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Capítulo 12- Mortos Vivos

"Você também morreu e sobreviveu, não é Helena?"


Floresta da divisa de Grinvield e Glastonbury

Do que somos formados exatamente? De carne e osso, de alma e corpo, de razão e coração, de abertura e isolamento, de sorrisos e lágrimas, de paixão e emoção? Ou de cicatrizes, de traumas, de sofrimento, de escuridão, e de nenhum sequer conhecimento pessoal? E se da noite para o dia em um piscar de olhos você não soubesse mais quem você é, o que eu você faz, ou qual o seu propósito. O que, e pelo o que, você seria capaz de fazer e lutar para resgatar seu eu de volta?

Se desconhecer era algo que para todos os habitantes das cidades de Grinvield e Glastonbury não passava de algo recorrente, mais do que simples, insignificativo, que em pouco tempo já conseguiriam se encontrar de novo. Mas dentre esses habitantes, estava Helena Smith, uma garota inocente, que diferente dos outros, nunca conhecera o lado ruim da vida, sempre se conheceu, mas agora da noite para o dia, não sabia mais quem era.

Helena levantou a cabeça arrumando o cabelo longo, e com a voz baixa respondeu.

-Helena.

Suspirou dando uma pausa.

-Me chamo Helena Smith.

Á sua frente quase ao seu lado estava Eric Morwood, que parecia querer demonstrar calma, mas pelo contrário estava abafado e assustado. Atrás Thomas Evan, Esther Morwood e o menino Liv com as mãos erguidas, aparentando estar se prevenindo de algo ou apenas realizando um reflexo de preocupação.

-O que faz aqui parada? E que... -Eric a olhou estranho. -Você está molhada, precisa de ajuda?

-Vocês... vocês também a veem? -Esther perguntou levantando da terra.

-Sim! -Thomas disse a ajudando.

Esther se curvou para o lado e defrontou-se com Liv de mãos erguidas.

-Ei! -Esther o tocou. -Tá tudo bem!

Liv abaixou as mãos e caminhou até o lado de Esther. O afeto maternal era algo necessário e imprescindível para Liv, principalmente depois da noite traumática que passou na floresta.

-Moça? -Eric insistiu depois de ser ignorado.

-Não... digo, estou bem!

-Helena Smith né?

-Sim.

-Quer que a levamos para casa? Meu carro está no fim da floresta.

-Tá de sacanagem né? -Esther riu com um carisma debochado.

-Ela precisa de ajuda Esther!

-Eu não...

-E o cara que você deixou para trás? Han? O cara não, Tyler Krost a porra do seu recepcionista. Não precisa de ajuda?

-Esther, pelo amor de Deus, aqui não! -Eric disse com agressividade na voz.

-Vai se foder Eric, você não passa de um hipócrita do caralho! -Esther disse quase gritando, logo após começou a correr para o fim da floresta.

-Eu a acompanho! -Thomas disse a seguindo, levando Liv de mãos dadas consigo.

-Me desculpe por isso. Ela é minha irmã. Sobre o que ela disse em relação ao "cara" ... -Eric fez sinais de aspas com os dedos. -Bom, ela anda meio louca, não sabe o que está falando!

-Tudo bem. Mas não preciso de ajuda, estou bem! Obrigada.

-Onde você mora? Posso te levar!

-Bom... não tenho para onde ir, mas..., mas vou dar um jeito! -Helena tentou disfarçar um sorriso.

-O que? Tem certeza? Eu moro em um hotel, uma mansão enorme, temos vários quartos se quiser.

-Não quero causar problemas!

-Você não vai!

O histórico de ajuda de Eric Morwood na última semana já havia passado do seu próprio recorde. Eric sempre foi de ajudar os outros, e sempre se sentiu bem fazendo isso. Primeiro um jornalista estagiário acidentado, segundo um menino de um olho só capaz de mover coisas pela mente, e agora uma mulher de cabelos ondulados molhada e sem nenhum lugar para ir, era como se a cidade estivesse o oferecendo clientes, mas clientes que não pagariam a hospedia.

-Não sei... -Helena relaxou o corpo.

-O que aconteceu com você?

-É uma longa história.

-Por que não me conta enquanto vamos ao hotel? -Eric estendeu a mão.

-Como eu disse, não sei.

-Uma noite, essa noite, e você vai embora.

Helena ficou calada demonstrando estar pensando.

-Tudo bem.

