gotinhas deixassem uma marca molhada no carpete.
– Estou sem sono. – Harry não respondeu sua segunda pergunta e se aproximou dele, ainda sem mostrar suas mãos, vendo-o ir em direção a vidraçaria aberta, e puxando suas astes para fecha-la. – Me desculpe se o acordei. Estava apenas pensando.
– Pensando? – O homem caçoou. – Pensando em que? – Sorriu, notando o quão escuro tudo estava,já que apenas a luz natural do luar chuvoso iluminava o ambiente e ele insistia em segurar um dos braços do menino, acariciando-o enquanto ouvia-o dizer calmamente.
– Na vida, em tudo, em como as pessoas não dão valor ao que tem. Em como elas sempre buscam algo além, algo para arruinar tudo. – O garoto sorriu fraco e recebeu uma das mãos do homem em seus cachos ondulados.
– E por que está pensando nisso agora, de madrugada, aqui? – Ele arqueou uma de suas sobrancelhas ao não entender muito bem o que o oposto pretendia transmitir. Seus olhos brilhavam, o verde parecia ter se tornado mais vivo e tudo o quê ele pôde notar antes de ser golpeado, foi Harry, mostrando o que escondia em suas costas.
– Estou pensando nisso agora, de madrugada, aqui pois você é o que arruinou tudo, Christopher. – Uma das facas de cozinha dos Tomlinson fora cravada em seu peito, bem no centro, sem que ele pudesse reagir. O impacto fez com que ele caísse e deitado, não conseguisse dizer nada, apenas sentir a dor que tomava seu corpo. As palavras não saiam de sua boca e ele podia ver o menino sorrir enquanto o admirava. – Você não merece viver. Tudo o quê fez, sem sentir um pingo de remorso. Já está sentindo o gosto de sangue subindo por sua garganta? É horrível não? – O menor riu. – Essa é apenas uma amostra do que irá sentir no inferno. E é por isso que eu chamo a terra de inferno.
Ele se agachou ao lado do homem, que em choque não tinha forças para lutar, agarrou o cabo do objeto novamente e arrancou-o de seu peito sem piedade. Os olhos de Chris se reviraram, ele tentou gritar, mas Harry cobriu sua boca, que expelia o líquido vermelho e fazia-o engasgar. Suas mãos tentavam agarra-lo, mas seu desespero o atrapalhava completamente
– O quê foi? Está difícil para respirar? – Sorriu, enquanto aproximava a faca de seu corte novamente, enfiando-a no mesmo local e girando-a em seu peito até que ele perdesse completamente suas forças e apenas se revirasse de dor. – Veja se melhora agora. – O menino retirou-a de novo de seu corpo e dessa vez cravou-a do lado direito, logo ao lado do outro corte. – Ou talvez seja melhor assim? – Enterrou-a do lado esquerdo e aquilo foi suficiente para que ele perdesse sua consciência por completo, possivelmente pelo sangue que bloqueava a passagem de oxigênio até seus pulmões ou até mesmo pela tortura, qual havia sido submetido.
O ondulado fincou pela última vez o utensílio em seu tronco e se inclinou para provar seus lábios tomados pelo fluído avermelhado em seu paladar. Ele se levantou logo em seguida e seguiu caminho até o quarto novamente, mas ao chegar no corredor, bateu nos ombros de Louis, que o segurou dizendo:
– Aonde vai com tanta pressa? – Então, mesmo na escuridão, ao pegar em uma das mãos do menino, notou a substância grudenta e forte em seus dedos, sem obter resposta de Harry, caminhou pelo resto do corredor e ao chegar na sala, se deparou com a cena tenebrosa de Christopher caído sobre o carpete ensanguentado, colocando as mãos em sua boca sem reação, logo recebendo uma pancada em sua cabeça, ouvindo os cacos se estilhaçarem pelo chão.
...
