Capítulo 18
Resolvi postar esse capítulo hoje porque estou muitooooooooooo feliz com as 900 leituras! Muito obrigada! Sem enrolação, espero que gostem:
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Depois de uma hora, a casa ficou em silêncio, mas meu quarto não. Perdi a conta de quantas vezes recusei as ligações de Arthur, até finalmente desligar o celular.
- Você só pode estar louco! - alguém gritou no andar de baixo. Não consegui identificar a voz. Saí da cama, destranquei a porta e fui até a sala. Estavam lá: Juliano, meu pai e ela.
- Juliano, você tem que entender a situação! - meu pai disse. Parecia que ele tinha envelhecido de uma hora pra outra, como se carregasse um peso enorme.
- Entender o que? - perguntei, e fiquei surpresa com a rouquidão da minha voz. Se ela estava assim, nem imagino como meu rosto deve estar.
- Acredita que ele quer que a Clara fique aqui em casa? - Juliano falou.
Não falei nada. Eu devia estar feliz não é? Esse é o problema. Não sei o que eu estou sentido. Mágoa? Raiva? Tristeza? Não sei, mas a felicidade com certeza é a última da lista.
- Helena - ela me chamou - Foi o que você sempre quis não é? Eu estou aqui.
O que eu sempre quis? Sim, foi o que eu sempre quis. Mas como ela poderia saber disso? Ela estava em Londres "curtindo a vida" como desejou. Por que justo agora? Depois de tantos meses eu tinha conseguido aceitar que ela nunca voltaria. Então por que ela voltou?
- Façam o que vocês quiserem - foi o que saiu da minha boca.
- Para onde você vai? - meu pai perguntou quando eu já estava em frente a porta.
- Volto antes de anoitecer. - fechei a porta atrás de mim, sentindo o vento em mim. A chuva havia parado. Comecei a andar, mas parei quando ouvir sua voz me chamar.
- Helena - ela veio até mim e seus braços me envolveram. - Senti sua falta.
Aquele abraço doeu. Doeu por que depois de sair dos seus braços e recomeçar a andar para longe, percebi que poderia ter tudo naquele abraço. Tudo, menos sinceridade.
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Fernanda
A volta de Clara afetou todos nessa casa. Inclusive a mim. Juliano estava furioso, mas dava pra perceber que aquilo era apenas sofrimento que foi substituído por um sentimento mais fácil de aguentar, a raiva. Rogério não fingiu que estava feliz com a chegada da mãe, apenas se isolou no quarto, como Helena. Helena... Acho que ela é a mais abalada. Imagino como deve estar confusa... E tem o Paulo.
- Posso entrar? - ele perguntou. Assenti e ele adentrou no meu quarto. Insisti que eu tivesse um quarto como todos os outros empregados.
- Como você esta? - perguntei.
- Clara vai ficar aqui - sua resposta me surpreendeu.
- Por que? - quando dei por mim as palavras já tinham saído.
- Acho que seria bom para os meus filhos - ele respondeu. Controlei meus impulsos de dizer que se ela fosse o melhor, não teria ido embora.
- E você? - perguntei.
- Eu?
- Sim, e você? Como vai se sentir vendo ela aqui? - meu coração começou a acelerar.
- Eu... Eu não sei.
Nos encaramos por um tempo, até que a pergunta saísse dos meus lábios.
- Você ainda ama ela?
- Não - respondeu.
- Tem certeza?
- Por que isso agora Fernanda?
- Será que é por que sua ex-mulher voltou. A mulher que você tanto amou. Ou ama - afastei as lágrimas e engoli o nó que se formou. - Ela está aqui, nada impede que você volte pra ela.
- Eu não amo Clara! - olhei no fundo dos seus olhos. Um longo suspiro seu escapou - Estou confuso.
Acho que um soco no estomago doeria menos.
- Não posso ficar com alguém que tenha dúvidas - falei me afastando. Sua mão segurou meu braço, me impedindo.
- Eu estou aqui! Com você não estou?
- Sim, mas por quanto tempo?
- Por Deus Fernanda...