-Obrigado! -Eric sorriu. -Então, como ficou assim? De onde você é? E por que não tem pra onde ir?

-Eu...

-Desculpa pela quantidade de perguntas.

-Não tem problema! Bom eu...

Helena teria que mentir. Nunca vira aquele homem na sua vida, mesmo frequentando tanto Grinvield na época do colegial. Nos últimos dias passara o pior momento de sua vida, contando com cada segundo que ela passou depois do acidente que matou seu pai, e a transformou em uma pessoa diferente das outras.

Agora, depois de tudo que tinha passado, ela tinha que criar alguma mentira rapidamente para distrair o homem elegante e aparentemente milionário que estava em sua frente. Helena fechou os olhos por um instante e imaginou vários cenários.

O primeiro era mentir sua idade e dizer que era uma estudante que estava fazendo intercâmbio em Grinvield, e deixou de pagar o aluguel da pensão universitária, mas não faria sentido estar molhada e machucada no meio da floresta à noite.

O segundo cenário era mais macabro, amedrontador, e poderia acarretar em sequências de boletins na polícia, que era criar uma história de vítima de um sequestro, que estava fugindo sem saber para onde ir, mas os sorrisos que acabara de abrir não coincidiriam com a história de uma menina que acabou de ser sequestrada.

Por fim, decidiu apenas distorcer um pouco a história real, retirando alguns fatos que pareciam imagináveis para alguém que não viu o que ela viu.

O que Helena não sabia era que Eric pensava a mesma coisa. Eric também tinha visto e sentido coisas que jamais alguém acreditaria, desde um menino de um olho enfaixado mover coisas com a mente e um cadáver de um policial no seu próprio armário, até uma casa abandonada ter desaparecido na sua frente em segundos.

-Helena? -Eric disse, notando como ela se perdia em pensamentos tão facilmente.

-Eu... eu sofri um acidente. Perdi meu pai. Fui internada em um hospital. E fui incriminada injustamente de ter causado o acidente... então decidi fugir, e aqui estou. Não posso voltar pois vão me encontrar. -Helena engoliu seco. Teria sido aquela uma boa desculpa? Inicialmente para ela a resposta era sim, com certeza, mas depois de segundos pensando, a ficha caiu. Ela tinha acabado de se deduzir como uma criminosa fugitiva, aliás todo criminoso mente que é inocente.

Eric ficou calado espantado.

-Olha... eu juro que não cometi nenhum crime! Eu só...

Helena se calou com um suspiro forte e duradouro. Os dois viraram o rosto rapidamente ao escutar um tiro vindo do final da floresta. Assustados, com as pernas trêmulas, correram até a estrada.

Chegando lá se depararam com Liv caído no chão espalhando sangue pelo asfalto.

Em um lado da estrada, entre a neblina, Esther estava entre os braços de um assaltante, sentindo um revólver em sua cabeça.

Thomas se encontrava com as mãos erguidas do outro lado da rua.

-Mas que... -Eric se aproximou em choque.

-NÃO SE MECHE CARALHO! -O assaltante gritou do outro lado. -Ou eu mato essa princesinha aqui. -Disse apertando a boca do revólver na orelha de Esther.

O assaltante era um homem de mais ou menos 30 anos. Sua aparência física não era capaz de perceber-se, visto que ele estava totalmente coberto de peças de roupas pretas, sendo um gorro de lã com furos nos olhos, uma jaqueta de couro escura, e uma calça preta longa desfiada. Em um dos bolsos da calça era capaz notar-se dois celulares de marca boa, provavelmente roubados.

-Ok... ok! -Eric abaixava as mãos demonstrando obedecer ao assaltante.

-O garotinho caolho ali tentou salvá-la e agora está queimando no inferno. Se você mexer a porra do seu pé um sequer passo, você e sua princesinha aqui vão fazer companhia para ele. -Sua voz era grossa e rígida.

-Eric...? -Thomas estava ainda de mãos erguidas tremendo, com os olhos arregalados e suando muito. -Ele... ele quer... ele quer o carro... Eric! -Mal conseguia falar.

-Você quer o carro? -Eric disse com leveza apontando para um dos dois carros estacionados.

Aquele local era perfeito para um assaltante ou qualquer outro criminoso cometer um crime. Um local vazio e deserto, de pouca movimentação e iluminação, coberto por uma neblina abrangente, em uma estreita estrada na entrada de uma floresta. A estrada seguia desde alguns metros atrás até a entrada da floresta ao lado do enorme rio que sempre acompanhava as cidades metros abaixo em um penhasco.

