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4. Pela rua


Com a mochila apoiada sobre um dos ombros, Vince corria por entre as pessoas na calçada. Cada choque de seus pés na calçada acompanhava a batida do seu coração sobressaltado. Tombou em uma senhora parada à espera do sinal verde.

— Desculpe! — apressou-se a dizer. Aborrecida, a mulher afastou-se ao atravessar a rua. Ele suspirou e pegou a mochila derrubada no chão com o encontrão.

— Quem é você? — A voz desafiadora, mas meiga, o paralisou. — Ei! Falo com você, o cara que me espiava na janela.

O coração de Vince parou, igualmente como sua respiração. Manteve-se de costas, engoliu em seco e apertou a alça da mochila. Fitou os pés como se precisasse negociar sua fuga com eles, e fracassara.

— Ei? Você é surdo?

A irritabilidade na voz dela contrastava com o modo doce de suas canções. Vince puxou o ar mais algumas vezes, estava encurralado. Afogado em um mar de vergonha, cabisbaixo, ele girou vagarosamente nos calcanhares.

Os olhos de Vince focaram-se no pé coberto por uma bota preta a bater impaciente no chão, e de modo incerto alcançou os braços cruzados sobre o peito de Isabela. Deu mais um suspiro desconfortável, até o último resquício de coragem lhe permitir encontrar o rosto dela.

Isabela o encarava de modo intrigado ao morder o lábio. Estranhamente, não havia medo ou repulsa naqueles olhos cor de mel como se esperaria na situação, apenas brilhavam com travessura.

— Não é certo espiar as pessoas em seus quartos — ela disse enquanto o analisava como uma professora a repreender o aluno. Vince abriu a boca, mas a fechou novamente, não havia palavra capaz de explicar seu comportamento. — Eu conheço você! — Ela estreitou o olhar ao colocar as mãos na cintura. — Tem assistido aos meus shows no bar todas as noites há dias, não é?

— Eu... sinto... — Engoliu em seco e desviou os olhos para a mochila pendente em suas mãos, enquanto as unhas raspavam o tecido. — Não queria parecer um... um, bem, um...

— Perseguidor? Tarado? Um fã? — Ela mordeu o lábio novamente, enquanto suprimia um risinho debochado. — Porque, cara, foi estranho.

— Desculpe. — Vince deu um passo para trás, considerando se agora suas pernas obedeceriam e ele poderia correr para longe. — Me perdoe pela maluquice.

Ela o observava de modo enigmático. Sentia-se um completo tolo, Vince virou-se e começou a andar pela calçada.

— Eu devia te dar uma lição para aprender a não espiar as pessoas! — gritou, sem raiva. Vince retornou surpreso com a autoconfiança na voz dela. — Mas te dou uma chance de ser normal e se apresentar.

— O quê?! — A indagação saiu num impulso de incompreensão pela reação dela.

— Sei reconhecer pessoas de bom coração. — Isabela se aproximou e estendeu a mão para cumprimentá-lo. Em seu rosto havia uma expressão de alguém a se divertir com a própria piada desconhecida aos outros. — Você pode ser esquisito, mas tem um bom coração.

— Você não pode saber isso. — Era estranho vê-la confiante quando ele próprio tinha suas dúvidas.

— Mas sei! — Ela sacudiu a mão à espera de ser cumprimentada. — Então, cara estranho, vai se apresentar ou não?

— Vince — ele respondeu ligeiro ao apertar-lhe a mão.

— Isabela. — Os lábios abriram-se em um sorriso enquanto ela o analisava com atenção. — O que fazia na minha casa? Queria um autógrafo?

— Não, eu... só... — Impaciente, ela cruzou os braços. Vince tomou fôlego. — Queria ver se estava bem. Ouvi que não ia cantar hoje.

— É! — A expressão dela se entristeceu ao cutucar o chão com a ponta da bota. — Eu não estou no clima para o público hoje.

— Aconteceu alguma coisa?

— Provavelmente. — Ela o encarou com as sobrancelhas erguidas ao dar fim ao assunto. Ele se sentiu um tolo por tentar forçar uma espécie de contato quando a situação era tão esquisita. Ia desculpar-se novamente. Ela sorriu ao interrompê-lo: — Apesar de bizarro, é fofo ter se preocupado.

