39 - Filha do Rei da Lua
Chuuya segurava meu pescoço com força. A aura vermelha que emanava dele era a prova de Ele não estava de brincadeira.
-Qual a possibilidade desta mulher ser você? - o hálito quente no meu pescoço fez algo que não sentia a anos: eu me arrepiei.
-Então... você sabe? - Eu perguntei mantendo a compostura.
-Não sabia, até agora. Eu pesquisei sobre você a pedido do chefe Mori. Harumi Hitsugaya era uma moça japonesa , de 1,50 de altura que trabalhava para a segurança pública. Ela seria a espiã mandada para nos espionar. Cabelos pretos e lisos, um pouco acima do peso. Mas, quem chegou para se apresentar ao chefe foi uma alemã de 1,85 e cabelos loiros. E um corpo com as descrição que disse anteriormente foi encontrado em um local afastado em Kyoto. No subúrbio. Causa da morte: desconhecida. Digitais inconclusivas, sem roupas e sem documentos.
-É mais esperto do que eu pensava. - Ele tinha me pegado. Não tinha para onde correr.
-A minha dúvida é: para quem você trabalha? Eu esperava que Verlaine desse conta de você. Mas, você voltou ilesa.
-Eu e Verlaine somos velhos conhecidos. E ele não seria bobo.
-Ou seja, você é uma mulher muito perigosa. Estou com a mão em seu pescoço, se tentar qualquer gracinha eu esmagou você com a gravidade.
-Pode tentar, Kleine. - É pequenino em alemão. Para vocês não ficarem perdidos.
-Poderia ter me embebedado, por que as cervejas sem álcool?
-Para ser justa. Sou uma guerreira, não uma assassina.
-Vai se apresentar ou vou ter que arrancar a confissão de você? - Ele estava furioso, mas por alguma razão que eu desconheço, ele parecia eufórico. Parecia ser um homem que nasceu para o combate, assim como eu.
-Bem, eu me apresento então. Eu sou a Tenente-coronel Bettina Von Armin, idade desconhecida, nasci em Berlim, num laboratório subterrâneo a pedido do Füher (que ele esteja queimando no inferno), meu poder, Filha do Rei da Lua é a regeneração, além da força bruta que eu tenho. O motivo de não envelhecer eu nunca descobri, mas não está ligado ao poder diretamente. É como uma condição física. Servi o Exército do meu país por mais de 30 anos! Até eles resolverem que eu não servia mais. Fui mercenária, lutei em guerras, protegi diplomatas, assassinei chefões, salvei homens, mulheres e crianças. Rodei o mundo inteiro garoto, falo mais de 15 idiomas! E todo mundo que ouve meu nome treme!
O sorriso dele aumentou de uma tal forma que eu juro pra vocês que ele parecia estar excitado. Ele ainda estava segurando o meu pescoço e apertava gradativamente. Eu nem esboçava reação. Acho que sou mais assustadora do que o Senhor Chuuya. Ele não tirou os olhos de mim por nenhum segundo.
-Que honra! Eu pensei que você fosse uma lenda! Quando o chefe me disse que viu seu rosto há 15 anos eu duvidei. Pensei que fosse uma filha ou algo assim. Mas, ele afirmou com 100% de certeza que você era a Von Armin. As histórias que ouvi de você são absurdas, o próprio Verlaine me falou de você uma vez!
-Eu sou uma lenda, Kleine.
-Me diga, Lenda, o que você pretendia usurpando o cargo de uma espiã.
Eu dei um sorriso fino e fiz uma cara de paisagem.
-Proteger uma certa garota, que conheci a alguns anos.
-É a garota dos portais?
-Sim. Kaoru. Eu jurei pela minha vida que a protegeria, desde o dia que salvei a vida dela, quando os pais se acidentaram...
-Seja honesta. Matou os pais dela.
Ele era mais rápido no pensamento do que eu pensava. Eu engoli seco. Ela não tinha nem 5 anos. A deixei num orfanato e fiquei de olho nela durante 20 anos. Essa é uma das muitas coisas de que me arrependo.
