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A boneca do Barão

Esse conto foi escrito por; AlanJakisonMCosta.

1976
Dois anos se passaram desde o incêndio da mansão do Barão de Bragança. Dois anos desde que os Warrens investigaram o caso de Amityville, algo que acompanhei de longe, fascinada. Mas, naquele incêndio… eu estava lá.
O fogo consumia tudo, crepitando como se o próprio inferno tivesse se erguido da terra. As labaredas dançavam uma coreografia macabra, refletindo nos rostos aflitos da multidão. Policiais e bombeiros corriam de um lado para o outro, tentando, em vão, conter as chamas. Ninguém da família sobreviveu. E o motivo? Ainda hoje, ninguém sabe ao certo. Mas eu, Maria… tenho uma suspeita. Ou melhor, um boato.
Sempre fui fascinada por histórias sobrenaturais. Cresci ouvindo relatos de meus avós sobre almas penadas e assombrações, mas foi há seis anos que um rumor se espalhou pela cidade. Luiza, a filha do barão, havia adoecido e morrido tragicamente. Ela era adorada por todos — uma menina doce, de coração puro. Eu a via de vez em quando, mas nunca trocamos palavras. Sua morte mergulhou a cidade em luto, mas ninguém sofreu tanto quanto o Barão. Ele definhou. Sua esposa, Deodora, apesar de devastada, se refugiou nas atividades da igreja, tentando seguir em frente. O mesmo não aconteceu com ele.
Um ano depois, o Barão desapareceu sem explicação. Ninguém o viu por sete dias. E quando voltou… não estava sozinho.
Dizem que ele fez um pacto. Com quem? Ninguém sabe. Mas algo mudou. Ele retornou com uma boneca de pano e porcelana. Seus empregados relataram que, desde então, jamais se separou dela. No início, pensaram se tratar de um símbolo de luto, um objeto de conforto. Mas então as histórias começaram.
De tanto ler e estudar os casos dos Warrens, aprendi que todo boato nasce de uma fagulha de verdade. Algo precisa ser queimado antes que surjam as cinzas. E, na mansão dos Bragança, algo estava queimando muito antes do incêndio.
No começo, os acontecimentos eram sutis. O Barão parecia recuperar-se, saía de casa, cumprimentava os vizinhos. Mas a paz durou pouco. Em 1972, uma das arrumadeiras, dona Alzira, contou que, ao limpar o quarto do Barão pela manhã, viu a boneca repousada sobre a penteadeira. Seus olhos de vidro fitavam o vazio, gélidos, inexpressivos. Alzira organizou o aposento e seguiu para outras tarefas. Horas depois, foi chamada de volta. O quarto estava destruído. Objetos revirados, roupas espalhadas, os lençóis da cama rasgados como se um animal selvagem tivesse passado ali. Mas ninguém havia estado no quarto.
Depois disso, relatos estranhos se tornaram frequentes: passos em cômodos vazios, risadas infantis ecoando nos corredores, objetos se movendo sozinhos. Muitos dos empregados pediram demissão, temerosos. Outros ficaram… e sofreram as consequências. Arranhões inexplicáveis, hematomas que surgiam do nada. “Poltergeist”, pensei, ao ouvir os relatos.
Corri para contar a Rafinha, meu amigo de infância. Ele me ouviu pacientemente, mas sua resposta foi cortante:
  — Maria, não mexa com isso. Verdade ou não, fique longe dessa história.
Mas eu não conseguia.
O que quer que estivesse ali, queria ser visto.
Dias depois, ao caminhar para a cidade, precisei passar em frente à mansão dos Bragança. O portão de ferro enferrujado se erguia imponente, e os vidros das janelas refletiam apenas a escuridão do interior. Foi então que senti um arrepio. Um cheiro pútrido, azedo, como carne podre, invadiu minhas narinas. Meus instintos gritavam para que eu continuasse andando, mas algo me fez olhar para cima.
No segundo andar, atrás do vidro empoeirado, havia uma silhueta.
Meu coração falhou uma batida. A figura me observava, imóvel. Os contornos não eram nítidos, mas senti que havia algo de errado… algo inumano.
Meus músculos travaram. Foi nesse instante que senti.
Um vento gélido passou por mim, como se algo invisível tivesse corrido às minhas costas. Minha pele se arrepiou. Meu estômago revirou. Girei o corpo rapidamente. Nada. Absolutamente nada. Respirei fundo, tentando me convencer de que era apenas minha imaginação.
Mas quando voltei a olhar para a mansão… a silhueta na janela havia desaparecido.
Meus olhos percorreram o jardim, e então eu vi.
Na sombra de uma árvore, algo me encarava. Estatura mediana, pequena demais para ser um adulto… grande demais para ser uma criança. Seu corpo estava envolto na penumbra, mas eu soube. Eu soube o que era.
A boneca.
Uma onda de terror subiu pelo meu peito. Meu corpo congelou por um segundo, depois reagiu: girei nos calcanhares e corri. Corri o mais rápido que pude, o coração trovejando no peito.
Naquela noite, contei tudo à minha mãe. Ela riu, balançou a cabeça, me chamou de sonhadora. Mas vi. Vi em seus olhos que ela sabia. Ela sabia que era verdade.
Naquele momento, eu soube: a mansão havia atingido o segundo estágio. A opressão.
Peguei um caderno e anotei tudo. Eu precisava registrar. Precisava entender. No dia seguinte, procurei Camille, minha única amiga que compartilhava do mesmo fascínio por histórias sobrenaturais. No começo, seus olhos brilharam com entusiasmo. Mas conforme eu narrava os eventos, o brilho se apagou. Seu rosto ficou pálido.
— Maria… — sussurrou. — Isso não é mais uma história.
E aí eu  percebi: Eu estava sozinha nessa
Foi então que o incêndio aconteceu.

