𝗕𝗢𝗗𝗬 | 𝗟𝗛𝟰𝟰
⚠️ conteúdo sensível: menção a relacionamento abusivo e disturbios alimentares; +18 ⚠️
Por que você fala assim de si mesma?
Essas coisas estão apenas na sua cabeça.
Você é dura demais consigo mesma.
Nenhum dos seus amigos vai se importar para sempre.
Você reclama do seu corpo, mas não faz nada para mudá-lo.
Sabrina puxou a borda do moletom até cobrir os joelhos. A maquiagem feita há pouco mais de meia hora, agora era apenas uma mancha confusa em seu rosto. O vestido longo lilás para festas diurnas ainda estava no mesmo lugar onde ela jogou depois de tirá-lo do corpo. A reprise de um talk show da noite anterior que passava na TV não estava sendo assistido por ninguém, já que a mulher estava apática, sentada no chão do quarto e sem focar em nada que não fosse seus pensamentos destrutivos.
Não demorou muito para que ela se sentisse culpada por não ter comparecido à festa de aniversário da sobrinha de Lewis, mas a culpa por ter devorado três pedaços do bolo de café mais cedo falava mais alto. Ela não entendia quando tinha essas recaídas, era frustrante e a deixava desolada. Um relacionamento tóxico pode mesmo mudar a vida de uma pessoa para sempre.
Foi um processo para que conseguisse voltar a se relacionar romanticamente e por sorte, encontrou o homem que movia mundos e fundos para vê-la bem e feliz. Não espelhar o namoro passado na relação com Lewis tinha sido difícil no começo, mas com o tratamento e apoio certo, Sabrina havia avançando muito bem. Talvez por isso era tão dolorido se ver naquela posição novamente, na versão insegura e deprimida de si mesma.
— Sabrina? — A voz inconfundível chamou do primeiro andar. — Bina? Amor, você está aqui?
Os passos na escada ficaram mais próximos e pesados à medida que o piloto subia, Sabrina se encolheu mais entre a cama e a porta do closet.
Kingston-upon-Thames ficava a mais de uma hora de distância da cidade onde a família materna de Lewis morava, e consequentemente, da festa de sua sobrinha. Sabrina se perguntou a quanto tempo estava presa entre soluços e dores de cabeça.
— Você não deveria estar aqui — Sabrina disse quando os olhos do namorado a encontraram.
O quarto estava uma completa bagunça, Lewis reparou. Era preocupante ver o estado dele quando se sabia o quão organizada e metódica Sabrina Evans era.
Ele deu o primeiro passo e esperou a reação dela, não queria fazer nada que pudesse causar mais comoção.
— É o único lugar no mundo onde quero estar agora, Bina — Lewis respondeu, quando sentou-se ao lado dela.
— Me desculpa.
— Pelo que?
— Por prender você. Por não conseguir fazer coisas simples como ir a uma festa infantil ou tomar banho de piscina na frente dos seus amigos... Eu só... Porra, sou patética.
— Não, meu amor. Por favor, não diga isso.
Lewis sentiu a angústia crescer no bolo em sua garganta ao encostar a cabeça dela contra seu peito. A contenção geralmente ajudava, além disso, o ponto positivo era que ela já estava falando sobre o que a perturbava.
— Você não está me prendendo, tudo bem? Eu quero estar aqui. Eu vim aqui porque você é a minha prioridade, não minha obrigação. Minha família, minha irmã, minha sobrinha, todo mundo sabe disso e nós temos tempo para compensá-los. Semana que vem podemos passar o sábado com ela, como fizemos no último final de semana. Mas hoje, tudo bem se hoje for sobre você.
Depois de alguns minutos, Sabrina assentiu ao se mostrar mais calma e deixou que ele prendesse mais seu corpo ao dele.
— Eu quero me ver como você vê. — Sabrina procurou pelos olhos dele porque sempre a acalmaram. — Queria ser forte como acha que sou, Lew. Bonita e... segura.
— Você é a mulher mais forte que conheço. Depois de tudo o que passou e ainda está aqui? Bina, você é super poderosa. A segurança em nós mesmos é uma construção. Nem eu alcancei todas as etapas ainda, e está tudo bem. Agora sobre ser bonita... Céus, eu não consigo colocar em palavras como você é a mulher mais linda que já vi. Todas as qualidades em um pacotinho de mulher que eu ainda posso chamar de meu! A inveja que eu faço no resto do mundo, sabe?
Sabrina riu e escondeu o rosto no peito dele, sentindo-o estremecer enquanto ria também.
— Você está sendo gentil.
— Estou sendo realista. — Lewis bateu o polegar na ponta do nariz dela. — Não sei como fazer você se ver da forma como eu vejo, mas quero te amar certo, mostrar tudo isso que acabei de falar.
— Você já o faz. Desde o dia um é quem tem me mostrado o que é um amor saudável. Por isso me sinto tão estúpida e...
— Não repita isso, por favor. É um processo — ele disse.
Sabrina queria que Lewis a amasse. Queria que ele a beijasse até que todas as feridas estivessem fechadas de novo. Queria que o processo fosse acompanhado do amor certo de Lewis, pois queria que apenas ele conhecesse seu corpo, suas inseguranças e seus pontos fortes.
Então, ela o beijou.
