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CAPÍTULO 7: "Então vocês ouviram falar sobre o Wendigo?"

O velho Wani nos chama para o jantar, não precisou fazê-lo duas vezes, em alguns instantes estávamos todos na copa, havia uma grande mesa com lugar para todos, bati com os nós dos dedos na mesa e falei.

- Isto sim é madeira de verdade!

Wani concorda:

- Esta mesa é mais velha que qualquer um de vocês e ainda está forte, parecendo nova, aguenta mais anos do que muitos de nós ainda.

Assentimos com a cabeça.

- Mas não estamos aqui para falar da mesa – disse o velho Wani – estamos aqui para matar quem está nos matando, a fome. - Deu um largo sorriso, que a esta altura já parecia sua marca registrada.

Realmente eu estava gostando muito de tudo aquilo, até mesmo McAlister parecia um sujeito mais tragável, acho que ele tinha o bom-senso suficiente para se tocar que não estava em casa, e não incorreria em desagrado estando na casa da família de uma colega de trabalho.

Enfim, começamos a nos servir.

– Sem rodeios aqui, sirvam-se – disse Susie, já puxando para perto de si uma tigela grande com purê de batatas.

Além do purê ainda há uma travessa com espigas de milho cozido, arroz selvagem e um grande pernil de caneiro selvagem.

- Caçamos ontem este belo "bighorn" e dividimos entre os amigos e parceiros de caça. Carne fresca e de qualidade, disse Mikasi.

- Vocês caçam com frequência por aqui? – Quis saber Diego.

- Não tanto quanto gostaríamos. – Diz Wani – Não dependemos exatamente só da caça, temos nossos dias de supermercado também, mas hoje é uma noite especial e merece uma bela carne de caça como a dos ancestrais.

Isso tudo está delicioso, comemos como se estivéssemos jejuando a dias. Enquanto comemos volta-me a mente a conversa do carro, sobre o garoto que desaparecera. Acho que esta seria uma boa hora para saber mais sobre o assunto, talvez esclarecer um pouco aquela história maluca que Mikasi contou. Ao mesmo tempo queria saber um pouco mais sobre o que seria essa tal febre do Wendigo, afinal, sempre é bom conhecer a cultura e as lendas locais. Considero fascinante este tipo de coisa, para mim tem à ver com o trabalho também... animais, habitat, nativos, lendas locais... faz parte do pacote e às vezes pode render uma boa história.

- Mikasi estava nos contando no caminho, sobre o garoto que desapareceu.

- Ah sim, Joshua, filho do Neil. – Respondeu Wani. - Hoje o pessoal esteve procurando de novo, mas ainda não encontraram o menino.

- Será que ele está vivo pai? – Quis saber Susie. – Ele pode ter se ferido na floresta.

- Não sei minha filha, as circunstâncias não são tão incomuns mas, falei com seu avô ontem também.

- É mesmo? E como ele está?

- Como sempre, forte como um bisão e teimoso como um cavalo chucro.

Ouço a conversa enquanto como, prestando atenção em um novo pedaço de pernil, é quando Wani continua, baixando o tom da voz, como se não quisesse que todo mundo ouvisse.

- Sumiu um dos dele também.

- Como assim? – Diz Susie. – Sumiu alguém na tribo também?

A esta altura todo mundo está parado, olhando para eles, eu tenho purê de batatas na boca, que não me atrevo a engolir, no momento.

- É... um garoto desapareceu lá na tribo também, enquanto caçava castores às margens do rio, parece que ele tinha uns quinze anos. - Wani muda sua feição alegre, não é mais a mesma que conhecemos, agora mostra uma cara preocupada, sua voz fica mais grave e séria. Ele se dirige à todos na mesa.

- Meu pai é o líder de uma pequena tribo que insiste em ainda viver na floresta, eles tem uma aldeia a umas seis horas de caminhada daqui, não é longe. Eles saíram para caçar, foram até perto do território dos castores e alguma coisa estranha aconteceu por lá. O fato é que já faz nove dias que o garoto desapareceu... e poucos dias depois... o moleque endiabrado dos Hudson.

Engoli o purê da boca e não pude deixar de perguntar: - O senhor acha que os dois sumiços podem estar ligados?

- Sim e não.

- Como?

- Os sumiços foram completamente diferentes, porém algo me diz que o garoto dos Hudson pode ter sido atacado pelo mesmo animal que supostamente atacou o garoto da tribo. É apenas uma suposição.

Continuo perguntando:

- Será que tem alguma coisa a ver com a febre do Wendigo?

