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32 - Consequência

Moriarty estava sentada na varanda de seu apartamento vestindo um robe de seda azul marinho. O vento frio batia em seu rosto enquanto ela pensava em tudo que havia acontecido até ali. Ela precisava dar um jeito de virar o jogo. Ela estava imersa em seus pensamentos quando alguém chamou sua atenção.

-Levantou cedo.

Ela se virou para um Dazai já vestido sorrindo.

-Bom dia. - Ela retribuiu o sorriso.

-Bom dia. - Dazai se aproximou e deu um leve beijo em seus lábios.

-Está indo já? Pensei que ficaria mais tempo comigo.

-Passei a noite com você. E além disso eu tenho trabalho.

-Como se fosse responsável o suficiente para isso.

-Não fale assim, Jane! - Ele fez um bico e depois percebeu a inquietação dela. - Está pensando em que?

-Em como vou virar o jogo. A minha situação está complicada. A líder foi desestabilizada e eu não contava com isso. Não daquela maneira.

-Isto era óbvio, ele a conhece a muito tempo. E ela é uma pessoa muito sensível, embora tente parecer durona.

Moriarty ficou séria e desviou o olhar. Tentando disfarçar que sentia ciúmes de Dazai.

-O que foi isso? - Ele perguntou olhando fixamente para ela.

-Nada.

-Pode enganar qualquer um, a mim você não engana. Está com ciúmes? - Ele mantinha a mesma expressão fria.

-Não seja bobo!

-Jane... isso não combina com você.

-É claro que estou com ciúmes! Até pouco tempo vocês estavam juntos! Não sou de ferro!

-Aaaahh. Então realmente é ciúme. - Ele se levantou e se agachou diante dela tocando sua mão. - Você me ama, Jane?

Ele era terrível. Sabia cada passo que estava dando. Moriarty sabia que ele não sentia o mesmo, que tudo que ele estava fazendo ali tinha um objetivo, mas infelizmente ela não conseguia evitar. Sentia coisas intensas por ele.

-Não seja ridículo!

Ele segurou seu pulso e depois se aproximou em um "quase beijo".

-Seu coração está acelerado. E você está ofegante. Jane, como eu te disse, a mim você não engana.

-Não adianta. - Ela suspirou e depois cedeu. - Estou esperando o seu golpe final. Já não tenho mais forças para esconder. Você me encanta... Mas, sei que você tem plano, e eu ainda vou descobrir o que você quer comigo, antes que você me destrua.

Ele estreitou os olhos e sua expressão ficou séria.

-Eu quero morrer com você. - Ele a beijou mais uma vez e continuou. - E sobre a Hana, não se preocupe, foi apenas profissional, se assim posso dizer.

-Seu cretino...

-E sobre a Hana, você precisa tirar ela dessa fossa. Se não tudo será em vão.

-Estou tentando! Já fui até atrás daquele ruivo barulhento.

-Chuuya?

-Sim. Ele não quer falar comigo e nem com ninguém que esteja com a Hana.

Dazai ficou pensativo e depois com a mão no queixo disse.

-Deixa o Chuuya comigo. Pense na sua estratégia, agora preciso ir.

-Ok, eu preciso da Hana, o poder dela é de extrema importância.

-Por falar em poder... - Ele se virou para Moriarty - Qual o seu poder?

Ela arregalou os olhos e ficou em silêncio até conseguir responder.

-Eu... não tenho poderes....

-Mentira. Você ia usar agora a pouco. Aí toquei seu pulso.

-Como você sabe disso? - Moriarty estava surpresa.

-Me conta o que é e eu conto como descobri.

-Vou descobrir sozinha. - Ela riu de soslaio e depois mudou de assunto. - E sobre o seu presidente?

-Eu relatei para ele. Não pareceu surpreso. Mas, ficou emocionado da maneira dele. Disse que vai esperar pela vontade de Hana. Quando ela se sentir pronta para isso.

-Quanta coisa junta. A perca do bebê, a descoberta de verdades doloridas.

-O bebê... Era do Chuuya né? - ele disse calmamente.

-Pensei que fosse seu. - Moriarty disse secamente.

-Não. - A expressão dele não mudava nem um milésimo de segundo.

Moriarty se contentou com o "Não" seco e não se aprofundou mais sobre isso. Este assunto a incomodava.

-Ok. - Ela disse friamente.

-Agora eu vou mesmo. Te ligo depois.

Moriarty sentia o coração queimar por dentro. Nunca em toda a sua vida alguém a fez ficar daquele jeito, nem mesmo Sherlock. Dazai era impossível de ler, de interpretar e para piorar a deixou de joelhos aos seus pés, a ponto de largar tudo por ele.

Maldito Dazai.

(...)

Hana estava deitada no chão de seu apartamento aproveitando a pouca luz do sol que vinha da janela. Ela havia chorado tanto nos últimos dias que os olhos ficaram inchados. Ela havia ganhado alta e sem falar nada com ninguém se isolou no apartamento e recusava até a visita de Moriarty. A mente fervilhava, ela pensava em Hiei, em Chuuya . Depois de alguns dias ela ligou para ele todos os dias e ele não atendia suas ligações. Precisava dele. Falar sobre a perca que tiveram. Mas, depois da briga que ele se recusava a falar com ela.

Hana pensava em tudo e ao mesmo tempo em nada. Ela queria ser engolida pela terra ou simplesmente desaparecer, ela não tinha vontade de fazer nada, nem comer, nem dormir, nem conversar, olhava para o relógio na esperança de que talvez por algum milagre pudesse voltar no tempo e ser feliz outra vez. Ver sua família de novo, talvez até conhecer o Chuuya outra vez e ter muitos filhos com ele. Queria tanto, tanto, tanto que cada vez que pensava nisso seu coração se partia em mil pedaços.

Ela pegou o celular mais uma vez e discou para Chuuya, ela estava ansiosa, na esperança dele atender e ela pedir desculpas, implorar seu perdão. Chamou ate cair na caixa postal.

-Chuuya, eu sinto muito. Eu falei coisas que não devia e de que me arrependo. Eu sou mesmo uma puta egoísta e eu sinto muito, mas... - Ela falava com dificuldade já que o choro insistia em sair. - eu preciso muito de você. Se você não estiver comigo, não faz sentido nenhum então viver... eu te amo.

Ela chegou a deixar a caixa postal, mas depois apagou. Naquele momento ela percebeu que havia o perdido para sempre. Assim como perdeu sua família e seu filho... tudo era o fim. Ela olhou da janela e viu o sol se pondo tingindo de vermelho o céu de Yokohama. Ela não tinha mais forças. Pegou papel e caneta e escreveu uma longa carta e deixou sobre a mesa. Ligou para um de seus subordinados e pediu que fossem a seu apartamento após as 21:00 hrs para levar o jantar. Depois foi até a sacada, estava vestindo uma longa camisola de seda preta. O vento batia em seus cabelos lentamente. Ela subiu no parapeito e ficou por um longo instante observando a paisagem da cidade que naquela tarde estava terrivelmente melancólica. Pensou em sua família, em seus amigos, em Chuuya e em Hiei. Aquele miserável iria vencer no final.

Ela fechou os olhos e abriu os braços e deixou seu corpo pender para frente.

(...)

Chuuya estava com o olhar atento na janela do avião, pensando o tempo todo em Hana. Nos últimos dias, ele dormia mal, comia mal e para piorar devido ao trabalho que teve de fazer ele não podia conversar com ninguém. Havia ido resolver conflitos no exterior a pedido do Chefe e para evitar qualquer tentativa de atender qualquer chamada deixou o celular em casa.

Ele mal podia esperar para chegar e ver como Hana estava. Embora ele realmente tivesse ficado furioso com ela no outro dia, ele a amava muito e se preocupava com ela, principalmente pelo quanto ela havia ficado abalada. Mas, ele era orgulhoso demais para isso.

O avião particular que ele estava parou no aeroporto naquela tarde, ele desceu extremamente cansado, pensando no vinho que tinha comprado recentemente. Voltou para casa exausto.

