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34 - A viajante

O tempo passou em Yokohama. Sete meses para ser mais exato. Hana estava na enorme sala da sede das Vespas conferindo extratos bancários. Depois do conflito e da morte de Jane, ela afundou sua vida ainda mais no trabalho.

Hana ainda era a chefe das Vespas, mesmo com o acordo com o chefe da Máfia do Porto, a organização crescia como se fosse totalmente independente. O Mestre das Armas cumpriu a promessa e tornou-se o braço direito de Hana, junto com Tengen e Nana. O nome do Mestre era desconhecido e Hana resolveu que assim permaneceria. Pelos corredores da organização era chamado apenas de Kyoshi, que significa Mestre mesmo.

O homem de cabelos grisalhos adentrou a sala de Hana e sentou-se diante dela com uma pilha enorme de documentos.

-Hachiko! Ainda atolada em trabalho.

-Kyoshi, que bom vê-lo tão cedo. Estava mesmo pensando em te ligar. - Ela disse analisando livros de registros.

-É sobre o último conflito, imagino.

-Contrabandistas tendem a serem resistentes quando querem.

-Soube que recusou a ajuda da Máfia do Porto, estavam dispostos a mandar o Lagarto Negro para ajudar.

-A Máfia tem mais o que fazer. - Ela dizia secamente.

Ele deu um sorriso de lado e depois continuou:

-Você é mesmo uma líder nata.

-Não, eu sou mediana. Uma fraca. Se fosse boa não deixaria a organização inteira nas mãos da Máfia do Porto.

-Ah, Hachiko. Eu te conheço a muitos anos. Eu sei o que está fazendo.

Ela soltou a caneta e finalmente o encarou.

-Tem razão Kyoshi. Tive muito tempo para pensar.

-E quando vai ser? - Kyoshi disse sorrido.

-Na hora certa.

Ele recostou na cadeira e ergueu as mãos.

-Mudando de assunto, recebemos mais uma carta daquelas. - Ele entregou o envelope preto com a marca do Escorpião.

-De novo? Mais ameaças?

-Sim. Como sempre. - Ele observou ela abrir a carta e ler apressadamente.

-Hum, nada convincente. - Ela deu de ombros.

-Não acredita que ele esteja vivo?

-Não.

-Nós buscamos no país inteiro. Hospitais, necrotérios.

-E o DNA?

-Inconclusivo. Afinal queimou até os ossos.

-Alguém está brincando comigo Kyoshi.

-Dazai?

-Não. Aquele ridículo está ocupado procurando o repugnante Fyodor.

-Ele não estava morto?

-Não, nenhum corpo foi encontrado.

-Está virando hábito isso não?

-Se refere a Jane?

-Sim.

-No caso dela tinha um corpo.

-Cujo DNA não bate. Ela deu um jeito de fugir de Holmes. E tenho para mim aquele cínico esteja envolvido.

-Você e Dazai não costumavam ser amigos?

-Estou cansada deste jogos mentais. Já fui muito prejudicada por isso.

-E com relação à Chuuya? Vocês...

-Estamos... indo.- A resposta dela foi direta.

-O que isso quer dizer?

Ela soltou a caneta e suspirou profundamente. E depois disse:

-Eu e o Chuuya parece que cada dia que passa estamos mais distantes. É como se a gente não conseguisse mais se conectar como antes.

-Talvez precisem de um tempo, sei lá. Sair um pouco desta loucura.

-Não posso. Eu tenho muito trabalho a fazer.

-Ok, se precisar, estarei aqui.

-Obrigada, Kyoshi. E com relação ao livro? - Hana perguntou mudando drasticamente de assunto.

-O que muda a realidade? Ainda desaparecido. Entretanto...

-O que?

-Uma fonte me disse, que surgiu no país uma certa mulher com uma habilidade muito específica.

-Que tipo de habilidade?

-Hum, você não vai acreditar. -Kyoshi começou a falar e Hana ouviu tudo atentamente.

-Então, mande alguém atrás de informações. Quero detalhes.

(...)

