Capítulo 14
Realmente me surpreendi muito quando percebi que Arthur estava no meu quarto. Mas o pensamento que mais rondava minha mente, era o fato dele ter se preocupado, ter vindo até aqui, e sem nem saber o motivo.
- Não sei o que poderia fazer pra me animar. - sussurrei, ficando mais preguiçosa com seus dedos nos meus cabelos.
- Ah, tem muitas coisas! Só preciso pensar em alguma - respondeu fazendo (ou pelo menos tentando) fazer uma cara de intelectual.
- Que tal um passeio? - sugeriu,
- Não está muito tarde pra isso? - perguntei vendo os primeiros sinais da noite.
- Tem razão... - suspirou. - Que tal um filme?
- Que tipo de filme? - terror não...
- Pode ser o seu preferido.
- Sério? - sentei na cama - Espero que goste de um navio prestes a afundar - falei.
- Titanic? - perguntou e eu assenti. Ele sorriu - Tudo bem, vamos ver o Jack morrer.
Ri. Por que era tão fácil esquecer meus problemas com ele ao meu lado?
- Mas seu pai não vai ficar preocupado com você?
- Eu ligo pra ele e digo que vou chegar tarde em casa - falou.
- Mas não é perigoso? - perguntei preocupada. Ele deu de ombros. - Por que você não dorme aqui? - sugeri sentindo meu rosto esquentar - Quer dizer não aqui... Err... Nós temos um quarto de hóspedes. - esclareci vendo sua expressão divertida. - Se quiser meu pai pode falar com o seu, já que amanhã não tem aula.
- Isso seria ótimo ruivinha - aprovou.
/*/*/*/*/*/*/*/*/*/*/
Vinte minutos depois as cortinas do meu quarto já estavam fechadas, tinha um balde de pipoca na cama e refrigerante que pedi para Fernanda. Arthur tinha falado com seu pai que depois de muita persuasão e a garantia de que ele estaria bem, deixou ele ficar na minha casa. Estávamos sentados na minha cama e cobertos por que estava frio.
- Espera - falei antes dele apertar o play. - Antes queria te dizer por que estava chorando.
- Tem certeza? - perguntou e eu assenti. Respirei fundo e falei de uma só vez:
- Depois que cheguei em casa, atendi o telefone e... E era a minha mãe.
- E como se sentiu? - sua voz era suave.
- Não sei... Confusa... Quer dizer, eu sempre quis isso mais por que ela só se importou agora? - falei engolindo o nó que se formou em minha garganta.
Ele deixou o controle de lado e se aproximou de mim. Senti seus braços me envolverem e senti seu perfume. Fechei os olhos aproveitando e retribui o abraço.
- Não posso dizer que tudo vai ficar bem por que não posso saber o futuro - ele se desvencilhou apenas para poder olhar nos meus olhos. - Mas, sempre vou estar aqui quando tudo der errado pra te animar.
Sorri absorvendo suas palavras enquanto meus olhos percorriam cada traço do seu rosto. Primeiro seus olhos, nariz, bochecha e por fim, sua boca. A boca que invadiu meus sonhos depois que nos esbarramos naquela livraria. Voltei minha atenção novamente para seus olhos, que também percorriam minha face, como se guardasse cada detalhe, até que seus olhos também se voltaram para os meus. Nossos rostos foram se aproximando cada vez mais como se fossem atraídos um para o outro.
Uma batida na porta interrompeu o caminho que nossos lábios estavam traçando para se unirem.
- Pode entrar - falei depois que nos afastamos rapidamente. Senti meu rosto corar.
- Atrapalho? - meu pai perguntou entrando no quarto, que estava parcialmente escuro.
Ai meu Deus! Ele ia realmente me beijar??
- Não pai - respondi agradecendo por ele não poder ver meu rosto - Já íamos colocar o filme.
- Só vim avisar que o quarto de hóspedes já está pronto, e dar boa noite.
- Obrigado - Arthur disse sendo gentil. - E boa noite pro senhor também.
- Boa noite pai - também falei.
Ele nos olhou pela última vez até que saiu do quarto.
- Bom... vamos começar?
- O que?
- O filme.
- Ah sim claro! O filme... - falei me repreendendo mentalmente por pensar em outras coisas.
No que mais eu poderia pensar a não ser em como seria o sabor dos seus lábios...
/*/*/*/*/*/*/*/*/*/*/
O melhor do filme, foram os comentários de Arthur e os meus. Joguei pipoca nele quando ele começou a falar na cena clássica em que Rose diz "Jack, estou voando" - uma cena que merece ser assistida em total silêncio aproveitando o clima de romance. Ele resmungou mas depois nós dois acabamos rindo. Cobri seus olhos com o travesseiro quando Rose é desenhada, mesmo ele dizendo em meio aos nossos risos que já tinha visto o filme e especialmente aquela cena. Ele gentilmente secou minhas lágrimas quando Jack morreu. Nos divertimos, rimos, falamos... Fizemos tudo, menos prestar atenção de verdade. Sem dúvidas foi o melhor jeito de assistir Titanic.
No fim, o quarto de hóspedes não foi necessário. Eu e ele dormimos na minha cama. Ao fechar os olhos, percebi que não importava a hora, e nem o lugar, Arthur sempre iria fazer com que a tristeza fosse embora e a alegria, felicidade ou até mesmo tranquilidade, tomasse seu lugar. Naquele momento, não consegui mais pensar em como seria minha vida sem ele por perto.
*****************
Oii pessoal! Romance no ar...
Estão gostando das cenas de Arthur e Helena?
Beijinhos de luz! (kkkk Ahh loca)
Ma
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro