42 - Meus sentimentos
Enquanto abraçava Summer, pude ver Lola em uma janela do segundo andar da casa, nos olhando. Foi então que entendi a situação. Estávamos no orfanato! Summer iria visitar Lola. Mas por quê? O que havia de fato entre elas? Sei que pode ser paranoia minha, mas minha intuição diz que há muito mais aí do que é revelado. Talvez Lola seja a representação do que o bebê da amiga seria, em um futuro não muito distante. Talvez Summer tenha se apegado à garotinha imaginando como seria ser tia tão cedo. Talvez Summer a visse como uma irmã que nunca teria. Ou talvez a garotinha lhe lembrasse sua amiga de infância. Não sabia dizer o que era, mas tinha certeza que algo havia naquilo tudo. E eu descobriria!
Summer não pareceu adivinhar meus pensamentos. Continuou abraçada comigo, chorando como se não houvesse o amanhã. E a garotinha parecia satisfeita em ver o abraço, quase como se fosse a favor de um envolvimento real entre nós dois. E eu não pude deixar de pensar que queria a mesma coisa, só que não acredito que a garotinha pensasse tudo aquilo que eu pensava. Não posso me conter! Meus pensamentos tomam um caminho muito fantasioso! Enquanto a garotinha nos encarava com curiosidade, só podia pensar em meus sentimentos.
Eu tentava com todas as minhas forças, mas não conseguia manter nada para mim. Não conseguia suportar deixar aquilo em segredo. Não tinha emocional para algo dessa magnitude. Continuei naquele abraço pelo que me pareceu uma eternidade e, ao mesmo tempo, segundos. Era novo para mim. Era assustador! E, ao mesmo tempo, não era. Não creio que conseguirá entender, mas tentarei explicar da mesma forma. Apesar de estar assustado com tudo, tinha a impressão de que finalmente encontrara o que passara anos e anos tentando encontrar. Era como se eu tivesse esperado Summer toda a minha vida, mesmo que não fizesse muito sentido. Não havia muita razão naquele pensamento todo, mas se Lola não parecia preocupada com isso, eu não deveria me preocupar. Ainda mais depois do que acabara de acontecer. Ela tentara me dizer que estava tudo bem, para me impedir de fazer mais perguntas. O azar dela é que consigo ver refletido em seus olhos tudo o que tenta esconder. Eles são como diamantes. Ou como água. Talvez ambos.
Quando estamos sozinhos é como se tivéssemos uma ligação instantânea, notada somente nos momentos de maior intensidade. Aquilo era muito maior do que eu poderia entender, então simplesmente desisti de entender qual o real significado. Confesso que sei pouquíssimo sobre o que sinto, ou sobre o que ela poderia estar sentindo, mas eu sentia. Sentia muito e ainda sinto. Muito mesmo!
Imagino que desistir não era uma opção.
Summer estava uma verdadeira bagunça de vidros quebrados e eu estava determinado a juntar os pedaços com amor. Manteria toda a minha proteção excessiva em segredo, com medo do que ela pensasse. Com medo do que eu sentia! Mas decidia também não deixá-la por fora do que acontecia comigo. Eu sabia que, independente do que estivesse acontecendo em sua vida, independente de qual era sua história com Lola... Independente do que fosse! Eu estaria lá por Summer Young. Até que meu coração parasse de bater. Talvez até depois disso.
Era uma promessa.
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