A jovem moça de cabelos pretos olhava a todo momento pela janela, como se estivesse se escondendo. E estava. Na casa dos 25 anos, olhos azuis, cabelos pretos cortados na altura do ombro, raspado na lateral. O braço direito fechado com tatuagens que se estendiam pelas costas e pela perna direita. As orelhas cheias de piercings. Ela estava ansiosa e pensativa. Estava fugindo a tanto tempo que nem sabia mais o que era viver normalmente.

A moça era baixa e magra, um pouco pelos dias passando mal o tempo todo. Mal comia, tampouco dormia. Tinha olheiras profundas e a pele muito pálida.

Ela sentou-se no sofá pesadamente e depois tentou relaxar um pouco, pensou em uma praia num dia quente, automaticamente ela se viu no lugar. Tudo era tão real! A areia embaixo dos pés, o biquíni que ela vestia, o vento batendo em seu rosto.

Ela assustou e voltou de novo ao sofá onde estava. Ela começou a entrar em pânico. Ia começar de novo. Vozes de todos os lados. Como se ela estivesse em uma TV sintonizando todos os canais ao mesmo tempo.

Ela correu até o banheiro do quarto que havia alugado e encheu a banheira. De roupa mesmo entrou e mergulhou cobrindo a cabeça com a água.

Um pouco de silêncio. Pelo menos uns minutos. Quando não conseguiu mais segurar a respiração ela saiu em busca de oxigênio. As vozes cessaram por um instante.

Estava ficando mais frequente. Os remédios que ela tomava pararam de fazer efeito e para piorar alguém descobriu sobre sua "condição" e ela foi obrigada a fugir.

Ela saiu da água e caminhou até o quarto e tirou as roupas molhadas e vestiu algo seco. Quando chegou na sala alguém a aguardava sentando na poltrona. Ela correu até a cozinha, e pegou uma faca. Tentou enfrentar a pessoa na sala, mas foi rapidamente desarmada.

-Como entrou aqui? - Ela se esforçava para se soltar.

-Eu sinto muito pela entrada discreta. Não tive alternativa.

Dazai a segurava pelo braço. Como era um usuário anulador ela não pôde usar seu poder.

-Como me achou?

-Como me achou, como entrou aqui, quantas perguntas!

-Por favor, meu braço.

-Não vou te soltar! Se não você usa seu poder. Além do mais só quero conversar.

Ela se acalmou. Eles se levantaram com ele ainda segurando seu braço. Ele a sentou no sofá e ficou a encarando por um longo tempo.

-Eu tenho perguntas. - Ele começou. - Para começar, você é Kaoru Kurimoto?

Ela se assustou ao ouvir o próprio nome.

-Responde. - Ele insistiu. - E não adianta mentir para mim

-S-sim. - Kaoru tremia. - Não conta pra ninguém, por favor.

-Está fugindo a bastante tempo.

-Sim.

-Eu sou a sua melhor chance. Você sabe disso não é?

Ela confirmou com a cabeça.

-Que tal me contar detalhadamente sobre o conteúdo aqui desta pasta.

Ele mostrou uma pasta preta com vários documentos em sua maioria sigilosos. Ela arregalou os olhos surpresa.

(...)

Chuuya havia marcado com Hana um jantar para tentar salvar o namoro deles. O local escolhido foi um elegante restaurante no centro da cidade onde servia-se comida italiana.

A reserva era feita com antecedência e era muito difícil de conseguir. Ele saiu resolveu todas as pendências e o restante deixou para Harumi terminar. Naquele dia a jovem saiu tarde do trabalho, mas para ela estava sendo mais prazeroso do que se imaginava.

Chuuya ligou para a namorada quando terminou de se arrumar.

-Hana?

-Desculpa, Chuuya não posso falar!

-Tá se lembrando que temos compromisso né?

-Sim, eu chego lá! Tchau.

Ela desligou o telefone. Ele ficou um bom tempo tentando assimilar tudo. Parece que cada vez mais eles se distanciavam.

Do outro lado da cidade ela estava em um galpão abandonado. Com um homem sentado com as mãos amarradas para trás e o rosto coberto com saco preto.