-Sim. - Eu respondi do fundo garganta.
-Então somos inimigos.
-Aí depende de você. - Eu não cedi. Queria aquele corpinho, mas a Kaoru viria primeiro. Sinto muito, Kleine.
-Lute comigo! - Os olhos dele brilhavam, eu parecia um pedaço de picanha suculenta. Pena que não era para o que eu queria.
Como eu não abria mão de uma boa briga, eu não arreguei.
-Aceito seu desafio. Mas, acho que se não quer destruir este apartamento é melhor irmos para outro lugar.
Eu confesso que minha intenção era que nossa noite terminasse com a gente "brincando" ao invés de "brigando". Mas, fazer o que? Fui descuidada. Não tive tempo de bolar um disfarce bem feito e acabei sendo reconhecida pelo chefe. A história do Kunikida deve ter sido um blefe para saber se eu era da Agência de Detetives. Só me resta aceitar a luta.
A gente foi de carro até um terreno abandonado bem distante da cidade. Lá a agente poderia se engalfinhar até morrer e ninguém sairia machucado. Ali era tudo ou nada. Nem eu, nem ele cederíamos. Era da nossa natureza. Ele parou diante de mim e ficou me encarando bravo. Eu estava me perdendo em meus pensamentos ao ver que ele não estava vestido como sempre. Calça jeans, jaquetinha de couro, a regata branca em baixo da jaqueta, luvinhas nas mãos... Que lindo!
-Está pronta? - Ele estava com fogo nos olhos.
Eu estava vestida com alfaiataria. Calça preta, camisa branca, blazer preto, sem gravata, porque as odeio. Eu parecia estar adivinhando que a noite seria intensa. Só não pensei que fosse desse jeito.
-Sim, Kleine. - eu disse tirando o blazer e amarrei o cabelo num coque mal feito.
-Aliás, o que Kleine quer dizer?
Eu dei um sorriso de lado.
-É pequenino em alemão.
O homem virou o bicho. Simples assim. Ele afundou o chão ao redor dele e pegou impulso, partiu para cima de mim com um chute. Perninha pesada, eu defendi com o braço esquerdo e com o direito dei um soco nele que ele defendeu com a outra perna. Rápido, flexível, forte. Senhor Chuuya era mesmo incrível.
Ele parou e olhou a perna, ele havia amortecido o soco com a gravidade, porém a calça chegou a rasgar. Ele sorriu e depois me disse:
-Esse é o seu melhor soco?
-Qual é Kleine? Se não fosse a gravidade esse seu corpinho magro e pequeno não aguentaria nem um tapa!
-Sua vaca! O asilo ligou sabia disso? Querem o fraldão geriátrico de volta!
-Ta me chamando de velha? Seu anão!
-Vou acabar com você! - Ele ficou muito bravo.
Ele que começou. Não. Na verdade fui eu mesmo. Queria ele bravo de verdade para que possamos ter uma luta digna..
Ele usou a gravidade e mandou sobre mim uma Rocha gigante, eu quebrei na porrada e depois revidei usando as artes marciais que aprendi ao longo dos anos. As perninhas dele eram ágeis! Ele era muito rápido e a minha reação ficava comprometida.
Eu e o senhor Chuuya trocamos socos, chutes. A luta foi avassaladora, tudo ao redor foi se destruindo. O senhor Chuuya não desistia, mas tanto eu quanto ele estávamos cansados.
Nossa luta durou quase 10 horas! No fim a gente já não aguentava mais. Ele era resistente, mas depois de 10 horas brigando não tem corpo que aguente!
-Venha sua girafa! Eu ainda aguento! - Ele disse me provocando.
Eu respirei fundo, meu corpo estava pesado. Não dava pra mover um músculo. Eu me joguei no chão. Eu estava morta.
-Chega... você venceu! - eu disse exausta.
-Não! Veeem - Ele caiu de cara no chão do meu lado. - Não consigo me mexer.
-Estamos lutando a 10 horas!
-Eu quero te vencer. - ele virou de barriga para cima.
Deitei do lado dele não podia perder oportunidade.
-Eu menti... - comecei a dizer.
-Não me diga. - Ele foi sarcástico.
-Kaoru é a neta dele.
-De quem? - Ele perguntou olhando para mim.
-Jack. O homem por quem fui apaixonada há... 50 anos. Realmente foi um acidente, mas não foi culpa minha. Eu só salvei a vida dela e a coloquei nas garras de pessoas ruins.
Ele ficou um bom tempo olhando para mim e depois disse calmamente.
-Você fez o que achou certo. Proteger pessoas tem muito disso.
Eu sorri e depois disse:
-Consegue se mexer?
-Daqui uns 10 minutos talvez.
Eu dei um longo suspiro, ele vendo a minha expressão perguntou.
-Que suspiro é esse?
-Eu pensei que terminaria cansada de outro jeito...
-... - Acho que ele demorou um bom tempo para entender. - O que quer dizer com isso?
-Eu pensei que a gente faria um sexo selvagem e depois dormiríamos juntos...
Eu fiz até um beicinho.
-Sua tarada! A quanto tempo está tendo esses pensamentos impuros sobre mim?
-Desde o dia que te vi pela primeira vez.
Ele ficou muito vermelho.
-S-sua.... quem disse que quero uma velha como você?
-Chuuya, a minha experiência vai fazer você repensar sobre isso.
-Sua atrevida! - ele se levantou e depois me estendeu a mão. - Vem sua safada! Se apoiarmos um ao outro nenhum do dois cai!
Eu acho que no fim, foi muito melhor do que eu esperava.
(...)
Dazai e a agência levaram Kaoru para uma casa nas montanhas longe da cidade. A ideia era de que fosse mais fácil de proteger a jovem se ficasse afastada de todos.
A segurança era feita por 2 dos membros da agência, Kyouka e Atsushi e Dazai era responsável por aliviar as dores da jovem enquanto o poder ia ficando mais forte.
Atsushi viu Dazai sair um pouco depois de mais um período de sofrimento de Kaoru e sentou-se na escada olhando para o céu que estava intensamente azul naquele dia. Ele se aproximou do ex-mafioso e sentou-se ao seu lado.
-O que acontece se ela for capturada? - Atsushi perguntou ao ver a expressão preocupada de Dazai.
-Na melhor das hipóteses ela pode ser morta.
-Como isso pode ser melhor? - Atsushi perguntou espantado.
-Se alguém descobrir um jeito de ativar o poder dela de maneira forçada, tudo o que conhecemos irá ser destruído, ou alterado. Podemos deixar de existir.
-Ou seja, estamos perdidos.
-Fique preparado Atsushi, ele não vão demorar a chegar. Logo estarão aí.
Depois disso ele voltou para dentro. Sentou-se ao lado da cama onde Kaoru estava e ficou um bom tempo a observando. Sentia algo estranho quando estava com ela. Queria saber o que se passava na mente dela.
Kaoru abriu os olhos e ficou observando Dazai sentado ao seu lado. O homem mantinha a expressão fria de sempre.
-Eu estou melhor, graças a você. - ela disse sorrindo.
-Que bom. Precisa estar forte para quando chegarem.
Ela olhou para a expressão dele e ficou pensativa.
-Está assim por que vai ter que enfrentar ela?
-Não. Nem é por isso.
-Você a ama? - Kaoru perguntou triste.
-Amor é uma coisa muito relativa. Eu só acho difícil e desgastante ter que ficar nesse looping sem fim de lutas, ganância e violência. Este mundo é podre.
Ela tocou a mão dele e ficou um bom tempo olhando para ele.
-Não vamos fazer isso, Kaoru. Não vou me envolver com você. - ele tentou ser o mais desagradável possível.
-Você não era um mulherengo incorrigível? - Ela disse sorrindo.
-Você acredita num mundo melhor, não posso me envolver com alguém assim.
-Eu vou acreditar até o fim.
-É porque você pode ver todos os mundos. - Ele debochou.