A briga com Hana havia o deixado irritado e triste. Não era fácil lidar com tudo aquilo, ele a amava, mas cada vez mais ficava mais difícil de conviver com ela e sua mania de tentar resolver tudo sozinha.

Depois de um banho deitou-se na cama. Dormir e acordar para Chuuya era o mesmo que o ligar e um desligar de uma máquina, ele não sonhava.

No dia seguinte, levantou-se cedo e logo de manhã checou o celular as milhares de chamadas de Hana, não queria falar com ela. Estava farto. Logo depois viu uma mensagem do chefe. Ele queria vê-lo.

Chuuya caminhava pelos longos corredores do prédio principal em direção à sala do Chefe Mori.

O ruivo estava bastante cansado e desgastado com a sua vida particular, embora tentasse não transparecer. Hana não era nem de longe a moça que ele havia conhecido. Ela não hesitava em nenhum momento a tirar uma vida. Começou a ser conhecida no submundo como a Bruxa Branca de Yokohama.

Eles passavam pouco tempo juntos. Isso o incomodava. Para falar a verdade, ele estava de saco cheio. Mas, ainda a amava, e tinha esperança de que fosse só uma fase.

Além do confronto de que uns meses atrás quando ele foi usado por duas mentes diabólicas como ele mesmo classificava: Dazai e Fyodor. Ele ainda se perguntava como podia ainda estar vivo.

Ele chegou até a porta do escritório de Mori e bateu de leve e ouviu um "entra". Ele entrou na enorme sala e viu Mori e a pequena Elise (o poder manifestado de Mori) e uma mulher muito alta. Talvez a mais alta que ele já tenha visto. Olhos verdes, os cabelos longos e um loiro claro. A cintura fina, pernas longas, seios volumosos. Sem dúvida, também, a mulher a mais bonita que já tinha visto.

-Haru? - Mori chamou a atenção de Harumi que parecia estar imersa em seus pensamentos

-Me desculpe senhor.- a mulher respondeu sem graça.

-Este é Chuuya Nakahara. Será seu chefe. Seja educada e respeitosa.

-Ah claro! Me desculpe! - Ela se curvou respeitosamente. - Senhor, isso não vai se repetir!

-Esta é a Haru, ela será sua secretária. - ele disse diretamente.

-Por que eu preciso de uma secretária? - Ele fez uma cara de desdém.

-Porque sim. Anda muito assoberbado de trabalho. Me ajudou a reerguer esta organização. Merece uma folga.

Chuuya desviou o olhar meio descontente.

-Que seja... - ele se virou para a jovem mulher com um certo desdém. O rosto corou no mesmo instante. - É Haru?

-Sim.. - ela sussurrou

-Haru? Só Haru?

-S-sim...

-Não tem sobrenome? - ele olhou desconfiado.

-Harumi Hitsugaya.

-Não me sinto confortável te chamando pelo seu primeiro nome.

-Perdão senhor.

-Se vai ser minha secretária é melhor andar rápido. Não gosto de molengas na minha equipe.

-Claro senhor, irei me esforçar!

-Então vamos!

Chuuya não percebeu, naquela época, ele também não sabia, mas para ela, o homem a sua frente era o homem mais bonito que ela tinha visto.

(...)

Yukichi Fukuzawa estava pensativo olhando para a xícara de chá a sua frente. O homem na casa dos 45 anos, de cabelos prateados e olhos azuis já tinha marcas do tempo no rosto, mas a beleza vivida ainda continuava.

O homem, outrora um espadachim inigualável agora era o nobre presidente toda agência de Detetives. De índole firme e sólida.

A sua mente divagava desde o dia em que Dazai havia relatado o incidente entre os Chacais e as Vespas. Hana Sihadeko aparentemente era sua filha. Qualquer pessoa de fora, diria que era um absurdo, mas, para ele poderia ser de fato uma verdade.

Ele tirou da gaveta uma fotografia, ele e Momo juntos. Hiei poderia inventar quantas mentiras quisesse, o amor que ele sentia por Momo era real. E ninguém poderia mudar isso.

Ouviu as batidas na porta que o tiraram de seus pensamentos. Haruno sua secretária estava com olhar de surpresa e depois anunciou.

-O senhor tem visitas....

-Então, ela veio mesmo né? Diga que estou a aguardando.

Hana entrou meio receosa e ficou em pé diante da mesa de Fukuzawa. Haruno saiu sem graça e depois pelo caminho ficou impressionada com a semelhança que a jovem tinha com ele. Principalmente o tom de azul de seus olhos.

-Sente-se. - Ele disse calmamente.

-Eu... - Ela pensou em recusar, mas ela sabia que a conversa seria longa. - Ok.

Ela ficou em silêncio por um longo tempo mexendo os dedos de maneira ansiosa olhando para baixo.

-Imagino, que tenha perguntas. - Ele começou a dizer ainda de forma serena.

-Eu tenho... mas, acho que a primeira é: O que o Alacran disse é verdade? Você e a minha mãe...

-Sim. Jamais negaria isso.

Ela deu um suspiro e recostou na cadeira e ficou tentando processar todas as informações.

-Então, meu pai, Yusuke sabia?

-Sim. - Ele respondia tudo calmamente.

Ela levou as mãos à cabeça e depois colocou os cotovelos sobre os joelhos e ficou um bom tempo olhando para o chão.

-Eu não sei o que pensar, eu pensava que meus pais eram apaixonados. Era que eu acreditava sabe? E aí agora... eu descubro que sou o fruto de um caso!

-Não era um caso, Hana. Você foi concebida por amor. Meu e da Momo. A gente se amava de verdade.

-Que droga. - Ela começou a tremer os lábios.

-Hana, eu não quero que você esqueça de seus pais. Também não te forçarei a me amar e me chamar de pai. Tudo será a seu tempo quando você se sentir confortável.

Hana não segurou o choro. Ela soluçava. Ela não sabia mais o que fazer, o que pensar e nem como agir. Mas, por algum motivo diante daquele homem ela se sentia uma criança.

-Eu perdi tudo. Tudo. Hiei me puniu por algo que eu não tive culpa! Puniu a mim e aos meus irmãos! E tudo por que? Inveja, soberba, ambição! Nem a minha mãe era inocente.

-Hana. Sua mãe era uma mulher incrível. As mãos dela estavam limpas, ao contrário das minhas e até das suas. Eu teria feito tudo por ela, mas, como sempre ela pensava nos outros antes de si mesma, ela resolveu se afastar de mim, para me poupar e poupar sua família. Os Sihadekos eram uma família complexa e cheia de segredos e podiam ser tão cruéis quanto Hiei. Se ela tivesse me dito algo naquela noite, eu teria ido até o fim, mas, ela preferiu não me dizer nada. E quando ela morreu eu me arrependi de não ter insistido mais.

Ele tirou da gaveta um envelope pardo e colocou sobre a mesa.

-Eu tinha certas dúvidas sobre você, desde a primeira vez que a vi. Tomei a liberdade e fiz o exame de DNA. Saber o conteúdo deste envelope só diz respeito a você.

Ela hesitou por um instante e depois pegou o envelope. Talvez não fizesse diferença, mas ela abriu assim mesmo.

-99,9%.... - Ela disse em tom de tristeza profunda.

-Então... você é mesmo minha filha. - Ele Lembrou-se de Momo e sentiu o coração acelerar. - Eu... estou feliz se isso importa para você.

-Eu sinto muito não poder dizer o mesmo.

Ele tirou uma pequena caixa do armário atrás dele e entregou para Hana.

-Selecionei algumas cartas que trocamos durante todos esses anos. Quando puder leia e tente entender mais dos nossos sentimentos.

Ela pegou a caixa receosa. Ele continuou.

-Estarei aqui quando quiser conversar...

Hana não tinha raiva dele. Pelo contrário a presença amistosa dele aquecia seu coração. E por mais que odiasse admitir ele realmente era o pai dela, ela querendo ou não.

(...)

Na noite anterior, Hana pensou mesmo em se matar. Mas, ela pensou na sua família e no quanto ela seria covarde se fizesse isso. Além do mais, fugir de uma briga não era o feitio dela.

