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OLHOS AZUIS (parte 1)

O aparelho tecnológico indica o horário, 01h23min, todavia não é a primeira coisa notada na pequena tela. Os dígitos idlaH surgem como um fantasma que assombra e faz a espinha de Howard Williams vibrar igual aquele em suas mãos trêmulas. Em seguida, um radar azulado os substitui ao tomar o visor por completo, e sua seta convicta aponta na direção da escola. O jovem não reproduz nada além de gaguejos inaudíveis, pois a mente não consegue formular pensamentos expressáveis senão com seu semblante de confusão.

“Viver é um enigma sem resposta certa. A dádiva da dúvida, ou a dureza da certeza? Otimismo ou pessimismo? Expectativa ou realidade? Conto de fadas ou filme de terror?”

— Não é possível... — O comentário do moço diminui gradativamente de volume, ainda mantendo seus incomuns olhos azuis fixos no celular. A surpresa em sua face não apresenta detalhes suficientes para discernir se é causada por algo bom ou ruim.

— O que houve? — indaga a mais velha, tendo o topo da cabeça careca refletindo a luz da lua. O aparelho é mostrado a Mandy e Brian de forma lenta enquanto tremula na mão do menor.

— Stephan Golding. — O Lewis pronunciar o nome serve como uma deixa para Howard recolher o telefone para si e mirar sua visão nas de seus amigos.

— Eu preciso ir — declara no tom de uma triste despedida, o mesmo que tanto usaram nesta noite.

— Mas você está ferido e pode estar... correndo perigo. — A Morrissette contrapõe sem demora, fazendo uma receosa menção a nova tonalidade das íris dele. — Lá dentro ainda tem muitos zublyes, não entendemos o que acabou de ocorrer e nem sabemos se o seu namorado está realmente vivo.

O que parece soar semelhante ao extremo pessimismo, vindo da moça com câncer, o jovem entende como uma exagerada quantidade de prudência.

— Não sinto mais medo algum deles, sei que agora não podem me machucar. — O Williams apresenta convicção. — Tudo é imprevisível, Stephan pode estar tanto vivo quanto morto, porém não posso simplesmente ignorar isto.

— Então nós vamos com você. — Ao declarar, Brian toma para si a atenção que antes se voltava ao celular exibido outra vez pelo mais novo.

— Não posso permitir que faça isso novamente, vocês não estariam seguros. — Esperando que não haja uma despedida ali, o moço dá dois passos lentos para trás enquanto nega com a cabeça. — Busquem ajuda ou me esperem aqui. Prometo que não vou demorar.

— Espera, e a sua perna? — A senhorita interroga preocupada.

— O sangramento parou e nem está mais doendo. — Mesmo mancando, caminha de costas, então, com um sorriso singelo, despede-se. Volvendo-se de súbito ao sentido oposto, Howard acelera seu caminhar na direção da entrada.

HW: Plausível ledor, antes de prosseguir, possuo algo a revelar. Nunca gostei muito dos filmes de terror, não por ter medo ou algo do tipo, somente porque muitos deles são construídos com personagens ligeiramente... burros. Nunca fazem o que um humano normal faria. Quem age com calmaria diante de horrores? Alguém se disporia a estar onde pessoas morreram? Quem se colocaria contra a morte? Alguém corre no sentido errado quando precisa fugir? Quem iria em direção ao perigo?

Minha revelação é que, após tanto fazer estas perguntas, finalmente encontrei suas respostas em um contraponto e em questões contrárias. Humanos normais não fariam o mesmo porque nunca estiveram num filme de terror. Quem está acostumado com cenários ruins? Alguém já precisou viver numa habitação de fantasmas? Quem é totalmente isento ao medo da morte? Alguém não comete erros? Quem não possui motivações desconhecidas?

Talvez, apenas quem possui uma vida de terror pode compreender estes personagens por completo. Digo isto, pois a empatia me fez entender o lado deles... No entanto, alguns continuam sendo burros.

Antes de adentrar o prédio em caos, Howard constata as luzes, outra vez, ligadas. Posteriormente, atravessa a entrada e logo encara os três zublyes que os atacaram há pouco. Estes rangem os dentes como feras raivosas, porém aguardam parados semelhantes a servos obedientes.

— Afastem-se — ordena autoritário ao dar um passo à frente, os infectados, todavia, não o obedecem como esperado pelo menor. Compreendendo a situação, o jovem aquece sua voz com fúria, então torna a bradar: — Afastem-se!

Com irrefutável contragosto, todos eles se colocam de lado, liberando a passagem do pequeno Williams, o qual ergue a cabeça coroada pelo cabelo preto bagunçado e segue na direção da porta de acesso ao corredor. No entanto, antes que resolva enfrentar qualquer coisa que venha em seguida, convoca aqueles que o obedecem sem reclames. Retira-se da secretaria, agora tendo três escoltas que rosnam às suas costas.

Sua presença é instantaneamente percebida por todos os zublyes que perambulam espalhados pelo corredor bem iluminado, não mais que dez. De modo sincronizado, os adolescentes transformados estacionam como gárgulas vivas e dão atenção ao quarteto que se aproxima sem medo aparente.

