Olhos Fechados: Capítulo Vinte e Seis
OJOS NEGROS | ϐοα ℓєιτυяα
𔘓 ‧₊˚ Capítulo vinte e seis
— Um tutor? — eu perguntei animadamente, endireitando-me um pouco para olhar para o rosto dele. — Mas eu pensei que o Sr. Seokjin...
— Sim, claro, desculpe, eu não me expliquei bem. — disse o Sr. Jungkook imediatamente, enquanto deslizava as mãos pelas minhas costas suavemente, ao mesmo tempo que me olhava com um de seus sorrisos distintos, aquelas que apelidei de calcinha molhada, embora claro, no meu caso, fosse um sorriso que provoca ejaculações espontâneas. — Seria um tutor para te ajudar a estudar para os exames que vai fazer.
Oh meu Deus, eu já estava com medo.
— Ah, então... — fiquei em silêncio de repente, ao mesmo tempo em que observava o Sr. Jungkook se levantar da cama completamente nu e ir em direção ao banheiro. Deus, ele estava fazendo isso de propósito e o pior de tudo, eu amei que ele fez isso. Ficou claro que ele malhou, suas costas, sua bunda e até suas pernas, pareciam duras como se fossem feitas de pedra. Deus, adorei, adorava aquele homem.
E eu transava com um homem assim? Caramba, quanto devo estar orgulhoso disso? Bastante, talvez eu deva alardear isso aos quatro ventos. Claro, se eu pudesse. Suspirei um pouco chateado, no entanto, o aborrecimento que experimentei momentaneamente desapareceu tão rapidamente quanto apareceu assim que ele espiou pela porta do banheiro.
— Você quer se banhar comigo, baby ? — me perguntou.
— Sim. — eu disse e rapidamente corri para o banheiro ao lado dele.
Tomamos banho, o que poderia ter levado menos tempo se não estivéssemos nos beijando e tateando sem parar. Foi um milagre não termos feito isso no banheiro também. Quando terminamos o banho e finalmente nos vestimos, saímos do quarto para ir para a cozinha. A essa altura, já passava das seis da tarde, diabos, tínhamos passado na cama fazendo amor sem parar. Possivelmente esse tinha sido o motivo pelo qual não o fizemos no banheiro.
— Vou pedir algo para comer, o que você quer, bebê? — ele me perguntou, já com o telefone na mão.
— Hum... — pensei. — Carne, preciso me recuperar de todos os exercícios que fiz. — respondi brincando, mas também com muita sinceridade em minhas palavras.
Inferno, eu realmente me diverti muito a tarde toda. Suspirei e ele sorriu ainda me olhando divertido.
— Agora que você mencionou, baby, você ganhou peso. — disse ele. — Você não parece mais um esqueleto ambulante.
— Claro. — eu respondi simplesmente. — Você me alimenta bem. — eu sorri maliciosamente, inferno, a maldade desse homem estava passando para mim.
— Então? — ele me perguntou, como se não soubesse, tinha cuidado de ter sempre todo tipo de comida na despensa, embora quase nunca comesse no apartamento.
— Na verdade, eu aprendi a cozinhar um pouco, o Sr. Seokjin me ensinou alguns pratos muito bons e simples. — comentei.
— Sério? — ele me disse de novo, com um sorriso nos lábios e com o olhar carregado de algo que fazia meu coração bater a mil por hora. — Você tem que me mostrar um dia desses o que você sabe fazer, então. — ele adicionou.
Imediatamente balancei a cabeça e sorrindo, respondi:
— Se você quiser, posso fazer o jantar amanhã, não é muito, mas aprendi a fazer lasanha.
— Eu adoraria. — ele disse, caminhando para o sofá onde eu estava sentado. — Então amanhã teremos lasanha feita pelo meu menino.
Ele beijou meu pescoço e apertou minha cintura com uma de suas mãos, logo acrescentou:
— Estou ansioso para provar.
Talvez eu estivesse sonhando acordado, mas não me importava, eu só queria viver o momento e sentir para sempre como me sentia naquele momento, completamente feliz em seus braços.
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Já passava das onze horas da noite e meu menino parecia estar com a energia intacta, especialmente enquanto jogava o novo jogo que havia baixado no celular. Ou foi o que pensei, mas quando cheguei mais perto para olhar fiquei impressionado.
— O que está fazendo? — eu perguntei, vendo que ele estava procurando professores para aulas particulares.
— Você sabia que há muitos universitários que dão aulas gratuitas porque fazem parte dos estágios? — ele disse, e eu imediatamente fiz uma careta.
— Eles são gratuitos porque não prometem bons resultados. — expliquei. — É melhor encontrarmos um bom professor.
— Mas eles são caros. — ele sussurrou, olhando para seu telefone com outras listas, certamente de pessoas com experiência.
— Deixa eu ver. — falei, pedindo o celular para olhar e ele me entregou. — São pessoas com diploma universitário ou quase nada para se formar, olha esse aqui, ele é um estudante de medicina quase pronto para se formar e ele está entre os melhores.
— Mas deve ser caro. — disse ele novamente.
— E o que tem? Eu vou pagar, quero um bom professor com você, alguém para te ajudar a fazer o seu melhor. — respondi enquanto devolvia o celular, mas não antes de enviar as informações para o meu próprio celular. — Direi a Seokjin para contatá-lo amanhã, quanto mais cedo você começar a estudar, melhor será para você.
Meu menino acenou com a cabeça e agora olhando para a tela de seu celular, ele sussurrou o nome daquele que seria seu novo professor:
Kim Namjoon.
Naquela noite ficamos conversando até tarde, sobre o que ele gostaria de estudar, o que gostaria de fazer e sobre vários outros assuntos, como seu futuro e como era importante que ele estudasse o que realmente queria.
— Universidade? — ele perguntou, surpreso.
— Claro, mas primeiro, ganhe seus exames de ensino fundamental e médio, e quando você estiver pronto para a faculdade, eu pago para você.
Sua emoção quando ele falou comigo sobre coisas assim foi impressionante. Meu menino gostava de receber presentes e de ouvir que eu o amava, mas nada fazia seus olhos brilharem tanto quanto quando falei com ele sobre a possibilidade de estudar e se aperfeiçoar.
— Nunca pensei que poderia estudar em uma universidade, além do mais, nunca pensei que poderia me inscrever nos exames para terminar meus estudos básicos. — confessou, olhando para o nada como se estivesse se lembrando de um passado sombrio que sem dúvida viveu. Ele disse que mesmo que não tivesse dinheiro para estudar, sempre tentava outros meios. — Eu ia à biblioteca para ler e às vezes lia nos jornais de rua, aprendi algumas coisas, como o nacional e economia internacional, mas...
Que surpresa, não era o que eu esperava.
— Você lê muito? — perguntei-lhe.
— Não tanto mais, por causa do trabalho e outras coisas. — ele me disse.
— Mas você gosta. — eu tinha certeza disso e o acenar com a cabeça confirmou para mim. — O que você gosta de ler?
— De tudo, meu avô falava que eu não precisava me limitar a uma coisa só, então às vezes eu ia para a seção de literatura, outras vezes ia para a política, economia, finanças, até lia contos infantis, mas quase sempre estava na área escolar ou ciência e tecnologia sabe, para aprender várias coisas. — ele olhou para mim e com absoluta seriedade, ele me disse. — Meu avô era professor universitário, então ele me ensinou várias coisas antes de morrer. — ele suspirou e com um sorriso doce acrescentou. — Disse-me que a minha posição social não importava, o importante era o que aprendi e que a melhor forma de o fazer era lendo.
— Homem esperto. — foi tudo que eu disse, ao mesmo tempo em que o vi sorrir de novo com aquela expressão nostálgica que apertou meu coração.
Naquela noite, quando finalmente fomos para a cama e meu menino adormeceu, eu silenciosamente o encarei enquanto acariciava seus longos cabelos escuros. Quanta dor ele havia passado? Ele não merecia, uma criança como ele... o meu menino era doce e até inteligente e eu tinha a certeza que o avô dele também sabia, por isso lhe incutiu o hábito da leitura, mesmo quando eles não tinha meios financeiros para mandá-lo estudar.
O quanto seu avô deve ter ficado triste por não poder mandar ele para a escola? Inferno, eu tinha que parar de pensar nisso ou então ficaria deprimido. Suspirei e simplesmente fechei os olhos com a intenção de dormir.
Na manhã seguinte, como todas as manhãs, meu celular me acordou com uma ligação. Abri meus olhos e ouvi meu menino rosnar em meus braços.
— Volte a dormir, baby. — eu sussurrei, enquanto afastava meus braços de seu corpo, a fim de pegar meu celular, que estava na mesinha de cabeceira ao meu lado. No entanto, assim como todas as manhãs, quando o senti se soltar, ele se agarrou a mim como um coala agarrado a um galho de árvore; ele envolveu seus braços e pernas em volta de mim, me fazendo rir no processo de sua birra óbvia de me deixar ir.
Peguei meu celular e quando vi que o alarme não parava de tocar, olhei para a tela, tinha uma ligação em andamento e três ligações perdidas. Algo aconteceu. Eu rapidamente atendi a ligação.
— Alô.
— Senhor, desculpe-me por ligar para você tão cedo. — Im me disse.
— Deixe as formalidades, o que aconteceu? — eu perguntei, abraçando meu menino com a mão livre, para vê-lo aninhar-se ao meu lado com a cabeça no meu peito.
— Senhor, há algumas horas tentaram atacar outro lugar, o de Yuri. — então, naquele exato momento alguém abriu a porta da sala sem nem bater, era Jimin, com o rosto pálido.
Eu me endireitei imediatamente, porque se Jimin parecia assim, não era bom. De repente, lembrei-me de que havia enviado Hoseok ao local de Yuri.
— Hoseok está bem? — perguntei a Jimin, ao notar Yooni se endireitando também.
— O que aconteceu? — meu menino abriu os olhos e piscando, ele olhou para Jimin.
— Algo está errado. — eu sussurrei, vendo Jimin à beira das lágrimas. — Jimin, me diga, o que aconteceu?
Mas Jimin não falou, era como se sua língua tivesse sido cortada. Peguei meu celular e o coloquei contra o ouvido.
— Jae Bum , o que aconteceu? — eu perguntei.
— Eles mataram Yuri e vários membros do clã, alguns estão no hospital, senhor... — Im respondia com uma voz séria, ao mesmo tempo em que via meu menino correr para onde Jimin, que agora chorava no chão, sendo consolado por Yooni.
— Hoseok... — murmurei. — Eles mataram Hoseok?
— Eles atiraram nele, senhor, à queima-roupa, seu estado é aparentemente sério, não sabemos se ele será salvo. — respondeu ele e então eu entendi tudo, entendi o estado de Jimin naquele instante.
Eu me levantei da cama e caminhei em direção a Jimin, logo eu disse para Im:
— Venha aqui agora, vamos para o hospital imediatamente.
Cortei a ligação e sem falar mais nada coloquei o celular no chão para então, abraçando Jimin, que ao sentir meus braços em volta dele, agarrou-se a mim como nunca antes.
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O Sr. Hoseok foi baleado. Minhas mãos tremiam e meu coração batia sem parar. No entanto, embora eu soubesse que deveria estar triste sobre o que aconteceu com o Sr. Hoseok, meu verdadeiro desconforto foi principalmente devido à maneira como o Sr. Jimin se agarrou ao Sr. Jungkook.
Não falei nada, pois sabia que Jimin estava arrasado na hora. No entanto, vê-los se abraçando no chão, tinha um gosto ruim. Por que me senti uma pessoa tão má na época? Por que eu só queria que o Sr. Jimin ficasse longe do meu namorado? Eu não tinha conhecido o monstro do ciúme até aquele dia e agora eu entendia porque algumas pessoas enlouqueciam.
— Levante-se, Jimin, vista algo e vamos para o hospital. — disse o Sr. Jungkook ao Sr. Jimin, que chorando e com os olhos no chão, simplesmente acenou com a cabeça enquanto se levantava.
— Querido. — disse o Sr. Jungkook. — Você poderia me encontrar uma calça e uma camisa, eu vou com Jimin.
Eu balancei a cabeça e corri para ambos os guarda-roupas. Levei duas calças e duas camisas, para ele e para mim. Voltei para o quarto, mas não havia mais ninguém lá. Fui até a porta, atravessei a sala de estar e entrei no corredor onde ficavam os quartos. Ao chegar à porta do quarto do Sr. Jimin, eu os ouvi.
— Eles estão procurando por ele. — disse Jimin com a voz quebrada. — Eles estão caçando todos os habitantes locais, porque não sabem exatamente em qual bordel Yoongi estava trabalhando.
— Você acha que eles acham que Hoseok cuida dele? — eu ouvi o Sr. Jungkook dizer.
— Eu não sei. — o Sr. Jimin respondeu, eu me esgueirei contra a parede, para que eles não me vissem e silenciosamente fiquei lá um pouco mais. — O Sr. Jeon quer se livrar dele, Jungkook e ele vai matar quem atrapalhar.
— O velho disse que não faria isso. — rosnou o Sr. Jungkook. — Ele me disse que o deixaria em paz se eu fizesse o que tinha que fazer, vou me casar agora, até mudei os acordos de casamento como ele queria, o que mais ele quer?
— Fale com ele. — disse o Sr. Jimin, com uma voz fria e séria. — Ele sabia o quão importante Hoseok era para mim e parece...
