❝ CAPITULO VINTE❞
vinte; Jiwoo e Sangwoo !

                                           SANGWOO ESTAVA PERDIDO em uma escuridão que nem o brilho do dinheiro poderia iluminar.

A dor da perda era mais real que qualquer valor em sua conta bancária, mais concreta que qualquer prêmio que ele tivesse conquistado.

Antes de dormir, sempre a via.

O dinheiro jamais mudaria o fato de que Su-min morreu nos braços dele. Ela foi sua vida, sua última chance de redenção, e ele a perdeu.

Sangwoo parou na porta, seu coração batendo forte, mas de uma forma diferente, como se tivesse parado de respirar por um instante. Ele olhou para a garotinha que brincava no tapete, com a franjinha delicada caindo sobre seus olhos.

Ela parecia a mãe dela.

A mesma doçura nos olhos, a mesma expressão concentrada enquanto brincava com os blocos. Mas era como se ela fosse uma versão menor, uma versão que ainda não tinha sido marcada pelas escolhas erradas.

Sangwoo entrou na sala, os passos hesitantes. Ele estava ali, mas sua mente estava longe.

Sangwoo se ajoelhou no tapete colorido, ficando na altura da garotinha. Seus olhos marejados encaravam Jiwoo, que o observava com curiosidade.

—————— Jiwoo...

Ela franziu a testa, os pequenos dedos ainda segurando um dos blocos de brinquedo. ————— Quem é você?

Sangwoo respirou fundo, tentando controlar a voz trêmula. Ele enfiou a mão no bolso do terno e tirou uma pequena caixinha preta. Ele a abriu devagar, revelando um colar delicado com um diamante no centro que brilhava sob a luz colorida da sala.

Jiwoo arregalou os olhos, encantada.

—————— Uau, é lindo!

Sangwoo engoliu em seco, suas palavras saindo com esforço. ————— É pra você.

Ela olhou para ele, confusa. ————— Pra mim? Por quê?

Sangwoo forçou um sorriso fraco, lutando contra as emoções que ameaçavam tomar conta.

—————— Porque eu fui até a lua pra buscar isso pra você.

Jiwoo olhou para Sangwoo com os olhos brilhando, tocando o colar que acabara de ganhar. Ela inclinou a cabeça, como se estivesse reunindo coragem para fazer a pergunta que queimava em sua mente.

—————— Você é o papai?

O coração de Sangwoo quase parou. Ele sentiu a garganta fechar, mas, ao encarar o olhar esperançoso de Jiwoo, ele não conseguiu mentir. Ele assentiu, as palavras saindo num fio.

—————— Sim... jiwoo.

Antes que ele pudesse dizer mais, Jiwoo deu um grito animado e pulou nos braços dele, o abraçando com toda a força que seu pequeno corpo permitia. Sangwoo ficou imóvel por um instante, como se o abraço dela fosse um choque que o despertasse.

—————— Eu sabia! ————— Jiwoo gritou, rindo alegremente. —————— Eu sabia que você ia voltar da lua pra me ver! A mamãe falou que você tava na lua, e eu esperei, esperei muito!

Sangwoo segurou o pequeno corpo dela, o coração se apertando com uma mistura de dor e amor. Ele acariciou os cabelos dela com cuidado.

—————— Desculpa ter demorado tanto... —————— ele murmurou, a voz falhando.

Jiwoo se afastou um pouco no abraço, olhando para Sangwoo com a inocência que só uma criança poderia ter.

—————— E onde tá a mamãe? Por que ela não veio com você?

Sangwoo respirou fundo, sentindo um aperto no peito que parecia insuportável. Ele segurou delicadamente o rostinho dela, forçando um sorriso enquanto os olhos marejavam.

—————— A mamãe foi pra lua, Jiwoo... um pouquinho.

Jiwoo inclinou a cabeça, confusa.————— Pra lua? Igual você? E quando ela volta?

A pergunta o atingiu como uma faca, mas ele manteve o tom calmo, tentando parecer o mais natural possível.

—————— Vai demorar um pouquinho, meu amor. A lua é muito grande... tem muita coisa pra ela fazer lá."

—————— Tá bom! Quando ela voltar, eu vou mostrar pra ela o presente lindo que você trouxe pra mim! —————— Jiwoo franziu o cenho, pensativa, mas logo sorriu, segurando o colar que ele havia dado.

Sangwoo assentiu, a garganta apertada demais para responder. Ele a puxou para outro abraço.

Ele nunca soubera lidar com amor, com responsabilidade. Mas talvez, apenas talvez, fosse isso que ele tivesse que aprender a fazer agora

( . . . )

Sangwoo caminhava lentamente por aquelas ruas, segurava a pequena Jiwoo no colo que olhava para todos os lados com os pequenos olhos curiosos.

—————— Sangwoo! ————— a mãe dele exclamou, com um sorriso largo no rosto ao vê-lo. —————— Quando você voltou de viagem, filho?

Sangwoo caminhou até ela, segurando Jiwoo firme no colo.

Os olhos da mãe de Sangwoo desceram para Jiwoo, que o olhava curiosa, aconchegada em seus braços.

————— E quem é essa garotinha? ————— ela perguntou, limpando as mãos no avental, sem tirar os olhos da criança.

Sangwoo sorriu de leve e virou Jiwoo em sua direção.

————— Jiwoo, por que você não dá oi para sua avó?

Jiwoo, animada, abriu um sorriso largo e acenou com a mãozinha.

————— Oi, vovó! ————— disse, com a voz doce.

A mãe de Sangwoo parou por um momento, piscando algumas vezes como se quisesse ter certeza do que acabara de ouvir.

—————— V-vovó? ———— gaguejou, olhando para Sangwoo e depois para Jiwoo. —————— Ela... ela é...?

—————— Jiwoo, por que você não vai ali, comprar um doce? ————— Sangwoo sugeriu, apontando para a pequena barraca de doces.

Jiwoo sorriu animada.

——————  Posso mesmo, papai?

—————— Pode sim. Eu te dou o dinheiro. —————— ele tirou uma nota do bolso e entregou à garota.

Quando ela estava longe o suficiente, a mãe de Sangwoo virou-se para ele, o rosto cheio de perguntas.

—————— Sangwoo... você é o pai dessa garota? —————— perguntou, tentando entender a situação.

Sangwoo assentiu, o olhar distante.

—————— Sim, mãe. Ela é minha filha.

—————— E... e a mãe dela? Onde está? ————— perguntou, hesitante.

Houve um momento de silêncio antes de Sangwoo responder, a voz pesada de tristeza.

—————— Ela morreu, mãe. E agora... agora sou eu quem vai cuidar da Jiwoo.

Os olhos da mãe de Sangwoo suavizaram, e ela deu um passo à frente, colocando a mão no braço do filho.

—————— Sangwoo... algo em você mudou. —————— ela o olhou com cuidado, como se tentasse enxergar através dele. ————— Eu não sei exatamente o quê, mas dá pra ver nos seus olhos...

Sangwoo apenas desviou o olhar, encarando Jiwoo do outro lado da rua enquanto ela escolhia um doce, rindo com o vendedor.

Pela primeira vez em muito tempo, ele sentiu que ainda podia haver algo pelo qual lutar.

( . . . )

————— Jogadora 031, acorde.

enganei vocês dnv.