— Siga-me — comanda como um general ao jovem mais perto entre os que se pode avistar ali. Após ponderar suas possíveis escolhas, o contaminado resolve obedecer a imponência que o moço emana. Desta mesma maneira, Howard cursa o corredor enquanto congrega todos os zublyes no caminho direcionado pelo programa em seu celular. Não demora em chegar à encruzilhada e também conseguir autoridade sobre o Olímpico que guarda a saída.

No sentido oposto da entrada principal da escola, seguindo o corredor repleto de armários vermelhos, um grande grupo de jovens eufóricos tumultua o caminho. O odor ferroso não incomoda como antes, mesmo parecendo mais denso. Os rosnados causam menos arrepios e calafrios, talvez por ter acostumado. A aparência violenta deles também parece ter se tornado menos assustadora, embora estejam banhados ainda mais em sangue.

“Nem sempre precisamos mudar as coisas, às vezes, é necessário transformar somente o jeito como as enxergamos... Contudo, um edifício cheio de zumbis não faz parte destas.”

O ofegante Williams suspira coragem, então caminha na direção do aglomerado raivoso que já o constata sem tardar. Os mais à frente parecem se prontificar para uma guerra, sentindo a presença ameaçadora que se avizinha, entretanto não ousam avançar, permanecendo inquietos sem sair do lugar.

Seguido por doze pares de olhos azuis, o garoto com 18 anos encurta a distância entre ele e o agrupamento até restarem menos de quatro metros os separando. Confere a tela do celular e, segundo o radar, aquilo que procura se encontra entre aqueles adolescentes ensanguentados.

Averiguando o aparelho em sua mão e também todos os semblantes hostis em volta, o rapaz continua a caminhar calmamente. Ao se aproximar demais, os primeiros jovens ferozes aparentam ver-se obrigados a afastar e abrir o caminho. Alguns também se juntam aos que o acompanham como seguidores fiéis. Em sua mente, Howard compara-se com o homem que apartou o mar, porém não consegue lembrar se foi Moisés ou Noé. Não que acredite.

Antes que recorde desta informação, seu avanço é empacado por alguém que se apresenta contra a vontade do moço. Íris azuladas, cabelo escuro bagunçado, arfando, rosnando e salivando ainda mais sangue desde a última ocasião que o encarou. Um de seus piores pesadelos antes desta noite, Josh Gray. A surpresa em encontrá-lo não o assusta desta vez, todavia serve como gatilho para todo seu rancor e fúria.

— Eu não sinto medo de você, não mais... — A afirmação ofensiva do pequeno Williams convém como uma confissão direcionada a ele mesmo, pois enquanto presume que não será compreendido por terceiros, confirma a si sua própria coragem. Ainda assim, vê-se temeroso a fértil possibilidade desta ocasião ser uma cilada do rapaz à sua frente, incluindo o chamado do idlaH, afinal, tudo começou com seus inofensivos cupcakes azuis.

— Howard? — A voz ineditamente rouca não esconde a entonação que antes possuía, permitindo ser identificado o dono da fala. Uma mão ensanguentada pousa no ombro caído de Josh, surgindo de sua retaguarda, e o afasta para o lado com benevolência. — Howard...

— Stephan. — O coração acelera igual as lágrimas que brotam nos olhos azuis, reação que parece sincronizada pelos dois jovens. Um choque os atinge pela imagem que veem. A cor das íris, o corpo machucado e coberto pela tinta escarlate, o semblante distante da costumeira afeição, a voz... Nada é como antes, todavia sentem ainda mais desejo um pelo outro. — Achei que tinha te perdido!

Aos prantos, os dois se abraçam de súbito. De seus sentidos, a visão se torna a menos importante, por isto Howard fecha os olhos e tudo em volta desaparece, restando somente ele e o seu amor. A audição ignora os rosnados curiosos, e seu olfato não repugna mais o odor que se impregnou ali. O tato toma as rédeas da vontade deles. O toque. Sentir o corpo do outro é a certeza de estarem unidos uma vez mais.

A cobiça é intensificada, com isto, o abraço se torna feroz. Os músculos começam a doer, os nervos a arder, e os ossos a ranger. O desejo aumenta tanto que a dor sentida se transforma em apenas mais uma confirmação da paixão.

— Espera... — O pequeno Williams finalmente compreende o castigo ao qual seu corpo é sujeito, sendo esmagado aos poucos, no entanto o murmúrio sufocado não é ouvido pelo Golding. Com os olhos abertos, retorna à sanidade, a qual parecia ter perdido por um instante. — Espera!

Ao exclamar, o esforço do menor consegue criar a distância mínima de um metro entre os dois. Receio surge em seus semblantes confusos, como se estivessem libertos de um transe, enfim. O loiro arrisca um passo à frente, porém o outro reage com um para trás e indica com as mãos a calma que deseja transmitir, mesmo não sentindo esta também.

— Nós estamos diferentes — alega mirando as íris de seu amado. — Esse negócio nos mudou também...