-E você acha que os outros mundos não tem defeito? Todos tem. São como as pessoas.
-Sua estúpida. - Ele olhou para os olhos brilhantes dela e ficou se perguntando como ela podia ser tão otimista, mesmo estando na pior das situações.
Ela era daquelas pessoas que iluminava o dia de alguém com apenas um sorriso, e não havia ninguém que pudesse resistir a isso. Nem mesmo Dazai. E ele sabia disso.
Ele olhou no relógio e depois pensou por um instante. Ela se levantou e depois trancou a porta e fechou as cortinas. Depois virou-se para ele com o rosto corado.
-Eu posso morrer esta noite. Quero poder me despedir da vida em grande estilo. - Ela olhou para ele por cima dos ombros enquanto ele observava o corpo dela no pijama de seda que ela vestia. A pouca luz que entrava através das frestas da janela e iluminava com uma leve penumbra a silhueta da jovem.
-Vocês mulheres... - Ele disse balançando a cabeça. - Depois eu que sou o mulherengo.
-Osamu, meu poder tem um nome engraçado, se chama a Máscara da Pantera, tem a ver com a mudança física que acontece com frequência. É um poder cheio de regras, posso ver tudo e não posso dizer nada. Mas, em todos os mundos eu sempre estou... - a frase foi interrompida como se o volume fosse abaixado de uma TV. Ela não podia terminar a frase.
Mas, Dazai percebeu. Entendeu e percebeu. Sabia o que ela queria dizer.
Ele se levantou e tocou as mãos dela. Olhou dentro de seus olhos e completou a frase dela quase num sussurro.
-...Em todos os mundos, de um jeito ou de outro, eu sempre estou com você... como se pertencêssemos um ao outro.
Dazai beijou Kaoru. Um beijo que chegava a ser doce. Dentre tantas mulheres com quem se relacionou talvez fosse a primeira vez que ele não pensou em nada, não usou estratégias ou quis se beneficiar com aquela relação. Ele só queria aproveitar cada momento do lado dela como se fosse o último.
Kaoru se derreteu em seus braços sem se importar com o que viria a seguir. Ela havia aprendido a amá-lo em todos os mundos que viveram e as memórias com ele sempre estão frescas em sua mente.
O amor que fizeram naquele momento irradiava no quarto como uma a luz do sol em um dia frio.
Depois de se amarem intensamente ele ficou sobre ela com o rosto bem próximo ao dela, olhando fixamente em seus olhos e disse sussurrando.
-Quando tudo isso terminar, quero ver o mundo através dos seus olhos.
Aquele pequeno instante foi a única vez em toda a sua vida que ele sentiu vontade de viver.
(...)
Hana e toda a sua organização chegaram no casebre já anoitecendo. Moriarty ficou a espreita esperando a melhor oportunidade. O plano era simples: cercar a casa, confrontar e sequestrar Kaoru.
Da janela Dazai viu todos se aproximando e acenou para os demais integrantes da agência de Detetives para se posicionarem.
Hana se aproximou e gritou:
-Me entreguem a garota e ninguém sai ferido!
A segurança pública havia sido despistada com pistas falsas e com isso eles ganharam mais tempo, entretanto, estavam sozinhos.
Dazai sai de dentro da casa com as mãos para cima e diz com a cara de deboche.
-Ah, Hana. Não sabia que viria. Se soubesse teria feito um chá.
-Sem gracinhas, Dazai. Entrega a garota. - Hana mantinha o Shinigami pronto para o ataque.
-Precisa de toda esta hostilidade?
-Sim. Ela é perigosa.
-E você, Jane? Vai ficar só puxando as cordinhas ou vai vir ao palco principal?
Jane Moriarty sai de dentro de um carro com uma semi automática apontada para ele.
-Oi querido.
-Você a manipulou direitinho, parabéns. Ela está prestes a tirar a vida de uma garota inocente.
-Inocente? - Moriarty deu uma gargalhada. - Ela pode mudar tudo! Salvar vidas, evitar guerras e ela faz o que? Acha que pode viver uma vida normal!
