Capítulo Sete
OJOS NEGROS | ϐοα ℓєιτυяα
𔘓 ‧₊˚ Capítulo sete
Não tinha sido intencional escutar do outro lado da porta. Porém, ao escutar a voz do garoto e a palavra violação saindo de seus lábios, Seokjin e eu havíamos ficado petrificados. No início pensávamos que ele falava dele mesmo, mas conforme continuava a história nós percebemos que falava de sua mãe.
Meus punhos haviam se apertado e juro por Deus que eu estava a borda da irá. Desejava ir procurar esses malditos filhos da puta que haviam feito tudo isso. Pois era evidente que aquilo doía no menino, não tinha que vê-lo para saber. Só de escutar sua voz podia saber que aquela memória Ihe doía.
O que garoto faria quando soubesse que sua mãe havia sido assassinada? Contive o ar ao pensar nisso, pois a ternura com que o menino falava dela apesar de tudo me gelava a pele. Senti a mão de Seokjin em meu ombro neste momento. Claro, ele havia notado, não podia esperar menos do sensível Seokjin, ainda agora me surpreende que um homem como ele seja meu amigo.
— Calma. — me sussurrou enquanto escutavamos o menino falar.
Menino, menino...
Engoli em seco e contendo meu próprios impulsos e palpitações, disse a mim mesmo:
"É um menino, minha Yooni é um menino que já conheceu o inferno."
Senti desejo de gritar, de destruir algo, o que fosse, realmente não teria me importado. Pois agora mais do que nunca sabia que o fato de seu sexo não me importava, era Yooni, isso era tudo. Porém, em algo meu avô tinha razão, o fato de que Yooni é um homem mudava tudo. Não o bastante, não me impediria de cuidar dele. Sentia que agora era minha responsabilidade.
Estava um silêncio no interior da casa, mas logo uma suave risada carregada de amargura é ouvida. O garoto tinha rido e tinha certeza de que ele não achava engraçado. Nesse momento, Seokjin abriu a porta e atrás dele, eu entrei.
Hoseok, Jack e Seounghyun estavam com ele. Todos sem distinção ficaram de pé. Seokjin me olhou, igual a Hoseok; eles me conheciam muito bem e sabiam o quanto eu tinha o procurado, o quanto havia ansiado por ele. Porém, ainda que eu quisesse abraça-lo agora e dizer o quanto havia sentido falta dele, sentia que não era o correto.
O olhei, parecia igual, pequeno, delgado, pálido e assustado.
"Tem medo de mim." pensei. Rapidamente olhei para Hoseok este assentiu com a cabeça, como se adivinhasse meus pensamentos. Sim, não tinha dúvidas, o menino sentia terror de mim. Sorri, por que? Eu não sei exatamente...
— Preciso falar com Yoon... com Yoongi. — disse. Maldição, tinha que aprender a não soltar a língua. Havia estado a ponto de chama-lo de Yooni.
Todos começaram a sair pela porta, enquanto o menino, meu pequeno e assustado menino os olhava aterrorizado, como se dissesse:
"Não me abandonem com ele."
De novo sorri, pois por alguma razão sua expressão aterrorizada parecia adorável para mim.
— Não vou te comer, menino. — lhe disse tranquilo, desejando transmitir um pouco de calma. Porém minha tranquilidade parecia lhe assustar ainda mais.
Suspirei e desviando meus olhos dele, olhei para cama, onde segundos antes o garoto estava sentado.
— Se sente. — lhe disse, fechando a porta atrás de mim.
O garoto ficou ainda mais tenso, ao ver a porta agora fechada. De novo suspirei, enquanto caminhava para a cadeira que se encontrava ao lado de uma mesa, a única que tinha no pequeno cômodo. Olhei o lugar minuciosamente, inspecionando cada canto. Vi a foto de que Hoseok e Seokjin haviam me falado, a qual sem dúvida havia sido tirada quase na mesma época em que eu havia o conhecido.
