𝗠𝗢𝗧𝗜𝗩𝗘 | 𝗚𝗥𝟲𝟯
Isobel girava para lá e para cá em frente ao espelho tentando ver de todos os ângulos o macacão vermelho que abraça seu corpo. As mangas compridas fechadas por dois botões nos pulsos e o decote grande circular no espaço entre os seios eram os únicos lugares que deixavam sua pele exposta, pois o clima londrino se manteve frio mesmo quando o inverno chegava ao fim. Ainda faltava colocar o casaco de pele sintética sobre os ombros. Ela estava convencida de que era um bom visual quando comprou as peças mais cedo em uma loja na Oxford Street, e depois quando George a elogiou enquanto ajudava a garota com o longo zíper invisível do macacão. Mas ali, ajeitando o decote, não tinha certeza se era o conjunto perfeito para comemorar o primeiro aniversário de namoro com o piloto. Infelizmente o relógio indicava que seu tempo para indecisões havia acabado, ela saiu da frente do espalho após um último retoque no batom vermelho.
George era excepcionalmente pontual e literal, arrancando uma risada da namorada que já sabia bem disso quando ele apareceu na porta do quarto às sete horas em ponto. Não que Isobel fizesse o tipo que demora para se arrumar, ainda assim atrasos por qualquer motivo foram cortados da vida da garota quando o convívio com o namorado aumentou.
— Você teve mesmo reconsiderações sobre usar essa roupa? — George a analisou dos pés à cabeça, como se não tivesse visto minutos antes vestindo aquele macacão.
— Como você sabe disso? — Belly riu ao estreitar os olhos para o namorado.
— É o seu ritual para gostar das coisas... Primeiro você se gosta muito de algo, depois dúvida do próprio gosto e então entra na fase de sublime paixão.
— Uau. Estou impressionada com a análise — ela respondeu enquanto os dois davam pequenos passos até estarem a centímetros do rosto um do outro. — Eu fiz isso com você?
— Com certeza. Não se lembra de quando tentava me afastar de todas as formas na fase que duvidava de seus sentimentos? — O homem argumentou fingindo indignação ao passar os braços pela cintura da morena.
— Me desculpa se tenho fortes problemas para confiar nas pessoas... — a inglesa respondeu com humor na voz no momento em que levou as mãos aos ombros de George. Confiança para com os outros e autoconfiança eram coisas que Isobel trabalhava em si mesma há muito tempo, e tinha um grande suporte do namorado que buscava compreendê-la e ajudar no processo.
— De qualquer forma, eu queria tirar você desse macacão agora mesmo — o piloto sussurrou arrastando os lábios no pescoço de Belly e mãos por todo seu corpo embrulhado no tecido vermelho.
— Então você não gostou dele? — ela insinuou bancando a inocente e mordendo a língua para evitar a risada.
— Gostei ao ponto de não rasgá-lo quando voltarmos para cá — George se afastou subitamente, piscando um dos olhos para a namorada e saindo do quarto. Isobel ainda estava com o queixo caído pela atitude petulante do homem quando pegou o casaco e a bolsa em cima da cama e o alcançou na porta do apartamento.
George ficou mesmo desconcertado com a forma que o macacão se ajustava nos lugares certos no corpo de Belly. Mesmo que não pudesse ver muito do corpo dela - o decote atraindo toda a atenção dele -, parecia o objetivo daquela roupa fazê-lo querer desvendar tudo o que havia ali por baixo. Durante o jantar, notando os olhos do namorado focando na região entre seu pescoço e seios, a garota começou a fazer questão de espremê-los ao se inclinar na mesa ou empurrar lentamente o longo cabelo castanho para trás, deixando o busto livre para cobiça. Discretamente, Belly tirou de um pé o salto alto que usava e começou a passear com os dedos pela perna do homem. Quando ia chegando mais próximo da virilha, teve o pé brutalmente agarrado por debaixo da mesa.