-E por que ela não pode? - Dazai mantinha a expressão serena.
-Se envolveu com ela também? Com ela agora somos três somente aqui neste lugar! - Moriarty ainda mantinha o sorriso frio.
-Está com ciúmes?
-CHEGA! - Hana gritou - Entrem agora!
Os homens de Hana entraram e começaram a lutar e atirar. Hana enfrentou Dazai num combate corpo a corpo, já que ela não podia usar seu poder.
-É hora da revanche! - Hana partiu para cima de Dazai.
Ela havia ficado muito melhor do que da última vez que lutaram, entretanto Dazai ainda era mais rápido. Ela tentava socá-lo, mas ele desviava, bloqueava cada chute, a luta estava chegando ao seu final, quando ouviu-se os homens de Hana gritar:
-Ela não está aqui!
-Droga! Você sabia que a gente viria né? - Hana gritou
-Claro que sabia!
Num movimento rápido, ela se desviou dele e correu em direção à floresta que dava acesso a estrada principal, ela tinha certeza que eles tinham a tirado pela floresta e não estava errada. Ela não poderia abrir um portal porque segundo informações de Moriarty eles só podem ser abertos a cada 5 dias, devido a grande quantidade de energia que ela usava. Se saíssem de carro topariam de cara e o local já estava sendo vigiado. O único lugar possível seria pela floresta e pela pouca visibilidade ela tinha certeza que Atsushi estava com ela, devido a suas habilidades. Hana usou o poder do Shinigami parcialmente e iluminou todo o caminho.
Na floresta Atsushi segurava firme a mão de Kaoru e corriam o máximo que podiam.
-Vamos Kaoru! - Atsushi dizia tentando acelerar.
-Não consigo mais... - ela disse arfando.
Ele a puxou pelo braço e a colocou sobre suas costas. O poder de Atsushi era se transformar em um tigre "a besta sob o luar".
-Eu vou correr de 4 apoios, como um tigre mesmo. Segura firme.
Ela obedeceu. Ele começou a se transformar parcialmente e correu em 4 patas aumentando a velocidade. Hana corria logo atrás e chegou a avista-los antes deles desaparecem na escuridão.
-Merda! - Hana gritou furiosa. - Atenção! Manda o Tengen ir pelo leste, eles estão fugindo! - ela disse pelo comunicador.
Tengen era rápido. Até demais para falar a verdade. Em questão de minutos ele alcançou os fugitivos.
-Vamos ter que enfrentá-lo! Ele é rápido demais! - Atsushi disse parando.
Tengen preparou o golpe para acertar Atsushi, mas antes que pudesse encostá-lo alguém o acertou com força.
Atsushi observou a mulher: alta, loira, e forte. Só rezou para não ser mais um inimigo
-Você... - Kaoru a observou com os olhos brilhando.
-Oi garota. - Bettina deu um sorriso. - É bom te ver de novo, mas, agora foge daqui.
-T-tá.
-Quem é você? - Atsushi perguntou preocupado.
-Uma aliada. Agora leva ela pra bem longe daqui. Eu seguro esse aí.
Tengen se levantou em meio às árvores caídas pelo golpe de Bettina e olhou a mulher com raiva.
-Mais essa agora!
-Vem grandão. - Bettina fez o sinal com as mãos.
Tengen partiu para cima de Betima armou um soco, a loira defendeu e devolveu com um jab de direita, ele tentou segurar seu braço e ela revirou virando o corpo para trás e dando uma cotovelada. A luta estava muito equilibrada.
Longe dali, Atsushi chegou até a estrada com Kaoru, de repente um carro para rapidamente.
-Entrem! - Kunikida deu a ordem aos dois.
Atsushi e Kaoru entraram no carro e saíram junto com Kunikida e Kyouka que estava no banco trás.
Longe dali uma irritada Moriarty confrontada Dazai.
-Você pensou em tudo! Parabéns! - Ela bateu Palmas.
-Obrigado. - Ele debochou.
-Você venceu, por hora, mas não importa como eu vou achá-la.
-Hum. Pena que seu plano não deu certo não é?
-Da próxima vez, eu vou vencer. - Ela disse com um sorriso convencido no rosto. - Mas... você nem está aqui não é?
Dazai deu um sorrisinho e desapareceu com o poder de Tanizaki. A neve leve que basicamente era poder de ilusão.
Hana chegou correndo no local e notou a expressão frustrada de Moriarty.
-Ela fugiu... - Hana disse chateada.
Moriarty suspirou irritada.
-Estou cansada de brincar! Vamos colocar um ponto final de uma vez por todas!
-Esta dizendo... - Hana começou a ficar assustada.
-Vamos toma-la a força! Não importa como!
(...)
Bettina derrotou Tengen com dificuldade. O adversário era tão forte quanto ela. Se não fosse o poder de regeneração provavelmente ela não sairia ilesa. Ela foi caminhando até a cidade. Chegou até apartamento já amanhecendo. Acendeu as luzes e foi tomar um banho. Seu corpo inteiro doía como se seus ossos estivesse moídos. O que não era de tudo mentira. Ficou ali por muito tempo, tentando aliviar as dores
Cerca de quase 1 hora depois alguém toca a campainha. Ela se arrastou com dificuldade e se levantou e olhou pelo olho mágico.
-Sério? - Disse pra si mesma.
Ela abriu a porta e deu de cara com Chuuya de braços cruzados e cara de poucos amigos.
-O que houve com você? - ele perguntou ao ver o estado da mulher.
-Uma briga. O outro cara ficou pior. - ela disse encostando na porta. - O que faz aqui, senhor?
Ele desviou o olhar e ficou vermelho.
-Você não foi trabalhar. Fiquei preocupado.
-Pensei que estivesse despedida.
-Ainda estou pensando a respeito. - Ele olhou os ferimentos. - Você não se regenera?
-Sim. Mas, leva um tempo.
-Eu vou te ajudar. - Ele disse entrando e apoiando a mulher que mal parava em pé.
-Não estou em condições de recusar.
Ele a levou até o banheiro e lavou os ferimentos, na barriga, no braço, uma fratura exposta na perna e várias escoriações. O corpo se regenerava lentamente. Cuidadosamente ele cuidou dos ferimentos.
-Por que tá fazendo isso Senhor Chuuya?
-Me chama só de Chuuya... - ele mantinha o olhar no que fazia. - Além do mais, sangue gruda e seca. Fica um horror de limpar depois.
Ela tremeu os lábios.
-Já faz muitos anos que ninguém cuida de mim assim.
-Quem cuidou de você foi o Jack? - Ele disse ainda sem contato visual
-Foi... - Bettina disse nostálgica.
-Eu faço você se lembrar dele? - Ele finalmente a olha nos olhos.
-Sim... cada detalhe. Os cabelos ruivos, baixinho como você.
-Quem você tá chamando de baixinho? Sua velha!
Depois ele deu um longo suspiro e depois continuou
-A briga que você se meteu foi com a equipe da Hana? - ele estava triste.
Bettina percebeu. Ela tinha vivido muitos anos. Sabia como era aquela sensação.
-Sim. Ela foi com tudo para cima da Kaoru.
Ele parou e sentou-se diante dela. Ele parecia muito abatido, preocupado. Bettina tentava entender o que ele sentia.
-O chefe deu novas ordens. Pela desobediência, Hana e toda a equipe das vespas serão eliminados. Para servir de exemplo e fazê-la honrar o acordo.
-E deixa eu adivinhar. Deixou com você está responsabilidade.
-Eu prometi a ele. Que se ela desse trabalho, eu mesmo a eliminaria. E eu sou um homem de palavra. - Ele levou as mãos à cabeça
Bettina tocou sua mão e disse seriamente.
-Você é um homem honrado.
-Eu não vou conseguir... - Ele disse e sentiu as lágrimas involuntariamente descer em seu rosto.
-Chuuya, ela fez as próprias escolhas. Não é culpa sua.
