Capítulo Quinze
OJOS NEGROS | ϐοα ℓєιτυяα
𔘓 ‧₊˚ Capítulo quinze
Tinha amanhecido há aproximadamente uma hora, porém meus olhos pareciam mais deslumbrados pelo meu menino aconchegado ao meu lado, do que pela luz que entrava pelas janelas. Tenho que admitir que ver seu rosto sendo tocado pela pouca luz que se infiltrava pelo quarto tinha me atordoado. A iluminação era o suficiente e perfeita. O fazia parecer como um pequeno boneco de porcelana, um só para mim, absoluta e irrevogavelmente meu.
Tínhamos feito amor até esgotar nossas forças e tínhamos nos deixado levar como nunca, eu tinha certeza disso. Seus gemidos, os choramingos e seus olhares carregados de doçura não tinham sido fingidos. Ele tinha se entregado a mim e só a mim.
Um sorriso triunfal se formou em minha boca e com meus dedos acariciei suavemente o lado esquerdo de sua testa e cabelos, estes que ainda estavam úmidos pelo suor que tinha empapado sua testa.
Ele tinha se rendido depois da terceira rodada e eu não o culpava, tínhamos consumido cada gota de energia que tínhamos. Não o bastante, ainda com cansaço em meu corpo e o sono bordando os meus olhos, não podia dormir; a preocupação e a dúvida me mantia acordado.
O que demônios devia fazer com a proposta de matrimônio?
Suspirei suavemente, ao mesmo tempo que afastava minha mão dele. Continuei o observando por uns instantes e então finalmente sai da cama para caminhar até o guarda roupas; peguei uma calça de pijama e de novo caminhei para a cama para olhar-lo da minha posição, de pé bem na borda.
Suspirei novamente.
Ele deveria ser tudo o que eu precisava no momento, devia ser minha obsessão bem agora, mas não era assim, o tema do matrimônio me mortificava tanto que não me deixava pensar no que eu tinha em mãos, ou melhor dizendo, a minha frente. Mas, ainda com minhas dúvidas e minhas preocupações, tinha algo que sim, eu estava total e completamente certo, não ia deixá-lo ir, não de novo, não agora que por fim ele era meu. Não me importava sobre quais os meios ou o que eu teria que fazer para manter ele comigo, ele permanecerá ao meu lado e eu vou me encarregar disso.
Então, bem quando dizia aquilo a mim mesmo, a luz do meu celular chamou minha atenção para o chão, onde tinha ficado depois de ter jogado a roupa sem nenhum cuidado. Sorri, ao mesmo tempo que me inclinava para pegar o telefone. A luz brilhava e a tela mostrava o nome de Seokjin em letras grandes. Olhei de novo para meu menino, que ainda dormindo não percebia nada. Assim, caminhei para a porta para sair do quarto.
— Jeon. — disse quando eu atendi sua chamada.
— Hey, você já está acordado, isso é bom... — me respondeu com a voz suave e tranquila. — Olha, sei que não é da minha conta, mas.
— Se você sabe então não diga nada. — o interrompi em seguida, pois algo me dizia que suas próximas palavras seriam uma dor na bunda.
— Sim, bom, eu disse que sabia, mas o farei do mesmo jeito, assim que... — Seokjin se calou por uns segundos e disse de novo. — Eu gostaria de conversar contigo sobre seu menino e o que você vai fazer sobre a proposta de matrimônio, seus guarda costas me enviaram os papéis para que eu desse uma olhada e...
Respirei profundamente e olhando a sala na qual agora me encontrava, disse:
— Jin, passei a noite com Yooni.
Minhas palavras tinham soado mais suaves do que tinha esperado, porém o impacto foi o mesmo para meu amigo, que mudo de repente tinha ficado igual pedra, ele sabia, não tinha que ver para saber. Ele tinha compreendido perfeitamente o significado de minhas palavras.
— Jungkook, você não é gay. — foi o primeira coisa que ele me disse depois de um longo silêncio. — Não me interprete mal, sei quanto você gosta de Yooni, sei o quanto você o procurou e tudo o que você idealizou, mas... Jungkook, isso é sério...
— Eu sei. — disse interrompendo suas palavras de novo. — Jin, eu fiz amor com ele e... não quero entrar em detalhes porque você não quer ouvir nem eu quero contar, mas...
— Jeon, me escute. — me disse então com um tom de voz carregado de seriedade. — Isso não se trata de se você gostou ou não, se foi para você experimentar ou o que seja, se trata de que você tem um clã sobre a sua responsabilidade e eu não quero soar como nossos pais, Jungkook, mas você sabe que você tem um dever gostando ou não, além do mais, não tenho que te dizer o que aconteceria se as pessoas descobrissem sobre ele...
— Jin. — o disse rapidamente.
— Não, Jeon, me escute, se isto virar público, se seu avô descobre que você quer manter uma relação com um homem, poderia ser o final de seu menino e você sabe, ele já desapareceu com ele uma vez, poderia fazer isso de novo e dessa vez definitivamente.
— Eu sei, por isso estive me contendo, mas não pude evitar, Jin, por favor, agora, bem nesse momento não tenho cabeça para nada, só quero que ele fique a salvo e comigo, farei o que seja necessário, não deixarei o clã abandonado, vou me responsabilizar por isso, vou me casar se for necessário, mas não vou deixar ele.
Seokjin ficou em silêncio novamente, porém podia escutar sua respiração através da linha.
— Me ajuda a manter ele a salvo. — sussurrei, pois dizer em voz alta fazia isso ser real.
Meus temores, minhas dúvidas e também meus desejos, todos tinham ficado reais enquanto pensei sobre a situação que estava vivendo. Mas também sabia que Seokjin era o único além de mim que podia manter ele a salvo.
— Eu vou cuidar do meu clã, farei o que tiver que fazer, vou me casar se isso é necessário, mas te peço por favor que não me peça para o abandonar a sua sorte, porque eu não posso, só a ideia já me desespera. — respirei profundamente novamente e escondendo meus olhos até as de meus dedos, murmurei. — Eu gosto demais dele...
— Amigo, você está apaixonado. — me esclareceu Seokjin, senti como se meu coração estivesse em uma centrífuga. — Admita de uma vez, você não me pediria ajuda se não fosse assim, te conheço desde que você nasceu e você nunca me pediu nada até agora. Não te parece claro demais o que está te acontecendo?
Sem poder me manter de pé, encostei minhas costas na parede atrás de mim e olhando para a enorme janela da sala, aquela que me mostrava toda Seul, sussurrei:
— Sou patético, esse garoto virou meu mundo de cabeça para baixo do nada e eu não sei o que fazer, Jin, eu tento me controlar, mas eu não posso e eu não sou assim. — resmunguei. — Merda, nem sequer sei porque estamos tento essa estúpida conversa pelo celular.
— Pessoalmente você jamais teria admitido, Jungkook, acho que esse meio é o mais apropriado para falar do que você sente pelo seu menino. — comentou a mim o meu amigo, que com um suspiro no meio, me disse novamente. — Bom, mudando de assunto, te liguei para te dizer que os documentos foram corrigidos e já os te enviei, dê uma olhada e me diga o que você acha, acho que o melhor agora é que você leia atentamente os pontos da cláusula que eu te enviei, se você acha que está bem, possivelmente o detalhe de que você está enrolado com seu menino seja o menor motivo para um escândalo.
Franzi o cenho e olhando para a janela panorâmica de novo, fiquei pensativo.
— Conversamos depois, Jeon. — disse meu amigo me tirando de meus pensamentos. — E não se mortifique, eu estarei te apoiando no que você decidir como sempre.
A chamada finalizou e de meus lábios saiu o mais longo e profundo suspiro que eu jamais tinha deixado sair. Bom, o mais arriscado eu já tinha feito, o qual era ter me metido entre as pernas do meu menino.
Sabia que isso me traria consequências e problemas, especialmente em momentos como os que estava pensando. Uma proposta nupcial e um amante masculino não era uma boa combinação, mas teria que funcionar, só tinha que mover muito bem minhas cartas.
Com esse pensamento em mente, caminhei de volta para o quarto, onde meu menino ainda dormia. O olhei, maldição, era tão lindo e adorável que era impossível não o querer para mim. Suspirei de novo, diabos, ultimamente fazia isso demais. Peguei um terno no guarda roupa e me encaminhando para o banheiro pensei no meu próximo passo, devia ser cauteloso e fazer ele bem. Também tinha que revisar os documentos enviados por Seokjin.
Definitivamente meu amigo tinha uma personalidade estranha. Quem se formava em direito para depois virar um cozinheiro? Só Seokjin. Me banhei rapidamente e quando já estava vestido e arrumado, caminhei para a sala novamente. Peguei o notebook que tinha deixado ali anteriormente e comecei com meu próximo passo, revisar o que Seokjin tinha me enviado. Porém quanto mais eu lia, mais impressionado eu ficava. Seokjin estava falando sério? Como ele pretendia que eu sequer fizesse isso? Seria um escândalo.
Em seguida marquei seu número para falar com ele. Ele atendeu depois de um toque.
— Você está louco? — o recriminei, enquanto o escutava suspirar do outro lado da linha.
— Seria a melhor opção nesse momento, Jungkook, não quer que a notícia sobre seu menino cause uma confusão, não é? Pois ache algo maior que isso.
— E você acha que dando o poder a uma mulher vai calar a curiosidade por meu menino? — gritei.
— Claro que sim. — me respondeu completamente franco. — Sabe que nesse mundo as mulheres não dominam, elas são isoladas e jogadas de lado a vida toda, ainda quando existe mulheres com muito mais caráter que muitos homens por aí.
— É uma loucura. — disse negando com a cabeça.
— Bom, eu acho que é uma idéia interessante, a senhorita Lee é uma mulher bem interessante quando se a conhece.
— Você conhece a senhorita Lee? — perguntei ao meu amigo.
— Eu conheço muita gente, Jungkook. — fiquei mudo, não sabia o que dizer. — Olha, meu conselho é que você deve conhecer ela.
— Eu já a conheço. — respondi.
— Mas tenho certeza de que você nunca falou com ela em pessoa, te indico a fazer isso, conversar, e te asseguro que minha ideia não vai te parecer tão descabelada depois disso.
A chamada finalizou e em seguida a dúvida e a incerteza me inundaram. Não podia acreditar, Seokjin estava louco por me sugerir algo com tamanha loucura. Porém, outras vezes sua loucura já tinha me salvado e inclusive me ensinado.
Inferno, meu amigo era uma caixa de surpresa e desta vez, não sabia se era uma ideia agradável. Pois a sugestão de entregar temporariamente a senhorita Lee — minha futura esposa — todo o setor que lhe correspondia por herança de sua família era uma loucura.
Nunca, jamais, uma mulher de nenhum clã tinha regido. Seria a primeira vez. Porém, se Seokjin tinha tão boa impressão dela, com certeza era por algo. Não duvidava do bom olho de meu amigo. Ele via ouro onde ninguém o fazia. Mas, não era só questão de criar uma distração para que ninguém colocasse os olhos em meu menino, tinha um assunto mais sério a tratar, eu estaria dando poder a aquela mulher, o suficiente para converter ela em minha aliada ou em minha inimiga.
A primeira coisa que tinha que verificar era a mulher em questão e o quanto antes, melhor.
[ Obrigada pela leitura ꨄ ]
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