Naquele dia, o clima estava agradável. O vento fresco, o céu claro com poucas nuvens e um sol radiante. Eu me senti estranhamente feliz, como se quisesse viver aquele dia ao máximo. Fiz meus afazeres depois da escola e passei o resto do tempo brincando ao ar livre e lendo.

Então, por volta das seis da tarde, o caos começou.
Primeiro, um caminhão dos bombeiros passou correndo pela rua. Depois, outro. E mais outro. Quando terminei de contar, já eram cinco. Algo grande estava acontecendo. E logo veio a notícia: a Mansão Bragança estava em chamas.
Minha mãe, atordoada, saiu às pressas ao ouvir os rumores. Corri atrás dela, minha curiosidade queimando tanto quanto aquela casa. E quando cheguei… vi com meus próprios olhos.

A mansão ardia. O fogo devorava as paredes como se estivesse faminto. As labaredas dançavam, projetando sombras fantasmagóricas nas ruas. Bombeiros gritavam, moradores observavam horrorizados. E no meio daquela confusão, senti algo… estranho. Um desconforto rastejando sob minha pele, um arrepio gelado que não combinava com o calor das chamas.

Demorou entre quatro a seis horas até o fogo ser completamente extinto. Quando a fumaça baixou, a cidade foi tomada por um mistério ainda maior: ninguém da família sobreviveu. Os corpos jamais foram encontrados.
E a pergunta que ecoou por toda Barbacena foi: de onde surgiu o fogo?

DOIS MESES DEPOIS

Passei esse tempo remoendo tudo. Pensando no incêndio, nas histórias e… principalmente no que eu presenciei. E então, num belo final de semana, decidi que precisava ver com meus próprios olhos.Convidei Camille e Rafinha para irem comigo, mas ambos recusaram. Medrosos. Chamei-os assim, dei as costas e fui sozinha.

Levei um rosário, um pouco de água benta que peguei escondida na igreja e, claro, uma lanterna. A estrada estava deserta. Ninguém mais passava por lá depois do que aconteceu.
Ao chegar em frente ao portão da mansão, senti de novo aquela energia ruim. Pesada.
Coloquei a mão na ferrugem fria do portão e o empurrei devagar. O rangido ecoou como um grito no silêncio da noite.Assim que entrei no quintal, vi o que restava da casa. As paredes enegrecidas, os vitrais todos quebrados, a escuridão reinando absoluta lá dentro. Meu coração martelava contra o peito a cada passo.

