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ZOE E A BONECA

Esse conto foi escrito por ANDERSON_ROSARIO.

     Zoe era uma criança dócil e inteligente. Atrás daqueles óculos ‘fundo de garrafa’ seus olhinhos curiosos observavam a tudo e a todos, atentos e fascinados. Sua curiosidade exploratória, que, aliás, é típica em crianças de 10 anos, a levou à casa, no fim da rua. A babá cuidava do bebê, seu irmãozinho Lucas de 3 meses e do cachorro deles, o Tobby, da raça Maltês, no parque, enquanto ela se divertia no balanço.  A menina não sabe dizer o que a levou a deixar o vai e vem tão satisfatório do brinquedo e começar a andar sem rumo e sem ser vista pela babá. Mas ela continuou, assim mesmo.

     A casa era de madeira. Velha. Os degraus rangiam a cada pisada. Zoe não vacilou e persistiu. As janelas quebradas, de venezianas arrebentadas, deixavam entrar a iluminação natural do sol, mesmo que no início, a escuridão passageira a fizesse sentir arrepios. Porém, não foi nada dentro da casa que a arrancou de sua hipnose compenetrante e sim um puxão, brusco, vindo de trás dela. A babá a chamava, desesperada, chorando, com outras pessoas em volta. Percebendo o sumiço da menina, ela pediu ajuda a um casal que caminhava na calçada e outros curiosos foram se reunindo. Procuraram em todos os cantos, até achá-la naquela casa abandonada.

     — Não! Me deixa. A boneca. Ali. Ela me chamou. É a Íris. Ela é minha agora.

       — Tá dizendo que você veio até aqui por causa da boneca? Ela te chamou? Também disse que se chamava Íris? 

       — Me deixa em paz, sua bruxa!

A garotinha se desvencilhou, foi em direção à boneca, sentada como uma pessoa sobre uma cadeira velha no canto da sala e em seguida saiu correndo. Os pais da menina, já alertados pela babá, apareceram e acalmaram ela. Em casa, todos teriam uma longa conversa. 

       O episódio singular da boneca acendeu um alerta perigoso nos pais de Zoe, Sandra e Michel, sobre as responsabilidades de sua babá Rebeca. A jovem, de 20 anos, cobria os pais das crianças no intervalo de 2 horas em que Sandra os deixava para trabalhar, até a chegada do pai deles. Rendia um extra para pagar a faculdade. Revezando-se com o emprego de garçonete numa lanchonete, ela acumulava responsabilidades demais. Porém, mesmo Michel se oferecendo para cobrir seu salário na lanchonete para que ela ficasse com a família em tempo integral, subtraindo o horário da faculdade, obviamente, ela recusou.

     — Está na mesa, Rebeca. Eu não vou insistir. Ou você aceita o que já te ofereci e fica com a gente e larga a lanchonete, ou não vamos poder mais ficar com você. — Ordenou Michel, sério, inclinado com as duas mãos apoiadas na mesa. Sua calvície e a mecha de cabelo que insistia em cair-lhe na testa, davam-lhe ares de idiota.

     — Mas não é tão fácil assim as coisa, patrão. Precisam achar alguém pra meu lugar e tem o meu noivo, o Jorge, ele não quer que eu trabalhe de babá.

     — Rebeca, — interrompeu Sandra interpondo-se entre seu marido e a babá. A mulher era espalhafatosa. Se vestia de forma extravagante e gesticulava enquanto falava, — eu vou conversar com o seu noivo, no trabalho dele. Jorge vai me ouvir. Ele tem esse jeito machão, mas isso é só a casca. Ele é uma manteiga derretida. Eu garanto pra você que ele irá concordar.
     — Então se é assim, tudo bem. Se a Senhora, Dona Sandra, conseguir convencer aquele teimoso, eu fico.

Zoe passou pela cozinha ao descer e contornar as escadas que davam acesso ao andar superior, onde ficava o seu quarto. Ela escutou o momento em que sua mãe disse que conversaria com o noivo da babá. Sabia, mesmo com a pouca idade, que esse Jorge não era boa coisa. Ele não era “flor que se cheire” como dizia a sua mãe. E isso a deixou preocupada, por um momento. Pelo menos até a sua boneca Íris inundar seus olhinhos com um brilho vivo de felicidade e ela começar a brincar. Era uma boneca de porcelana, de rosto redondo, grandes olhos pretos e bochechas rosadas. Lábios pequenos e delicadamente desenhados. Vestidinho branco de renda, meias finas e luvas brancas e sapatinhos pretos.  O resto da tarde passou como um cometa riscando o céu. Num zás e já era noite. Sua mãe a chamou para dentro e a babá preparou o banho deles.