-Bem, Arnold, vamos continuar. - Ela disse friamente.

-POR FAVOR! EU TENHO FAMÍLIA, FILHOS!

-O discurso é sempre o mesmo. Tira o gorro dele. Quero que ele veja meu rosto.

Os capangas que a acompanhavam obedeceram e ficaram ao lado dela. O homem a frente dela era um traficante que se chamava Arnold. Ele havia pego o carregamento com Hana e não pagou. Ali naquele momento ele pagaria de um jeito ou de outro.

-Arnold, eu gosto de você. Mesmo. Você veio até minha porta chorou para mim. Me implorou, eu atendi o seu chamado. Confiei em você. - Ela foi se aproximando do homem que tremia. - E o que você fez Arnold?

-M-me desculpa. Por favor. Eu imploro.

-Arnold. Não adianta implorar. - a voz dela era mansa. - E não precisa ter medo.

Ela acenou para os capangas que soltaram as mãos da cadeira e colocaram sobre um caixote improvisado de mesa.

-NÃO! NÃO!

-Arnold eu vou te fazer uma pergunta. Calma... - Ela segurou o dedo indicador. - Cadê a minha coca?

-E-eu não sei! - o homem de quase 20 anos chorava como uma criança.

-Resposta errada. - Ela virou o dedo dele para trás.

-AHHH! - o Homem se contorceu de dor.

-Não seja mole. Eu só quebrei, não arranquei. Pra você ver o quanto eu gosto de você! Agora me responde: Cadê a minha coca?

-Eu não sei...

Ela virou o dedo do meio para trás. O homem gritou ainda mais.

-Porra! Eu tô tentando ser legal com você! Só me responde!

-E-eu vendi! Vendi e torrei o dinheiro!

Ela parou e olhou para ele friamente. E depois se aproximou devagar. A cólera em seus olhos era visível, intensa. Ela chegou bem perto de seu ouvido e disse sussurrando.

-Você fez o que?

-E-eu vendi e...

Neste instante o Shinigami ceifeiro surgiu e com a enorme foice cortou as duas mãos do homem. O grito do homem foi tão aterrorizante que até os capangas desviaram o olhar. Nunca tinham visto tanta frieza.

-Eu disse Arnold, você ia me pagar. Hoje foi suas mãos. Que sirva de exemplo. Avisa aos teus amigos vagabundos que toda vez que vacilarem comigo pagarão um preço, e eu vou decidir. - Ela se virou para os capangas - deixem ele na porta de um hospital, não quero que ele morra. Se abrir a boca já sabe né Arnold? Eu sei onde a tua esposa mora.

-Isso era mesmo necessário? - Tengen que a acompanhava disse perplexo.

-Está me questionando? - Ela olhou para ele furiosa.

-Não.

-Que bom.

Até os amigos mais próximos perceberam o quanto Hana havia mudado. A inocência que ela tinha, a bondade. Tudo havia ido embora junto com a morte de Hiei. Ela saiu andando sem nem olhar para trás ou esboçar remorso, entrou no carro e saiu.

Tengen presenciou muito momentos como aquele. E cada vez mais ela ficava mais cruel.

Longe dali, Chuuya aguardava a namorada no restaurante, olhando impacientemente no relógio, mas ela não apareceu. Ele ainda tentou em vão ligar, mas ela não atendeu.

Cansado de esperar ele resolveu ir embora, antes de se levantar viu Harumi passar com as mãos cheias de bolsas, pelo horário, ela estava saindo do escritório. Ele pensou por um instante. Ela estava saindo tarde por causa dele.

Ele acenou para o garçom.

Harumi estava cansada, mas não estava triste. Ela vivia a vida como se cada dia fosse o último e cada detalhe que vivia era valioso para ela. O garçom correu até ela e disse:

-Senhora, aquele cavalheiro ali pediu que a senhora entrasse e o acompanhasse em um jantar.

Ela olhou para dentro do restaurante e sentiu as bochechas queimarem Ao ver Chuuya sentado vestido elegantemente olhando para ela.