O assaltante desviou o olhar um instante para os carros e logo em seguida o voltou.

-Qual é o seu?

Eric nervoso apontou para o seu carro, percebendo o outro mal estacionado de Luna que Tyler usou para os seguir.

-Passa a chave. -O assaltante disse com firmeza.

Eric o ignorou.

-PASSA A PORRA DA CHAVE CARALHO!

Antes mesmo que Eric pudesse terminar de enfiar a mão no bolso da calça para pegar a chave, Helena o empurrou para o lado, descendo para o asfalto e estendendo as mãos em um movimento brusco.

Com leves movimentos dos dedos, ela circulava suas mãos no ar lentamente, formando um fluxo de circulações em direção ao assaltante. Em sequência, ela aumentava a força nas mãos, ainda as circulando. Seus olhos começaram a embranquecer, e em instantes estavam apagados, completamente brancos, sem pupila e sem íris.

Sem perceber e sem vontade própria, o assaltante soltou a arma no chão e jogou Esther para frente, deixando a cair no asfalto. Com passos curtos Helena se aproximava dele, ainda com as mãos erguidas. Sua expressão era de ódio, rancor. Com movimentos de um controlador de marionetes, ela controlou o homem, fazendo o andar de costas, passo por passo, até a beira do penhasco.

O homem não conseguia controlar seus movimentos, apenas sentia suas pernas se mexerem sem seu consentimento.

Quando ele chegou à beira, Helena concentrou ainda mais as mãos, e o controlando, o fez despencar do penhasco, caindo e colidindo no rio.

-Vai pro inferno! -Helena gritou, apontando os dois dedos do meio para o rio. Logo após, sentiu o corpo amolecer, caindo no chão, e desmaiando.

Atrás de Helena, Esther, Thomas e Eric estavam boquiabertos. Ao Esther se virar sua direção foi diretamente para o menino caído no chão, que pausadamente se mexia, levantando-se.

-LIV! -Esther correu até o garoto e o pegou nos braços, a sujando de sangue. Logo após o garoto adormeceu em seu colo.

-Ele sobreviveu?

Thomas se aproximou.

Definitivamente aquela não era a situação que Thomas Evan esperava vivenciar ao decidir se hospedar em uma cidade para investigar um caso de crianças mortas sem olhos. O que escreveria no seu relatório que enviaria para seu chefe? Como contar aqueles acontecimentos para os poucos amigos que tinha fora da cidade? Thomas pensava repetidas vezes, mas não conseguia responder essas perguntas.

-Como... como?

Esther apoiou o corpo de Liv em seu pescoço e levantou a blusa colorida que vestia. A bala não chegou a perfurá-lo, mas mesmo assim causou ferimentos graves. Em um pequeno buraco na árvore que estava atrás dele, a bala se isolava.

-Precisamos levá-lo ao hospital.

-Mas que porra é essa? O que tá acontecendo? Eu... nada faz sentido! Nada! -Thomas começou a andar de um lado para o outro sem parar.

-Thomas, calma! -Eric se aproximou, enquanto largava todo o nervosismo que o consumiu.

-Calma? Caralho Eric calma? Você está me pedindo para ter calma? Você viu o que aquela mulher fez? ELA CONTROLOU, LITERALMENTE CONTROLOU AQUELE HOMEM! -Gritou Thomas se exaltando. -E O MENINO QUE VOCE ESTÁ MANTENDO EM CASA É A PORRA DE UM MOLEQUE INVENCÍVEL QUE MESMO LEVANDO UM TIRO CONTINUA VIVO!

-Thomas! -Esther o segurou ainda com Liv no colo. -Calma!

Thomas suspirou duas vezes profundamente, e se agachou no chão.

-Vamos levá-los para o hotel. -Eric disse. -Thomas, me ajude a carregá-la até o carro.

Thomas continuou agachado, em choque, abalado. Tentava concentrar a respiração, mas seu ritmo de caos interior era mais dominante.

-Thomas! -Eric insistiu.

Ele se levantou, com as pernas trêmulas e ajudou Eric a carregar Helena até o banco de trás do carro.

Na frente Eric dirigia, e ao seu lado Thomas tremia siderado ante à janela do carro. Nos bancos de trás Esther levava Liv sentado em seu colo, enquanto vigiava Helena deitada apagada ao seu lado.