Louis acordou. Seus olhos pareciam estar em câmera lenta e ao decorrer de que suas pálpebras se abriam ele pôde notar estar em seu quarto. Observou lento a coloração avermelhada do começo da rodapé até o teto, não se lembrando muito bem de ter ido para lá após a cena traumatizante de ver Christopher caído sobre os carpetes da sala, envolto por uma poça de sangue, tendo quatro marcas bem visíveis de facadas espalhadas por seu tórax nu. Ainda estando um pouco zonzo, surgiu em sua visão um torço não identificado, que parecia sorrir freneticamente e continha suas as duas mãos postas em suas costas, balançando-se para frente e para trás enquanto olhava Louis estranhamente sem pausa.
– Dormiu bem, Sr. Tomlinson? – A voz quase infantil e inocente, soou adocicada pelos ouvidos de Louis, que possuía uma grande dor em sua cabeça, que latejava sem parar e fazendo-o desejar levar uma de suas mãos até lá, mas por algum motivo estava sendo impedido de fazer isso. – O que foi? Notou alguma coisa errada? – O sorriso do corpo mediano à sua frente aumentou e Louis se assustou ao ter sua visão estável novamente, identificando os cachinhos castanhos que agora aparentavam lhe dar medo quando acompanhados dos olhos esverdeados brilhantes do adolescente assassino.
– Harry? Mas.. mas que porra é essa? – Seu olhar cansado percorreu limitadamente seu corpo, agora nu, deitado sobre os lençóis claros, notando ter seus pulsos e tornozelos presos fortemente à cordas bem trabalhadas e amarradas na cabeceira, superior e posterior, da cama de casal.
– Surpresa! – O garoto gritou animadamente, jogando as mãos para o ar enquanto se virava em direção a cômoda de mogno escuro; que ficava logo à frente onde Louis estava posicionado e imobilizado, tentando repetitivamente se soltar, até atingir a exaustão facilmente e sem sucesso.
– Me solte, Harry! Você é louco! Qual é o seu problema? – O garoto abriu uma das primeiras e principais gavetas do móvel, encontrando jóias belíssimas, que encantaram seu olhar junto a magníficos e caros produtos de beleza de diversos tipos. O menino agarrou um deles, apreciando a cor avermelhada forte do batom que tinha em suas mãos, assim abrindo-o e levando-o até seus lábios cheiinhos, para preenche-los daquele tom fora da visão de Louis.
– Ah, Louis, sua esposa tem um ótimo gosto, não acha? – Ele se virou para o mais velho, mostrando a boca avermelhada, enquanto mordia a parte inferior dela com vontade, cravando os dentes na carne macia, ainda segurando o batom. – Não acha? – Ele repetiu mais alto, sorrindo ao ver as palavras do outro falharem, como se não conseguísse proferi-las. – Acho que vou ficar com ele, pela sua expressão, fica bem melhor em mim do que nela. – Ele riu, dando passos vagarosos pelo quarto, ainda vestindo apenas uma boxer branca, mostrando suas coxas fartas à ele, que devorava-o com o olhar.
– Oh Deus. – Louis fechou os olhos e apreciou o som dos passos calmos do menino sobre carpete, sentindo-se endurecer apenas com aquela imagem, se acusando também de ser um dos maiores pecadores do planeta terra naquele momento, naquela situação. – Por que eu sinto que é tão errado se excitar agora? – Com um pouco de dificuldade, olhou para sua ereção e voltou a observar o garoto de lábios rubros ao sentir seus dedos gelados tocarem a pele de seu peito, sendo depositado um selinho no local, demarcando-o com o cosmético em sua boca, logo depois passando o polegar por toda ela, manchando suas mãos, para retirar a coloração.
– Bem, deve ser porque acabou de ver seu amante morto na cozinha e a cena que está te deixando duro é a de um garoto de dezesseis anos seminu com o batom favorito de sua esposa. – Ele ergueu uma de suas sobrancelhas, engatinhando calmamente da borda da cama até o corpo descoberto de Louis. – Então, sim, é extremamente errado se excitar agora.
Harry sorriu e percebeu que o moreno já havia aceitado a situação em que se encontrava, preso e indefeso. Então ele subiu em seu corpo, sentando em suas coxas, enquanto podia ter a visão perfeita de seu membro ereto e logo depois o rosto de Louis; que esbanjava prazer e satisfação apenas por ter o menino sentado em suas pernas fartas.