O garoto não falava e era evidente que não o faria. Então, eu comecei a conversa.
— Não tenha medo, eu simplesmente quero ter certeza de que você está bem. — disse. — Hoseok e Seokjin estão preocupados com você.
Então finalmente o garoto o olhou com seus olhos escuros e pequenos claramente surpreendidos.
— Des... desculpe. — gaguejou. Deus, era adorável, era pela vergonha que via em suas bochechas?
Sorri e esta vez não pude conter uma pequena risada. Ele me olhou mais do que impactado pelo que parece.
— Não tem porque pedir desculpas, na verdade... — disse suspirando suavemente. — Eu também me sentia um pouco intranquilo.
Agora, o menino nem sequer podia piscar e me olhava como se tivesse vendo uma alucinação. De novo Ihe sorri sem desviar meus olhos dos seus.
— Se há algo que você precise. — lhe disse e ele em seguida negou com a cabeça, tímido e ternamente. Inferno, havia pensado que ele é terno? Engoli meus próprios desejos de gritar e o olhando em silêncio, descobri o menino olhando para as bolsas que tinha em um lado no chão.
— Foram as compras. — adivinhei e ele assentiu com sua cabeça outra vez. — Há algo que te falta? Roupa, dinheiro, comida? — ele negou com sua cabeça mais uma vez. — Se precisar de algo vai me dizer, verdade?
Ele estava como um tomate, enquanto seus olhos viajavam do chão a minha cara. Acho que ele fez esta ação umas cinquenta vezes enquanto estávamos conversando, ou melhor dizendo, enquanto eu falava com ele e ele simplesmente escutava.
— Bom. — completei enquanto me colocava de pé. — Acho que já tenho que ir, mas...
O olhei e seus olhos estavam de novo em minha pessoa. Sorri para ele, inconscientemente devo dizer. Peguei minha carteira e peguei um de meus cartões de visita.
— Pega. — disse.
Ele estendeu sua mão, nervoso e meio trêmulo, assim a pegou.
— Me liga se precisar de algo, de acordo?
Ele assentiu rapidamente, como havia feito outras vezes e de novo sorri. Sem me dar conta levei minha mão a sua cabeça e suavemente acariciei seus cabelos desgrenhados. Pude sentir e ver ele se encolher. Inferno, por acaso estava fazendo de propósito?
Afastei minha mão de sua cabeça e engolindo um suspiro caminhei para a porta. Ao abri-la, todos estavam ali, me olhando em expectativa, inclusive Jimin estava ali.
— Jung. — disse desviando meus olhos de Park. — A partir de agora te encarrego da segurança do garoto.
Jung assentiu com a cabeça. Estava certo de que já estava por dentro de tudo. Passei ao seu lado e sigilosamente, lhe sussurrei.
— Mude com ele.
Jung me olhou com absoluta surpresa, ao mesmo tempo em que eu me virava para olha-lo, de novo com dissimulo.
— E como você supõe que eu faça isso? — respondeu, tão baixo como um assovio.
— Eu sei que vai pensar em algo. — respondi e caminhei de volta para meu carro, não sem antes notar o menino de pé no umbral de sua porta.
Me olhava perdido. Ele estava realmente lindo, quase poderia dizer que parecia estar em um sonho, pois justo neste momento eu percebi do quão sem dúvidas parecia que estava com Yooni do passado.
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Estava alucinando, ou era um sonho? Sim, estava certo de que era isto. Porque o sorriso do diabo senhor Jeon não podia ser tão bonito e muito menos seus olhos podiam ser tão amáveis. Sua mão? Oh sim, acariciou minha cabeça, não foi? Fez eu me sentiu bem, como algo ligeiramente nostálgico.
O vi ir tão repentinamente como havia aparecido e agora me sentia como se estivesse em um universo paralelo.
— Hey, Yoongi. — me disse o senhor Hoseok, que havia sido o único que havia ficado comigo. Por que? Ainda não sei, mas tenho o pressentimento de que isto tem algo a ver com o que ele e o senhor diabo falaram antes dele ir embora. — Terra para Yoongi. — disse de novo, rindo talvez por minha expressão de devaneio.
— Sinto muito. — sussurrei enquanto tomava um pouco do meu chá recém feito.
— Está bem. — disse ele enquanto se sentava em uma cadeira improvisada que havia feito com uma caixa que estava em um canto da casa. — Como eu estava te dizendo, acha que eu poderia ficar contigo por um tempo? É que meu apartamento está sendo pulverizado, tem cupins por toda a casa, evacuaram todo o edifício. — me disse visivelmente abatido.
— Claro, está bem, não tenho muito espaço, mas podemos dar um jeito, suponho. — comentei olhando para minha pequena casa. — Meus avós e eu vivíamos aqui, então não vejo porque não.
Ele sorriu, com seus olhos fixos em mim.
— Você é um garoto muito bom, Yooni. — me sussurrou e com suavidade tocou minha cabeça, justo como havia feito o senhor diabo Jeon horas antes. Porém a sensação havia sido completamente diferente.
No dia seguinte o senhor Hoseok e eu saímos cedo de casa. O plano era acompanha-lo até seu edifício para que recolhesse suas coisas. Porém os pulverizadores já estavam ali e havia sido impossível de entrar, um fiasco. No final terminamos em uma loja comprando algumas coisas para ele, entre elas uma cama beliche.
— É para que fiquemos maís cômodos ao dormir, você sabe, não me incomoda dormir ao seu lado, mas acho que é melhor uma cama para cada um. — disse.
Eu assenti, talvez porque me sentia feliz de que por fim teria alguém com quem conversar em minha casa. Definitivamente já não me sentia tão só.
— Não é necessário que pague nada, sou eu que estou me intrometendo em sua casa. — havia me dito, porém eu insisti, como eu gastaria meu dinheiro se ficassem me comprando coisas? Não é que eu queira ser mal agradecido, mas queria fazer algo com esse dinheiro. Ainda que fosse comprar uma beliche e roupa de cama novas.
Também tenho que confessar que o aquecedor tinha sido a melhor aquisição de todas. Finalmente depois de muitos invernos, não senti frio no meio da noite, ou seria porque o senhor Hoseok estava ao meu lado? Não sei, talvez era ambas as coisas.
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Jung suspirou a minha frente. Parecia cansado e um pouco retraído.
— O que aconteceu? — lhe perguntei.
— Seu garoto. — me disse. — Tem o sono mais nefasto que eu já conheci. — eu ri, ao ver que massageava o pescoço. — Como algo tão pequeno e delgado pode me estripar tão forte pela noite com aqueles bracinhos tão frágeis? — completou e meu sorriso desapareceu.
Ele riu negando com sua cabeça, enquanto se sentava em frente à mim, disse:
— É brincadeira, é brincadeira, mas a verdade é que sim, ele chuta como um jogador de futebol profissional.
Eu grunhi e voltei aos meus papéis.
— Hey Jung, escutei que o edifício está completamente infestado, te contaram? — disse sem levantar meu olhar. O escutei suspirar agoniado e agora irritado me disse:
— Hoje eu fui com seu menino e não pudemos subir, os exterminadores estavam ali, mas devo te confessar que isso foi muito oportuno, imagino que Yoongi me deixou ficar porque Ihe disse sobre meu problema com pragas.
Arquiei uma de minhas sobrancelhas e sorrindo meio de lado, Ihe disse:
— Que oportuno, não acha?
Ele suspirou novamente, enquanto que encostava suas costas contra as costas da cadeira.
— Hey Jungkook, sobre o que conversou com Yooni quando se fechou com ele dentro de casa? — me perguntou. — Ele parecia um pouco surpreso depois que você se foi e tenho que te confessar que o resto do dia todo esteve meio distraído, quase pensativo.
Levantei meus olhos e com uma voz tranquila, lhe disse:
— Nada que você não saiba, Jung, e também te agradeço por me chamar quando soube que ele era Yooni.
Ele me olhou surpreso e agora mais sério e disse:
— Não que tem nem que mencionar, na verdade, quando eu soube, só pude pensar em te dizer. — limpou a garganta e prosseguiu. — Sei o quão é importante para você, porém..
Calou e agora seus olhos mais curiosos se fixaram em mim.
— O que fará com ele? — me disse.
Deixei tudo de lado e suspirando, olhei meu amigo.
— Eu não sei, a única coisa que agora tenho clara é que eu quero cuidar dele, que não falte nada para ele, que esteja bem. — disse. — Mas meu plano inicial acho que foi cancelado.
— Casar com ela, é o que quer dizer. — sussurrou meu amigo. — Mas não é ela, é ele.
Eu assenti. Era verdade, meu plano inicial era encontrá-la e me casar com ela, mas agora isso já não estava mais em questão. Era algo que não podia fazer com Yoongi, com um homem. Não, correção, com nenhum homem, porque no final das contas precisava de uma mulher para que gerasse meu sucessor.
Sabia que Jung pensava igualmente, meu clã era minha prioridade, era minha responsabilidade, como Yooni era agora.
— Não o fará não é? — me disse. — Te entendo, sei que todo o clã é seu dever e sua responsabilidade, mas e o que você sente?
Neguei com minha cabeça e suavemente desviei meus olhos dele.
— A imaginei por anos, ansiava ver ela, mas agora que eu sei que é um garoto, não sei o que sinto, estou confuso Jung. — disse cobrindo meus olhos com minhas mãos. Me sentia cansado, não havia dormido pela noite, pensando em tudo, nele, em mim, no que deveria fazer, no que seria melhor.
Algo era claro, não deixaria Yooni por nada no mundo, ele agora era minha responsabilidade. Eu sei que devia, porque se eu não tivesse colocado meus olhos nele, nada do que viveu teria lhe acontecido. Talvez ainda continuaria ao lado de sua mãe, talvez ela teria chegado a pagar o médico de seus avós e teria dado uma vida melhor ao seu filho. Agora tudo isto estava entre os se, pois era evidente que nunca saberia.
Depois de minha conversa com Jung fiquei completamente só no escritório do bordel. Não queria Jimin perto, não agora, não ainda. O perdoaria, eventualmente, mas não agora. Pois suas ações ainda que tivesse se desculpado dizendo que não teve outra opção, eu sabia que tinha feito isso por ciúmes. Ele simplesmente não queria que eu encontrasse a Yooni, ainda quando me disse que havia a procurado em segredo eu não acreditava nisso.
Tudo tinha sido mentira, os investigadores, a busca, tudo havia sido uma enganação, havia feito na minha cara por anos. Bufei irritado e justo neste momento, ele entrou pela porta.
— Podemos conversar? — me sussurrou com os olhos suplicantes.
— O que você quer, Jimin? — disse sem sequer olhar-lo.
Ele entrou pela porta e a fechou atrás dele.
— Eu não fiz por ciúmes. — me disse. — Eu fiz para proteger o clã, você, porque sei quanto você gosta dele e sei que você teria ficado louco ao saber que Yooni é um homem.
O olhei, irritado, ferido talvez.
— É sério? Que engraçado Jimin, porque dizendo isto só me faz pensar no quão idiota e egoísta que você tem sido. — lhe respondi. — Deveria ter me dito, eu teria entendido, porque o clã é minha prioridade e você não confiou em mim, em seu chefe, em seu líder. O que pensava que eu faria quando soubesse? Que mandaria tudo pro diabo e começaria uma relação homossexual com Yooni? — ele quis falar, porém minha mão e minha cabeça em negação o fez se calar. — Não sou gay, Jimin, você sabe bem e nem sequer por Yooni vou mudar da noite para manhã, está me entendendo? Eu gosto de mulheres, dos peitos e das vaginas, entenda de uma vez, porque o fato de que você é não significa nada para mim, fui claro?
Jimin parecia ferido, mas não tanto quanto eu me sentia traído.
— Agora saía e me deixe continuar meu trabalho.
Jimin saiu pela porta e quando o golpe forte ressoou, eu olhei para frente. Suspirei e senti nelas as minhas forças ser drenadas como se esse suspiro fosse um tubo aberto.
O que deveria fazer? Com Jimin, com Yoongi, com a confusão em minha cabeça e com este sabor amargo em minha boca.
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Passava da meia noite, a cozinha não parava, como sempre. O senhor Seokjin havia me dito que o senhor diabo estava no andar de cima em seu escritório e que por nenhum motivo eu devia subir. Assenti, claro que não tinha que me dizer duas vezes.
— Yoongi, pode tirar o lixo? — me disse um dos trabalhadores da cozinha, que com suas mãos ocupadas, empurrava o saco de lixo com seus pés. Assenti com minha cabeça e rapidamente caminhei até o saco.
— Está meio cheia, tem mais lixo? — perguntei.
— Pega nos lixeiros que estão nos banheiros. — me disse o mesmo garoto, Mark, talvez uns anos mais velho que Wang.
De novo assenti e caminhei para os corredores de fora. A música estava muito alta e as pessoas pareciam já bêbadas. Olhei cauteloso, os bêbados sempre tendiam a fazer estupidez. Peguei o saco de lixo e com rapidez entrei na cozinha.
Caminhei até a porta lateral que conduzia ao beco direito do local, onde se descartava todo o lixo em um grande contêiner. Mas então, com o lixo na mão e com meus olhos arregalados descobri algo que talvez não devia. O senhor Jimin estava contra a parede e quase sobre ele, Ihe comendo a boca, se encontrava o senhor Hoseok.
Ambos, ao escutar a porta abrir se viraram para me olhar. Estavam um pouco desalinhados e devo confessar que minha vergonha estava pintada por toda a minha cara, ao notar que as calças dos dois estavam abertas.
— Ah, per... perdão. — disse rapidamente e como se o diabo me seguisse, a fechei novamente.
O que havia acontecido? Estava certo de que meu rosto estava numa cor vermelho tomate e que meus olhos pequenos estavam completamente abertos.
— Yoongi. — escutei que me chamavam, era o senhor Seokjin. Olhei para ele e tentando despertar de meu assombro, caminhei até ele.
— O que você tem? — disse colocando a mão sobre minha testa. — Está com febre? — me perguntou, eu neguei com minha cabeça e me aproximando de seu ouvido lhe contei o que havia visto.
Seus olhos se abriram ainda mais que os meus, porém sua surpresa foi seguida de uma estrondosa gargalhada.
— Então você os viu, né? — me disse sorridente. — Esqueça disto, esses dois são uns exibicionistas de primeira, então não se preocupe. — me levou com ele até o final da cozinha e mudando completamente assunto, me disse. — Sei que a limpeza não é assunto seu, mas poderia arrumar um dos quartos de cima? Jeon vai ficar essa noite e o idiota só me disse agora. — grunhiu o senhor Seokjin. — Você lembra qual é o quarto? Te mostrei semana passada.
Assenti com minha cabeça, eu lembrava, era a maior porta no final do corredor direito, era a única porta do corredor, era impossível não reconhecer.
— Bem. — me disse. — Os lençóis estão lá em cima, no quarto da limpeza, leva alguns lençóis limpos e recolhe os que tirar, e leva ao quarto de limpeza.
— Só isso? — perguntei.
— Sim, não se preocupe, as garotas da limpeza sempre limpam, mas só trocam os lençóis quando Jungkook decide ficar para dormir. — me disse. — Oh, abre as janelas e acende umas velas aromáticas, as garotas de Jungkook gostam disto. — em seguida me olhou, como se tivesse percebido que aquele comentário era inapropriado. Porém era algo normal para mim. Quer dizer, não era estúpido, claro que sabia que o senhor diabo desfrutava dos benefícios de ser dono de um bordel.
Não disse mais e então eu caminhei para as escadas. Fiz tudo o que ele me disse, mudei os lençóis, abri as janelas e coloquei as velas, mas então, justo quando eu estava recolhendo os lençóis de onde deixei, a porta que eu acho que era do banheiro se abriu.
Me virei depressa e ao fazê-lo, oh meu Deus! Era o senhor diabo Jeon em carne e osso. A única coisa que cobria suas partes privadas era uma toalha negra. O olhei dos pés a cabeça, pelo santo Deus! O que estava fazendo? Havia inspecionado o pacote completo bem em frente aos olhos do diabo. Sim, estava certo de que depois de hoje me proibiria de entrar neste quarto.
Nem sequer sabia por que eu havia o feito. Talvez curiosidade? Pelo que fosse, se sobrevivesse a isto, daria graças a Deus por duas coisas: por me deixar com vida e por me deixar ver uma de suas melhores criações.
— Jin Ihe enviou? — me disse e juro por tudo que é mais sagrado, que sua voz estava mais profunda agora.
Levantei meu olhar para vê-lo. Deus. Assenti nervoso e acho que ele podia ver. Mas não era minha culpa, era culpa dele. Seus olhos me olhavam como se estivesse me estudando. Então eu pensei:
"Um momento, Jin? Quem era Jin?"
— Seokjin, de vez em quando o chamo de Jin. — me respondeu ao ver a curiosidade em minha expressão.
— Oh! — disse compreendendo finalmente. Assenti e engolindo a saliva com nervosismo fiquei parado lhe olhando, enquanto ele se movia pelo quarto. O fazia devagar, com passos lentos e tranquilos. Deus, acho que eu estou babando.
— Acho que eu tenho que ir. — disse, quando alguém bateu na porta.
Rapidamente acordei de minha divagação e envergonhado caminhei para a saída. Deus, que vergonha, agora pensaria que eu sou um pervertido ou algo pior. Ele abriu a porta e meu queixo quase tocou o chão. Essa mulher não era do bordel, estava certo.
Haviam belas mulheres e logo estava ela. Loira platinada, alta, delgada, parecia uma boneca de revista. Dessas revistas para adultos, porque seus seios se sobressaiam de seu vestido negro e apertado. Tudo nela gritava prostituta, porém uma que não é qualquer um que pudesse pagar.
Ela entrou, enquanto eu a olhava como um idiota.
— Olá, Jungkook. — disse ela estampando um beijo na boca e passando por mim quase como se eu não existisse.
Essa sensação eu já conhecia, tinha a vivido por toda a vida, especialmente ao lado de pessoas como ela, bonitas. Porém, o senhor diabo olhava somente a mim.
— É bonita, verdade. — me disse com um sorriso terno em seus lábios e com os olhos ainda fixos em mim. Eu assenti com minha cabeça e uma suave risada saiu de seus lábios. O olhei fixamente nos olhos acreditando que ele me olharia como fez no dia anterior, mas a única coisa que seus olhos me mostravam era escuridão. — Vai logo, menino. — me disse então, por fim desviando os olhos de mim, ao mesmo tempo que caminhava para onde a bonita prostituta já se acomodava na cama.
O último que eu vi antes de sair, foi ela tirando com suas mãos a toalha do senhor diabo. E então, fechei a porta e fui embora.
[ Obrigada pela leitura ꨄ ]
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