A viagem de volta para o hotel foi silenciosa, enfadonha, em um completo estreito desagradável. Os ouvidos inquietantes dos que estavam do carro, quase explodiam de tanta adrenalina, principalmente destacado Thomas Evan, o jornalista estagiário que pensava que a vida fosse apenas composta de casos de homicídios e facções criminosas.

O carro entrou na propriedade da mansão e estacionou perto a porta principal. As luzes do hotel Morwood estavam todas acesas. O hotel estava no seu ápice de hóspedes. À frente da porta Luna os esperava.

-Onde vocês estavam? Sabe quantas horas estou preocupada? -Luna disse correndo em direção ao carro.

-Já voltamos, está tudo bem.

Da porta de trás Esther saiu com Liv nos braços.

-O que aconteceu com ele? -Luna engoliu seco. -Por... por que ele está sangrando?

-Ele está bem.

-Tem certeza?

-Sim, e se não estiver vai ficar.

-Vocês viram o Tyler? Ele foi atrás de vocês, eu tentei pará-lo, mas não bastou. Estou ligando diversas vezes, mas ele não atende.

Todos ficaram calados.

-Vocês o viram?

-Não, não o vimos. -Eric disse saindo do carro.

-Ah merda! Puta merda Tyler. -Luna andou de um lado para outro.

-Escuta... Luna, preciso que verifique o salão e o corredor ao lado do refeitório, garanta que ninguém esteja lá. -Eric disse abrindo a porta de trás onde Helena estava.

-Por que?

-Precisamos levá-la para um quarto. -Eric apontou.

-Mas, o que? Quem é ela?

-Achamos ela na estrada.

-Oh pelo amor Eric Morwood! E você a conhece?

-Sim. Uma antiga amiga, Helena Smith.

-Você e sua mania de trazer pessoas desconhecidas para casa, primeiro esse daí... -Luna apontou para Thomas. -Depois o moleque de um olho, e agora uma mulher de vestido molhado! Tenha piedade de mim para trabalhar nesse hotel um turno sequer!

-Pode fazer o que pedi?

-Sim senhor! -Luna bufou. Em seguida seguiu para o jardim esquerdo da mansão e foi até o fim da propriedade nos fundos, onde ficava a estufa, e na porta de vidro de trás verificou cada corredor até o quarto mais próximo. Ninguém estava ali.

Em um dos quartos de cima, Gorven Pugy afiava uma faca em seus dentes, sem medo de se machucar. Pensava mais uma vez onde poderia ter deixado o livro importante do ritual, mas logo o pensamento passava e era substituído pela irmã desaparecida. Teria que decidir entre seguir sua missão como parte do ritual de matar o menino, Liv, ou abandonar o hotel e procurar sua irmã. Mas sabia que isso custaria sua vida. Deitou na cama aconchegante e desviou o olhar para a janela.

Em um breve segundo uma mão encostou na janela de vidro, e logo depois outra. Gorven rapidamente pulou da cama e se armou com a faca afiada.

-Olá Pugy! Como vai?

Hydra Witchlock estava do outro lado da janela, pendurada, se apoiando no metal protetor. Gorven deixou a faca na cama e abriu a janela.

-Que merda você está fazendo aqui?

Hydra entrou com uma pose de modelo, e desfilou até a cama. Deitou subindo as pernas, as movimentando, como uma dança sensual.

-Vim fazer o seu trabalho idiota! -Hydra gargalhou. -Quarto luxuoso, não é? Te pagaram quanto para se hospedar aqui?

-O que você quer?

-Te demos uma função, Gorven, uma simples missão, matar a porra do menino. E sabe o que você fez? Exatamente, nada! Você não tem noção do quanto aquele garoto é forte caralho. Sabia que ele quase matou um dos nossos? Os milionários daqui estão usando-o como arma. E sua missão, sua simples missão, falhou. Vim fazer seu trabalho!

-Eu... eu ia matá-lo.

-Ia! Agora nós vamos. Vim para agilizar isso logo. Apareceram mais problemas.

-O que aconteceu?

-A Helena fugiu.

-Puta merda!

-Mas ela vai voltar... eu sei que vai. -Hydra levantou. -Enfim, quero fazer isso o mais rápido possível. Sabe onde ele está?

-Não.

-Incompetente!

-Eu...

