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🥊 - 1 - Um sonho

Abro os meus olhos quando sinto a claridade bater em meu rosto. Que droga, minha mãe abriu as cortinas de novo.

Respirei fundo, cobrindo o rosto com o cobertor. -Fala sério, mãe

-Acorda, ta na hora do café

-Eu não quero tomar café agora

-Mas você vai, com todos na mesa.

-Eu não trabalho, não estudo mais, por que tenho que acordar cedo?

-Vamos logo, Ludmilla! -Ela diz, e escuto a porta bater em seguida.

Não demorei pra levantar e ir ao banheiro fazer as minhas higienes pessoais. Escovei os dentes e lavei o rosto em seguida, voltando pro quarto

Não me dei o trabalho de trocar de roupa, vou descer de pijama.

Meu nome é Ludmilla Oliveira, acabei de fazer 20 anos. Tenho uma familia um pouco grande, aqui somos eu, minha mãe, meus irmãos Yuri e Luane, meu padrasto Renato e a filha dele, Maria Fernanda.

Vocês devem estar se perguntando, quem era o meu pai? O meu pai foi um lutador bem famoso na época dos anos 80. Emanuel Oliveira, ele morreu após tomar vários golpes na cabeça em uma luta muito maldosa. Nunca puniram o adversário que fez isso com ele, eu sei, e me contam, que nessa luta o juiz ja havia gritado pra encerrar porque o meu pai estava debilitado no chão, e o cara foi e acertou mais um soco, foi aonde ele apagou de vez.

Levaram ele pro hospital, ele resistiu por algumas horas mesmo sem acordar, mas depois..na madrugada ele veio a óbito

Eu cresci sem o meu pai, eu não o conheci. Eu tinha 2 anos quando ele morreu, 2 anos quando me tiraram ele.

Eu e minha mãe ficamos com tudo, herdamos do dinheiro, ate a casa que tínhamos, e nunca saímos daqui.

Aqui temos os trofeus, luva de ouro, os shorts mais usados por ele, tudo em exposição em um corredor. Eu poderia dizer que a minha vida é uma das melhores, mas não é.

Logo a minha mãe conheceu o pai dos meus outros dois irmãos, que também não demorou pra se separar. E por fim, conheceu o Renato.

Dos irmãos, sou a mais velha com 20. Luane com 17, Yuri e Maria Fernanda com 14. Eu tento ser um exemplo pra eles, mas até hoje, eu só terminei os estudos.

Sem saber que rumo eu vou seguir.

Um pouco da casa da Lud:


Entro na sala de jantar, sentando em uma das cadeiras da mesa. -Bom dia, Lud -Yuri me encara

-Bom dia

-Por que você acordou ela? -O meu padrasto pergunta

-Obrigada, Renato. Eu também queria saber -coloco um pouco de iogurte em uma xícara

-Porque a Ludmilla precisa aprender a acordar cedo e ir estudar, fazer uma faculdade

Reviro os olhos, tomando um gole do meu iogurte.

-o é só porque você tem tudo, que não tenha que ir atrás de ser alguém. A metade do dinheiro do seu pai, eu usei pra cuidar de você e dos seus irmãos, a infância e a adolescência toda eu usei com você. Porque é seu!

-Eu sei, mãe.

-Mas agora você precisa conquistar as suas coisas, Ludmilla. Dinheiro acaba

-Ai senhor..

-o é pra sempre. Ainda fiz questão de te dar aquele carro ali fora, e você ainda tem o do seu pai.

-Ta vendo por que não tomo café com você? Porque você só sabe me ofender e dizer o que tenho que fazer!

-Você parece que não enxerga!

-Você que não enxerga, Silvana. Eu não quero entrar em uma faculdade, passar anos estudando, pra ganhar um salário minimo ou um pouco mais que isso, e ainda viver em uma rotina chata, presa!

-Você não tem escolha

-Você sabe o que eu quero, mãe.

Todos me encaram, inclusive ela. -Ludmilla, desiste.

-Ta vendo??

-Você não vai lutar!