     Rebeca faltou à faculdade nesse dia. As mudanças no trabalho e toda a correria envolvida a fizeram abdicar de um dia de aula. Ligou para o seu noivo Jorge para ir vê-la, como era comum às quartas-feiras quando ele não fazia o expediente da madrugada e saía às 20h00. Trabalhava de vigia noturno em uma empresa que fabricava calçados. Rebeca usava uma lingerie rosa por baixo do vestido preto. E a maquiagem carregada não deixava dúvidas quanto às suas intenções naquela noite.

     Uma pedrinha arremessada na janela foi o aviso e Jorge começou a escalar. De início seu pé esquerdo encontrou suporte em um vaso grande de folhagens encostado na parede, depois a sustentação foi mantida pela luminária em que sua mão direita se agarrou.  A partir daí, seu corpo encontrou mais resistência em manter a escalada, já que apenas os sarrafos que uniam as tábuas da estrutura da casa serviam de base para se apoiar. Foi a pouco menos de 80 centímetros de distância, quando sua mão esquerda segurou no peitoril da janela, que seu pé direito escorregou e todo o seu peso ficou refém do seu braço esquerdo, único meio que o mantinha suspenso. Em um esforço extra, cuja fonte era o seu desespero em não despencar dali, Jorge soergueu-se levando o braço direito em auxílio do esquerdo para suportar o peso do seu corpo. Passada a dificuldade de uma iminente queda, ele sentiu um alívio transitório, antes que Íris, a boneca, o surpreendesse pulando na sua frente, emitindo o som que o assustou a ponto de fazêlo cair de uma altura de 5 metros.  A boneca fez “Booh” e sua boca não se mexeu, nem seus olhos piscaram. O barulho da queda alertou todos na casa e também na vizinhança. Rebeca olhou pela janela espantada e condoída ao ver seu noivo lá embaixo. A boneca havia sumido. A ambulância foi chamada e Jorge foi encaminhado ao hospital. A condição dele era delicada, mas iria sobreviver.

     Rebeca mais uma vez tinha se colocado em maus lençóis ao ter reveladas as suas aventuras amorosas na casa dos patrões.  Teve um longo interrogatório, onde o Sr. Michel questionou a quanto tempo isso estava acontecendo e as ameaças de demissão que eram comuns. No entanto, como a própria babá sabia, os dois não a mandariam embora. E não só porque precisavam dela. Babás tinham aos montes por aí. Mas se afeiçoaram por ela e o jeito com os filhos deles e o amor que os pequenos sentiam por Rebeca, pesavam muito. Do hospital, as notícias que vinham não eram boas. Jorge ficou paraplégico devido à queda e a sua noiva pediu dispensa aos patrões para cuidar dele no hospital. Sandra e Michel deram a ela o tempo que precisasse e disseram que enviariam o cheque mesmo assim. E ajudariam no que pudessem com as diárias e exames. O que fosse necessário.

     Enquanto isso, na ausência de Rebeca, Sandra pediu a uma irmã, que a sobrinha viesse para cuidar dos filhos. Seria paga. E Mônica, a sobrinha, começaria no dia seguinte. As coisas ficaram estranhas na casa por um tempo. O incidente deixou a todos consternados e a rotina demorou a voltar ao normal. No primeiro dia da babá substituta, ela assistia TV na sala, enquanto Zoe brincava nos fundos do quintal. Sandra levava Lucas ao trabalho agora e o deixava no berçário para facilitar as coisas por enquanto. A menina estava empolgada com a nova coleção de roupinhas feitas exclusivamente para Íris. Começou tirando o vestido da boneca, mas ao tocar na luva para tirá-la, levou um tapa forte dela.
    
     — Não! Você não pode tirar minhas luvas. Nem minhas meias. Nunca, entendeu? Não pode!
Zoe se jogou para trás e caiu da cadeirinha de plástico, chorando. Quando Mônica surgiu, correndo, perguntando o que aconteceu, Zoe disse apenas que tinha caído. Não teve coragem de contar a verdade. Sabia que não acreditariam nela.