-Mesmo?

-Sim.

-Mas, eu não tô nem vestida para isso! - Ela disse olhando para si mesma.

-Venha eu levo suas coisas senhora.

Ela entrou meio sem graça no restaurante e se aproximou do homem, vestido de terno, sem o chapéu.

-Hitsugaya, por favor, sente-se.

-Mas, senhor e a sua namorada?

-Ela não vem. E como reservei o restaurante todo, não posso esbanjar tanto dinheiro por nada.

-Olha como estou vestida!

-Não se preocupe! Sente-se. Deve estar cansada e imagino que com fome.

-Não... - a barriga dela roncou tão alto que até os garçons ouviram.

-É um urso aí dentro? - Ele debochou tentando aliviar o constrangimento dela.

Ela ficou vermelha e sorriu meio sem graça.

-Obrigada pela gentileza.

-Vamos, peça o que quiser.

Ele lhe entregou o menu e depois eles pediram. Enquanto jantavam ela percebeu a expressão triste dele e tentou não invadir a privacidade dele.

Ele entretanto parecia estar engasgado com tudo aquilo.

-Eu a convidei Hitsugaya. Um jantar para salvar nosso namoro. É. E ela não veio.

-Eu sinto muito senhor.

-Não lamente. Ela está ocupada demais. Sempre está.

Harumi abaixou a cabeça ao perceber a tristeza no olhar dele. Ele começou a beber e logo já estava levemente alcoolizado. Ela ficou impressionada com a facilidade dele de se embriagar. Com o álcool na cabeça ele começou a falar mais.

-A gente se amava sabe? De verdade, aí ela virou uma mulher fria!

-Deve ser só uma fase senhor. Logo vocês estarão se acertando.

-Não! Esse é o problema. Não tem conserto.

-Não pense assim senhor.

-Vamos mudar de assunto! Não quero saber mais dela. Fale de você! - Ele até enrolava a língua. Harumi riu discretamente.

-Sobre o que quer saber?

-Como uma mulher como você veio parar aqui em Yokohama? Eu acho que nunca vi ninguém como você!

-Bem... É uma longa história. Digamos que foi a trabalho.

-Que legal! Eu nem sei como eu vim parar aqui! Surgi aqui!

-Yokohama é bem legal.

-Você é estrangeira né? - Ele disse apoiando-se sobre o braço.

-Sim. Aparentemente alemã.

-Uau! Explica porque você é tão alta!

Harumi achou graça e percebeu uma certo complexo.

-Eu nem gosto de ser tão alta. - Ela disse meio envergonhada. - Você sempre vira uma atração turística. Além das piadinhas.

-Padecemos do mesmo infortúnio. Só que em lados opostos.

-Um brinde a nós então. - Ela ergueu a taça.

Ela acabou dirigindo e deixando o chefe na casa dele e depois terminou de chegar em casa a pé. Harumi sentiu algo aquecer seu coração. Ele era um homem comprometido, mas por mais que ela tentasse não conseguia tirar ele da mente.

(...)

Fukuzawa e toda a agência receberam a visita de Shikibu das Segurança Pública. A mulher o havia convocado com certa urgência.

-O que era tão importante que não podia esperar? Tive que desmarcar compromissos. - Fukuzawa disse sem paciência.

-Estamos sozinhos? - Ela disse com os olhos arregalados.

-Sim. Fique tranquila.

-O que eu vou te falar é de extrema importância e deve ser sigilo absoluto.

-Chega de suspense.

-Há alguns anos, encontramos em Kyoto uma criança. Uma menina. Os pais haviam morrido e ela estava em um orfanato. Ela tinha a habilidade de criar portais e ir para qualquer lugar. Oficialmente foi o que foi para a ficha dela. Entretanto, com o passar dos anos ela começou a desenvolver algo peculiar. Começou mudando a aparência em segundos.

-Metamorfo?

-Não. Era o que achávamos. Sabia nome de pessoas que ainda nem conhecia e podia fazer absolutamente tudo. Depois começou a manipular objetos e transformar a seu bel prazer. Como se...