-É o que eu quero, o que eu desejo, é o meu sonho!

-VOCÊ NÃO VAI!

Eu me calo, respirando fundo.

-e, calma -Luane tenta me defender. -Não precisa gritar.

-A Lulu tem razão, e se é o que a Lud deseja, não temos que interferir, amor.. -Renato diz

-Eu não vou permitir. Eu perdi o seu pai pra isso que vocês chamam de esporte, e não vou perder você também

-Você perdeu o meu pai por uma maldade! E isso que chamamos de esporte, ele amava.

-ADIANTOU ELE AMAR? FALA PRA MIM -Ela se levanta, se aproximando. -ELE PERDEU A VIDA NISSO, NÃO TE VIU CRESCER, VOCÊ NÃO O CONHECEU, ADIANTOU ELE TER TODA ESSA FAMA? O QUE ELE É PRA VOCÊ? UM TROFÉU DAQUELE ALI? EXPOSTO?

-Mãe..-Yuri a encara. -Para com isso

-NÃO ADIANTOU! ELE FOI PRA DE BAIXO DA TERRA COMO TODOS NÓS VAMOS, NÃO QUERO VOCÊ NISSO.

Me levanto, e sem dizer nada, me afasto.

-Volta aqui, Ludmilla!

Saio da sala de jantar, subindo de volta pro meu quarto. Eu me tranquei, deitando na minha cama e deixando as lágrimas caírem dos meus olhos.

Eu odeio quando a minha mãe fala do meu pai dessa forma. Ele não teve culpa de nada, só gostava do que fazia, e foi pego na maldade.

Observo a chuva cair do lado de fora, e no mesmo segundo, meu celular toca. Eu o encarei, atendendo em seguida. -Oi Marcos

~E ai, Lud. Tudo bom?~

-Uhum, e ai?

~Tudo certo, você ta fazendo o que?~

-Quer vir pra cá?

~Quero, tô sem nada pra fazer~

-Vem

~Beleza, ja ja to aí~

Desligo a chamada, jogando o celular longe.

(...)

Não demorou pro Marcos chegar, e sendo de casa, ele entra sem tocar a campainha. Apenas bate na porta do meu quarto

-Entra.. -

Ele faz o que mando, fechando a porta em seguida. -E ai

-Oi

Marcos se aproxima, jogando um pacote de doritos em mim. -Sei que gosta

-Valeu..

-Que foi? Ta cabisbaixa?

-Um pouco

-Qual foi? Discutiu com a sua mãe de novo? -Ele senta do meu lado

-É..discuti

-Ah, Lud. Levanta essa cabeça vai

-Eu não aguento mais, Marcos. -Sento na cama. -Eu só queria que ela me entendesse e me apoiasse, eu quero lutar.

-Você não ta pensando um pouco além não?

-Eu penso nisso desde que eu era uma criança.

-Ela só tem medo de te perder

-Eu sei disso!

-Lud..

-Mas eu não quero saber, ela não pode mais mandar em mim, eu vou treinar.

-Fica fria, uma hora ela entende e você... -Eu o interrompo, me levantando. -Onde você vai?

-Buscar uma academia -Tirei a minha camiseta, trocando por outra

-Perai, você nem esperou o meu conselho

-Eu não quero ouvir -Tirei a minha bermuda, colocando um short folgado

-Ludmilla..Tá pensando em ir aonde?

-Na academia que meu pai treinou, eles conhecem ele, me conhecem, vão me ajudar -Sento na cama, colocando meus tênis

-Sua mãe vai te matar.

-Você vai comigo, ou vai ficar me julgando?

-Não, eu vou

-Então bora.

(...)

Descemos até a garagem, onde se encontra o meu mustang e o mustang antigo do meu pai, que também é meu.

-Eu não canso de elogiar esse mustang do seu pai, ele é lindo

-É..-Eu destranco o meu carro, entrando nele em seguida. Marcos faz o mesmo

-Por que nunca dirigiu ele?

-Não sei..Eu tenho medo

-Medo?