O de cachos se inclinou sobre o outro, quase se deitando em seu peitoral, abrindo um sorriso espontâneo enquanto deslisava uma de suas pequenas mãos por todo seu tórax um tanto quanto magro, porém bem definido e destacado. Seus dedos se deslizavam por seus ombros e peito, e por um momento o adolescente deixou o pequeno objeto em suas mãos de lado, apoiando-se por completo em cima do homem para poder se esfregar contra ele.
Se segurando em seus punhos, o garoto se posicionou melhor no corpo impossibilitado abaixo de si, alinhando seu membro, ainda revestido pela malha elástica da boxer, contra o de Louis; começando a se movimentar lentamente. O menor movimentava seu quadril fortemente, indo para frente e para trás sem cessar. Sua extensão era esfregada contra a dele rapidamente, formando um atrito gostoso, qual o prazer era revelado através de gemidos constantes que saiam involuntariamente dos lábios finos de Louis; que a cada falsa estocada e fricção apertava ainda mais suas mãos nas cordas, as agarrando forte para evitar que seu corpo se espasmasse para frente.
Ao ver uma pequena quantidade de pré gozo já espalhada pela glande do oposto, Harry aumentou a velocidade dos movimentos, atritando ainda mais seus corpos, cravando as unhas curtas nos ombros de Louis que ofegava constante e dava gemidos mudos para a atmosfera, de olhos fechados, aproveitando a sensação de estar perto do ápice sem mãos algumas.
Bastaram apenas mais algumas falsas estocadas para que o mais novo viesse ali mesmo, seminu, deixando aparente uma grande mancha transparente no tecido exposto. Faltava pouco para que Louis também atingisse seu máximo, então Harry colocou as mãos envolta de sua extensão e começou a movimenta-las arduamente com harmonia, fazendo-o ranger os dentes enquanto movimentava seu quadril sobre o colchão.
As digitais do menino cacheado acariciavam a ponta de seu membro, enquanto Louis hesitava em gemer, se sentindo péssimo por estar sendo submetido as ordens e ao prazer do assassino de seu amante.
– Isso é bom não é? – Harry abaixou-se bem, a ponto de encostar seus lábios no pênis do moreno, movimentando-os lentamente, sugando o pouco do líquido transparente que começara a ser liberado; tendo um Louis completamente enlouquecido e desnorteado abaixo de seu corpo. – É maravilhosa essa sensação. Mas sabe o que é melhor ainda? – Os olhos verdes pareciam estar em chamas e aos poucos os movimentos se tornaram lentos e mais lentos, fazendo o oposto entrar em um colapso confuso entre seu corpo e mente.
– O..o quê? – Ele gaguejou rapidamente, pedindo com o olhar para que o garoto o deixasse vir logo, continuasse a movimentar suas mãos e lábios rosados, completos de saliva, brilhando contra fraca iluminação de velas do quarto que esbanjava calor e desejo.
– Estar aqui, com total controle. – Harry deslizou suas mãos por si próprio, adentrando a boxer manchada e massageando-se prazerosamente em frente ao outro que lutava por seu único orgasmo. – Deixo você chegar na borda. – Louis encarou-o frustrado, vendo-o levar seu punho de volta à seu membro, subindo e descendo arduamente apenas uma vez e parando logo em seguida, fazendo-o jogar a cabeça para trás enquanto estremecia contra as palavras do menor, questionando-se como ainda não conseguira atingir seu limite apenas vendo seu rosto angelical e pálido contrastar-se com seu membro rubro. – Mas nunca que se satisfaça.
Ele soltou-o de imediato, levando suas mãos para o ar e rindo fortemente, enquanto o mais velho se sentia preso; preso em um incomodante vazio, um vazio que arfava pelo ápice que seu corpo desejava, que seu corpo necessitava para não ceder a qualquer momento. Sem dúvidas, naquele instante a única coisa que importava era sua sede por acabar com aquele sufoco logo, aquela dor, seu anseio por gozar sobre os dedos do garoto assim como havia feito junto a Christopher, quando ele ainda estava vivo.