— Não me vejo muito diferente assim, mas você... — Stephan aponta o rosto de Howard, o qual recorda do próprio reflexo avistado no celular, a mesma imagem que pode ver neste momento ao seu redor; olhos azuis. — O que aconteceu com você?

Comigo? — questiona-se num sussurro enquanto estranha a personalidade do rapaz. É inegável a mudança. — Fui mordido... Mas eu e meus amigos achamos que quem possui algum tipo de doença se torna imune a isso... Então, eu te pergunto..., o que houve com você?

Após escutar o esclarecimento, o jovem atlético começa tremer e suar mais que o normal, parece sofrer com vertigem quando pousa as mãos na cabeça. Seu namorado se aproxima, todavia não consegue compreender a situação. Sentindo a tensão, todos os zublyes se agitam e rosnam ainda mais alto. O caos interno transita ao externo.

— Tudo começou seis meses atrás, quando suas fotos falsas foram espalhadas! — O Berseker comenta sem explicação em um tom choroso e desesperado, gerando mais dúvida.

— Como assim? Não estou entendendo! — O Williams tenta segurar os braços dele, buscando abrandá-lo, da mesma forma, seus pulsos também são agarrados pelo outro. Encaram-se com atenção dentre a confusão, sendo notadas as lágrimas que escorrem no rosto do maior.

— Eu contei aos meus pais sobre minha sexualidade, e os dois me obrigaram a esconder isso de todos, como se eu fosse algum erro! É isto que eles fazem, escondem os erros deles — conta aos prantos. Seu pai é o prefeito, desta maneira, não é tão difícil imaginar a máscara que possui. — Eu quis morrer! Não queria mais viver uma mentira, mas não tive coragem pra fazer isso...

— Está tudo bem agora. — Howard declara com meiguice, abraçando o moço exasperado, contudo não poderia dizer que entendeu seu depoimento.

— Isso aconteceu na mesma época das suas montagens. Quando vi sua situação, percebi em você a possibilidade de não tentar o suicídio... — O jogador cessa a fala receosa. O Zumbi de cabelo preto sente o coração acelerado dele, então o liberta do abraço ao demonstrar incompreensão. — Eu cogitei que sua doença poderia ser minha salvação.

— Então...! — O mais novo se afasta outra vez, sentindo-se no mínimo enganado. Certa raiva o preenche, no entanto mantém a impassibilidade em seu tom. — Você se aproximou de mim somente por causa do seu interesse no HIV? Como se eu fosse o quê? Uma arma biológica?!

— Eu queria morrer, e você se tornaria meu herói ao me dar um meio para isso! — exclama.

— Eu comecei a gostar de você e isso me tornaria o seu assassino! — rebate ainda mais alto.

— Também comecei a gostar de ti, foi desta maneira que se tornou meu herói! — Stephan grita e conquista o silêncio de todos, inclusive dos zublyes que se agitavam cada vez mais. Aproxima-se do namorado e toma suas palmas com carinho. — Você me salvou da morte com seu amor, é por isto que eu te amo.

A primeira vez que esta frase é proferida entre o casal, após meses de relação. O Williams vê-se chocado demais para repeti-la como resposta, assim, permanece com a boca aberta, sem acreditar.

— Antes de dizer me amar por vontade própria, ou que se sinta pressionado a fazer isso, preciso confessar algo. — O loiro enxuga as lágrimas e torna a segurar a mão do outro. — Nunca me senti tão bem em outros momentos senão nos que eu estava com você, porém voltar para casa era como acordar ou trocar sonhos por pesadelos. Meses atrás, meus pais decidiram me arranjar uma moça como esposa. Então percebi que não era tão forte quanto pensei. A morte se tornou uma opção outra vez...

— Então a nossa primeira vez... foi o seu “suicídio”? — indaga em tom baixo e oscilante, sem conseguir acreditar em suas próprias palavras. — Achei que tinha tomado as pílulas para não contrair o HIV. Disse que estava protegido.

— E-eu menti... e peço perdão por isso. Não as tomei, mas aquela foi a melhor noite de minha vida, por isso me arrependi no dia seguinte — metralha as palavras, assim como Howard sente seu coração metralhando o peito, e seus pensamentos metralharem o cérebro. — Não consegui te contar o que fiz e nunca me perdoei por isso... Há menos de uma semana, os sintomas começaram a aparecer...

“Enquanto olhamos para nosso próprio umbigo, somos cegos aos outros, no entanto, olhar demais para as necessidades deles nos faz deixar de enxergar as nossas. Quem sabe o segredo seja o equilíbrio, coisa que, infelizmente, não esbanjo.”

Por fim, o mais novo compreende com perfeição pelo que seu amado passou e está passando, afinal, é exatamente aquilo que ele sempre viveu e vive. Não se decide entre afirmar seu perdão diante da confissão, ou dizer que sente muito, ou até devolver o “eu te amo”. Nesta condição, somente o abraça para expressar tudo isto ao mesmo tempo. Desta vez, o gesto é carinhoso e sereno.

— Desculpe-me por não ter percebido pelo que você estava passando — sussurra no ouvido do musculoso, precisando se colocar na ponta dos pés para isso. — Eu te amo, meu Olhos Azuis.

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