Oh Dae-Su
— Dae-Su! — repito para o policial.
Estou sentado na sala de espera da delegacia. Há um pedaço de papel higiênico tampando minha narina esquerda para parar o sangramento devido ao soco. Estou inteiramente encharcado e meu corpo fede a saquê.
— Por que você estava assediando a esposa daquele senhor?
— Espera aí. — digo fazendo um gesto para o guarda e voltando para a mulher que sentava ao lado do meu companheiro de banco, ele me empurra para o outro lado quando debruço sobre ele parar falar com a moça e eu não tenho forças para insistir. Levanto do banco e o guarda imediatamente me manda sentar. Eu obedeço.
— Mas quem foi que eu assediei? — pergunto bravo. — Eu não assediei ninguém!
Levanto abrindo a braguilha.
— Eu preciso fazer xixi.
Os homens me colocam no banco novamente.
— Hoje é aniversário da minha filha. — digo tirando a foto do bolso. — Linda não? Ela está fazendo três anos.
— Sim, mas se sente aí.
— Eu comprei esse presente! — digo tirando asinhas de anjo da bolsa ao lado do banco.
— Sente-se aí! — repete o homem, bravo.
Eu visto as asinhas e jogo os ombros pra frente e pra trás para elas baterem.
Momentos depois estou no banco de cabeça abaixada ainda vestindo as asas.
— Ah, vai ficar tudo bem. Meu nome é Oh Dae-Su! Significa... significa conviver bem com as pessoas...Droga! Por que isso acontece hoje? ME DEIXA IR!!!
Mais tarde tem quatro adolescentes mau encarados sentados ao meu lado. Um deles esta sentado em cima do meu paletó. Eu tenho tirar devagar. Minha cabeça está começando a doer.
Estou no chão tentando atingir os guardas com as minhas pernas.
— Tirem as mãos de mim seus vermes! Nosso país é uma merda por culpa de vocês! Vocês arruinaram a Coreia!
Estou sem camisa algemado a parede atrás do banco, os guardas ofegantes me olham por detrás do vidro, sérios.
Estou vestido novamente. Meu melhor amigo Park Joo-Hwan está ao meu lado dizendo em voz alta, mais para os policiais do que para mim:
— Nunca mais eu vou te deixar beber e se meter em encrenca, viu Oh Dae-Su! — ele dá um sorriso amarelo. — Ele costuma ser uma boa pessoa. Desculpem o transtorno.
Ele se curva até a cabeça chegar na altura do quadril e permanece assim enquanto eu digo com uma voz arrastada:
— Obrigado policiais. Eu volto pra visitar vocês um dia.
— Não queremos que você volte! — diz um deles sério.
— Eu é que decido seus babacas! — faço um gesto feio e saio correndo deixando Joo-Hwan com seu sorriso e seu rosto vermelho.
Estou em uma cabine telefônica e é uma noite chuvosa na cidade. Park está do lado de fora com uma guarda chuva.
— Alô filhinha! Aqui é o papai! Eu comprei um presentinho pra você, eu to indo pra casa com um presente, tá bom? O Joo-Hwan quer falar com você.
Ele pega o telefone e me passa o guarda chuva. Após falar com minha filha percebo que ele está falando com a minha mulher.
— Sim, senhora. Eu sei que já está tarde, mas não foi minha culpa. Ele está aqui sim. Claro que sim.
Quando Joo-Hwan se vira, há apenas a bolsa com as asinhas de anjo no chão inundado.
— Oh Dae-Su! Oh Dae-Su!
Ele sai correndo pela chuva olhando para todos os lados desesperado.
— Cadê você Oh Dae-Su?!?!?!
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro