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𝟭. 𝗖𝗔𝗡'𝗧 𝗙𝗢𝗥𝗚𝗘𝗧 | 𝗖𝗟𝟭𝟲

Daphne Bellini era a menina dos olhos do pai, Franco Bellini, o grande empresário e dono de um dos vinhedos mais bem avaliados da Itália. Caçula de três filhas, ela não podia negar que foi a mais mimada, sempre recebendo mais atenção, presentes e menos responsabilidades. 

À medida que foi crescendo, Daph entendeu que toda a admiração do pai consigo era expectativa e um pouco de interesse. Franco, que já tinha quarenta e quatro anos quando a mais nova nasceu e outras duas filhas totalmente desinteressadas no negócio da família, achou que seria bom criá-la para comandar tudo quando ele faltasse. Mas o tiro saiu pela culatra quando a garota percebeu que seu sonho era ser estilista, e não administrar uma rede de vinhos. 

O problema era que Daphne sempre colocava os planos do pai acima dos seus. Mas ela precisava dar um basta nisso. Não queria pertencer aquela teia de perfeição que a família tentava passar à imagem. Os Bellini também eram conhecidos por suas polêmicas e tragédias, como os cinco casamentos do patriarca e a morte prematura de Arnold e Lilian, o primogênito e a primeira esposa de Franco. Daph nunca chegou a conhecê-los e sabia que suas irmãs, principalmente a segundo na linhagem, Cecilia, sofriam por ter tido poucos anos de vida com a mãe e o irmão. Uma boa impressão depois desses acontecimentos era tudo para o velho Franco.

Aubrey Stowe, sua mãe, era uma bióloga marinha muito bem sucedida dirigindo sua própria ONG na Nova Zelândia. Daphne sentia muito orgulho da mãe, mas também ficava muito triste quando pensava que ela fugiu das garras dos Bellini assim que teve a primeira oportunidade, quando a garotinha tinha apenas sete anos, e deixou a filha aos cuidados do pai ausente. A italiana então se tornou independente muito rápido, sem poder contar com os progenitores para muita coisa. 

Aos vinte e dois anos e recém formada na tão sonhada faculdade de moda, ela queria se desvencilhar das responsabilidades que seu nome - e pai - lhe atribuíam. Daphne decidiu deixar a Itália para morar em Mônaco, onde a irmã mais velha morava há alguns anos. Foi uma confusão daquelas no dia em que a garota revelou seus planos que não envolviam abrir uma nova filial em solo monegasco e começar a tomar as rédeas da empresa. Ela queria ser estilista e ponto final. Franco teria que preparar um dos seus sobrinhos gananciosos para herdar sua dinastia depois que todas as filhas pularam para fora do barco. O homem ficou tão furioso que a caçula foi proibida de pisar em qualquer propriedade Bellini dali em diante. A solidão que já era sua fiel companheira, só faltou a engolir quando teve que arrumar as malas para ir embora.

Viver em Mônaco era caro. Muito caro. Na terceira semana, depois de estabelecida na cidade-estado com um apartamento no mesmo prédio em que a irmã morava e um emprego na grife mais importante da Europa, Daphne considerava jogar sua dignidade no lixo e correr de volta para a casa do pai. Quem a impediu foi Beatrice, que durante uma conversa bem séria, convenceu a irmã mais nova de que aquele pequeno país era seu recomeço e ela deveria enfrentá-lo como uma pessoa real que passa por dificuldades. 

Todo aquele luxo não lhe pertencia mais. Ela não ia mais às lojas para fazer compras, agora era quem atendia as socialites e procurava estar perto da alta costura para aprender. 

Um longo ano depois, chegada as merecidas férias de verão, Daphne estava focada na produção da própria linha de roupas para o outono que entraria em um concurso local. Todo o tempo livre que as férias lhe rendia era gasto em seu atelier, que tomava praticamente o apartamento inteiro. Eram rascunhos espalhados pela ilha da cozinha e mesinha de centro da sala, rolos enormes de tecidos cruzando o chão do quarto e inúmeras fitas métricas jogadas em cada canto do local. 

Dora, a amiga que conheceu no trabalho e que tinha muitas coisas em comum - além do gosto e ambição pelo mundo da moda - sabia que Daphne precisava de uma pausa. O processo criativo da italiana era estar na bagunça por horas ininterruptas, e a monegasca achava que aquilo uma hora afetaria seu emocional e consequentemente o físico. E era verdade. Desde que as férias começaram, há um mês e meio, Daphne havia emagrecido quatro quilos e vinha piorando seu quadro de insônia. 

— Não quero ouvir objeções. Hoje você vai sair desse apartamento — Dora disse ao encontrá-la debruçada sobre a mesa do atelier improvisado no quarto de hóspedes. Não se passavam das 7:30 da manhã. — Sério, essa hora você deveria estar transando. Sabia que é mesmo o horário do dia mais propício para isso? É comprovado. 

— Eu não estou precisando de uma sexóloga se baseando em pesquisas do BuzzFeed... — a loira respondeu sem se dar o trabalho de olhar para amiga ou perguntar como ela havia entrado em seu apartamento.

— Ouch! — a mulher respondeu levando a mão ao peito, totalmente ofendida. — Eu não consumo o conteúdo besteirol do BuzzFeed desde o começo do meu namoro super saudável com Tristan e estou me baseando em um estudo de uma marca britânica de suplementos alimentares.

— Bom, de qualquer forma ainda não preciso que alguém me diga quando devo fazer sexo — Daphne argumentou mal humorada enquanto procurava por sua xícara de café em meio a bagunça de tecidos, botões, linhas e réguas. 

Dora a ignorou. Com muito custo e ouvindo xingamentos e a cada dez segundos, a loira foi obrigada a colocar roupas de banho e se preparar para um dia no Iate da família Fortun. 

— Sorte sua que eu adoro seus pais — Daphne dizia enquanto era empurrada pela amiga para dentro da embarcação. 

A atmosfera familiar dos Fortun era completamente diferente de tudo que Daphne conhecia. E não só por Dora ser filha única e de um casamento sólido, o que encantava a italiana era eles parecerem genuinamente felizes por serem família. Na casa Bellini era só uma obrigação, só pessoas ligadas pelo sangue.   

Toda a manhã e o início da tarde foi regada de boas risadas, conversas triviais e relaxamento na Riviera Francesa. Daphne não podia negar nem se quisesse, tinha adorado aquele dia. Além disso, estava com a aparência mais saudável depois de pegar sol e almoçar um prato de comida não industrializada. 

— Nosso dia não acabou, mon amour — Dora desceu os óculos até a ponta do nariz para falar com a loira que havia acabado de se esparramar no sofá do apartamento. 

— Eu já socializei o suficiente por hoje, Dora! — respondeu a mulher temendo pela próxima parada da ruiva. — Me sinto cansada só de pensar em levantar daqui e tomar banho.

— Ew, porquinha — a monegasca fez uma careta enquanto batia nos pés dela para tirá-los de cima do sofá. Sentou no espaço que conseguiu liberar e a olhou seriamente. — Tem essa festa que Tristan está organizando...

— Ah, não.

— E você não foi em nenhuma desde que nos conhecemos! Sabe como Tristan adora ser paparicado pelo bom trabalho que faz e você nunca o prestigiou por isso. Daph, ele gostaria de te ver lá — a mulher tinha os lábios projetados para frente e as sobrancelhas franzidas, sua clássica carinha de Gato de Botas

— Vocês vão tentar me empurrar o primeiro cara apresentável que acharem, como em todas as saidinhas que demos — respondeu sem humor algum na voz, colocando suas pernas em cima das de Dora.

— Porque sabemos que é chato quando fica de vela. Mas prometo que não é essa a intenção de hoje. Vamos apenas nos divertir, você prestigia seu amigo, e me dá a honra de sua companhia pela noite inteira! 

— Tem certeza? O Tris vai querer você ao lado dele...

— Não se souber que estou fazendo você sair da sua zona de conforto e se divertir — Dora piscou dando batidinhas nas coxas da italiana. 

— Vocês estão agindo como pais, sabia? Com idade mental de dezessete anos, mas ainda assim pais querendo fazer a filha adolescente rebelde sair do quarto e viver — resmungou a loira revirando os olhos. 

— E estamos nos saindo pais melhores que os seus. Então, adolescente rebelde, levanta essa bunda do sofá que agora vamos ter companhia de pessoas da nossa idade!

— Sabe que me identifico melhor com pessoas da idade dos seus pais, né?

— Sei, sei. Mas você já passou tempo demais com velhos — Dora a puxou pela blusa, olhando no fundo de seus olhos azuis e deixando Daphne levemente assustada. — Nunca repita essas palavras na frente da minha mãe. 