A porta da frente estava caída. Um convite. Um convite mal intencionado… que eu aceitei.
O interior da mansão desdobrou-se diante de mim: paredes queimadas, móveis destruídos, o chão tomado por destroços. O incômodo dentro de mim se multiplicou. Um peso esmagador caiu sobre meus ombros.
E então… senti.
Algo estava me observando.
Levantei a lanterna devagar, varrendo a escuridão. Primeiro, nada. Apenas destroços e sombras. Mas quando virei para a esquerda — O brilho da luz refletiu em algo.
Minha respiração travou. Meus olhos demoraram um segundo para focar. E quando perceberam… Era ela, só podia ser ela.
Uma boneca. Sentada entre os escombros. Vestido branco bordado, rosto de porcelana, olhos frios… e cravados em mim. Meu corpo congelou. O ar ficou espesso. Foi então que passos ecoaram no andar de cima. Alguém, não. Algo. E naquele instante, eu soube: não estava sozinha.
Por alguns segundos excruciantes, eu não sabia o que fazer. Os passos vinham na minha direção. Ao longe, ouvi o ranger dos portões, como se alguém — ou algo — tivesse acabado de entrar. Meu instinto gritou para correr, e foi exatamente o que fiz.
A cozinha estava destruída, mas a maioria dos armários ainda permanecia de pé. Me enfiei no primeiro que vi, puxando a porta e me encolhendo no escuro. Desliguei a lanterna e segurei a respiração. O silêncio se espalhou pela casa. Era como se até as paredes prendessem o fôlego junto comigo.
Não sei quanto tempo fiquei ali. O medo bagunçava minha noção de tempo. Talvez minutos. Talvez horas. Eu já começava a duvidar de mim mesma quando ouvi uma voz familiar.
— Filha… você está aí?
Meu coração deu um salto. Era meu pai!
Alguém devia ter contado para ele onde eu estava, e agora ele viera me buscar. As lágrimas quase vieram. Deus, eu estava salva!
Saí do armário em um impulso, mas assim que me virei, meu corpo congelou.
A coisa diante de mim não era meu pai.
Era o que restara do corpo de Luiza. Seu vestido branco, agora puído e queimado, pendia de seu corpo seco e cadavérico. Seus olhos… não havia olhos, apenas buracos fundos e escuros, vazios como um poço sem fundo. A boca se abriu, revelando dentes afiados, e um som gutural escapou da sua garganta.
Eu corri. Corri sem pensar, sem olhar para trás. Mas de nada adiantou.
Algo me agarrou pelo tornozelo, e senti meu corpo sendo puxado para trás com uma força absurda. Caí no chão, batendo o rosto contra os destroços. Em pânico, joguei água benta na direção da criatura. O grito que ecoou fez meus tímpanos latejarem. Aproveitei o momento e disparei escada abaixo, descendo até o porão.
O feixe da lanterna iluminou a escuridão.
E então eu vi.
A boneca.
Ela estava ali, sentada no centro do sótão queimado, cercada pelo que restara dos corpos da família Bragança. Cada um deles crucificado de cabeça para baixo, os rostos contorcidos em expressões de horror.
Não havia mais para onde correr.
Senti mãos invisíveis me agarrando, unhas afiadas rasgando minha pele. O cheiro pútrido me invadiu as narinas, e um gosto amargo e azedo subiu pela minha garganta. Minhas pernas fraquejaram, e antes que pudesse gritar, a escuridão me engoliu.
Acordei em casa.
Estava na minha cama, como se nada tivesse acontecido.
Corri até minha mãe, e ela me olhou como se eu estivesse louca. Disse que meu pai havia me encontrado desacordada na mansão. Camille havia contato que eu havia ido para lá sozinha — foi o que ela disse.
— Ele te trouxe de volta para casa — explicou, tranquilamente. — Você estava abraçada a uma boneca.
Meu corpo ficou frio.
Eu travei. Minha mente se recusou a processar.
Passei dias tentando ignorar. Talvez… talvez tudo não passasse de um delírio. Talvez eu realmente tivesse caído. Mas algo dentro de mim havia mudado.
As vozes começaram.
Sussurravam coisas horríveis em minha mente. "Mate-a. Rasgue cada membro."
