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Boneca Demoníaca

Esse conto foi escrito por Piikeno-Girassol.

No último Natal, minha bisavó paterna trouxe aquela maldita coisa para minha irmãzinha. Uma boneca de porcelana de uma coleção antiga, com cabelos ruivos num tom de marsala e olhos azuis de vidro quase transparentes e delicados, de uma época que ninguém deveria mais lembrar de tão antiga. Era de sua avó, e ela havia recebido recentemente de um inventário familiar que ficou parado por anos e presenteado a caçula da minha família. A pequena ficou toda contente e a boneca parecia um brinquedo como qualquer outro até a noite de hoje.

Meus pais e minha irmãzinha viajaram pela manhã para o interior, para nossa casa de campo, para o final de semana, deixando-me sozinho. E com ela. Sozinho com aquilo.. com aquele troço disfarçado de brinquedo. Não era coincidência que ela tenha começado a se mexer agora.

Estava assustado o suficiente pra começar a ter dúvidas da minha sanidade mental, ainda não acreditava no que meus olhos haviam visto ao passar pelo quarto da pequena Victória.
Eu tinha tentado sair após vê-la mexendo e conversando sozinha, as bonecas daquela época nem eram feitas pra falar. Deus sabe que eu tentei. Quando percebi que algo estava errado, minha primeira reação foi correr de volta pro primeiro andar para a porta da sala. Lembro perfeitamente de ter deixado a chave ali, no aparador, quando cheguei em casa mais cedo. Mas quando procurei por ela, meus dedos tocaram o vazio. Nada. A chave havia sumido.

Uma onda de pânico tomou conta de mim. — Calma, Emílio. — eu pensei, tentando me agarrar à razão. — Pode estar no bolso. Pode ter caído. — Mas eu sabia que não tinha caído. Eu sabia onde a tinha deixado.

Sem perder mais tempo, corri para a cozinha. A porta dos fundos parecia minha última esperança. Mas quando cheguei lá e tentei girar a maçaneta, ela nem se mexeu. Estava emperrada, como se algo do outro lado estivesse segurando a mesma no lugar.

Foi então que eu ouvi. Um barulho. Um som seco e curto, como se algo tivesse raspado no chão da sala. Meu corpo ficou paralisado por um segundo antes de eu virar o rosto, apenas o suficiente para ver... algo se movendo. Atrás do sofá.

Não tinha como ser um rato ou algo assim. A silhueta era inconfundível. Era pequena, mas grotesca. Era ela.

— E-mí-lio... — a voz dela se arrastou, distorcida, infantil, mas com um tom perverso que me fez sentir frio até nos ossos.

Meu peito subia e descia rapidamente, e meus pés pareciam grudados no chão da cozinha. Eu sabia que precisava correr, fazer qualquer coisa, mas tudo em mim parecia paralisado. Foi então que ela começou a rir.

Era uma risada baixa no início, quase um soluço de alguém que chora, mas logo cresceu, transformando-se em uma gargalhada enlouquecida que ecoava por toda a casa. O som vinha de trás do sofá, mas parecia estar em todos os lugares ao mesmo tempo.

— Por que você está fugindo? — ela perguntou, com a voz oscilando entre um tom infantil e algo grotesco. — Eu só quero brincar, Emílio... Não gosto de ficar sozinha.

As palavras dela me arrancaram do transe. Meu instinto assumiu o controle, e eu disparei para fora da cozinha, subindo as escadas tão rápido que quase tropecei em meus próprios pés. Aquele troço estava me seguindo. Eu sentia isso.

Eu entrei no meu quarto correndo, tranquei a porta, jogando todo o peso do meu corpo contra a madeira, enquanto minhas mãos tremiam tanto que mal conseguiam girar a chave na fechadura com dedos trêmulos.

Eu ainda não conseguia respirar direito, apenas uma  inspiração curta e desesperada, e na minha cabeça eu ouvia novamente o som.

As janelas dos cômodos do primeiro andar tinham grades, eu sabia que não tinha como escapar por la, as únicas janelas que não tinham  eram as do segundo andar e o pensamento de ter que me pendurar ali fora era aterrorizante, mas o medo do que estava aqui dentro era muito pior. Tudo que eu podia fazer era torcer para que aquela coisa não conseguisse entrar... E que, se conseguisse, eu tivesse coragem suficiente para pular antes de deixar que me alcançasse.

— Emíííííí-lio! — ela cantou, a voz subindo e descendo como se estivesse brincando de esconde-esconde. — escutei um som metálico batendo nos degraus da escada. — Eu sei que você está aí... — ela sussurrou, o som tão próximo que parecia que ela podia atravessar a madeira a qualquer momento. — Não adianta se esconder, eu sempre encontro.

A risada parou de repente, deixando apenas o silêncio, o medo foi tanto que me afastei da porta olhando para ela de longe enquanto meu coração palpitava. E então, a maçaneta começou a girar lentamente.

— Abre essa porta, Emílio... — ela disse, arrastando as palavras, o tom de ameaça. — Eu não gosto quando me ignoram. — A voz dela mudou, já não era mais infantil. Era grossa, rouca, Demoníaca.

Dei mais alguns passos para trás, com os olhos fixos na porta. Foi então que ouvi um som metálico sendo arrastado pelo chão do lado de fora. Algo raspando contra o piso, um som que ficou mais alto a cada segundo.

uma faca surgiu por debaixo da porta com um golpe violento. A lâmina cravou no batente de madeira, vibrando levemente pelo impacto. Meu corpo inteiro se contraiu com o susto, e eu quase tropecei para trás.