A risada maléfica fez com que Louis ficasse ainda mais angustiado, suas pernas tremiam e isso vera visivelmente notado pelo garoto, que parecia se divertir com cada lágrima que o adulto derrubava.
– Pobre Louis, não fique assim. Minha diversão está longe de acabar e você sofrerá cada segundo do resto da noite, não se preocupe... irá ser uma experiência marcante para nós dois. – Sua garganta estava seca, raspava contra seus soluços baixos e tudo o quê conseguia ver era uma grande nuvem invisível de fumaça embaçando todos os seus pensamentos, sua moralidade, noção e tornando-o vulnerável a ponto de chorar sem ao menos ser machucado.
Harry caminhou pelo quarto, indo em direção ao banheiro, era possível nota-lo remexendo as gavetas do armário, como se procurasse por alguma coisa. E ah, ele sabia, ou ao menos tinha uma pequena ideia do que era essa coisa. Ao vê-lo de volta no ambiente, seus olhos percorreram primeiramente suas mãos, observando o que ele desejava que fosse apenas uma alucinação. Lâminas.
Louis forçou seus olhos a se fecharem observando o menino vir em sua direção e se sentar ao seu lado na cama. Algumas lágrimas ainda escorriam por seu pescoço e Harry apreciava isso, pois o mais velho se segurava para não derrubar mais. Ele exibiu os dois objetos em suas mãos, pequenos, porém cortantes, encarando o maior como se tentasse o desesperar antes mesmo de fazer qualquer coisa.
Ele sabia que não adiantaria implorar, ele sabia que não adiantaria fazer nada, então ele apenas aceitou que não sairia dali ileso. Harry passou suas mãos por seu peito e pegou o batom vermelho logo ao lado novamente, abrindo-o lentamente e o levando em direção ao seu tórax. Começou a desenhar vários alvos e encheu os lábios com saliva, lambendo toda a área ao redor de seu umbigo enquanto passava seus dedos por seus ombros.
Ao terminar de sentir o batom se encontrando com sua pele, Louis abriu os olhos e se deparou com uma grande quantidade de marcas. Ele já sabia o que Harry pretendia fazer; só não imaginava que seria tão torturante.
Os dedos pálidos do menino seguravam a lâmina com delicadeza e pela primeira vez, ele forçou-a contra a epiderme bronzeada, vendo-o se contrair e puxar o ar lentamente enquanto apenas algumas gotinhas de sangue tornavam a aparecer. O homem se sentiu aliviado, até que ele realizou novamente a ação. Os cortes eram suportáveis e o menino não estava gostando de não vê-lo sofrer, então ao terminar de passar o ferro por todos os seus alvos, ele passou-o novamente pelos cortes já feitos, tirando pequenos resmungos que evitavam implorar para que ele parasse; ainda.
Harry precisava de mais, precisava de gritos.
Pela terceira vez, fincou as lâminas nos cortes abertos e fez com que o mais velho gritasse.
– Já chega, Por favor. Me solte. – Harry sorriu e com suas unhas curtas, passou-as em cima das lacerações, fazendo-o chorar novamente. Apreciando o sofrimento do parceiro, tornou a levar seu indicador até o sangue exposto em seu peitoral e levou até os lábios de Tomlinson, que não aceitou provar do próprio gosto. – Isso é doentio, eu... eu faço.. – Foi interrompido por seu dedo, que invadiu sua boca antes que ele terminasse sua frase, o garoto explorou suas bochechas e o fez engasgar ao tentar tocar sua garganta, sorrindo abertamente quando vira sua angústia.
Ele se levantou novamente e caminhou pelo quarto, tendo uma ideia tentadora ao olhar para as velas acesas sobre a cômoda à sua frente. Ele pegou uma delas e levou até seu olhar, vendo uma das gotas de cera quase pingando sobre o chão.