Eu comecei a ver a boneca. Nos cantos da casa. Nos reflexos do espelho. De pé no escuro do meu quarto. Sempre ali. Sempre observando.
As noites se tornaram um tormento. Algo me vigiava na escuridão. Algo grande e disforme, de olhos vermelhos, me encarando enquanto eu tentava dormir.
Os arranhões apareceram primeiro. Depois os hematomas. Meu corpo começou a se transformar.
Meus pais diziam que eu estava ficando agressiva. Meus amigos se afastaram. E dentro de casa, as coisas começaram a sumir e se mover sozinhas. Objetos voavam sem explicação.
Minha mãe, desesperada, chamou um padre.
Quando o vi, senti uma raiva que não era minha. Eu queria matá-lo. Rasgá-lo. Devorar sua carne.
Mas me controlei.
Até ele começar a rezar.
A dor foi insuportável. Um grito gutural escapou da minha boca, e meu corpo se contorceu em espasmos. Eu desmaiei.
A Última Notícia
Um mês depois, uma tragédia abalou minha cidade.
JOVEM DE 17 ANOS ASSASSINA OS PRÓPRIOS PAIS EM CENA MACABRA
Vizinhos relatam comportamento estranho e visão aterrorizante antes da fuga da jovem
Barbacena, MG — Um crime brutal chocou os moradores do bairro Mogi na noite deste sábado. Maria Braga dos Santos, de 17 anos, é acusada de assassinar os próprios pais em um ato de violência sem explicação aparente. As vítimas, Vera Braga e João Santos, foram encontradas brutalmente mutiladas dentro de sua residência, com as cabeças arrancadas e dispostas ao lado de uma boneca de porcelana.
O crime veio à tona após uma vizinha, alarmada por gritos de desespero e sons incomuns vindos da casa, decidir investigar. O que encontrou foi um cenário digno de pesadelos.
— Sim, eu escutei os gritos da dona Vera pedindo socorro e piedade, e em seguida, alguns urros. Corri para tentar ajudar, mas era tarde demais. Quando olhei para a porta dos fundos, eu vi Maria correndo sobre quatro patas — relatou a testemunha, que preferiu não se identificar.
Ainda em choque, a mulher descreveu um momento aterrorizante ao cruzar o olhar com Maria.
— Ela olhou para mim, mas não parecia a doce menina que conhecíamos. Seus olhos estavam vermelhos, sangue escorria de sua boca, e havia várias cruzes invertidas riscadas pelo seu corpo — disse, fazendo o sinal da cruz repetidamente durante o depoimento.
A polícia foi acionada imediatamente, mas ao chegar à residência, Maria já havia desaparecido. Buscas foram iniciadas nos arredores, mas até o fechamento desta matéria, a jovem segue foragida.
A motivação do crime ainda é um mistério. Investigadores trabalham com diversas hipóteses, incluindo distúrbios psicológicos e até possíveis influências de práticas ocultistas, dado o simbolismo encontrado no local. A boneca, encontrada ao lado dos corpos, está sendo analisada pelas autoridades.
Moradores da região, aterrorizados, relatam que a família nunca demonstrou qualquer comportamento suspeito antes do ocorrido.
— Eles eram um casal tranquilo, sempre cumprimentavam a gente. A Maria era uma menina normal… isso não faz sentido! — disse uma vizinha entre lágrimas.
A polícia pede para que qualquer informação sobre o paradeiro de Maria seja imediatamente reportada às autoridades. Enquanto isso, o caso segue envolto em mistério e horror.
Mas uma pergunta permanece sem resposta.
E quanto a Maria?
Nunca mais foi vista. Seu paradeiro permanece um mistério.
Alguns acreditam que fugiu para longe, escondendo-se do mundo. Outros sussurram que ela nunca saiu da cidade, que algo a tomou naquela noite e que, de alguma forma, ela ainda está aqui.
Às vezes, em noites silenciosas, moradores afirmam ouvir risadas infantis ecoando pelas ruas vazias. Objetos desaparecem. Portas se abrem sozinhas. E aqueles que se aventuram perto da antiga casa da família Braga juram sentir algo os observando na escuridão.
Maria nunca foi encontrada. Mas talvez... ela nunca tenha ido embora.

FIM.

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