— Por que você está me fazendo fazer isso? — ela perguntou, agora com uma voz ainda mais grave.

A faca foi puxada de volta, apenas para ser arremetida novamente com mais força. A lâmina raspou o chão, deixando um risco superficial no piso. Eu me encolhi contra a parede, sentindo meu corpo tremer incontrolavelmente. Meu olhar se alternava entre a faca que continuava a surgir por debaixo da porta e a maçaneta, que ainda girava lentamente, como se ela estivesse tentando descobrir uma maneira de entrar.

— Eu odeio... — a voz dela explodiu em um grito profundo e grotesco que parecia reverberar por toda a casa. — ... ficar sozinha!

A faca atravessou novamente, mas desta vez ela acertou um pedaço maior da madeira, arrancando uma lasca que caiu no chão com um som seco.

O som mudou. De repente, a maçaneta parou de girar, e um silêncio perturbador tomou conta. Não era o tipo de silêncio que acalmava, era o tipo que fazia o coração bater mais forte, como um tambor descontrolado dentro do peito.

E então eu ouvi. Um barulho baixo e ritmado, como se algo metálico estivesse sendo pressionado e torcido. Ela estava mexendo na fechadura. Não com as mãos disso eu tinha certeza.

A cada segundo que passava, o som era mais insistente, mais apavorante. Foi quando ouvi um clique seco, e a chave, que antes estava firme na fechadura, caiu com um clang no chão, bem do lado de dentro.

Meu coração saltou. Me movi rápido, estendendo a mão para pegar a chave antes que algo pior acontecesse. Mas antes que meus dedos conseguissem tocá-la, a faca surgiu novamente por baixo da porta.

Com um movimento rápido e preciso, a lâmina deslizou pelo chão e puxo a chave para o lado de fora.

O som metálico voltou, a chave. Ela estava tentando usá-la.

— Me deixa em paz! Sai daqui! — eu gritei, minha voz embargada pelo medo.

Do outro lado, ela riu de novo, mas dessa vez era uma risada lenta, cheia de satisfação.

— Você não vai escapar de mim, Emílio... Nunca.

A chave girou. Eu ouvi o som inconfundível da tranca sendo destravada enquanto eu me afastava em direção a janela. E então, a maçaneta começou a se mover outra vez, mais firme agora.

Meus olhos correram desesperadamente pelo quarto, procurando qualquer coisa que pudesse me ajudar. Eu precisava pensar em algo, rápido. Se ela entrasse, não havia como lutar contra aquilo. Não tinha como vencer. A janela. Era a única chance.

Mas a altura... Será que eu conseguiria pular e sobreviver?

A maçaneta girou completamente, e a porta começou a abrir com um rangido lento e sinistro. Meu corpo inteiro travou enquanto eu via a fresta se alargar, revelando o corredor escuro e vazio do outro lado. Mas eu sabia que ela estava ali.

E então, ela apareceu.

Primeiro, os cabelos ruivos surgiram balançando na luz fraca do quarto. Depois, o rosto com aqueles olhos azuis que pareciam brilhar no escuro. A boneca entrou no cômodo, arrastando a faca pelo chão, a lâmina riscando o piso e soltando um som agudo que fazia minha pele arrepiar.

Ela parou na entrada por um momento, a cabeça inclinando-se levemente para o lado como se estivesse me analisando, me estudando.

— Por que você está com medo, Emílio? — a voz dela ecoou, ainda com aquele tom infantil e ao mesmo tempo perverso. — Eu só quero brincar...

Eu me afastei ainda mais, minhas costas batendo na parede. A janela estava logo atrás de mim, mas o olhar dela não desgrudava. A faca em suas mãos parecia muito maior do que deveria ser para algo tão pequeno, mas não havia lógica naquele troço.

As pernas curtas se dobravam de forma estranha, e o som das juntas rangendo era perturbador.

— Não se preocupe — ela continuou, arrastando a faca no chão enquanto se aproximava lentamente. — Vai ser rápido.

Meu coração batia tão rápido que eu mal conseguia pensar. Olhei para a janela atrás de mim. Era alta, e o chão lá fora parecia estar a metros de distância. Uma queda livre. Mas era isso ou ficar ali.

Ela deu outro passo, agora mais próxima. Eu podia ouvir a respiração dela — ou o que quer que fosse aquele som enquanto a faca em sua mão parecia brilhar.

— Não faça isso, — eu implorei, minha voz trêmula. — Por favor...

Mas ela apenas inclinou a cabeça para o outro lado, como se não entendesse o que eu dizia. E então sorriu.

Foi o sorriso mais aterrorizante que eu já vi. Uma linha fina que se abriu em um ângulo que não era natural, revelando fileiras de dentes pequenos e afiados por trás da porcelana.

— Hora de brincar, Emílio.

Ela correu na minha direção, o som da faca cortando o vento a minha frente fez com que eu me jogasse para o lado no último segundo, evitando o golpe.

Ela se virou, os olhos fixos em mim enquanto avançava novamente, mas dessa vez mais rápido. E então a lâmina pegou de raspão na minha mão, o sangue desceu vivido pingando no chão e a dor veio instantâneamente, eu não tinha escolha.

Sem pensar, me joguei pela janela.

O ar frio me abraçou, e por um momento, tudo pareceu congelar. A queda parecia durar uma eternidade, mas então o chão chegou, e eu senti o impacto. Meu corpo inteiro gemeu de dor, e tudo ficou escuro junto ao gosto metálico de sangue que eu tinha agora na boca.

O último som que ouvi foi a risada dela, ecoando lá da janela.

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