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Olhos Fechados: Capítulo Trinta e Oito

Avisinho rápido:

Há um salto no tempo na história, desta vez é um ano desde o nascimento de Heejin.

Ou seja: Yoongi terá 16 quase 17 e Jungkook 24, Taehyung 18 e Seokjin, se não me engano 34, Jimin 30 e Hoseok 27 ou 28, Namjoon por fim 23.

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OJOS NEGROS | ϐοα ℓєιτυяα

𔘓 ‧₊˚ Capítulo trinta e oito


   — Um garoto? — sussurrei, enquanto olhava para o médico de Jieun com espanto.

Ela ao meu lado, pegou minha mão e sorriu para mim animadamente.

— É um menino. — ela me disse, e seu sorriso radiante só trouxe mais arrependimento para mim.

Porque mais uma vez, mesmo que eu tenha dito a Jieun que sua próxima gravidez seria por fertilização artificial, não foi realmente assim. Nosso segundo filho tinha sido o resultado de uma noite, um deslize no meio de bebidas e confissões. Mas a pior coisa era saber que eu havia falhado com Yooni novamente, que nem sabia sobre minha primeira filha de um ano.

Minha lista interminável de mentiras cresceu com o tempo e um ano e meio depois de estar ao lado dele, era uma lista muito longa. O que eu tinha feito com nosso relacionamento? Porque eu sabia, assim que ele soubesse, tudo acabaria, porque entre o céu e a terra não havia nada escondido.

Eu nem me desculpava mais, porque sabia que não tinha mais como ele me perdoar. Por isso, quando podia abraçá-lo e beijá-lo, o fazia, quando podia vê-lo dormir, contemplava-o sem hesitação, assim como quando ele sorria para mim com os olhos cheios de doçura, porque algo me dizia que isso poderia ser seu último sorriso direcionado a mim. Eu estava contra o relógio e sentia que a qualquer momento o que mais temia aconteceria.

No entanto, embora Heejin fosse fruto da minha mentira, eu a amava, ela era minha princesa e não me arrependia dela, nunca poderia fazê-lo, mesmo que isso me fizesse perder meu menino, pois eu já sabia de antemão que não o teria por mais tempo. No entanto, quando comecei a suspeitar que talvez meu menino já soubesse, senti meu mundo desmoronar.

Ele tinha mudado, tinha mudado, comigo, com todos. Tinha se isolado, às vezes chorava trancado no banheiro e às vezes quando olhava para mim na frente dele, eu podia ver o ódio refletido em seus olhos. Apenas palavras frias saíam de sua boca, ele nem me deixava chegar perto dele. No entanto, ele nunca me disse o motivo de sua mudança, embora eu tenha perguntado mil vezes.

— Eu não tenho nada. — ele respondeu sem olhar para mim e com uma voz pouco expressiva.

— Posso ficar com você? — lhe perguntei uma noite enquanto ele estava de costas para mim, como ele tinha feito por vários dias.

— É a sua casa. — ele me disse sem se virar. — Mas se você dormir aqui, eu durmo na sala. — o vi sair do quarto novamente sem nem olhar para mim, eu o observei ir sem poder dizer qualquer coisa. Foi a pior noite da minha vida, porque dormi na nossa cama completamente sozinho. Achei que talvez ficando em casa ele me abordasse para conversar, porém, não foi bem assim.

O que eu poderia dizer a ele? Não havia nada que eu pudesse lhe dizer que acalmasse sua fúria. Todas as noites eu voltava ao apartamento para vê-lo, mas ele se encarregava de se trancar no banheiro ou me evitar se eu estivesse no terraço ou na cozinha. No final, eu iria para a mansão Jeon me sentindo absolutamente sozinho e vazio.

— O que você tem, Jungkook? — Jieun me perguntou, porque ela tinha notado que algo estava errado comigo.

— Eu acho que ela já descobriu. — murmurei, mas sabia que ela entenderia de quem eu estava falando e eu estava certo. Seus olhos se arregalaram de surpresa e estranhamente, ela disse:

— Mas como? Você não me disse que ninguém disse nada a ela? Alguém lhe contou? Alguém deve ter dito isso. — ela me assegurou.

— Não sei, ela não fala com ninguém ou assim pensei. — pensei que ele não falava com ninguém, porém, Jimin e Hoseok, que não estavam em casa com tanta frequência quanto antes, me disseram que às vezes eles o ouviam resmungando no celular e o viam mandar mensagens para alguém de vez em quando. Quem? Eu não tinha ideia, não falei com Jimin, nem com Hoseok, não voltei ao apartamento de Jin para falar com eles e para minha maior surpresa, presenciei o olhar assassino que meu menino enviou mais de uma vez para Jin, meu irmão e o próprio Hoseok. — Eu me sinto uma merda. — murmurei.

— Tinha que acontecer, Jungkook, mas honestamente, eu sinto muito por ela, sabe? — ela me disse olhando para sua barriga já inchada. — Se o homem que eu amava mentisse para mim com algo tão sério como isso, eu não sei o que faria.

Olhei para ela com a mais grosseira das expressões e então, eu disse:

— Você tem sorte de eu não ser aquele homem que você ama, porque honestamente, eu menti para você também.

Ela olhou para mim com os olhos bem abertos e depois de alguns momentos, ela piscou em desânimo.

— Sobre o que você mentiria? — ela me perguntou. — Você me diria? — perguntou.

— Eu sinto que estou tão perto de perdê-lo. — murmurei enquanto olhava para o teto do quarto da minha esposa.

— Ela? — me perguntou.

— Ele. — eu disse sem olhar para ela. — Não é ela, Jieun, é ele. — então eu olhei para ela, porque eu não me importava, porque algo me disse isso, que a qualquer momento eu chegaria em casa e ele eu não estaria mais lá. — Estou apaixonada por um menino. — eu queria chorar.

— Oh, Jungkook. — ela sussurrou e com os olhos mais doces que eu já vi, ela me abraçou. — Está tudo bem, tudo bem, tudo bem...

Então eu entendi, eu estava chorando…

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Se alguém tivesse me dito que meu dia terminaria daquele jeito, eu nunca acreditaria. Eu acreditava arrogantemente que meu intelecto me curava do medo e que nada me surpreendia porque eu sabia de tudo. Idiota, apenas um idiota arrogante, esse era eu. Um idiota de quem todos riam pelas costas.

Agora, onde estava o meu tão falado QI, do qual tanto me vangloriava? Eu não conseguia superar aquilo. Talvez tenha sido por causa da maneira como descobri tudo. Deus, dava até vontade de rir.

Minha vida por quase dois anos foi uma comédia estúpida da qual eu não fazia ideia. Eu vivia em uma bolha onde só podia ver meus sonhos e nada mais, porque era tudo o que me permitiam ver.

Meus sonhos de estudar medicina, eram meus, ou também foram planejados por ele? Meus resultados de teste eram reais? Meu muito alardeado intelecto, não seria fictício como todas as suas mentiras repugnantes? Eu me senti mal, enojado. Deus, eu queria vomitar.

Como cheguei a isso? Tudo que sei é que depois de passar em todos os meus estudos básicos, decidi que estudaria medicina. Aparentemente ninguém ficou surpreso, nem mesmo Tae. Nam até me deu a oportunidade de me candidatar a uma clínica no hospital de sua família no centro de Seul. Eu estava vivendo meu sonho, mas então tudo desmoronou quando ela apareceu.

— Jeon Jieun. — murmurei enquanto lia o nome em sua identidade, que eu segurava em minhas mãos.

Olhei para ela, bonita, pequena, parecia jovem, mas além de tudo tinha o sobrenome do homem que eu amava. Ela sorriu para mim, sem dúvida não fazia ideia de quem eu era, pois parecia uma mulher feliz e ignorante.

— Sim, esse é o meu nome. — disse ela. — Estou aqui para uma consulta médica.

Olhei para ela como um idiota, sabia que minhas mãos tremiam e que eu estava paralisado. Ela piscou, seu sorriso desaparecendo de seu rosto bonito.

— Você está bem? — ela me perguntou e naquele momento eu a olhei mais atentamente, a barriga dela estava saliente, caramba, ela estava grávida claro, só grávidas vinham naquele consultório.

Eu a vi colocar a mão na frente da barriga e olhar para mim com preocupação.

— Você está pálido. — ela me disse.

Engoli em seco e, trêmulo, descansei minhas mãos na mesa. Mas o infortúnio da minha vida ficcional cômica não terminou ali e eu soube quando outra mulher, na casa dos quarenta anos, se aproximou da moça na minha frente.

— Sra. Jeon, a menina não para de chorar. — disse ela e eu imediatamente olhei para cima.

A moça recém surgida tinha a garota mais linda que eu já tinha visto em seus braços, ela era a mistura perfeita entre Jungkook e aquela mulher, uma completa boneca de porcelana asiática.

— Heejin, você quer vir com a mamãe? — ela lhe disse e então eu a invejei com cada fibra do meu ser, porque nesses quase dois anos ao lado de Jungkook, não havia nada que eu desejasse mais do que o que ela tinha em seus braços.

— Você tem uma filha linda. — eu disse a ela, e podia jurar que meu rosto não estava dos melhores, porque seus olhos ainda estavam preocupados e nervosos.

— Obrigado. — ela me disse.

Naquele instante, a enfermeira Kim apareceu como um anjo.

— Meu Deus, Yoongi, você está bem garoto? — ela me disse, colocando a mão na minha testa, imediatamente baixei o olhar, porque se eu o tivesse mantido por mais um segundo, teria começado a chorar como o idiota que eu era. — Venha, sente-se. — ela me arrastou em direção à cadeira.

— Posso ir ao banheiro, Sra. Kim? — perguntei, já sem ousar olhar para a mulher com aquele sobrenome que eu queria, pois tudo nela me dava inveja.

— Você acha que pode ir sozinho? — ela questionou e eu balancei a cabeça.

Levantei-me e caminhei na direção oposta, procurando os banheiros menos lotados do hospital. Minhas mãos e pernas tremiam como geléia. Caminhei por inércia até chegar ao banheiro e sem hesitar me tranquei em um dos cubículos. Nesse momento percebi minha respiração trêmula e que estava prestes a chorar.

Tirei o celular da calça do uniforme completamente trêmulo. Eu só queria ligar para ele, falar com ele, queria que ele me dissesse que o que eu tinha visto não era verdade, que era outra mulher, mas minhas mãos tremiam e minha voz sumiu de repente.

Segurei meu celular com as mãos trêmulas por quase meia hora, porém não liguei para ele. Pelo contrário, tudo o que fiz ali dentro daquele cubículo foi chorar e chorar, enquanto implorava ao meu corpo para parar de tremer.

Chorei, não sei por quanto tempo, até que de repente alguém bateu na porta.

— Yoon. — era Namjoon. — Yoon, você está aí? — ele me perguntou. — É você?

Meu choro foi silenciado, porém minhas lágrimas continuaram a cair.

— O que aconteceu Yoon? A Sra. Kim disse que você estava aqui, chorando, o que você tem? Devo ligar para Jungkook? — ele me perguntou e minha voz, pela primeira vez em todo aquele tempo, finalmente saiu.

— Não! — gritei. — Não ligue para ele. — chorei de novo enquanto fechava os olhos e apertava o celular contra o peito. — Não ligue para ele, não quero vê-lo.

Nam ficou ali, do outro lado da porta em silêncio, apenas me ouvindo chorar até não poder mais, até minha cabeça doer e minhas forças se tornarem nulas como tudo que ele havia jurado para mim.

— Mentiroso. — sussurrei, agora sem lágrimas para derramar e com os olhos cansados.

— Yoon, abra. — Nam me disse, eu tinha até esquecido dele, porém, ele não me deixou, ele ficou ao meu lado, mesmo quando eu já havia me abandonado completamente.

Abri e quando ele conseguiu entrar me abraçou, mas não senti nada. Absolutamente nada, estava vazio e aparentemente ele percebeu.

— Diga-me o que está acontecendo. — ele me pediu e eu, com a voz rouca de tanto chorar, e com a garganta rasgada, disse a ele. Não sabia que expressão ele tinha, nem o que ele disse depois, não o ouvi, só sei que ele me tirou de lá e me levou para o apartamento dele.

Eu sabia que ele tinha me sedado, eu sabia, porque dormi horas até o dia seguinte e quando acordei estava todo mundo no quarto do Nam, inclusive ele.

— Bebê. — ele me disse.

Não me chame assim, pensei.

Ele acariciou meu cabelo e seu toque me queimou. Nunca pensei que isso pudesse acontecer, mas cada mecha de cabelo que ele tocava me causava um estremecimento involuntário, tanto que ele até retirou a mão com minha clara reação de rejeição.

Depois disso, fechei os olhos novamente e presumi que havia adormecido mais uma vez. Quando acordei novamente, senti como se estivesse nos braços de alguém, era Jungkook. Porém, eu não tinha forças nem para me mexer, me sentia esgotado.

Acordei pela terceira vez porque Seokjin, outro mentiroso, havia me acordado com um prato de comida nas mãos.

— Venha, Yooni, coma. — eu não sabia o que havia acontecido, só me lembro do barulho estridente do prato quebrando e daquele falso me olhando com os olhos bem abertos.

— Vá embora. — eu disse a ele e me virei para não vê-lo.

Na próxima vez, quando abri os olhos, Nam estava lá e um soro foi colocado em meu braço.

— Você tem que comer. — disse Nam.

— Ele jogou a tigela de sopa quente em mim. — disse Seokjin.

Eu nunca mais usaria títulos honoríficos naquele bando de mentirosos hipócritas.

— Ei, Yoon. — Nam me chamou e eu me virei para olhá-lo. — Você tem que comer, já faz dois dias, você precisa comer.

De repente senti a caricia de uma mão na minha, me virei para olhar e seus olhos negros, grandes e profundos, me olharam apavorados. Sim, ele estava desconfiado que talvez eu já soubesse.

Tirei minha mão da dele e olhando para Nam, disse:

— Eu vou comer, mas me deixe em paz.

Todos foram embora, todos menos ele. Quem eu menos queria ver.

— Deixe-me em paz. — eu disse a ele.

— Yooni. — ele sussurrou, não se movendo um centímetro de onde estava ao pé da cama.

— Deixe-me em paz. — eu disse novamente.

Assim, eu o ouvi suspirar e depois ir embora.

Comi com um nó na garganta e lágrimas nos olhos novamente. Eu não sabia até aquele momento, mas Deus, como eu estava com fome. Então, prometi a mim mesmo, não me deitaria para morrer por ninguém, nem mesmo por ele.

Terminei meu prato e removi lentamente e cuidadosamente o soro. Fui até o banheiro, tomei um banho e, quando saí, Tae estava no quarto.

— Está melhor? Como se sente? — perguntou.

— Ok, você poderia ir embora? — eu perguntei sem olhar para ele, porque até duvidava dele. O único que tinha certeza de que não sabia de nada era Nam, pois não fazia parte do clã.

— Yoon. — ele me disse.

— Eu não quero falar agora, vá embora. — eu disse a ele e voltei para a cama.

No dia seguinte, quando abri os olhos, Jungkook não estava ao meu lado e por algum motivo isso apertou meu coração.

— Bobo. — murmurei para mim mesmo.

O que devo fazer a partir desse momento? Eu não sabia, não tinha cabeça nenhuma, mas também não ficaria de braços cruzados esperando que algo mágico acontecesse. Fui para o hospital, como se fosse algo normal, Jimin e Seokjin sorriram para mim quando me viram levantando e me preparando para sair, porém, nem olhei para eles, muito menos perguntei sobre Jungkook. Eu não queria ouvir nada sobre ele.

Ao chegar no hospital, a primeira coisa que fiz assim que tive oportunidade foi consultar o banco de dados do local. O nome de sua esposa, Jeon Jieun, era algo que eu nunca esqueceria. Eu examinei cada centímetro de seu arquivo, não havia nada que dissesse fertilização artificial.

— Eu sabia. — rosnei, instantaneamente me enchendo de raiva, porque a única razão pela qual ele esconderia algo assim de mim era justamente por isso, seus filhos, aqueles filhos dele e de sua esposa, não haviam sido concebidos por nenhum outro meio a não ser o natural. — Filho da puta. — murmurei e instantaneamente fechei o arquivo.

Depois daquela verdade que eu já assumi, algo que ainda não havia sido quebrado em mim, foi feito em pedaços. Eu trabalhava no hospital com uma permissão especial que Seokjin assinou e tomei isso como uma desculpa para sair daquela casa quando pudesse.

No entanto, ao sair do hospital com Nam, eles estavam sempre esperando por nós do lado de fora. Só entrava, porque sabia que me colocariam no carro até à força se eu resistisse, eu sabia, porque já tinha acontecido uma vez. Eu não tinha liberdade e até aquele momento eu tinha percebido isso.

Eu os odiava, cada um deles, especialmente ele, e com o passar do tempo, eu o odiava mais.

— Ele não vai deixar você ir. — Nam me disse ao telefone.

— Mas eu quero. — murmurei. — Pelo menos ele não me toca, eu acho que eu iria bater nele se ele tentasse.

— Ele não vale, ele sabe que você descobriu, Yoon. — Kim me assegurou.

— Claro que aquele idiota sabe disso. — rosnei furiosamente. — Você só tem que olhar para a cara de fogos de artifício dele para saber.

— A culpa o consome. — acrescentou Nam.

— Bem, ele pode enfiar isso na porra de sua bunda. — eu disse.

— Yoongi, há algo que eu gostaria de te dizer. — ele falou. — É sobre a universidade do meu tio.

— Harvard? — eu disse. — Não posso ir, estava prestes a contar para aquele idiota sobre a oferta que você me fez, mas agora só quero me afastar dele e só de pensar que tenho que...

— Yoon. — ele me disse. — Pense nisso, é o seu futuro, o seu sonho, pelo que você estudou por quase seis meses inteiros, Harvard é a melhor universidade de medicina do mundo.

— Eu nem sei mais se é meu sonho. — sussurrei.

— Você decidiu isso, não ele ou eu, você, Yoon. — ele me disse. — Se você quiser ir embora, eu ajudo você, foda-se esse mentiroso.

Ele não poderia ter dito melhor. Mas...

— Você sabe que se ele descobrir sobre isso, ele vai me prender, certo? — eu disse a ele: — Ele se tornou mais exigente com a vigilância ultimamente, eles não me deixam em paz, mesmo quando estou aqui, aqueles dois estão me espionando. — murmurei, olhando para onde Jimin estava olhando casualmente para mim. — Como posso sair?

— Vamos pensar em alguma coisa, somos espertos, esqueceu? — me disse.

— Eu já estou pensando sobre isso. — murmurei. — Bem, em referência a mim, é claro.

— Você é inteligente, ninguém fez os exames no seu lugar, foi você e ainda teve a melhor média, sinta-se orgulhoso. — ele me disse.

— De que adianta ser inteligente se eles me enganaram por quase dois anos? — murmurei.

— Isso é diferente, quando você ama, as coisas são diferentes. — assegurou.

— Isso não vai acontecer comigo de novo. — eu jurei.

— Bem, isso não vai importar quando você estiver em Harvard daqui a um mês. — disse ele.

Um mês, esse foi o meu tempo naquele lugar e então eu iria embora para sempre.

— Eu juro que vou te pagar de volta um dia, Nam. — sussurrei. — Obrigado.

— Nem diga isso, você é meu amigo e nunca gostei daquele idiota. — ele me disse. — Além disso, me sinto péssimo por não ter conseguido uma bolsa integral para você.

— Você me deu uma e meia, isso é ótimo. — eu disse a ele.

— Sim...

A ligação terminou e então fui para o quarto. Conversávamos no terraço ou no banheiro, porque sabia que se eu falasse com o Nam na sala daquele local, eles iriam me ouvir e contariam-lhe tudo.

Nam tinha me dado um celular descartável, para falar com ele sobre coisas que ninguém deveria saber, porque temíamos que o celular que Jungkook me dera fosse subitamente grampeado.

Suspirei, já trancado naquele quarto frio e solitário. Eu nunca havia o notado assim, frio, grande, tão desconhecido e quanto mais tempo passava nele, mais sentia sua falta e pensava nele. Eu o odiava, porque tinha me viciado em seu calor durante a noite, em suas ligações diárias, em seus sorrisos e olhares, em seus beijos, em tudo dele...

Yay!

Escondi a cabeça entre os braços e as pernas e, sem poder evitar, novamente como todas as noites, chorei. Porque eu estava sozinho e ele possivelmente estava com a esposa. Eu tinha sido um tolo ingênuo, por ter acreditado em tudo o que ele me disse.

Enxuguei as lágrimas e preparei minhas coisas para o dia seguinte, junto com o que ia tirando aos poucos para fazer as malas para a viagem. Eu tinha que ter cuidado para não deixar transparecer. Então, no meio das minhas reflexões, o iPhone que ele comprou para mim começou a tocar. Olhei para ele em silêncio, enquanto tocava e tocava.

Não dizia mais "Meu amor" na tela, agora dizia "Droga" em letras maiúsculas.

Tocou de novo e de novo depois, de novo e de novo, suspirei aborrecido e sem pensar mais nisso, o peguei da mesa onde estava e saí do quarto, atravessei a sala sob o olhar daqueles traidores e então sai para o terraço. Então, joguei o celular para o alto, com todas as minhas forças.

— Oh inferno! — Jimin exclamou. — Por que você fez isso?

Virei-me para olhá-lo com raiva, como se o diabo tivesse me possuído, não sei que expressão eu tinha, mas vi os dois recuarem um passo.

— O que estão olhando? — perguntei-lhes e voltei para aquele confinamento onde todas as noites tentava dormir.

Naquela noite eu não consegui dormir e quando finalmente consegui, já passava das quatro.

— Yooni. — eles sussurraram para mim no meio dos meus sonhos. — Yooni. — eles tocaram meu braço e com um único empurrão eu empurrei aquela pessoa para longe. Quando abri meus olhos, descobri ser Hoseok na minha frente, olhando para mim com tristeza. — Bom dia. — ele disse sorrindo sem jeito, especialmente porque eu não disse nada e olhei para ele. — Yooni. — ele sussurrou nervosamente.

— Saia. — rosnei, minha voz áspera, que por algum motivo tinha ficado assim em meses.

Levantei-me, agora estava quase da mesma altura que Jimin, que estava me olhando sério da porta.

— Pare com o drama agora, agradeça por termos te acordado. — ele me disse e eu rapidamente disse a ele:

— Eu pedi a você, idiota? Eu pedi a algum de vocês para me acordar? Por que vocês não vão embora e me deixam ir para o inferno?! — eu exclamei com raiva.

— Eu adoraria deixar você ir, mas não posso. — disse ele, sorrindo.

— Jimin! — exclamou seu namorado traidor, igual a ele. — Yooni. — ele me disse, mas eu não olhei para ele, só olhei para o Jimin espantado, claro, ele sempre me odiou, com certeza ele também fingiu gostar de mim, talvez tenham sido as ordens daquele cara. Mas além disso, ele havia confirmado o que eu já suspeitava, se eu tentasse sair, eles me impediriam porque era assim que o chefe deles queria.

— Apenas me mate!

De repente, Jimin não sorria mais e agora seu olhar estava preocupado, ele olhou para Hoseok, que balançou a cabeça e olhou para mim com tristeza.

— Oh, eu disse isso em voz alta. — sem dizer mais nada, caminhei em direção ao banheiro com passos lentos.

Naquela mesma tarde, quando retornei àquele local, faltavam algumas coisas, entre elas as facas de cozinha, as armas de fogo que estavam no quarto que ocupava e até as navalhas de barbear. Uau, se eu tivesse pensado em cometer suicidio, teria muitas opções.

De manhã trabalhava no hospital, até depois das três da tarde, quando cheguei naquele confinamento, me dediquei a estudar para o vestibular de Harvard, que só Nam sabia. Eu tinha que passar, senão o único sonho que eu ainda tinha seria impossível. Depois das sete da noite ele vinha e sentava na cama para me ver estudar até às onze da noite. Então, quando eu finalmente me levantava para comer e depois ia para a cama, ele me perguntava:

— Eu posso ficar?

— É a sua casa. — eu sempre lhe dava a mesma resposta.

— Ela é sua também, amor. — não me chame assim, eu queria dizer a ele, mas eu ficava quieto, sempre, quando ele vinha meu olhar nunca encontrava o dele, eu evitava olhá-lo, porque se eu o fizesse choraria em sua frente. — Mas me responda.

— Eu já te respondi. — murmurei.

— Bem, então, se eu ficar, você vai dormir comigo? — ele me perguntou e eu balancei a cabeça mesmo sem olhar para ele, para depois ouvi-lo suspirar profundamente e então dizer. — Descanse, meu menino.

Como eu poderia ficar sem ele ao meu lado?

Ele não tinha chegado perto de mim novamente, porque cada vez que ele me tocava, eu o repelia como veneno. Então, quando ele ia embora, eu me cobria com os cobertores e começava a chorar. Isso acontecia todas as noites:

Ele vinha, sentava na cama e me olhava de lá. Sua colônia enchia o quarto e apenas naqueles momentos, o quarto não era tão horrível. Mas então me lembrava da verdade e sentia um buraco no peito. Às vezes a dor me dominava e ele sabia disso, porque eu o ouvia suspirar e sussurrar baixinho meu nome.

Droga, por que ele simplesmente não me deixou?

Uma semana antes do meu voo, ele chegou uma manhã, de repente e sem dizer nada. Eu ainda estava dormindo, ele sentou na cama e me encarou. Ele não me tocou, apenas olhou para mim. Então ele se levantou e ouvi o som suave de algo sendo colocado ao lado da cama. Então a porta se fechou novamente. Abri os olhos e descobri ser um novo celular, ainda mais novo que o anterior.

Eu nem toquei, deixei lá e me levantei. Chequei minhas coisas, tomei banho e quando sai do quarto, ele estava na sala, era a primeira vez em semanas que eu o via e ele me pegou de surpresa. Ele parecia cansado, um pouco mais magro e estranhamente diferente, triste, talvez?

Desviei o olhar e caminhei em direção ao elevador sem dizer nada.

— Você viu o celular? — ele me perguntou e logo parei na entrada. — Ouvi dizer que o seu quebrou.

— Ele jogou do terraço, você quer dizer. — disse Jimin da cozinha.

Eu me virei para olhar lá, porém, ele não foi visto. Era o celular ou eu, e eu escolhi o celular, pensei. Olhei para o chão e pensei por alguns segundos, me virei e voltei para o quarto, peguei o maldito presente que não queria e voltei para a sala. O coloquei, com caixa e tudo, contra a mesa de centro.

— Eu não quero isso. — eu disse e sai.

Então, chegou o dia. Nam guardou minha bagagem, comprou minha passagem de avião e estava me levando ao aeroporto. Eu fingia que tinha trabalho, como qualquer dia normal. Eu me olhei no espelho naquela manhã e quando me vi não me reconheci, quem era aquela pessoa? Não era eu, roupas finas, relógio de pulso, colares de ouro. Desde quando eu uso tudo isso? Tirei tudo e coloquei na prateleira do banheiro, procurei o mais simples do guarda-roupa e o tênis mais antigo que tinha. Naquele momento me lembrei daquelas botas que havia roubado antes, aquelas que me levaram a meu amor e por ele agora me sentia destruído por dentro. Minhas lágrimas caíram sozinhas e eu me gabei delas e do meu coração estúpido.

— Olha o que eles fizeram com você. De um menino sozinho, para um idiota arrogante. — disse a mim mesmo, olhando-me na frente do espelho.

Chorei mais um pouco, porque queria sentir tudo naquele momento, porque justamente naquele dia, eu não estaria na minha escrivaninha quando ele chegasse e ele não sentaria na cama para me ver estudar. Não, naquele dia tudo acabou.

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Oii... Eu sei, demorei de novo com a atualização, e eu realmente sinto muito. Eu tô tentando organizar minha vida para poder atualizar com mais frequência. E admito que minha demora se deve também por ter evitado traduzir esse capítulo em específico. Não gosto do jeito como o Yoongi fica arrasado.

Mas obrigada pela paciência.

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