Capítulo 3
Sabe aquela sensação no fundo do estomago? Como um frio na barriga. Borboletas! Essa é a expressão que eu usaria para descrever esse momento. Parece que essas pequenas criaturinhas surgiram de repente e resolveram dar sinal de vida de uma hora pra outra. De uma hora pra outra não... Parece que seus olhos nos meus, ativaram algo em mim que fez todo o meu corpo despertar.
- Valeu - ele disse pegando a caneta e indo para o fundo da sala, onde um grupo de garotos observava atentamente.
Parei de acompanha-lo com meus olhos - o que foi difícil - e voltei minha atenção para Jasmim.
- O que foi? - perguntei tentando parecer calma, o que era uma coisa bem difícil, já que eu ainda não entendia porque aquela sensação continuava, e os olhos daquele menino que eu nem sabia o nome, entravam na minha mente sem permissão.
- Como assim o que foi? - disse eufórica mas mantendo a voz baixa. - Eu é que tenho que perguntar o que aconteceu aqui.
- Ele só pediu uma caneta - revirei os olhos.
- Não querida, você não entendeu. Foi o Arthur que pediu. Ele era o menino que todas as meninas queriam ano passado, e com certeza esse ano não vai ser diferente - ela dirigiu seu olhar discretamente para um ponto atrás de mim. - Ele está olhando pra cá.
- Não exagera. Vai ver ele me reconheceu da...
- Vocês já se conheciam? - me interrompeu. - Conta tudo! - levantou um pouco a voz.
- Ele esbarrou em mim quando eu estava comprando alguns livros - disse querendo parecer que não ficava pensando nisso. - Foi só isso. Satisfeita? - ela deu um sorriso como se dissesse "o-destino-é-tão-traiçoeiro." - Ele só pediu uma caneta... - eu disse mas para mim mesma.
- Ah mas é claro! - ela com certeza me ouviu. - E com certeza nenhum dos cinco meninos que andam com ele tem um estojo com uma mísera caneta - não respondi. Ela estava certa sobre isso
- Como ele é? - perguntei por curiosidade.
- Turma do fundão. - disse - Mas não é muito bagunceiro.
- Ahh... - foi o que eu murmurei, mas minha cabeça estava uma bagunça.
Mas então por que ele veio até mim...? Por que ele...
- Desculpem meu atraso! - uma mulher (certamente a professora) diz entrando da sala, me distraindo dos meus pensamentos. - Meu nome é Lúcia, sou professora de Língua Portuguesa.
- Bom, para começarmos, antes das apresentações, vamos fazer uma atividade. Peguem seus cadernos - disse com sua voz calma.
Abri minha mochila e tirei meu caderno roxo com detalhes pretos. Pretos. Como os olhos do Arthur...
- Formem duplas por favor ... - a professora falou. Um burburinho tomou conta da sala. Estava prestes a cutucar Jasmim para fazer dupla comigo quando a professora anunciou - Duplas mistas.
Que maravilha! Mal conheço as meninas e ela quer que eu me junte com um menino...
Senti um cutucão no meu ombro. Me virei e para minha surpresa, era um garoto.
- Quer fazer dupla comigo? - perguntou. Ele era bonito, mas não tanto como o Arthur... Arthur! Pare de pensar nele!
- Pode ser - respondi dando um pequeno sorriso. Já ia me preparar para levantar, quando ele me interrompeu.
- Não precisa, pode deixar. Eu arrasto minha carteira. - eu apenas assenti, agradecendo a gentileza. Quando ele sentou do meu lado pude notar seus olhos castanhos.
- Vamos começar... - A professora explicou a atividade. Basicamente cada um começava a fazer uma redação, mas depois quando ela falasse, teríamos que troca-las e continuar a história da pessoa ao nosso lado. Depois trocaríamos de novo e de novo...
- Parece interessante - comentou. - Meu nome é Vitor.
- O meu é Helena - disse. Ele sorriu mostrando suas covinhas. Foi inevitável não fazer o mesmo.
- Sua caneta - reconheci a voz de Arthur do meu lado. Mais uma vez, as tais borboletas resolveram dar uma festa, agitando tudo dentro de mim. Virei o rosto e encontrei seus olhos puxando os meus, desviei o olhar para sua mão. Peguei minha caneta, ele virou de costas e foi até uma menina que me fuzilava com os olhos.
O motivo? Se alguém souber, por favor me diga...
Depois de duas aulas, fomos liberados para nosso intervalo. Acenei brevemente para Vitor e saí da sala com Jasmim. Ela olhou para todas as direções antes de começar a falar.
- Meu Deus! Como você é sortuda! - disse animada
- Por que? - perguntei descendo as escadas.
- Você ainda pergunta? Não acredito que o Vitor sentou do seu lado. - disse como se fosse a coisa mais fantástica do mundo.
- E o que tem demais? - pergunto quando chegamos no pátio.
- Não acredito! Eles são lindos! E você ainda pergunta o que tem demais?
- Peraí! - parei de andar - Você disse eles?
- Claro - revirou os olhos. - O Vítor e o Arthur.
- O Arthur só me pediu uma caneta! - disse exasperada. - Sério, você não é normal.
- Eu sei - piscou um olho e continuou andando.
- Helena! - chamaram atrás de mim
Senti alguém segurar minha mão e quando me virei, encontrei um par de olhos me encarando.
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Ma
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