Daphne já não estava mais tão reclamona como pela manhã. Tinha até criado um pouco de excitação em usar um vestido bonito ao invés do conjunto de moletom e beber algo que fosse lhe dar ressaca na manhã seguinte. Também estava pensativa quanto a conhecer novas pessoas e realmente se abrir para isso, nem que por apenas uma noite. Ainda não queria se envolver e desbravar uma louca paixão como Dora e Tristan viviam mesmo depois de quatro anos de relacionamento, mas precisava admitir que um lance casual a faria bem. 

Deixou as expectativas e inseguranças para trás assim que pisou no salão de festas luxuoso de Monte Carlo. Poucos minutos depois de admirar a ambientação e receber uma taça de champanhe, percebeu que Tristan era realmente um excelente organizador de eventos. Dora não se preocupou em procurar pelo namorado pois já havia o avisado com antecedência que se Daphne quisesse, aquela noite seria apenas delas. Mas a loira se lembraria de encontrá-lo e parabenizar por sua clara dedicação à festa. Ela via a personalidade alegre e contagiante de Tristan a cada pilastra revestida de luzinhas e toalhas de mesa em cetim dourado. 

A primeira hora de festa não foi assim tão agitada. Daphne descobriu se tratar de uma comemoração pela recente vitória do time monegasco na Ligue 1, liga francesa de futebol profissional e que só estavam presentes pessoas extremamente influentes no país. Além claro, dos jogadores e comissão técnica do Mônaco e de alguns outros times convidados. Dora e Daphne eram definitivamente intrusas, apesar de carregarem no pulso a identificação que as permitiam estarem ali. 

A italiana não era a pessoa mais ligada à esportes, não sabia dizer o nome de cinco jogadores da seleção de seu próprio país, e por isso teve que fingir um entendimento de futebol maior do que realmente tinha. No final, achou legal conversar com alguns daqueles jogadores para mais tarde poder se gabar sobre para Cecilia, a grande fã de entretenimento esportivo. 

Depois do terceiro copo de bebida, essa última sendo uma margarita, Daphne já estava com os braços para cima e o corpo livre balançando de um lado para o outro na pista de dança. Dora não saiu de perto em momento algum e agora ria dos passos de dança da loira - que era basicamente segurar o nariz e mexer o pescoço, como se tivesse na água da praia há poucos quilômetros dali. 

Sempre que sentia as pernas começarem a adormecer pelos minutos incontáveis de dança acompanhando a batida pop das músicas, Daph corria para o bar e se sentava nas cadeiras altas de madeira. Pedia algum drink, aquela altura sem se importar com o que combinação faria mais tarde, e ficava ouvindo Dora avaliar os homens em potencial para a amiga. O riso das duas estava mais fácil do que nunca, e quase fazia um eco contagiante quando subia para o teto do local. Quando a italiana se engasgou com a tequila, e respingos caíram sobre seu busto e desceram pelo decote do vestido, ela xingou em alto e bom som, mesmo que não estivesse tão frustrada pelo ocorrido. Pegou um guardanapo ali por perto e o encostou levemente sobre o vestido, dando batidinhas na esperança de secá-lo. Parou de rir gradualmente ao perceber um homem encostado ao seu lado no balcão, a olhando. 

Se perguntou para onde Dora tinha ido naquele meio tempo. Uma hora estava rindo das bobagens da amiga e na outra, ela havia simplesmente evaporado. Mas não se importou tanto quanto deveria com a ruiva pois tinha se envolvido na aura intensa daquele homem. Aqueles olhos verdes a levaram para uma redoma particular, onde eles ficariam blindados pela presença um do outro até o fim da noite. 

Ele a ofereceu uma bebida, e ela, o lugar que antes pertencia a Dora. Entraram em uma atmosfera diferente da realidade, era como se existisse apenas os dois naquele lugar, sem música alta o suficiente que pudessem incomodá-los ou suas amizades que foram largadas assim que eles se viram. 

Mais outras duas bebidas foram compartilhadas entre eles em meio às conversas das quais a italiana não se lembraria quando estivesse sóbria, ela só sabia que estava se divertindo muito. WOW da Zara Larsson pareceu recobrar a consciência de Daphne para o mundo exterior à sua bolha com aquele homem. 

— Vamos dançar, por favor — a loira saltou da cadeira e teve que se equilibrar com a mão no balcão, chacoalhar a cabeça naquelas condições não era o indicado. — Eu adoro essa música!

