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Capítulo 13

- Helena! Por que não me avisou que vinha sozinha? Eu e seu pai já estávamos preocupados... - ouvi Fernanda dizer e me virei. Ela parou de falar, deve ter visto minha expressão. - O que foi?

Não respondi. Parecia que minha voz tinha sumido.

- Helena... - ela viu o telefone no chão e foi como se a compreensão a atingisse. - Helena, quem ligou?

O silêncio pairou na sala. Ela se aproximou de mim com cautela.

- O que houve?

- Tudo bem aqui? - ouvi meu pai perguntar. Nem ela nem eu dissemos nada.

- Não sei - Fernanda quebrou o silêncio. - Ouvi o telefone tocar e vi Helena...

Ela continuou falando mas eu não prestei atenção. Minha cabeça estava em uma total confusão. Eu não sabia como agir, nem o que falar. Mas, respirei fundo e comecei a formar as palavras.

- Cheguei e ouvi o telefone tocar - eu disse fazendo com que Fernanda parasse de falar. - Quando atendi... ouvi uma voz... - uma lágrima caiu de meus olhos. - Acho que estou louca pai... - falei abraçando ele e soltando o choro que estava me sufocando. Seus braços me envolveram - Juro que... Juro que era a voz da minha mãe...

Meu choro, era a única coisa que se ouvia na sala. Isso estava mesmo acontecendo?

- Calma... - meu pai disse e me sentou no sofá. - Tem certeza que era ela?

Assenti positivamente. Me digam que isso é um sonho, por favor...

- Vai ficar tudo bem... Tudo vai se esclarecer. - ele disse.

- Helena, vamos para seu quarto, sim? - Fernanda disse se entreolhando com meu pai. Peguei a mão dela e segui para meu quarto, logo em seguida me atirei na cama. Meu Deus! O que está acontecendo? Por que...?

- Quer conversar sobre isso? - perguntou. Neguei com a cabeça.

- Pode me deixar sozinha por favor?

- Claro. - respondeu depois de um tempo. Um suave beijo foi depositado na minha testa.

Abri minha gaveta e tirei meu diário de lá.

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Olá, querido diário,

Eu... Eu não sei bem o que escrever. Não me entendo. Minha mente está uma bagunça com esse telefonema. É só que... Ouvir a voz dela... Pensar nela de novo... O que será que ela queria? Mas é que ela teve tanto tempo... Por que só agora? Será que o salão estava cheio demais, ela não tinha nada pra fazer e lembrou que tem uma filha? Sim, eu queria que ela se importasse mas... A gente acaba se acostumando, sabe?

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Meu celular tocou e vi o nome do Arthur.

Ligação ON

Helena - Oi Arthur.

Minha voz estava rouca, prova incontestável de que eu estava chorando

Arthur - Helena você está bem?

"Sim, não se preocupe", queria ter respondido.

Helena - Eu... Não...

Arthur - O que aconteceu?

Queria segurar as lágrimas que estavam prestes a cair de novo.

Helena - Não é nada Arthur. Preciso desligar.

Ligação OFF

Mais lágrimas. E lágrimas. Até que meus olhos foram se fechando e caí em um sono profundo.

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Arthur 

Assim que Helena desligou, soube que tinha alguma coisa errada. Precisava descobrir! Não era muito tarde, então resolvi seguir meus instintos.

- Vai pra onde Arthur? - meu pai perguntou.

- Preciso ajudar uma amiga - respondi torcendo para que ele notasse que era urgente. - Volto antes do jantar - garanti.

- Não demore. - ele disse depois de um curto silêncio. Agradeci mentalmente.

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Respirei fundo e apertei a campainha da casa de Helena.

- Arthur? O que está fazendo aqui? - Fernanda disse depois de abrir a porta.

- Tenho que ver Helena - respondi com um certo desespero na voz.

- Ela não está muito bem...

- Por isso mesmo! - interrompi. - Por favor...

Ela abriu a porta, e me guiou pela grande casa. Paramos em frente a uma porta. Girei a maçaneta lentamente sem fazer barulho.

Me aproximei lentamente da cama onde Helena dormia profundamente, mas eu sabia que ela havia chorado. A simples menção de que mina ruivinha tivesse ficado triste a ponto de derrubar tantas lágrimas, fez algo em mim se apertar. Sentei na beirada da sua cama e desfiz sua trança, passando a mão lentamente por seus fios. Seus olhos se abriram devagar.

- Oi.

- O que está fazendo aqui? - perguntou sem se mexer enquanto continuava mexendo em seus fios.

- Um passarinho me contou que uma certa ruivinha não estava bem. Resolvi verificar. Acho que vou agradecer muito esse pássaro. Será que ele aceita cartão de crédito? - eu disse e para minha felicidade interna, consegui arrancar um pequeno sorriso de seus lábios.

- Quer me dizer o que aconteceu? - perguntei louco para saber.

- Podemos falar sobre isso depois?

- Com certeza - falei. - Não gosto de te ver triste.

- Não posso evitar... - seus olhos se encheram de água.

- Ei... O senhor mistério está aqui, sem lágrimas, só sorrisos tá? - eu disse, me desesperando. Não quero que ela chore.

- O que você vai fazer então?

- Nós vamos fazer alguma coisa divertida ruivinha. Qualquer coisa pra te animar - pisquei um olho rezando para ter alguma ideia.

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O que será que o senhor mistério vai fazer pra agradar nossa ruivinha? Até o próximo!

Beijoss


Ma











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