– Vamos fazer um jogo. Eu pergunto e você responde. – Posicionando a vela em cima de seu tronco, ainda a segurando, ele pensou numa pergunta por alguns segundos, mas antes que pudesse compartilha-la o gota quente de cera avermelhada caiu acima de um de seus ferimentos, fazendo com que ele se contorcesse até que ela esfriasse e criasse uma camada dura sobre sua pele. – Onde você conheceu Christopher? Você tem dez segundos. – O outro segurou forte nas cordas e insistiu em não responde-lo. O esverdeado então levou a vela até perto de seu membro, prestes a pingar.
– Onde encontrou ele, hm? Foi em um daqueles sites baratos na internet, para cafajestes feito você? – Harry balançou a vela em frente à sua visão, apreciando a coloração roseá apagada que o objeto continha, tendo gotas de cera escorrendo pelo cilindro pouco achatado em suas mãos pequenas. – Vamos Louis! Fale! Ou quer que eu largue essa vela sobre seu corpo e a deixe derreter até que a cera quente perfure sua epiderme bronzeada, e cause muito mais dor do que a de uma simples queimadura. – O dominador bufou, não era fácil lidar com Louis, sua teimosia fazia com que ele só sofresse cada vez mais. Ele o envolveu novamente, voltando com os movimentos enquanto aproximava ainda mais o objeto quente de seu corpo.
– Pare! Por favor, caralho Harry! mas que porra, Para, olha o que você vai fazer! Está fora de sí! – As lágrimas tomaram seus olhos azulados, o desespero o consumia por inteiro, ele não desejava mais que sua pele fosse queimada pela cera quente, estava sensível em consequência ao seu orgasmo recente e mesmo assim Harry continuava masturbando-o, fazendo suas pernas tremerem em reação, querendo mostrar que não era possível que o segundo orgasmo acontecesse sem mais um espaço de tempo. O menino não estava dando a mínima, continuava a o estimular incessantemente, sorrindo ao vê-lo chorar e ao mesmo tempo jogar sua cabeça para trás, pressionando os dentes, tentando lutar contra aquilo. - Oh, Harry! Harry eu não vou aguentar Harry! Não!
– Você nunca pediu para Christopher parar, não é? Nunca pensou nos seus filhos, Louis? Na sua mulher? Pense neles agora! Vamos, pense como seria ótimo que sua pequena menina soubesse que você tem uma segunda vida além da sua família.
– Ur..urgh... Não.. não fale da Darla, seu doente! – Ainda com o punho de Harry sendo movimentado agilmente em sua ereção fragilizada, ele não se conteve em meio aos resmungos e revidou sem pensar, ele não aceitaria aquilo, não aceitaria que falassem de sua filha, não naquelas condições.
– Como é? – Ele levou a vela até mais perto de sua virilha, próximo à seu membro, fazendo Louis paralisar e repensar suas palavras enquanto lágrimas ainda escorriam por suas bochechas já molhadas, contornando seus traços e descendo por seu pescoço, que brilhava contra a fraca luz do abajur no canto do quarto, por conta do suor que sua pele exalava em angústia.
– Não! Me desculpe Harry, me desculpe! Vo..você na..não é doente, não faça isso, não me queime novamente, Harry! Por favor, eu imploro! – Ele gritou, e Harry teve vontade de gargalhar contra seu rosto mostrar a ele ainda mais quem estava no comando e que o moreno não poderia fazer nada contra isso.
– Certo, então ai vai novamente, onde você conheceu o Christopher? Hm? – Ele se aproximou de seu rosto, encarando seu olhar, com os cachos curtos caindo sobre a face do maior, se misturando com seu desespero e falta de fôlego; vidrado em apenas seu olhos, aqueles olhos, cujo os filhos haviam herdado do pai, o pai traidor, mentiroso, sínico e covarde que havia sido presenteado com duas maravilhosas crianças, inocentes e privadas da realidade humilhante e oculta da qual terá consequências imensas quando for descoberta inesperadamente.
– Eu..eu.. o conheci no escritório. Todos os meus projetos têm que ser encaminhados aos engenheiros.. eu costumava envia-los por E-mail mas.. mas um dia eu fui até lá.. e o conheci. – Choramingou em meio as suas palavras, dando uma breve pausa ao sentir que viria novamente a qualquer momento, entre suspiros desesperados e tremeliques constantes em suas pernas.