— Se não tivéssemos em público, eu juro por Deus... — George comentou por cima de sua taça de vinho, tomando uma grande quantidade do líquido. Belly quase se engasgou com a sua própria bebida. Gostava quando o inglês que era normalmente tão apropriado e correto dizia ou fazia coisas para classificação adulta. Ainda mais quando estava vestido em um terno bonito e com o cabelo devidamente arrumado; ela não via a hora de destruir aquela imagem perfeita.
Os planos de passeio pela cidade para depois do jantar foram todos embaçados pela excitação que criaram ao longo da refeição. Ainda no táxi de volta para o apartamento de George, os dois tentavam manter as mãos longe um do outro, pois sabiam o que aconteceria após o primeiro toque. Felizmente não demoraram para atravessar a recepção luxuosa do prédio e se enfiarem no elevador. As portas mal tinham se fechado quando o piloto puxou a namorada pela cintura e a conduziu até uma das paredes de metal gélido. As respirações se alinharam com as batidas frenéticas de seus corações, ao passo que as mãos de Isobel encontravam a nuca de George. O beijo era agitado e apaixonado, veloz e faminto, esperando para encaminhar o casal para o próximo passo. Não havia espaço entre eles, não quando suas línguas batalhavam uma guerra extasiante onde os dois ganhavam.
Isobel implorou para ser tomada por George quando um gemido escapou de sua boca. O elevador abriu no segundo em que a mão dele apertava sua bunda, e uma senhora que deveria estar na cama naquele horário encarou o casal como se nunca tivesse sido jovem na vida. Passaram pela idosa rindo e ainda cheios de libido enquanto tentavam achar as chaves do apartamento na pequena bolsa de Belly.
— Como sua bolsa pode ser tão pequena e parecer uma galáxia ao mesmo tempo? — George resmungou já com as chaves na mão.
A morena não perdeu tempo respondendo a piadinha, estava mais preocupada em beijá-lo ao ver que a porta foi aberta num supetão. As mãos de George encontraram novamente a cintura da garota e com mais força dessa vez, ele pressionava o tecido fino vermelho desejando sentir a pele dela. Logo as pernas de Isobel envolveram a cintura do namorado, que com maestria a levava para o quarto sem nunca interromper a sequência de beijos até onde seus lábios podiam alcançar. Os dedos longos dele alcançaram o zíper do macacão e com apenas um movimento, nada mais impedia o toque direto nas costas nuas dela.
Os corpos se desfizeram das roupas simultaneamente, e horas mais tarde quando Isobel o viu no chão pela primeira vez, achou seu motivo para nunca mais duvidar do poder daquele belíssimo conjunto de roupas.
— Estou animado para ver o que você usará no ano que vem — a voz baixa de George disparou atrás dela, como se ouvisse seus pensamentos.
Eles estavam há tanto tempo na banheira envoltos a pétalas de rosa e loção de banho que seus dedos das mãos estavam enrugados e suas peles não podiam estar mais cheirosas.
— Feliz aniversário para você também — Belly resmungou com humor na voz e levantando o olhar para o dele. Era um belo par de olhos azuis cristalinos. Ela já sabia qual cor da roupa que usaria no próximo ano.
— Feliz aniversário de um ano, querida — ele puxou o braço dela para que deitasse em seu peito e lhe deu um beijinho na testa. Não era uma banheira pequena, mas Belly estava no meio das pernas encolhidas do namorado. Talvez George fosse grande demais para a banheira, ela riu ao pensar. — Mas sério, nós deveríamos fazer dessa coisa da cor uma tradição.
— Eu estou a bordo disso, Sr. Russell. Já sei exatamente qual será a do ano que vem.
— Não diga isso... Ainda vou ter que esperar um ano inteiro para ver!
— Tenho planos de tortura como esse por muitos anos, querido.
— E eu tenho planos de ficar com você para ver todos eles, meu amor — George respondeu dando fim a brincadeira com um beijo sereno e longo.
Aproveitaram aquela madrugada como se fosse o primeiro dia do resto de suas vidas, pois esperavam que se sentissem assim todos os dias.
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faculdade, trabalho novo e tentando reajustar a vida social me tiraram deixaram sem tempo (e criatividade) pra escrever 🤡
mas estou de volta e com atualização dupla! se quiserem fazer algum pedido, estou aceitando!!!
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