-De dar um arranhão..Eu cuidei tão bem dele esses anos todos..

-Um dia você precisa dirigir, não só ficar dentro

-Quando eu estiver segura..e confiante -Dou partida no meu carro, esperando o portão abrir pra poder sair.

-Precisa confiar mais em você mesma, como quer ser lutadora?

-Vai se foder

-Foi mal ai, por dizer a verdade!

-Bla bla bla, Marcos. -Saio da garagem dando ré, virei o meu carro com cuidado, e acelerei pra longe de casa.

(...)

Estacionei em frente a academia, especialmente em frente a imagem pintada do meu pai, em um dos vidros. Ele começou treinando aqui, e nunca deixou de dizer isso, ate quando cresceu.

-E ai..Vamos entrar, ou vamos ficar olhando o Emanuel Oliveira?

Suspirei..

-O que foi, Lud?

-Espero que ela não fique brava comigo

-É um sonho seu. E se você quer realizar, ja ta passando da hora

-Eu sei disso..

-Então se decide. Vai se inscrever, ou não?

-Marcos..

-O que?

-Eu me inscrevo, mas preciso de você comigo

Ele ri. -Não, fala sério! Que piada boa, Lud. Logo eu, magrelo desse jeito? Quer que eu morra ali dentro ne, ainda bem que você ta brincando

Eu o encaro, totalmente séria..

Marcos para de rir quando me olha. -Ah não, Lud..

Continuo séria

-Tá, ta bom. Vamos nos inscrever.

Saímos do carro, seguindo pra dentro da academia de boxe. Logo nos encararam, e o dono do local, abriu um sorriso ao me ver.

-Ludmilla... -Seu Joaquim vem em minha direção, me abraçando

-Oi.. -Eu o abraço também.

-Que bom te ter aqui, garota -Ele ri, me soltando

Sorrio.. -Como o senhor ta?

-Eu vou indo, e você? tudo bem?

-Tudo sim

-E sua mãe?

-Ela ta bem..

-Que bom..Me diz, o que te traz aqui?

-Um sonho

-Um sonho?

-É..eu quero lutar, Joaquim

Seus olhos brilham ao me ouvir dizer isso. -O que você falou?

-Eu quero lutar..

-Parece que tô ouvindo o seu pai dizer isso, assim como foi pela primeira vez quando veio aqui.

Suspiro..

-Vem comigo, vou te mostrar uma coisa

-Eu também?

-Claro, rapaz..E afinal, me chamo Joaquim -ele cumprimenta o meu amigo

-Eu sou o Marcos..Eu que encorajei ela, ta

-Me poupe.. -falo baixo, mas o suficiente pra eles ouvirem e começarem a rir.

Subimos uma escada, entrando em uma sala. Agora os meus olhos que brilharam, vendo algumas das medalhas e fotos do meu pai dentro do local

-Nunca deixamos de admirar o Emanuel, não é atoa que tem um desenho dele no vidro, e o nome da academia é em homenagem à ele.

Passo a mão em um dos pôsteres, deixando uma lágrima escorrer.. -Eu nunca tinha visto esse

-É exclusivo, temos muitas coisas exclusivas aqui..Que ele fez questão de deixar comigo -

O encaro. -Muitas?

-Muitas mesmo, tipo..A primeira luva, eu que entreguei pra ele -Joaquim tirou de dentro de um armário, me entregando. -Foi a primeira luva que passou pelas mãos do Emanuel

Sentei em um sofá, observando aquele par de luvas.

-Seu pai chegou aqui, com o mesmo sonho que o seu, só era um pouco mais novo.. -Ele senta ao meu lado, ganhando a minha atenção. -Ele tinha 16 anos

-E o senhor? -O encaro, enxugando algumas lágrimas

-Eu tinha 33..Hoje tenho 62

-Quantos anos ele tinha quando faleceu? -Marcos pergunta

-Ele tinha 25.. -Falamos juntos

-E quando ele faleceu, o senhor estava com..42?

-Isso -

-Nossa..

-Ele morreu jovem demais

-Foi pura maldade..não foi? -O encaro

-Foi sim, muita maldade -Ele diz. -Seu pai era um homem bom, e não merecia ser atacado dessa forma, por inveja

Entrego as luvas pra ele, me levantando. -Eu quero lutar, por ele, por mim. Ta no meu sangue, Joaquim

-A sua mãe sabe disso?

-Ela não precisa me apoiar. Até porque ela nunca vai, eu quero realizar o meu sonho, me ajuda

-A sua mãe..Tentou te manter longe disso, Ludmilla

-Eu sei. E tenta ate hoje, mas eu já sou maior de idade, e sei o que quero

-Tem certeza?

-Absoluta.

Joaquim se levanta. -Eu tô muito velho pra te treinar, garota

-Não tá nada!

Ele ri. -Posso te manter em forma..apenas

-Ah não, Joaquim. Você treinou o meu pai, eu preciso saber algumas manhas, e tal

-Eu não o treinei por muito tempo, não demorou pra aparecer o pessoal de grande marca e leva-lo. Mas ele nunca deixou de me agradecer

-Mas o senhor sabe algumas coisas, ne?

-Sei, bastante coisas. Mas sei de uma pessoa que pode te ajudar melhor nisso

Franzo o cenho. -Quem?

-Você pode vir aqui, treinar, levantar peso, algumas lutinhas de brincadeira. Mas esse lugar, Ludmilla..Não é bom pra treinar profissionais do jeito que você quer, eu já sou velho -Ele tira uma foto de dentro de um album, me entregando. -Conhece esse cara?

-É o meu pai e..o melhor amigo dele, né?

-Isso, e sabe quem é?

-É o William..Will Garcia, o segundo melhor lutador, depois do meu pai -o encaro

-É..-Joaquim sorri. -Will passou por aqui também, mas saiu antes do seu pai. Ele era mais velho, uns 3 ou 4 anos..Seu pai tinha 17 quando se conheceram, eu não lembro exatamente quantos anos ele tinha..Acho que uns 21

-O Will..

-Levou o seu pai pra agência dele, pra academia dele. Ele o tirou daqui e o acompanhou ate o ultimo dia da vida dele, o Will estava do lado, ele o socorreu

Engoli seco..

-Ele pode te ajudar melhor do que eu

-Ta dizendo que..

-O William sabe as manhas que seu pai tinha, porque foi ele quem ensinou

Encaro o Marcos, que apenas sorri.

-A minha academia ta aberta pra você como um passatempo, mas quem pode te ajudar..é o Garcia -ele me entrega um papel, com algumas coisas escritas. -Ano retrasado ele veio aqui me visitar, deixou o endereço dele comigo, e eu tô deixando com você

-Joaquim..Isso é na cidade vizinha

-Se você quer realizar o seu sonho, ele pode te ajudar. O que é uma cidade vizinha, perto do que você quer realizar?

-Nada..

-Então vai atrás.

-Ele vai me receber?

-Diga de quem você é filha. Will te viu nascer, e a defendeu de todos aqueles ataques, você sabe quais..

Afirmo. -Quando eu nasci, jogaram na mídia que eu vim com má formação genética e nasci interssexual.

-É, ele te defendeu, assim como o seu pai. -Ele diz. -Podiam ter escolhido realizar uma cirurgia pra te ajudar nisso, mas seu pai falou que não, que se você nasceu assim, era pra ser criada assim

-Minha mãe era muito nova, ne?

-Ela engravidou com 16 anos, seu pai tinha 22..Foi escolha dela.

-Acho que ela se culpa até hoje por eu ter nascido assim, mas ate que eu gosto -sorrio, ouvindo eles rirem

-Você é saudável, Lud. Podia ter nascido com alguma doença

-É, cara. Só nasceu trocada!

-Vai se foder, Marcos

-Chata

-Vai atrás do Will, e depois me conta como foi.

-Obrigada por me receber..Mas eu quero me inscrever aqui do mesmo jeito

-Tudo bem, eu te recebo. Mas sabe o que fazer

-Sei..

[...]
















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