– Vamos, continue, continue a falar Louis! – Ainda descendo e subindo seu punho continuamente, incentivou-o a continuar falando, mostrando-lhe de novo a vela avermelhada que tinha uma gota prestes a pingar contra o mogno do criado mudo.
– E..e..eu, eu ia até o escritório quando podia e...e nós..ah, nós começamos a nos relacionar, em todos os lugares... na casa dele no...no seu trabalho. E a.. até que um dia ele..ele descobriu que eu era casado, que..que eu..eu... tinha filhos. Ah Harry. Oh meu Deus. – Arrastando suas unhas curtas pelas cordas pela quase última vez, seu corpo entrou em combustão completa. Ele não conseguiu falar mais nenhuma palavra, tremendo incessantemente enquanto se curvava para frente, liberando todo seu líquido nas mãos malignas do cacheado, que ria vendo as lágrimas tomarem todo o rosto apavorado de Louis.
– Shiii... não chore, Louis. Chorar é para fracos. – Harry levou seus dedos melados até sua boca, saboreando deliciosamente o gosto do moreno que sentia estar a ponto de desmaiar, após um dos melhores, mas torturantes, orgasmos de sua vida.
– Me desculpe, Harry. Me desculpe. – Entre seu choro e palavras difíceis de serem ignoradas, ele implorou perdão, lembrando que há apenas algumas horas se encontrava rindo junto à Christopher na cozinha, sendo fodido ali mesmo naquela cama, implorando por mais, e não por menos.
– Continuando com a sua história.. – O garoto levou seu polegar até as olheiras claras do homem e limpou levemente as lágrimas sofridas que escorriam por ali. – Permita-me adivinhar. Ele descobriu sobre sua família e.. não fez exatamente nada. Não é? – Fez uma expressão pensativa forçada, coçando seu queixo e rindo em seguida, sarcástico e nada surpreso com a resposta que teria.
No entanto, cansado, Louis apenas balançou sua cabeça para cima e para baixo; confirmando o que o menino já sabia e não tinha dúvidas ser verdade. O rosto de Louis se encontrava inteiramente avermelhado, seus olhos agora com tons mais apagados não pareciam mais tão vivos quanto realmente eram, com um aspecto pós-choro, as bochechas coradas pediam pela liberdade de suas mãos, mesmo que a dor de seus músculos fosse amenizada pela dos cortes em todo seu tronco.
– E é por isso que ele está onde está agora. Pobre homem, deve estar nos observando lá de baixo. – Harry balançou sua cabeça negativamente, se retirando de cima de Louis, arrumando a boxer em seu corpo enquanto dava passos em direção a porta, para ir até a cozinha; fazendo o outro ficar confuso, pois havia sido deixado em paz tão repentinamente que era inacreditável.
Ele enfim voltou a respirar normalmente, mantendo o resto de suas forças para continuar acordado e alerta, afinal, ainda se encontrava preso e impossibilitado, corria riscos e nunca conseguiria se soltar. Mesmo sabendo daquilo, olhou para todos os lados possíveis, a procura de alguma coisa, qualquer coisa, que servisse para que se soltasse.
Com pouco tempo, suando frio e com muito medo - quase transbordando mais lágrimas - ele observou a chave de seu carro ao lado de sua cama, no criado mudo, quase ao seu alcance, ele só precisaria fazer um pequeno esforço. Apoiando seus pés na cabeceira, se impulsionando para frente, machucando ainda mais seus pulsos com a corda áspera ele tocou a ponta de seus dedos cansados na base do objeto e quando estava prestes a agarra-lo, Harry entrou novamente no quarto, segurando a faca qual havia cravado no peito de Chris horas atrás.
Ele caminhou até o criado mudo e agarrou a chave antes que Louis pudesse o fazer. Com o utensílio de cozinha em mãos, ele riu fraco, tentando entender o que ele pretendia fazer com aquilo. Jogou a chave no carpete e subiu sobre o corpo machucado do homem grosseiramente, fazendo com que ele resmungasse ao tê-lo sobre suas coxas.