— Jimin... — eu ouvi o Sr. Jungkook sussurrar algo para ele, tão baixo que eu não consegui entender.
— O que isso importa agora? — disse o Sr. Jimin com força e raiva. — Por ele eu sou tão merda como sempre fui, você acha que algo mudou porque agora ele me disse que eu sou seu neto?
— Jimin...
De repente eu não ouvi mais nada, um silêncio assustador que me arrepiou os cabelos, olhei para a porta e sem mais delongas, fui até lá e quando finalmente os vi, senti meu coração bater loucamente, mas desta vez não era de emoção, era de raiva, ciúme; um ciúme horrível e revelador.
Por que eles estavam se abraçando? E por que o Sr. Jungkook estava sussurrando em seu ouvido? Então, ao me verem parado na frente da porta, os dois se separaram e se viraram parecendo inquietos, como se compartilhassem um segredo que ninguém mais deveria saber, nem mesmo eu.
— Eu trouxe as roupas para você. — eu disse, colocando-as na cadeira que ficava perto da porta onde eu estava. Não falei mais nada e saí da sala o mais rápido possível.
— Yooni. — eu o ouvi me chamar, mas não me virei e continuei caminhando em direção à porta do quarto, de onde eu nunca deveria ter saído. — Hey! Espere. — de repente, senti a mão do Sr. Jungkook puxar meu braço para me virar.
— Desculpe por interromper. — eu disse com raiva.
— Baby...
— Não me chame mais assim, eu já disse que não gosto. — eu retruquei e sem mais delongas, senti seu corpo colidir com o meu. Ele estava me esmagando em seus braços e meu rosto contra seu peito.
— Desculpe, desculpe, não fique bravo, eu sei que parecia estranho, mas eu tenho um motivo. — disse ele.
— O Sr. Hoseok? — eu perguntei.
— Bem, também, mas, tem mais uma coisa... — ele me disse e naquele momento eu ouvi a campainha do apartamento tocar. — Olha, agora não posso te dizer, eu tenho que ir com Jimin para o hospital para ver Hoseok.
Ele me soltou e caminhou até a porta de uma vez.
— Eu vou com você. — eu disse a ele, enquanto caminhava atrás dele.
— Não! — ele quase gritou, deixando-me paralisado no meio da sala, ele se virou e me abraçou novamente. — Desculpe, eu não queria gritar com você, é que... — ele ficou em silêncio e claramente irritado, ele disse: — Vou explicar a você quando eu voltar. Sim? Baby, fique aqui com Jae Bum. — ele me disse assim que o homenzarrão com cara de assassino em série entrou pela porta. — Eu volto logo, preciso ir agora.
Naquele momento, o Sr. Jimin entrou na sala com as roupas do Sr. Jungkook nas mãos. Ele olhou para mim e com um suspiro baixo, disse:
— Não é o que você pensa. — ele entregou as roupas ao meu namorado e ele foi se trocar.
Em um instante ele voltou vestido e pronto.
— Fique aqui com Im, ele vai cuidar de você. — disse ele, beijando meus lábios rapidamente e sem mais delongas, ele saiu com o Sr. Jimin.
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Saímos do apartamento e imediatamente descemos para o estacionamento subterrâneo. Jimin parecia perdido, até assustado. Ultimamente ele não parecia ser ele mesmo e não o culpava, descobrir que o sangue de um Jeon corria em suas veias e não de um Park era algo difícil de processar.
— Você nunca soube? — Jimin me perguntou, olhando para a janela com uma expressão perdida.
— Claro que não, se eu soubesse que você era meu irmão, teria te contado. — respondi, mas minha resposta pareceu diverti-lo, embora sua expressão parecesse cansada. — O velho sempre guarda as coisas. — rosnei. — Até sobre amor da minha vida e que não era uma menina, mas um menino.
— Auch. — Jimin sussurrou, finalmente olhando para mim. — Você está falando sério.
— Você sabia e não me disse nada. — eu disse.
— Desculpe por isso. — foi sua única resposta.
— Não importa mais, agora eu o tenho comigo. — esclareci.
— Falando nisso, ele ficou com ciúmes. — Jimin me disse, arqueando uma sobrancelha. — Ele te adora.
Eu sorri sem tirar meus olhos da estrada, mas então, seu suspiro profundo e pesado chamou minha atenção.
— Cuide bem dele e trate-o bem, senão por sua estupidez você vai perdê-lo. — sussurrou ele e voltou a olhar para a janela, de onde não deixou de olhar durante toda a viagem.
[ Obrigada pela leitura ꨄ ]
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