Era o primeiro dia de aula de Olive, porém ela não estava nada animada. Arabella havia colocado em sua cabeça que escola pública era um inferno na terra. Provavelmente apenas para assustar a garota, já que a mesma sempre estudou em escolas particulares.

Olive estava em frente ao seu espelho, pensando seriamente se valia a pena usar seu vestido violeta no primeiro dia de aula. Ela não queria agradar ninguém, estava indo apenas estudar, então decidiu colocar um simples vestido rosa.

Estava bom o suficiente para uma escola pública.

- Olive, a senhorita Arabella mandou você se apressar - uma criada entra no quarto

- a mas... tudo bem, já estou indo.

Quando a criada sai, Olive suspirou e esfregou a mão sobre a cabeça, pegando seu material e descendo as escadas.

Arabella estava na sala e abriu um sorriso malefícico quando viu Olive.

- Se você pegar piolho eu raspo seu cabelo - a mais velha fala.

- Por que você é assim? - Olive franze as sombrancelhas Arabella ri.

- Não apronte.

- Não vou.

Assim que sai da mansão, Olive vê Alexandre trabalhando e o mesmo acena para ela.

- Boa sorte no primeiro dia senhorita Olive!

- Vou precisar de muita, até logo!

Pelo menos Alexandre desejou sorte a ela. Olive rezava para que isso fosse um bom presságio.

Ela caminhava pela floresta, quando notou duas garotas conversando.

- Oh Diana! Meu cabelo está mas horrível do que nunca - Um  garota ruiva fala.

- Pensei que você tinha superado essa fase - A amiga da garota ruiva fala.

- É logico que superei, mais toda vez que eu vejo essas chamas na minha cabeça eu tenho uma recaída.

- Anne, Lembre-se sempre da vez que você pintou seu cabelo de verde, assim você irá achar ele o mais bonito.

- Meu cabelo vermelho é horrível, mas verde é pior ainda.

- Eu me senti indiretamente ofendida - As duas garotas co fusas olham para trás, dando de cara com Olive. - Ah, eu sou Olive.

- Eu sou... - A garota de cabelos castanhos ia começar a falar mais Olive a cortou.

- Você é Diana e ela é Anne, eu acidentalmente ouvi vocês conversarem

- Aí meu Deus! - Anne fala e se aproxima de Olive, segurando uma mexa do cabelo da garota - Aí meu Deus, aí meu Deus, aí meu deus!

- Você... tá bem? - Olive franze as sombrancelha.

- Diana! Olha! Cabelos vermelhos! Será que é um sinal?

- Ahn... - Olive olha confusa para Diana.

- Ah, Anne era a única ruiva aqui, bem, até agora.

- Ela sempre tem reações tão... excêntricas?

- Estou tão feliz em não ser a única esquisita de cabelos de fogo! E você está usando um vestido rosa! Uma ruiva com vestido rosa! E combinando!

- Ah, é, pois é - Olive sorri para Anne que estava com os olhos azuis brilhantes.

As três garotas caminharam juntas até a escola, guardam seus chapéus e entram na sala. Era diferente das escolas de Londres, era mais pobre e tinha menos recursos.

- Nossa, que... humilde - Olive fala olhando em volta, tentando ao máximo não ser grosseira.

- Olá - um garota loira se aproximou das três garotas sem ser notada por nenhuma.

- Oi! - Olive sorri.

- Você é nova em Avonlea. Onde está morando? E de onde você é? - A garota loira pergunta.

- Estou na casa da minha tia, Arabella Northwest. Eu vim de Londres, na Inglaterra.

- Sua tia é amiga da minha família. Qual é seu nome?

- Grace Olive Northwest. Mais me chama de Olive, se quiser a claro.

- Sou Josie Pye e com certeza seremos melhores amigas, vem, vou te apresentar as outras - A garota loira cruza seu braço no de Olive e a afasta de Diana e Anne.

- Claro - Olive ficou surpresa pela gentileza da garota, bem, ela não foi gentil com Anne e Diana, mas pelo menos Olive teria uma melhor amiga.

- Olive, essas são Ruby, Jane e Tillie. Você já conheceu a Diana e Anne. - Josie dá um olhar estranho a Anne, mas volta a olhar para Olive.

- É um prazer - Olive sorri amigavelmente para as meninas, mas seu sorriso some quando lembra do que sua tia falou sobre piolhos.

- Tá tudo bem? - Josie pergunta para a garota.

- Ninguém aqui tem piolho, né? - Olive sussurra no ouvido de Josie.

- É claro que não, quer dizer, a maioria - Ela manda uma indireta para um certo alguém.

- Ufa, por alguns segundos eu pensei que minha tia estava falando sério sobre piolhos. - As duas garotas riem

- Vem, você vai se sentar comigo - Josie fala e arrasta Olive até seu lugar.

- Tá bom!

[...]

Após a escola Olive tinha muito o que contar, mas sua tia estava ocupada com uma visita, então Olive foi a procura de seu amigo, Alexandre.

Alexandre estava na horta colhendo algumas cenouras quando Olive apareceu e se sentou em uma carroça que estava parada.

- Alexandre, a escola não é tão ruim quanto eu pensei e ninguém tem piolho, Josie Pye disse que a maioria não tem. Você conhece os Pye?

- Com certeza, são muito superficiais. Vieram aqui num jantar alguns dias antes de você chegar.

- Josie parece legal,  ela só é um pouco grossa, bem, não posso falar muito já que eu acabei de conhece-la.

Os dois ficaram um bom tempo conversando, até notarem uma mulher saindo da casa. Provavelmente era a visita.

- Quem é ela? - Olive pergunta.

- É a senhorita Valquíria Circe, ela mora numa cabana no meio da floresta da sua tia vó.

- Minha tia tem uma floresta? É aquela que ela não me deixa entrar?

- Sei lá

- Vou perguntar, tchau Alexandre! - Olive acena e desce da carroça, correndo em direção a casa.

Arabella estava na cozinha, olhando um vidro de ervas.

- Tia! Você tem uma floresta? - Olive pergunta se sentando no balcão.

Arabella entrega o vidro de ervas para Olive, ela praticamente previu que a garota queria ver o que era aquilo.

- Tenho alguns hectares. Por que?

- Alexandre disse que uma mulher chamada Valquíria mora na floresta. - Depois de muito tempo observando o vidrinho de ervas, Olive o coloca ao seu lado no balcão.

- Valquíria é uma amiga um tanto anti-social, por isso que não quero que entre na floresta, para não incomodá-la.

- Tá bom. Ah, eu fiz amizade com a Josie Pye, ela disse que nossas famílias são amigas.

- Odeio a mãe dela, mas ela insiste em ficar no meu pé. Tudo que eu posso fazer é aturar.

- A Josie é legal. - A ruiva desceu do balcão, caminha até a pia e enche um copo de água.

- Não sei não. - Arabella fala apoiada no balcão.

- Eu acho que ela não é muito amiga da Anne, sabe, a ruiva?

- Sei, o irmão do Alexandre trabalha na fazenda dos pais adotivos dela. Eu tô morrendo de sono. Não fique correndo pela casa, não apronte e pelo amor de Deus, não estraga meus temperos. - Arabella fala e sai da cozinha, deixando Olive sozinha.

Olive olha para o vidrinho de ervas no balcão e percebe que tem um cordão encima da mesa, a garota dá um sorriso travesso e os pega, em seguida corre em direção ao quarto, como imaginado, para desobedecer sua tia