-Viessem de outra dimensão? - Fukuzawa percebeu que o que ela falava era sério.

-Sim. Como um multiverso. Várias versões de nós mesmos.

-Uma viajante interdimensional? Isso é impossível.

-Não. A mente dela se fragmenta. Esta em todo lugar. Ela vive tudo, vê tudo. E ela pode viajar para lá. Quando bem entende.

-Ao mesmo tempo?

-Sim.

-Isso é impossível e mesmo se for verdade é perigoso.

-Por isso iniciamos a medicação. Mas, parou de fazer efeito.

-Vocês esconderam uma bomba dessas e não mencionou a ninguém. Suprimir o poder só fica pior!

-Eu sei. Ela começou a se fragmentar. E começou a alterar não só ela, mas também tudo o que toca. O próximo passo talvez seria...

-Abrir um portal para outra dimensão..

-Ela começou a ser procurada por diversas organizações. Alguém revelou isso aos principais grupos do país.

-Aí ela fugiu.

-Sim.

-E por isso vieram até mim. Não foi só para vigiar. Isso foi um pretexto. Quer que a agência de Detetives ajude a encontrá-la.

-Nossa base foi invadida. Toda a documentação dela foi roubada. Dependendo das mãos que caírem estamos perdidos.

-Bem... farei o que for possível.

-Por favor!

-O nome da garota?

-Mulher, 25 anos. Kaoru Kurimoto. Aqui está uma foto dela. Mas, por favor. Sigilo absoluto.

-Ok.

Viu a mulher se afastar e depois fechou bem a porta.

-Ouviu? - Dazai saiu de trás de uma das portas.

-Sim.

-Pela documentação que me entregou a informação procede.

-Uma viajante interdimensional. Fascinante.

-E perigoso. E a Kaoru?

-Segura por enquanto. Mas, o que mais me intriga é o nome da médica que mudou os medicamentos. Arya Tremojin.

-Alguém que você conhece?

-Sim. É um anagrama para Jane Moriarty.

-Bem, deixo ela com você.

(...)

Kaoru olhava com atenção da janela do apartamento de Dazai. Ele havia a deixado lá para mantê-la segura. O poder dela era muito especial e justificava o porquê de estar fugindo.

Ela ouviu o destrancar da porta e se encolheu. Ficou de certa forma aliviada ao ver Dazai.

-Demorou. - Ela disse tensa.

-Já que não pode sair precisei trazer algo pra você comer.

-Obrigada.

-Preciso que me fale sobre a médica.

-Médica?

-A que trocou seus medicamentos.

-Bem, ela veio substituir o outro médico, Dr. Uramata. Ele aparentemente teve um acidente doméstico e ficou em coma. A substituta veio uma semana depois. Um inglesa de cabelos avermelhados.

Dazai não tinha duvidas. Jane Moriarty estava de volta. A agência de Detetives tinha a difícil missão de proteger a vida de Kaoru a todo custo.

-A quanto tempo você começou a piorar a situação? - Ele perguntou analisando a moça que sem querer havia mudado o corte de cabelo e depois voltou ao normal.

-Desde que comecei a tomar os comprimidos que ela me passou.

-Você deixa eu dar uma olhada neles?

-Claro. - ela tirou do bolso e o entregou.

-Eu vou mandar analisar. Até lá você não toma eles. E nem volta a tomar os outros ok?

-Ok.

-Vai ficar aqui e não abre a porta para ninguém. Vou pedir o Atsushi e a Kyouka ficarem de vigia.

-O que vai acontecer comigo?

-Na pior das hipóteses alguém vai usar você para bagunçar as realidades.

-Realidades?

-É o que você vê não é? É por isso que sabe sobre mim. Você me conhece em alguma realidade.

-... - ela abaixou a cabeça.

-Mas, não pode falar não é?

-Não. É uma regra do poder.

-Mas, podem te dissecar, tentar reproduzir, te sequestrar. Por isso tem que ficar escondida, até resolvermos a situação. Confia em mim?