- Onde você ouviu isso? - Quis saber Wani, mas parece já saber a resposta, pois, seus olhos vão direto na direção de Mikasi que se encolheu na cadeira, abaixando ligeiramente a cabeça.

- Do que você está falando otário? – Era McAlister, e estava demorando em ser estúpido com alguém, neste caso, eu. – Vai dizer que acreditou na baboseira do grandão? Ele estava zoando com a gente e botando medinho em idiotas como você.

- Não sei como são as coisas na sua terra "doutor" McAlister, – interrompeu Wani, agora falando em um tom mais austero - mas na minha casa costumamos respeitar as pessoas, principalmente os colegas e amigos.

Matt abaixou a cabeça querendo rir, Diego também, não dei atenção ao idiota do McAlister e continuei olhando para Wani, aguardando uma resposta. McAlister fechou a boca e engoliu o sorriso sarcástico.

- Então vocês ouviram falar sobre o Wendigo? Esta é uma história antiga, dos povos que habitavam esse local há algumas centenas de anos. Agora, se você quiser acreditar nisso, vai ter que acreditar em lobisomens, vampiros, bruxas...

- No Pé Grande, no Abominável Homem das Neves... – continua Susie.

- Zumbis e crocodilos no esgoto. – Completa Matt.

Dois segundos e todos estamos rindo.

- Na verdade achamos que pode ter sido algum animal selvagem, ataques de urso não são incomuns e podem matar facilmente um homem feito, quanto mais um garoto.

- E o fato do garoto ter surtado? O que pode ter causado isso? – Pergunto eu sem saber se devia continuar perguntando, mas sabia que Wani havia desconversado. O velho nativo olhou novamente para Mikasi, fulminando-o com o olhar, ele por sua vez encolheu-se novamente com a cabeça baixa. Wani voltou-se para mim e respondeu:

- Filho, isso pode ter sido qualquer coisa, se fosse na sua cidade talvez vocês mandassem o garoto à um médico da cabeça.

- Um psiquiatra. - Corrigiu Susie.

- Isso aí que ela disse. O problema é que o garoto não voltou mais.

- Esse garoto já tinha apresentado algum tipo de problema assim antes? – Pergunta Matt.

- Não, o rapazinho era normal como qualquer outro, meio encapetado se é que vocês me entendem, aprontava suas traquinagens por aí, mas era muito esperto até. – Responde o velho Wani, Mikasi concorda com a cabeça e completa:

- Por isso acho que vocês não devem entrar na floresta até nós sabermos com que tipo de animal estamos lidando. Pelo que conversei com vocês tenho certeza que vão querer aproveitar o dia de amanhã por aqui.

Wani concorda com o filho:

- Sim, acho melhor vocês ficarem aqui, até sabermos o que realmente aconteceu.

Então eu pergunto o que já estava me preparando para perguntar desde que cheguei:

- Senhor Wani, o que seria exatamente esse tal de Wendigo? Nunca ouvi falar nada sobre isso antes.

Wani coça a nuca como se pensasse no quê nos responder, percebendo que não poderia desconversar a noite toda, então Susie interrompe explicando:

- Não existe nenhum Wendigo, Will. Apenas fadas e duendes.

Todos riem novamente, sinto meu rosto corar.

- Eu só queria saber mais sobre essa lenda, o folclore. Qual o problema?

- Problema nenhum meu jovem, apenas temos um problema real que deve ser observado com indícios reais e tratado com sobriedade. – Pondera o senhor Wani.

- O que dizem ter acontecido com o garoto dos Hudson faria todo sentido se as lendas fossem reais e graças aos céus essas coisas não existem. Já há mal suficiente no mundo sem termos que nos preocupar com coisas sobrenaturais. – Completa Susie.

Então McAlister começa a falar e eu penso que vem mais uma das dele por aí:

- Às vezes, a soma de alguns fatores comuns em uma determinada região, como aqui, a floresta, dão origem a essas histórias sem pé nem... essas lendas. Vamos ver, cheiro de bicho morto é uma coisa comum na floresta, associado aos sons do lugar, o vento nos galhos das árvores, pessoas que se perdem, ou mesmo são atacadas por animais famintos. Junte tudo isso e você pode chegar a conclusões fantasiosas dos fatos. É assim que nascem as lendas.

Surpreendo-me com a colocação de McAlister, esperava algum outro comentário desprezível mas ele foi bem coerente.

- Nisso você tem razão. – complementa Diego. – Uma vez, quando meu pai era jovem, ele disse que estava cruzando uma trilha dentro da fazenda onde ele trabalhava, em uma parte onde havia mato alto dos dois lados, nenhuma luz, exceto a fornecida pela lua que batia no alto do capim, de modo que o chão da trilha estava extremamente escuro, tanto que ele não enxergava os próprios pés. A certa altura da trilha meu pai avistou um homem grande, com uma vasta barba e um chapéu, a lua iluminava um pouco do rosto do homem, mas a medida que ele olhava aquele sujeito, logo abaixo do seu peito tudo ficava escuro até praticamente desaparecer, neste momento o dito cujo que vinha no sentido contrário, começou a abaixar-se com os braços a frente. A visão de meu pai automaticamente seguiu o homem que tornou-se um enorme lobo, que andava no chão com as quatro patas, em sua direção. Meu pai foi tomado pelo medo e pensou em fugir. Mas, quais suas chances de escapar, já que estava próximo demais, talvez a uns vinte ou trinta metros apenas? Por isso ficou imóvel, fechou os olhos e chamou por Deus, para que o livrasse daquele mal, quando abriu os olhos viu o homem levantar-se novamente no local onde havia se abaixado e o lobo, já bem próximo não passava de um cachorro, um cão pastor, grande, mas um cão. Então meu pai entendeu tudo. O cão sempre estivera lá, mas como a trilha estava escura, não o havia percebido, a medida que o homem se abaixou atrás do cão, seus olhos o acompanharam e ele só viu à partir de então o "lobo". Se meu pai tivesse corrido, morreria jurando ter visto um lobisomem, sendo que na verdade viu apenas um homem que abaixou-se para amarrar os sapatos e seu cão.

Nós todos estamos ouvindo atentamente sua história e assim que ele termina somos obrigados a concordar que faz muito sentido, nosso cérebro pode realmente nos pregar muitas peças, quando há pouca luz, ou quando uma soma de fatores unidas por uma coincidência pode nos fazer imaginar coisas que não são reais. Diego é dessas pessoas que não fala muito, mas quando fala, sempre é algo de muito proveito. Ficamos em silêncio refletindo sobre o que ouvimos enquanto terminamos o jantar, então nossos pensamentos são interrompidos por Mikasi:

- Deus queira que vocês estejam certos, Deus queira. – Olhando para Remo e Diego – Ele se levanta retirando seu prato da mesa e levando-o para a cozinha.

- O Senhor tem algum palpite para que tipo de animal possa ter atacado os garotos? - Pergunto.

Wani me olha, dá de ombros.

- Como saber? Sem ver os corpos fica difícil até mesmo supor. Mas, se eu tivesse que apostar, apostaria em um urso, um urso pardo ou até mesmo um urso negro. Se eles invocarem que você será seu almoço, você será, mais cedo ou mais tarde. – Ele fala daquela forma que arrepia os cabelinhos da nuca.

- Um urso poderia ter levado o corpo de um garoto para longe do local onde o atacou? Não parece um pouco estranho? - Continuei especulando. Wani comenta:

- Não seria o habitual, os ursos saíram do período de hibernação há algum tempo, então já não estão tão famintos, poderiam levar sua presa para escondê-la, e comer mais calmamente, longe de outros predadores. – Wani olha para mim e continua como se fosse um professor, um profissional no assunto.

- Ursos são como pessoas, de um modo geral parecem todos iguais, mas eles têm suas manias, personalidade individual. Fiquei sabendo de ursos que agiam como psicopatas, matavam por diversão, às vezes nem comiam sua presa, ou apenas feriam-na e deixavam escapar, para continuar sua caçada, apenas por diversão.

- Ursos sádicos. Isto é assustador! – Constatei. Aqui havia algo que se temer de verdade. Isso poderia ser possível e fazia mais sentido que histórias de espíritos comedores de gente ou febre de sei lá o que.

Wani então nos preveniu:

- Não quero procurar o corpo de mais ninguém, por isto, amanhã vocês ficam aqui e não entram na floresta para filmar nada, pelo menos por enquanto.

McAlister levantando-se da mesa retruca:

- Olha seu Wani, agradecemos sua hospitalidade e sua preocupação, mas não temos todo o tempo do mundo, temos que compensar o tempo que estamos... hospedados aqui, assim que a camionete ficar pronta precisamos partir, logo deveremos retornar com uma boa quantidade de material para ser editado.

- Não posso impedir vocês, mas então não se afastem das equipes de busca, fiquem perto deles, até porque, amanhã estarão todos ocupados, não vão encontrar nenhum guia.


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