- Paulo - interrompi - não posso. Eu te amo e você sabe. Mas você não pode me amar. Não inteiramente. Enquanto ainda pensar nela, nada vai dar certo entre nós.
Eu o amo, mas não posso. Enquanto Paulo não esclarecer tudo com Clara, ela sempre estará entre nós.
- Fernanda...
- Não se preocupe - sorri fraco me afastando - Eu entendo.
Abri a porta e saí.
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Clara
Achei eles no Rio de Janeiro e voltei com um propósito. E não vou sair até conseguir o que eu quero!
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Helena
Andei por vários minutos até que percebi que estava indo para a praia. Andei descalça pela areia molhada até uma área onde se encontravam várias pedras. Sentei em uma delas e comecei a pensar em tudo. Cada memória. Cada palavra. Cada lágrima e sorriso. Cada aniversário, festa. Cada dia sem ela.
Não sabia se afastava esses pensamentos ou não. Ao mesmo tempo eram lembretes de como eu fui sem ela, mas também formavam ideias de como poderia ter sido com ela. De como poderia ser agora com ela. O que eu faço? Será que deixo meu orgulho e mágoa na frente da felicidade que poderia vir? Ou dou mais uma chance?
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Juliano
Nossa! Como era fácil... Ela bate na porta, diz que está arrependida e tudo está bem; família feliz de novo. Não! Não vai ser assim. Ela acha que um abraço forçado - como se ninguém tivesse percebido - e umas palavrinhas bonitinhas vão mudar tudo? Por um acaso isso vai mudar minhas lembranças?
Sempre achei que Helena e Rogério eram idiotas por sentir saudade da Clara. Eu me achava idiota por sentir saudade dela. Sim, eu sentia no começo. Mas aprendi a viver sem ela. Minha mãe estava em Londres, mas pra mim ela está morta. Morta, e o que está na minha frente, é um projeto de aproveitadora que só veio por causa de dinheiro. Só eu vejo isso?
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Rogério
Ok, ela está aqui. Acho que não sinto nada. Nem raiva, tristeza, alegria... Só estou preocupado. Ela está aqui? Ótimo. Não está? Ótimo do mesmo jeito. Me preocupo com Helena. Ela é frágil, e não sei como ela está reagindo á tudo isso. E pra melhorar a situação ela saiu e eu não sei onde ela está. Peguei o número do namorado dela, mas ela não está com ele. Arthur ficou preocupado e me disse que vai tentar acha-la.
Espero que sim, já está anoitecendo e não sei o que pode acontecer.
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Arthur
Não sei o que está acontecendo, mas não é nada bom. Primeiro Helena rejeita minhas ligações, depois o irmão dela me liga perguntando se ela esta comigo.
Helena, onde você está?
Meu pai tinha viajado e demorei pra explicar as coisas pra Paola, mas ela concordou em me levar pra casa da Helena, mas antes pedi pra Vítor falar com Jasmim. Ela também não sabia nada sobre Helena.
- Ei, vai ficar tudo bem - Vítor falou quando eu já estava entrando no carro.
- Valeu - falei, ele também estava preocupado.
Paola estacionou o carro na frente da casa de Helena.
- Volto mais tarde pra te buscar, tudo bem? - assenti.
- Err... Obrigado pelo o que está fazendo - ela não respondeu só sorriu. Senti vontade de retribuir seu sorriso mas estava preocupado demais pra isso.
Juliano - ou Rogério? - atendeu a porta. Pelas roupas era Juliano. Ele me deixou entrar e vi uma mulher no sofá, seus olhos eram verdes, mas seu cabelo ruivo e os traços do seu rosto, não me deixaram dúvidas.
- Quem é você - ela perguntou.
- Sou o namorado da Helena - falei com a voz firme. - Arthur.
- Sou a mãe dela.
- Eu sei - falei mais ríspido do que gostaria. Ela levantou uma sobrancelha.
A mãe da minha ruivinha, do meu anjo, estava aqui. Agora eu sei por que Helena não está. Do mesmo jeito que sei que essa história não vai acabar bem.
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Gente, esse capítulo foi pra vocês verem as diferentes - ou nem tanto - reações depois do retorno da Clara.
Beijooooosss e espero que tenham gostado.
Ma
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