O azulado estava assustado, poderia dizer apavorado. Sabia que sua hora era aquela e nada o impediria de morrer.
– Pronto? Pronto para se encontrar com seu amante no inferno? Pronto para observar seus monstrinhos crescerem lá de baixo, com ódio de você? – Ele apoiava a faca suja com o sangue de Christopher sobre o lado direito de seu peito, mas naquele momento, com aquela frase, ele só pôde lembrar de quando se despedia de Dominic de manhã.
"– Claro, meu monstrinho, eu não irei esquecer. – Denise odiava que Louis chamasse Darla e Dominic de monstrinhos."
Como Harry poderia saber que Louis chamava seus filhos de monstrinhos?
E foi aí que sua ficha caiu, foi aí que ele entendeu tudo. Harry não era apenas um garotinho perdido no meio da tempestade, Harry não apareceu em sua casa por acaso. Tudo aquilo fora planejado por ele. As torturas, o sofrimento e até mesmo a morte de Christopher estavam no roteiro daquela noite; que agora amanhecia numa claridade opaca. Ele entendeu que não havia saída, a não ser desejar sua morte o mais rápido possível, para que pudesse pagar por sua traição.
"Não poderia dizer que não se sentia culpado ao olhar todos aqueles brinquedos, fotos de Louis com Denise pelos corredores. Mas não era sua culpa, Louis havia começado aquilo, Louis devia terminar. Antes que alguém descobrisse e o fizesse."
Alguém descobriu e estava prestes a terminar.
– Acabe com tudo logo. – Ele fechou suas pálpebras e pediu. Soluços deixavam sua garganta em desespero. Com as lágrimas, descendo mais uma vez e provavelmente a última de sua vida, ele implorou para que Harry o matasse, de qualquer jeito, pois seria menos humilhante do que ver sua família descobrir tudo aquilo com ele ainda vivo.
– Eu deveria fazer isso mesmo. Mas quer saber, Louis? – Ele riu balançando sua cabeça para os lados, disposto a gerar mais pânico na mente do homem abaixo dele. – Eu não vou te matar. – Sua mão que tremia com a faca apoiada do lado esquerdo de seu corpo, soltou repentinamente o objeto, fazendo o outro abrir os olhos aliviado; não tendo mais que implorar por sua vida. – Mas saiba, que agora você irá ter que conviver com isso para o resto de sua vida. A culpa, que não foi de ninguém mais, ninguém menos que sua. – Harry se levantou e deixou a faca ensanguentada sobre ele, Louis gritou horrendamente, Implorando feito uma criança para que ele terminasse toda a sua lástima.
Ele se direcionou até o banheiro e vestiu suas roupas secas. Ao fechar a porta da casa dos Tomlinsons, o menino de olhos verdes e cachos ondulados ainda conseguia ouvir os gritos do homem. Então se sentiu completo, agora realmente completo. Sorrindo novamente, como quando fora convidado a entrar, fora das vistas dos dois homens, quais o acolheram inocentemente durante a tempestade tenebrosa.
↪Autora: @larrydoll↩
E aí, monstrinhos? Pois é, muita demora, mas finalmente chegou. Espero não ver mimimi nos comentários por ter umas cenas mais pesadinhas, mas qualquer coisa estamos aqui para críticas e elogios. Se houver algum erro, me desculpem, eu não consegui revisar direito e eu tinha que postar isso hoje. Esse conto foi inspirado num filme chamado Knock Knock, com algumas - talvez muitas - alterações, deem uma olhadinha no trailer dele depois. Eu estou com uma fic nova, chamada Mutilated Hearts e também adoraria que vocês fossem ver, se passa em 2001, onde Louis é um Serial Killer que recolhe os órgãos de suas vítimas e, por um pequeno engano, sequestra a pessoa errada (que vocês já podem imaginar quem é) e acaba tendo que lidar com ela de um modo bem complicado.
Ideias para próximos temas? Dúvidas? Alguma outra coisinha? Xx Espero que tenham gostado.
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