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35 - Crise de identidade e arte

Você pode achar que um joelho ralado machuca mais que um coração partido, mas não. Um coração partido deixa uma cicatriz eterna, a qual nunca amenizará. Qualquer toquinho pode rasgar a carne, abrindo a ferida novamente. Vi isso em Tom quando ficou anos se Taylor, ainda mais ao vê-la em revistas de fofoca, beijando outros caras famosos. Vi isso em Hope quando ela e Dougie discutiram feio pela primeira vez, ou quando James disse que queria morar no Brasil. Hope também sofreu muito com a história que tem e teve com os pais, mas acho que nada pode machucá-la mais do que ficar sem quem ama. Hope me ajuda vez ou outra, pois é uma das únicas pessoas que entende minha introspectividade. Diz que seu amigo Charlie é igual, então é meio como se sentisse simpatia. Dougie a ajuda quando não é ele o motivo para o coração partido... E bem, no caso dos dois, acho que a cicatriz não foi tão profunda já que estão prestes a se casar. Sortudos.

Vi o mesmo coração partido em Becky quando Sean a trocou por Taylor, ou quando declarou seu amor por ela novamente. Ela estava em conflito e sem saber ao certo qual era o verdadeiro eu do canadense.  Bem, sinto informar que às vezes nem eu sei meu verdadeiro eu, então ela terá um trabalho e tanto pela frente. Creio que não se descobre algo assim de uma hora para outra. O coração partido também foi um amargo companheiro de Frankie por anos e anos de relacionamentos fracassados, mas ele parece ter deixado isso de lado. Agora seu coração criou uma barreira para machucados, a qual também barra qualquer possibilidade de amor. Triste!

Harry é o único dos meus amigos que não teve um coração partido, então isso apenas prova como tem sorte no amor. Só se apaixonou uma vez e está com a garota amada há mais de um ano. Sortudo mesmo! Eu, por outro lado, achara ter obtido um coração partido, mas não chegava nem perto disso. No momento em que descobri a inexistência de um sentimento amoroso por Rebeca, percebi a inexistência de uma cicatriz. Eu estava ileso! Só que estava machucando outra pessoa ao ter sentimentos românticos. Pode pensar que machuquei Summer, mas não acho que a magoei tanto assim. O problema continuava sendo Hayden. Ele não estava nada feliz em ver Summer com a mão em meu ombro, conversando sobre os mais diversos assuntos. E mesmo que estivesse feliz pela atenção dela, estava triste pela decepção do garoto. Sim, mesmo que ele tenha sido idiota comigo!

Summer talvez não estivesse sentindo o mesmo que eu, só que a intensidade do que sentia por mim era obviamente mais forte do que tudo que pudesse sentir por Hayden. Sempre fui de querer agradar a todos, então não beijara Summer em respeito ao garoto. Não queria magoá-lo. Só não percebi que ao não magoá-lo eu poderia estar magoando Summer. E a mim. E eu não me senti muito preso a minha introspectividade naquele momento. Queria responder às perguntas de Summer com sinceridade, demonstrando tudo o que sentia sobre o que fosse. Ela parecia estar gostando.

E quer saber de uma coisa que percebi?

Talvez, hoje em dia, a demonstração explícita da sensibilidade não seja mais sinônimo de fraqueza. As pessoas ultimamente estão quase tão insensíveis quanto um leão ao atacar e matar sua presa, demonstrando força e até superioridade. A diferença considerável dos leões e das pessoas é que os leões são insensíveis para sobreviver na natureza, já as pessoas são insensíveis por pura ignorância, ou talvez medo de demonstrar o que sentem. Algumas tem em sua própria personalidade a insensibilidade, mas é algo meio que aceitável. Meio.

O problema maior é quando esse tipo de pessoa é insensível com você, e você é uma pessoa sensível, romântica, um pouco frágil... Assim como Summer... E, se me permite admitir, assim como eu. Tento aguentar a maior parte do tempo, mas chega uma hora que não dá mais. Então começo a chorar. Por dentro, mas ainda assim é um choro intenso e desesperado.