     Os dias se passaram. 3 meses para ser exato. E Rebeca voltou ao seu posto de babá. O noivo fazia terapia com cobertura total do seu plano e a progressão do seu estado era lenta mas progressiva. A babá havia trancado sua faculdade e passava mais tempo agora com a família e com Jorge na clínica de terapia. A boneca foi deixada de lado um pouco desde o ocorrido na troca de roupas e algumas vezes era surpreendida pela sua dona, como quando Zoe entrou no quarto e a pegou sentada em frente a penteadeira se penteando com uma escovinha pequena para bonecas. Ou quando a viu correr atrás do cachorro Tobby com um estilete para feri-lo. A menina, assustada, jogou a boneca no lixo, tentou se livrar dela de diversas formas, mas ela sempre voltava. Dessa forma ela percebeu que mais alguém precisava ver as coisas que a boneca endiabrada fazia para que cressem nela e tomassem uma atitude mais eficaz.  Foi assim que, depois de ter feito Lucas dormir, Rebeca, convencida por Zoe, se trancou dentro do armário do seu quarto e ficou quietinha. A menina disse que era uma brincadeira e queria que ela participasse. A estudante só queria que Zoe ficasse cansada até gastar toda a sua energia e fosse dormir. Faltava meia hora para Michel chegar em casa e aí tudo estaria bem. Mas não foi isso que aconteceu naqueles próximos 30 minutos. 

     A brincadeira proposta por Zoe era a seguinte. Ela ficaria deitada e a boneca a examinaria. Sentada e imóvel sobre a barriga dela, Íris não esboçava qualquer sinal de que fosse agir, de nenhuma maneira. Talvez ela suspeitasse da armadilha e quisesse fazer Rebeca desistir de se esconder. O que quase aconteceu, pois a garota estava ficando impaciente com aquela estupidez sem sentido da menina.  Foi então que Íris tirou de baixo do vestido, preso à sua meia, o estilete. O mesmo que usou para atacar Tobby tempos atrás. Ela segurou a lâmina com as duas mãos e disse:

     — Eu vou comer o seu coração, — iniciou e antes que o ritual macabro se confirmasse a garotinha jogou a boneca longe e Rebeca surgiu empurrando as portas do armário. Zoe gritava pedindo ajuda pois a boneca subia pela sua perna, tendo o estilete cravado na sua coxa. Conseguiu fixar-se no ar quando foi arremessada e agora usava o estilete como sustentação para subir pelo corpo da menina. Já estava perto de sua virilha e poderia atingir um órgão vital, quando Rebeca a segurou pela cabeça, manteve o estilete no local, para que ela não sangrasse e arrancando-o da mão da boneca, fez a luva ser arrancada junto. Íris passou a correr de um lado a outro, xingando e dizendo coisas horríveis:

     —  O coração dela será meu. Eu vou comê-lo. E então estarei quase completa. Só me faltará um cérebro. Sua menina mimada. Cretininha de uma figa. E essa babá intrometida. Vocês vão me pagar. Suas putas. Vão me pagar.

     A boneca desceu pela janela do quarto e caiu lá embaixo, correndo em disparada. As duas tomavam fôlego depois de tudo o que passaram e Rebeca comentou:

     — Você viu aquele braço? Você viu, Zoe? Era um braço humano. A boneca tem braços de carne e osso. Pareciam bracinhos de bebê. Como isso é possível?

     — Sim, Beca. E pernas também. Agora eu sei porque ela escondia e não deixava eu mexer. Agora eu entendi.

     Íris esgueirava-se e escondia-se pelos brinquedos do parque ali próximo. Seu tempo estava acabando, ela precisava agir rápido. Uma menina, mais ou menos da idade de Zoe, foi o alvo. Aparentemente brincava sozinha. Ninguém próximo dela. A boneca aparecia e num relance sumia para reaparecer em outro lugar. Até que a menina estivesse isolada, em uma distância segura para que se cometesse o ato. Calculando tudo o que se desenrolaria na sequência, Íris empurrou, com muito esforço, um paralelepípedo a uns 30 centímetros da calçada e subindo no poste de iluminação, quebrou a lâmpada para que a garota não enxergasse a pedra. Como planejado, a garotinha caiu e sua cabecinha ficou esfacelada no meio-fio. Estava morta. O monstro no corpo de boneca, virou o corpinho que estava de bruços e com a ajuda de uma colher de pedreiro que achou nos fundos da casa abandonada, começou a furar e rasgar o peito da garotinha e a quebrar os ossos de sua caixa torácica, para retirar o seu coração. Comia o órgão fibroso e sanguinolento com avidez, o devorando em bocadas precisas e fortes. Demorou algumas horas até que um coração também batesse em seu peito e um pulmão fizesse a sua função respiratória. A única parte sua que ainda era de porcelana, era a sua cabeça e ela sabia o que tinha que fazer sobre isso.

     Na casa de Zoe, os pais, na frente da televisão, viam as imagens da câmera do quarto da menina, colocada lá, assim como na sala, para a segurança dos filhos. A babá ficaria ilesa de qualquer culpa quanto aos machucados da menina. Mas ninguém ali seria mais o mesmo depois do que viram e do que passaram.

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