-Qual é Pugy! Me poupe de gastar saliva com um inútil como você!

Hydra foi até a porta e abriu.

-Não vai vim idiota?

Gorven ficou paralisado.

-Você é mesmo um inútil medroso como todos dizem! Só precisava confirmar! -Ela fechou a porta e saiu.

Thomas e Eric estavam carregando Helena pelos corredores do primeiro andar.

-Aqui, vira à direita. -Eric liderou.

Os dois entraram em um quarto pequeno de hóspedes e a deixaram em um colchão.

-Obrigado.

-De nada.

-Ei! Não se preocupe, vi que ficou bem abalado lá na floresta. -Eric sussurrou acariciando o cabelo de Thomas.

-Estou melhor, obrigado.

-Que bom, fico feliz! -Eric abriu um sorriso.

Antes que Thomas retribuísse o sorriso, Eric virou a cara para o lado. Helena estava se mexendo.

-Helena? -Eric agachou.

-Onde estou? -Aos poucos, lentamente ela abria os olhos.

-Te trouxe para minha casa.

-O que? Eu disse que não precisava de ajuda.

-Você não está fugindo da polícia, está?

Helena se sentou.

-Não.

-Está fugindo dos vendados, não é?

-Como os conhece?

-O garoto que foi baleado, ele também está fugindo deles.

-Ele sobreviveu ao tiro?

-Sim. Ele morreu, e ressuscitou. Você também, não é?

A porta de madeira rangeu, e Esther entrou no quarto.

-Deixei o Liv dormindo. Oh... ela acordou!

-Você também morreu e sobreviveu, não é Helena? -Eric a encarou.

-Eu quero ir embora. -Helena levantou e foi em direção a porta, mas foi impedida por Eric.

-Você também morreu? -Eric a encarou novamente, dessa vez mais profundamente, com um olhar fixo.

-Sim. -Helena sussurrou. -Sim!

-Precisamos da sua ajuda. Temos uma criança para proteger e não sabemos do que estamos fugindo ou tentando impedir, apenas coisa inacreditáveis que parecem ser imagináveis acontecem, por favor... nos ajude se sabe de alguma coisa! Você disse que não tinha para onde ir, fique aqui conosco!

-Eu... não sei...

-Olha, nós vimos o que você fez. O menino também pode realizar esse tipo de "poder".

-Um sentido. -Helena afirmou. -Um sexto sentido.

-Sexto sentido?

-Sim... existe uma explicação para isso.

-Qual?

-Eles, os homens vendados, participam de um ritual. Um ritual bizarro. Eles dizem que Grinvield e Glastonbury possuem uma força sobrenatural que as compõe a séculos. Mas essa força foi protegida e aprisionada. Eles, os vendados, a libertou. -Helena andou até um móvel empoeirado, e pressionou o dedo indicador na poeira. -Existem três dimensões nas cidades. A que vivemos é a primeira. -Desenhou um círculo. -A segunda é composta de tudo aquilo que já aconteceu na primeira dimensão, uma espécie de passado, de coisas repetidas, ciclos intermináveis. -Desenhou outro círculo ao lado do primeiro. -E a terceira dimensão... é um mistério... eles a chamam de passagem dos mortos. Seria um lugar onde habitam todos aqueles que morreram em Grinvield ou em Glastonbury. Um lugar escuro, amedrontador, onde habitam essas forças. -Desenhou um terceiro círculo encima dos outros dois. -No centro das três dimensões existe um portal, que é a sela da terceira dimensão. Os vendados o abriram.

-Espera... o Liv falava sobre esse portal. Ele os viu abrindo. -Esther disse.

-Ele fica dentro da floresta, não sei onde. Não é visível ao olho nu. Para enxergá-lo a pessoa precisa estar com os olhos tapados, enxergando nada do mundo exterior.

-Por isso eles usam vendas? -Eric indagou.

-Sim. E também por que nessa terceira dimensão, tudo é escuro, e para enxergar lá dentro, apenas com os olhos vendados. Eles chamam os nossos olhos de olhos puros, e quando os vendam, chamam de olhos cegos.

-Eu vi uma sombra, não consigo dizer bem o que é, mas voava, e sorria. Você acha que veio de lá? -Thomas disse, ainda sem acreditar no que estava vivendo.

-Não sei. Pode ser que sim.

-Como sabe disso tudo?

-Minha namorada... minha ex-namorada, participa do ritual. E também fiquei presa durante uma semana com eles.

-Sinto muito! Parecem ser pessoas horríveis. Por isso não consigo parar de pensar no Tyler. -Esther disse com a voz baixa.

-Ele está com eles?

-Sim.

-Qual o intuito deles? Por que matar crianças? -Thomas perguntou.

-Não sei o que querem. Escutei pouca coisa do que falavam enquanto estive na casa.

-Casa? Uma destruída e lacrada?

-Sim

-Então lá que eles mantêm as pessoas que prendem? -Esther perguntou já construindo um plano de resgate em sua mente.

-Não sei ao certo. Mas sei que me mantiveram.

-O que explica esses sentidos? -Thomas perguntou. -O Liv consegue mover qualquer coisa com a mente, e você aparentemente consegue controlar pessoas, certo?

-Também não sei ao certo, a pouco tempo que conseguiram descobrir.

-Então o que os explica? Por que vocês? O cara que nos atacou, nos paralisando e adormecendo, por que ele? O que faz vocês serem diferentes?

-Eu não sei! Mas percebi que todos tem uma ligação. Todos morreram pelo menos uma vez.

Thomas ergueu os braços por trás da cabeça.

-Que merda está acontecendo.

-Fechando o portal, essas forças ficariam presas novamente? -Esther perguntou.

-Acredito que sim.

-E vocês perderiam esses sentidos?

-Sim.

-Então fechando o portal o que quer que eles queiram fazer, irá ser interrompido?

-Sim.

-Como o fecha?

-Não sei.

-Puta que pariu.

-Precisamos descobrir o que eles querem. -Eric sugeriu. -O Liv corre perigo, ele é só uma criança. Você sabe quantos são aproximadamente?

-Não.

Thomas se agachou, com uma expressão confusa.

-E as crianças? Por que estavam sem seus olhos? Por que cortaram um dos dois do Liv?

-Não sei.

-Helena... por quê te prenderam?

-Em um acidente, eu morri... e depois de dias comecei a perceber esse sexto sentido, eu mandava alguém fazer alguma coisa, e ela obedecia, estranhamente, sem falar nada, como um robô! Contei para Hydra, minha namorada, ex-namorada, mas... -Helena começou a chorar. -Ela contou para o ritual! Naquele dia não os conhecia ainda. E então me aprisionaram e me torturam, fazendo testes em mim, durante uma semana, por isso escutei conversarem sobre essas coisas. E então consegui fugir pelo rio, passando pela floresta.

-Que tal você tomar um banho? Vestir uma roupa melhor, e jantamos juntos? Depois conversamos mais detalhadamente, você parece exausta! -Eric sorriu.

-Ok.

Esther segurou uma das mãos de Helena

-Eu te levo lá. Você vai amar minhas roupas!

Helena acompanhou Esther e as duas saíram do quarto.

-E então o que gosta de vestir? -Esther perguntou enquanto caminhavam.

-Peças básicas, me dê as piores que tiver, não ligo.

-Não faria isso!

As duas subiram os degraus da escada até o segundo andar e se direcionaram até os corredores.

-Você foi corajosa, nos defendendo lá na floresta. Obrigada!

-De nada. -Helena fez um gesto gentil.

Viraram uma esquina do corredor. Helena sentiu um impacto na barriga. Esther, com um movimento forte, parou Helena.

-Quem é você?

Á frente delas estava Hydra, tentando arrombar a porta de um dos quartos, o que Liv estava.

-Quem é você porra? -Esther gritou.

-Esther... se afasta.

Helena a empurrou para a parede e estendeu as mãos.

-Helena! Calma... eu... calma! -Hydra se virou com rapidez.

Como da última vez, ela pressionou as mãos fazendo movimentos curvos, e sem perceber Hydra estava caminhando em direção a janela de vidro no final do corredor.

-Helena quem é ela?

Ela a ignorou.

-HELENA!

Hydra foi empurrada até a janela.

-VOCÊ VAI DERRUBÁ-LÁ!

-Essa é minha intenção. -Helena disse com firmeza.

Hydra sentiu muita força contra seu corpo, como se estivesse sendo pressionada por uma placa de 190 quilos.

Com bastante dificuldade ela tentava ao menos sussurrar.

-Eu... eu... te amo...

-Eu te amava!

Helena forçou pela última vez as mãos e a empurrou do segundo andar, quebrando a janela, e a fazendo cair no jardim.

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