-Mas, eu tenho que matá-la! E ela segue viva em meu coração. Eu não deixei de amar a Hana.
-Eu também não deixei de amar o Jack. Ninguém deixa de amar ninguém do dia para a noite. Mas, quando a pessoa não quer seguir o mesmo caminho que você, deve se abrir mão. Isso também é amar.
Ele abaixou a cabeça. Era a primeira vez que Bettina via Chuuya daquele jeito. Ela suspirou e pensou e depois disse.
-Se não quer matá-la, não Mate. Talvez ainda dê tempo de dar um jeito.
-Como?
-Negocie. - Ela ainda mantinha a expressão séria.
-Você faz parecer fácil.
-Por que é.
Chuuya ficou pensativo. Mori, seu chefe, realmente era um homem de negócios. Ele poderia ver com ele um preço a se pagar. Mas, o quê exatamente, ele ainda não sabia.
(...)
Himeno estava retornando de mais um exaustivo plantão naquela manhã. Cansada e muito preocupada, ela tentou inúmeras vezes ligar para Hana, sem sucesso. Ela se jogou pesadamente no sofá quando ouviu um barulho vindo do fundo.
-Quem está aí? - ela disse assustada.
O silêncio mantinha-se no apartamento.
-Hana? - ela tentou de novo.
Ela resolveu ir ver, abriu a porta do quarto devagar e depois entrou em silêncio. A respiração pesada indicava o medo dela.
-Você deve ser a Himeno... - ela ouviu uma voz e antes que pudesse se virar ela apagou.
(...)
Longe dali, Hana e Moriarty tentavam organizar a vida depois da derrota contra Dazai.
-Como ele sabia que a gente iria? - Hana disse indignada.
-Você o conhece tão bem quanto eu. Ele usou a mente brilhante dele. - Moriarty disse sentando-se na poltrona diante de Hana.
-Notícias do Tengen? - Hana se virou perguntando a Nana, uma de suas subordinadas.
-Segue em coma.
-Tengen é um homem paranormal de quase 2 metros, o que foi que o atingiu desta forma? O homem tigre? A garota?
-Não. Tinha uma terceira pessoa.
-Quem? - Hana perguntou preocupada.
-Aparentemente uma mulher.
Moriarty ergueu uma sobrancelha e ficou pensativa.
-Mas, que merda. - Hana deu um soco na mesa.
Neste momento o Mestre das Armas entra correndo e preocupado.
-Hachi, uma informação valiosa. O Chefe Mori deu a ordem de matar toda a nossa organização.
Hana arregalou os olhos e neste instante um único nome veio a sua mente.
-Himeno! - Ela saiu correndo.
-O que houve? - Nana perguntou.
-Se tiverem pessoas importantes liguem para elas agora. A Máfia do Porto não brinca em serviço!
(...)
Kaoru foi levada para um esconderijo subterrâneo e ficou escondida junto com toda a Agência de Detetives. Yosano, a médica cuidou dos feridos, enquanto os demais monitorava os passos dos inimigos.
Kaoru estava tendo mais uma crise e estava sendo cuidada por Dazai.
-A Segurança pública está na nossa cola.. - Fukuzawa disse preocupado.
-Além de Hana, Moriarty, as vespas e provavelmente a Máfia do Porto. - Rampo disse comendo seu segundo pacote se batatinhas.
-Por falar em Máfia do Porto, aquele baixinho ruivo acabou de entrar no nosso esconderijo... - Tanizaki disse olhando as câmeras de segurança.
-De novo? - Atsushi disse espantado.
-Esta com um bilhete em letras grandes mostrando para nós que diz: "A flor mais bonita do inverno, está a um passo de ser pisoteada." - Tanizaki disse sem entender nada.
-É algum tipo de piada? - Kunikida disse ajeitando os óculos.
-Não. - Rampo estava com os olhos fixos no bilhete. - A Hana foi jurada de morte pela Máfia do Porto.
Fukuzawa arregalou os olhos. Sua filha estava a um passo de ser morta. A dedução era óbvia, Hana era flor em japonês.
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