E às vezes deixo as lágrimas saírem de meus olhos de verdade, com tanta intensidade quanto pode ser possível. Acho que talvez isso corte o coração de muitas pessoas, pois nunca aconteceu de alguém me deixar chorando. Até mesmo a própria pessoa que me magoou vem me reconfortar. O que, na maior parte das vezes é bom, pois me sinto aceito, mas as vezes eu só gostaria de poder chorar sozinho. Será que é tão difícil?

Talvez seja.

Summer me disse algo muito relevante quando falamos sobre decepções. Algo que me deixou admirado e espantado. Ela disse: "Posso muito bem chorar na primeira vez que sou magoada, principalmente por um garoto, mas da segunda vez em diante o que vão conseguir de mim é extrema frieza, o que até assusta, já que não consigo nem julgar as pessoas de forma errada. Acho que é o que dizem sobre as rosas serem delicadas, mas terem espinhos."

Acho que garotas são como rosas no geral, sensíveis, encantadoras e até doces na maior parte do tempo, mas quando ameaçadas ou machucadas, acabam furando o dedo do 'agressor' como defesa. É uma mistura de delicadeza, sensibilidade e perigo. É extremamente atraente, mesmo que não devesse ser. Talvez uma garota/mulher magoada, humilhada ou traída seja mesmo a pior coisa para um garoto/homem. O contrário também, mas enxergo muito mais intensidade nas mulheres. 

Por isso eu estava em uma encruzilhada. Queria o bem de todos, o que significava não magoar Hayden nem Summer. O problema é o seguinte: não magoando Hayden, acabaria magoando Summer, pois teria que agir com indiferença a seus sentimentos; abrindo meu coração com Summer, acabaria magoando Hayden, pois atrairia a atenção da garota que ama para mim. Não era nada legal estar em uma situação como aquela!

O que piorava tudo era: Ao mesmo tempo em que estava em um triângulo amoroso eu, Ethan Pearce, estava tendo uma crise de identidade, procurando qual deveria ser meu verdadeiro eu, para assim deixar minha marca no mundo. Era coisa demais para pensar e uma única noite foi responsável por deturpar tudo que eu acreditava ser real.

Foi após tudo que contei anteriormente. Eu estava pensando na abelha e no mel, imaginando como isso poderia aparecer em algum ponto de minha vida. Agora sempre olharia para Summer pensando se a música combinava com o que tínhamos. Voltando à noite... Passava da meia-noite. Eu estava sozinho, olhando para as estrelas pela janela. Pensando em como conseguiria conquistar Summer. Pensando em como seria meu relacionamento com Summer, caso eu conseguisse algo. Desejando que ela estivesse comigo. Patético? Talvez. Mas eu não conseguia evitar pensar assim, tudo porque a solidão estava me matando, lentando. Eu estava cantando uma música muito triste do McFly, apresentada obviamente por Rebeca, a qual falava disso, ficar sozinho. E era algo que eu simplesmente não planejara e estava me deprimindo muito. Eu precisava parar!

E eu tentei.

Foquei em outras coisas.

Conseguia ver algumas pessoas na calçada, andando de um lado para o outro sem se notar. Cada um em seu próprio mundo egoísta. Acho que muita gente é assim nessa cidade, mas isso se repete em muitas outras. Não é uma característica de Vancouver. Mas eu estava observando a cidade canadense no momento e todo mundo parecia distante, como se os problemas pessoais importassem mais do que as pessoas em seu redor. Não gosto muito dessa visão, apenas não conseguia evitar. Crise de identidade dá nisso!

Isso estava me deixando doido! Completamente!

Eu não sabia o que fazer para parar tudo.

Estava sofrendo com minha própria cabeça. Há duas vozes diferentes lá, discutindo com minha voz real. Uma gritava sim, a outra não. Para que gritavam? Para toda a minha loucura? Para Summer? Eu não sabia a resposta para absolutamente nada, como de costume. Só queria algo que me fizesse sentir como se estivesse enlouquecendo. Ou como se fosse louco. O que viesse primeiro estava bom.