— Fofo? — Ele ergueu as sobrancelhas, confuso.

— Tem razão, foi apenas bizarro. — Ela riu divertida ao jogar a cabeça para trás.

— Desculpe, eu nem sei explicar o que me levou a fazer isso. Eu sou um grande fã e...

— Ei! Esquece! — Ela olhou ao redor como se procurasse por algo. — Já que está aqui, podemos tomar um café?

— Um café? Bem... seria ótimo.

— Ali. — Ela apontou para uma cafeteria no fim do quarteirão. — É um bom lugar e o café não é dos piores.

Sem compreender a reação dela, Vince a acompanhou. Além do fascínio anteriormente existente, havia uma surpresa por ela aceitar a companhia dele e parecer tão relaxada. Ele não entendia como ela não estava assustada e menos ainda como uma criatura miúda podia o ter alcançado na corrida.

Sentaram-se em uma das mesas próximas à janela. Dominando a situação, Isabela pediu dois cappuccinos com chantilly, enquanto Vince mantinha-se calado na tentativa de organizar seus pensamentos e tentar causar uma melhor impressão do que o "tarado".

— Aqui parece uma boa cafeteria. — Ele soltou a primeira ideia neutra surgida em sua mente.

— Não é ruim. Eu venho aqui, às vezes, depois do show para repor as energias. — Ele acenou de acordo, olhando ao redor. Os olhos dela focaram-se nele. — Então, Vince, o que faz além de espiar janelas e passar a noite em bares?

A pergunta o pegou desprevenido. Tinha uma história fictícia montada para essas situações, contudo sua mente esqueceu-se assim que os olhos caramelos o fitaram à espera de respostas.

— É complicado. — Foi o que conseguiu dizer.

— Ok — ela comentou em um sussurro. A garçonete trouxe os cappuccinos e Isabela concentrou-se em adicionar açúcar ao seu. — Todos têm seus segredos.

— Alguns piores que outros — ele disse sem pensar ao olhar o líquido marrom claro em sua xícara. Ela ergueu os olhos de sua xícara e o observou. — Desculpe, estou agindo como um esquisito novamente.

Diante dela, Vince alcançou uma espécie de sinceridade descontrolada. Ela o confundia demasiado para ele conseguir se concentrar e criar suas mentiras habituais.

— Eu nem percebi — ironizou ao tomar um gole, e soltar um riso discreto. — Minha rotina de conversas com bêbados depois do show também não é lá muito normal. — Riu divertida. — Vejamos, sobre o que pessoas normais conversam? — Ela observou a janela como se procurasse a resposta. A reação dela o fez soltar um riso franco. — Já sei! Perguntam coisas gerais. Ah! Tipo, qual seu lugar preferido?

— Telhados — ele respondeu sem pensar e se arrependeu no mesmo instante.

— Telhados? Realmente, Vince! Você não tem nada de comum.

— Ora, gostar de telhados não é tão estranho — ele defendeu sua ideia, um pouco mais relaxado por ela parecer se divertir com suas excentricidades ao invés de fugir gritando. — É um lugar calmo, onde a cidade sempre parece bela com suas luzes e se aproxima das estrelas.

— Em suas palavras, os telhados parecem lugares perfeitos. — Ela apoiou os cotovelos na mesa com as mãos a amparar o queixo e fitou-o com olhos brilhantes. — Me mostra qual é o seu preferido?

— Agora?

— Por que não? Não tenho compromisso hoje, já que cancelei o show. E acredito que nem você.

Ela tinha razão, nenhum motivo os impedia. Embora soava insensato que ela se sentisse tão à vontade na presença de um desconhecido. Ela era completamente inconsequente, e neste momento ele agradecia a loucura dela.

— Então, vamos ou não?

Sem dar chance de ele responder, Isabela ergueu-se e o encarou com sobrancelhas erguidas. Vince colocou sobre a mesa o dinheiro para os dois cappuccinos, ao constatar que ela não parecia ter trazido nenhum.

Vince estivera em muitos telhados nesse último ano. Havia um localizado sobre um hotel desativado próximo ao porto de onde se podia ver o rio Guaíba e os navios irem e virem, que era perfeito para a ocasião.


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