— Me ensina. Me mostra como amar o meu corpo como você o ama — Sabrina disse, afobada pelos lábios macios do britânico.
Lewis a conteve pela cintura, seus olhos procuraram focar nos dela.
— Você tem certeza? — Ele a acariciava como se o menor de seus movimentos pudesse quebrá-la.
— Absoluta. Quero me sentir incrível, como você me faz sentir.
— Mas...
— É por mim, meu amor, eu prometo. Estou pedindo que me ajude e me ensine.
Sabrina levou a mão dele aos lábios e beijou-lhe os dedos. Com um movimento rápido, Lewis a pegou firmemente no colo e se levantou, como se fizesse o mesmo movimento todos os dias. As horas na academia serviam para mais coisas do que apenas o bom condicionamento físico para o trabalho, afinal.
Sem esforço, ele soltou Sabrina no colchão macio da cama e quase caiu quando ela ergueu os quadris para tocá-lo mais. Ela apertou o traseiro dele e puxou sua camisa, tentando sufocá-lo com os lábios. Lewis riu sobre a boca dela.
Novamente ela passou os lábios sobre os dele como uma promessa pecaminosa, provocando-o, e ele ameaçou engoli-la. Ele aproveitou para puxar o moletom velho dela pela cabeça - a peça era dele, na verdade.
De repente ele estancou, sem mover um mínimo músculo por alguns segundos. Por um momento, Sabrina achou que ele fosse parar com o que estavam fazendo, mas ele estava a admirando como se fosse a maldita Mona Lisa. Seus olhos subiram pelo corpo dela desde os pés, seguindo pelas pernas torneadas e desnudas, cintura larga, abdômen e colo, onde os seios estavam completamente descobertos para observação - Sabrina corou por achá-los irritantemente pequenos, Lewis achava que tinham o tamanho perfeito.
— O que está fazendo? — ela perguntou, pesarosa. Ela o queria.
— Amando você.
— Quero mais.
— Sim, senhora.
A língua de Sabrina encontrou a dele novamente, provando-o com saudade. Um leve toque de vinho dava aroma ao hálito dela.
— Vinho?
— Almocei vinho e biscoito de gergelim — ela revelou, sorrindo culpada. Mas não deu tempo de Lewis repreendê-la.
Sabrina dobrou a perna e o sentiu mais perto de sua virilha. Ele pôs a mão no meio das coxas dela e a deixou subir. Ela respondeu com um gemido de aprovação, ameaçando a capacidade de Lewis de avançar com lentidão.
Quando pequenos mamilos rosados tocaram a língua quente do piloto, ele soube que poderia fazer uma noite inteira de preliminares com Sabrina muito em breve. Mas não aquela noite, ele estava ali para amá-la.
Lewis puxou os quadris dela mais para cima e centralizou os dois na cama. Memorizava as curvas de Sabrina com os dedos lentos, traçando as linhas de sua pele exposta. Não negociou por muito tempo para arrancar as últimas peças da namorada, embolando a calcinha nos dedos ágeis antes de jogá-la longe.
— Tão linda, porra.
— Ah, Lewis — Sabrina gemeu quando os dedos dele encontraram as dobras de sua intimidade.
Ela passou a mão pelo quadril dele e o tocou, ainda por cima da calça social.
— Muita roupa aqui.
Seu toque não era tímido ou inocente, era ousado e quase o implorava para se empurrar para dentro dela de uma vez. Sabrina era fogo e paixão, como podia não ver o quanto já sabia se amar?
Para despir Lewis, teve mais rapidez e urgência. Sabrina rolou para cima dele, mal lhe dando tempo de pegar o preservativo na carteira. Mas uma vez protegido, ela se sentou sobre ele e o guiou. Seu sexo molhado era tão apertado, tão urgente, que ela logo estava ditando o ritmo apressado antes que ele pudesse recuperar o fôlego.
— Devagar.
— Mas você é tão gostoso — Sabrina choramingou e acertou num ponto que fez Lewis gemer.
— Hoje é sobre você — ele repetiu o que falara mais cedo, se sentando na cama com ela ainda em seu colo e forçando sua cintura a parar de se mover.
Se controlou para dar-lhe o que ela precisava, amando-a certa e lentamente. Ele a beijou, a abraçou, uniu suas mãos e apreciou seu gemido quando ela explodiu por dentro, vindo tão ardente como as chamas que queimavam em seu peito. Quando Sabrina desabou sobre seu corpo, ele a colocou por baixo para lhe mostrar de novo como fazia amor.
Mais uma vez Lewis a reivindicou para si, sussurrando seu nome e palavras que ficariam eternamente apenas entre eles.
— Eu amo você, Sabrina.
— E eu amo você, Lewis. Muito. Para sempre.
Lewis a beijou na testa, afastando os fios grudados ali pelo suor.
— Da próxima vez, podemos fazer isso de frente para o espelho? — perguntou ela, correndo para o banheiro. Ele a seguiu.
— Desde quando você é narcisista assim?
— Desde que você me prometeu, há uns minutos atrás, que ia me ensinar a me amar. Eu entrei de cabeça nisso, Lew.
Lewis sorriu, orgulhoso da convicção nas palavras da mulher.
— Faremos tudo o que você precisar para entender que é assim que se ama, Bina.
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