-Sim. Eu não tenho escolha.

Kaoru sabia que era melhor estar com Dazai do que contra ele. Nas milhares de realidades e possibilidades eles se encontravam todas as vezes. Como amigo, como inimigo, como aliados, como amantes.

E pelo que ela tinha entendido tinha gente muito perigosa atrás dela.

(...)

Longe dali Chuuya entrou no escritório das vespas furioso com Hana. O bolo que ele havia levado outro dia ainda estava fresco em sua memória.

Hana estava sentada analisando vários documentos que haviam sido roubados na noite anterior.

-Não está aqui! Que ódio! - Hana jogou todos os papéis no chão.

-Nervosa, meu amor? - Chuuya disse sarcástico.

-Por favor Chuuya... agora não.

-Sério? E quando você estará disponível?

-Chuuya por favor, estou tendo um dia difícil.

Ela retirava os papéis sem nem olhar para ele. Chuuya furioso com o pouco caso da namorada usou a gravidade e abriu um buraco no meio da sala de Hana. A mesma se assustou e parou o que estava fazendo.

-Tenho sua atenção agora?

-Não precisava disso, Chuuya.

-Tudo é pouco para você. Nosso relacionamento é pouco para você! Eu sempre estive em segundo plano. Primeiro foi sua dor, depois sua vingança, o Dazai, seu plano, e agora sua organização e seus planos! Sempre tem algo que você necessita mais! Nunca está satisfeita!

-Chuuya...

-Não! Eu cansei! Quando você disse que ia ser da Máfia do Porto eu apoiei. Quando você chorou eu estava lá! Quando tudo para você parecia perdido, eu estava lá! Quando você tentou ter filhos sem falar comigo eu aceitei! E quando eu quis um tempo com você, você não foi!

-Está me dizendo... putz. Eu me esqueci completamente... foi ontem? - ela disse se lembrando do jantar.

-Foi a uma semana. Hana. Uma semana!

-Eu estou muito ocupada. Simplesmente não tenho tempo!

-Por que? Para eu não saber que virou traficante?

Ela arregalou os olhos.

-O que achou que eu não sabia? Cocaína, heroína, LSD. Tudo entra aqui pela sua organização. Parabéns, você conseguiu ser pior que a Máfia do Porto!

-Chuuya, por que está me condenando, me julgando! Me prometeu que estaria comigo.

-Até você largar a minha mão e criar um abismo entre nós. Matando por pouca coisa, drogando adolescentes.

-Você não é diferente de mim! Suas mãos estão tão sujas quanto as minhas.

-Sim. Mas, nasceu num berço de ouro. Você teve escolha. Eu não.

-Chuuya, nós estamos nesta. Sabe o que fazemos, e você quer que agimos como se fossemos normais!

-E como temos que agir? Afundar neste mar de sangue e perder a humanidade? Sabe Hana, eu pensei que a gente envelheceria junto. Mas, agora...

-Chuuya... não. Eu...

-Foi bom enquanto durou Hana. Eu ainda te amo de todo meu coração. Só que eu não posso mais.

-Você... tá terminando comigo? De novo?

-Sim. Eu disse que não teria outra chance para nós. E eu sou um homem de palavra.

A ficha de Hana só caiu naquele instante. Ela estava tão imersa em seu próprio mundo que nem percebeu o que estava acontecendo ao seu redor. Naquele momento ela se lembrou de Koizumi e da frase que ela disse certa vez. Que um dia ela ficaria sozinha, imersa na própria solidão.

-Chuuya eu vou consertar tudo! Eu seu de um jeito. Um mundo novo. Uma nova história.

-Chega Hana. Não quero saber daquele livro.

-Não! É outra coisa. É isso que estou procurando. Eu vou ter minha família de volta e vou ser como eu era antes.

-Seja feliz Hana.

Ele virou as costas e saiu sem dizer mais nada. Hana ficou lá sem saber o que fazer, ou o que dizer. Naquele momento ela teve certeza. Teria que encontrar o usuário de habilidades especiais e consertar tudo. Era tudo ou nada.

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