Voltei meus olhos para os desenhos espalhados pela quarto. Alguns amassados, outros no mais perfeito estado. Todos de Summer, obviamente. Engoli em seco, confuso sobre muita coisa. Não tenho certeza do que acreditar, acredito apenas no que meus olhos podem encontrar. Por isso amo e faço arte. Ela me ajuda a passar por crises de identidade. Ainda mais quando eu não estou conseguindo achar o meu estilo! Os desenhos eram todos diferentes. Os traços. As sombras. As expressões. Tudo! Era como se tivessem várias facetas da Summer e, ao acreditar no que via, eu acreditava que conseguira encontrar várias partes de Summer. E eu estava acreditando naquelas artes que criara, mesmo que algumas fossem levemente fantasiosas. E quando eu fechava meus olhos, via toda a minha vida de artistas à minha frente. Summer poderia ser minha musa inspiradora! Mas não falem para ela que eu disse isso!

Olhei para o céu novamente, apaixonado pelos pontos luminosos. Apaixonado pelo rosto que via ali, ligando os pontos. Apaixonado pelo sorriso que a lua estava dando ao rosto. Simplesmente apaixonado. Era diferente do que eu imaginava em Melbourne. Quando estava em minha cidade natal, via algo depressivo no céu. Sentia que lutava para sobreviver, mesmo que não tivesse nenhum perigo iminente. Em algumas noites eu ficava com profunda insônia, a qual era acompanhada por pesadelos acordado. Quem disse que só dá para sonhar acordado? Eu tenho pesadelos acordado! Era comum antigamente, mas desde que conheci Summer... Não é mais. Eu fechava meus olhos, tentando acabar com o pesadelo. Agora fecho meus olhos e vejo um rosto brilhante.

Ainda assim eu não tinha um traço meu, o que é péssimo para um artista. Eu me sentia impotente. E, ao mesmo tempo, estava orgulhoso por minha diversidade artística. Não conseguia me entender! Talvez estivesse assim porque de certa forma sentia que estava melhorando, apenas não como imaginara antes. O que acabava com tudo que eu acreditava antes, mas que não era de todo ruim. Acho que nossas guerras internas acontecem com a intensidade que devemos amar, ou seja, amarei infinitamente. E talvez o amor diminua minha insegurança aos poucos.

E quer saber de uma coisa? Não posso me prender muito ao que Hayden possa achar dos meus sentimentos, tenho que me prender no que Summer achará deles. E talvez ela goste e nossa história possa ser contada em um livro com 60 capítulos. Seria lindo. Eu só precisava encontrar o início!

Ouvi uma batida na porta e fiz uma promessa, pois já tinha certeza de quem era, mesmo que não tivesse convidado ninguém. Eis a promessa: Serei verdadeiro comigo mesmo, sempre honesto. Não deixarei nenhuma critica me abalar, pelo menos não se vierem de pessoas pouco importantes para mim. E se alguém me derrubar, levantarei. Quem sofrerá mais será quem tentar me atingir, pois o fracasso será instantâneo.

Abri a porta lentamente, completando meus pensamentos. Em Melbourne eu tentara resolver tudo; em Toronto eu tentara resolver tudo; só conseguiria em Vancouver. Não pela localização, ou pela atmosfera. Mas porque antes eu não soube como resolver, não tive como virar o jogo; agora eu tinha o que precisava: alguém que poderia me ajudar profundamente, em tudo que precisasse. E essa pessoa estava do outro lado da porta, sorrindo para mim com diversão no olhar. Parecia tão feliz em me ver quanto eu por vê-la. Acho que estávamos entrando em sintonia, pois ela apareceu bem quando precisei. A resposta para todas as minhas perguntas, pelo menos era o que eu esperava.

Ela olhou para a bagunça atrás de mim e pareceu reconhecer seu próprio rosto. Sorriu ainda mais e disse:

— Eu não conseguia dormir. — Mordeu o lábio e me olhou com intensidade. Sugeriu então: — Encontro surpresa da meia-noite?

Precisava de uma musa inspiradora afinal de contas.

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