— Eu não sei dançar — Charles respondeu aos risos enquanto apoiava a mão direita na cintura da mulher, fingindo ajudá-la quando sabia que ela já tinha conseguido se manter em pé sozinha. Ele só queria tocá-la. 

— Só precisa mexer o corpo no ritmo da música. Vamos, vamos... — e antes que esperasse por resposta, já estava o arrastando entre as pessoas até conseguir um lugar na pista de dança. 

O rubor no rosto de Daphne podia ser explicado pelas horas que passou exposta ao sol naquele dia, mas estava mais avermelhada do que quando saiu de casa. A resposta para aquilo era a proximidade que agora se colocava do homem bonito que a galanteia na última hora inteira. Estava quente como o inferno ficar perigosamente perto do corpo dele enquanto dançavam uma música após a outra. Charles sentia a mesma coisa, e por isso, os três primeiros botões de sua camisa social branca já estavam abertos. A italiana esperava por uma atitude dele antes que se atirasse em seus lábios rosados e atrativos, então virou-se de costas e a encostou no tronco do piloto, que não teve outra reação a não ser puxá-la com força pela cintura e finalmente terminar com qualquer espaço entre seus corpos fervendo. 

— Eu preciso beijar você... Agora — a entonação rouca do homem fez Daphne perder o pouco da sanidade mental que mantinha desde que começaram aquela dança. 

Não teria problema em se virar e beijá-lo ali mesmo, mas quando o fizesse, gostaria de poder provar de todo o resto logo de uma vez. Em público, ela não poderia fazer nada do que se passava em sua mente. 

— Vamos dar o fora daqui — disse a loira no ouvido dele, agarrando-o pelo pescoço quando virou de frente. 

Enquanto esperavam por um táxi já do lado de fora do salão, Daphne tinha uma nuvem de embriaguez sucumbindo ao seu cérebro. Como levaria um desconhecido para sua casa? Mas para onde iria levá-lo se não tinha dinheiro o suficiente para pagar por uma diária em qualquer hotel de Monte Carlo? Quer dizer, a ideia tinha sido dela, então deveria saber para onde iriam. Não conseguia ser lógica quando a mão do monegasco estava no fim de sua coluna, fazendo um carinho decente até demais para o gosto da mulher. 

Tudo bem levar um desconhecido bonitão para minha casa. Afinal, é isso que sexo casual significa, certo?

Quando conseguiram um carro, Charles ajudou Daphne a entrar primeiro. A loira sorriu em resposta e teve que conter a vontade de beijá-lo mais uma vez quando seus olhos se encontraram e a mão esquerda do piloto pousou em sua coxa pouco coberta pelo vestido. Aquele homem a olhava como se ela fosse a mulher mais linda do mundo, e talvez toda a bebida estivesse bagunçando sua mente e coração, mas foi a primeira vez que a italiana se sentiu desejada da forma correta, como uma mulher adulta, independente e bem resolvida. Não se sentiu objetificada ou como uma adolescente inexperiente diante de alguém intimidador. Estavam claramente desesperados por toques e proximidade; Daphne se considerou poderosa por causar nele a mesma sensação.      

Os minutos até o prédio de residência da italiana passaram como um borrão. Ela não saberia dizer quem pagou pela corrida ou como conseguiu se manter sobre os saltos enquanto corriam para o elevador. As portas de metal mal tinham começado a se fecharem quando um Charles ofegante encurralou Daphne entre seu corpo esguio e a parede fria do cubículo. Soltaram um gemido simultâneo assim que os lábios se encontraram, e tiveram que reprimir outro ainda mais profundo quando deram espaço para as línguas se explorarem. 

Se separaram meio segundo antes do elevador parar no andar certo, saíram em disparada pelo corredor até estarem à porta do apartamento da mulher, que levou um tempo para ser aberta por conta da pouca luminosidade, tontura e pressa dos dois. 

O local fora arrumado no dia anterior - já que agora o relógio marcava um pouco mais das 02:00 da manhã - e não havia mais as bagunças que pertenciam ao atelier da Bellini. Porém, criava-se ali uma bagunça diferente de utensílios de costura. Os rastros da noite de Daphne e Charles começaram ainda na sala de estar da mulher, ao se livrarem dos sapatos e tirarem as almofadas do sofá que os atrapalhava a deitar. Depois, na bancada da cozinha quando o homem se desfez da camisa social e a mulher do sutiã, que o impedia de apreciar os seios dela. No corredor dos quartos, atelier e banheiro, os dois se espremiam contra as paredes, lutando pelo comando da situação. E finalmente no quarto, despiram-se de tudo que dificultava a conexão completa de seus corpos.

Haviam marcas de bocas e mãos desenhadas nos corpos deles, e quando repetiram a dose mais duas vezes, não tinha espaço para mais impressões. A satisfação puxava o cansaço, os deixando amolecidos e prontos para se entregarem ao sono que traria as consequências pela manhã. 

Daphne despertou algumas horas depois com o sol batendo em seu rosto. Estava brilhando tão forte que ela teve que puxar as cobertas para o rosto e só então tentar abrir os olhos. Logo, a dor de cabeça imensurável lhe atingiu, a fazendo soltar o primeiro resmungo do novo dia. No segundo seguinte, ela ergueu a parte superior do corpo para sentar na cama com tanta pressa que a bile chegou a sua garganta. Ela colocou uma mão sobre a boca e outra sobre a cabeça, sentindo o cheiro forte de bebida e sexo que vinha de si mesma.

Se deu conta da bagunça instaurada em seu quarto dando uma olhada ao redor. O abajur de sua mesa de cabeceira estava no chão e o tapete que reveste o assoalho à frente da cama não estava devidamente esticado como deveria. Pulou a análise para si mesma, observando seu corpo coberto apenas por um moletom preto que claramente não era seu e um short de pijama. Flashes da noite passada invadiram sua mente tão fortes quanto a dor de cabeça, trazendo borrões dos acontecimentos e um rosto específico

Em algum outro cômodo do apartamento estava o celular de Daphne a tocar desesperadamente. Ela saiu da cama com calma, mas não se livrou do estalo em sua coluna pelo movimento. Dolorida, mas estranhamente relaxada, a mulher procurou pelo aparelho que ainda esperava para ser atendido. O encontrou ao lado da bolsinha de mão que usou para a festa, ambos no chão da sala perto da mesinha de centro. 

— Merda — deslizou o dedo sobre a tela para aceitar a ligação, era sua irmã mais velha. — Oi, Trice. Bom dia...

— Alô? Bela adormecida? São quase 13:00 da tarde! — Beatrice exclamou. 

— Shhh, não grita, por favor. — choramingou a mais nova, se jogando no sofá.

— Eu não gritei — retrucou do outro lado da linha estranhando o pedido da irmã. — Você finalmente saiu de casa, foi? — perguntou com o rosto se iluminando em um sorriso. 

— Sim. E bebi horrores. Está feliz por isso?

— Claro! Nada melhor do que você se divertindo um pouco. Isso é obra da Dora, não é? Já disse que adoro aquela garota? — Beatrice perguntava retoricamente. 

— Meu Deus, a Dora! — Daphne bateu na testa quando a amiga foi mencionada. — Não tive sinal de vida dela desde que... 

Então as imagens embaralhadas na mente da italiana foram se ajustando. Mas tinha muitos furos, ela não lembrava quando havia se separado de Dora, quais bebidas consumiu depois de uma taça de martini aproximadamente à 00:00, o porquê de vestir um moletom que não era seu - e supostamente também não do cara com quem dormiu já que felizmente se lembrava de um detalhe; ele usava uma camisa social branca -, e principalmente, o nome daquele homem.

— A deixei para transar com um cara — a loira sussurrou, sem se importar se a mulher do outro lado da linha ouvia ou não. 

— VOCÊ O QUÊ?! — gritou a mais velha empolgada demais com a informação. 

— Eu sou uma amiga horrível — Daphne fechou os olhos e deitou a cabeça no encosto do sofá. 

— Daph, me escuta. É capaz da Dora te agradecer por ter a deixado em troca de sexo casual. Ela disse que você estava mesmo precisando...

— Porra, não acredito que vocês discutem sobre isso nas minhas costas  — disse com a voz enraivecida fazendo uma nota mental para xingar sua amiga depois.

— Não é esse o ponto. Ela vai ficar feliz! Mas e aí, como foi? Ele era bonito? 

As perguntas começaram a vagar na mente de Daphne. Ele era absurdamente bonito, tão cheiroso quanto parecia ao vê-lo pela primeira vez e muito bom no quesito que teve o prazer de conhecê-lo. A pontada no meio de suas pernas pela mínima memória trazida à tona nunca a permitiria se esquecer disso.  

— Essa cara alugou mesmo um triplex na sua cabeça, por Deus — foi o comentário de Dora dias depois, quando Daphne ainda não conseguia esquecê-lo.

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