Ela saiu pelas ruas de Yokohama silenciosamente e ficou pensando na sua vida e em tudo que viveu até ali. Em quanto ela sentia-se impotente. Sua mente a levou para 7 anos atrás e ela começou a refazer os passos que fazia antes. Os locais em que ela frequentava. Passou na porta da antiga escola, no local onde ficava sua casa e depois parou em frente o de Himeno morava.

Ela era sua melhor amiga, elas trocaram confidências, choraram juntas e se aventuraram juntas e ela nem teve a decência de dizer a Himeno que estava viva. Com relação a isso, ela se sentia um lixo.

Hana pesquisou sobre a amiga uns dias depois do encontro que tiveram. Ela soube que Himeno não morava mais com os pais, estudava medicina e tinha tido alguns namorados, mas, que ainda estava sozinha. Himeno era rebelde demais para seguir certas regras, além do mais, Hana tinha certeza que Himeno não curtia muito a presença de um homem, embora a amiga nunca tivesse dito nada.

Ela seguiu até o apartamento onde a ex amiga morava e ficou olhando para o prédio. A fachada bonita, num bairro modesto. Pelo que ela conhecia de Himeno, ela provavelmente deve ter largado tudo para viver por conta própria.

Hana suspirou ao se lembrar das conversas que tinham e depois resolveu se afastar.

-Hana? - Himeno a abordou. A jovem vestida com um uniforme de Hospital, que provavelmente não tinha dado tempo de tirar antes de ir para casa depois de um plantão de 36 horas. Os cabelos estavam ainda mais curtos que a deixava com o rosto jovem, como uma adolescente. Ela não havia crescido muito e tinha o corpo pequeno e esguio.

-Oi... - Hana estava sem graça com ela. Havia sido uma babaca a última vez que a viu.

-Como sabia que eu morava aqui... - Ela se lembrou do que Hana fazia. - Ah, isso não importa. O que faz aqui seria a pergunta correta.

-Eu... - Hana abaixou a cabeça. - Eu vim te ver. Te devo desculpas.

Himeno ficou a encarando por um longo tempo e depois disse.

-Me deve desculpas? Sério? - Himeno disse sarcástica.

-Eu sei... eu fui uma ridícula.

-Diga mais. - Himeno cruzou os braços.

-Eu sinto muito por ter mentido para você e te enganado... E ter dito aquelas coisas e... caramba! E por ter magoado seus sentimentos.

Himeno ficou mais um tempo calada e ao ver o desalento de Hana disse:

-Quer tomar um chá?

-Quero.

-Vamos subir.

O apartamento de Himeno era pequeno. Poucos móveis, simples. Um pouco diferente do conforto que estava acostumada. Elas tiraram os sapatos e adentraram a casa ainda sem dizer nada. Himeno colocou as coisas no cabideiro da entrada e depois pegou as coisas para fazer o chá.

-Wakoucha ainda é seu preferido? - Himeno perguntou. Wakoucha é o chá preto japonês.

-Sim.

Himeno preparou o chá para as duas ainda em silêncio. Hana respeitava o silêncio da amiga, embora ela estivesse visivelmente nervosa. Depois de um longo silêncio, Himeno começou a chorar. Um choro ressentido e doloroso. E depois desabafou o que estava preso na garganta, como um nó.

-Eu sofri Hana... sofri pra caralho! Eu lembro de você naquela época e meu coração parece que despedaça toda vez! Eu ia no seu túmulo todos os meses! Levava flores para você! Jasmins, que você gostava. E você sabia este tempo todo e nunca se preocupou em nem ao menos em saber como eu me sentia!

-Hime... eu....

-Não venha me dizer que foi para o meu bem! Não quero ouvir isso de você! Você foi lá e seguiu sua vida e quem ficou aqui chorando por você?

Himeno levou as mãos ao rosto e não parava de chorar. Queria dizer mais, ficar brava. Mas, as palavras ficavam presas.

-Você é a porra de uma egoísta!

Hana vendo o desespero da amiga, a abraçou fortemente e deixou a jovem chorar. Ela sabia que tudo que Himeno disse era verdade. E ela se arrependia muito disso.

-Hime, eu sei que nada que eu disser vai amenizar. E eu sinto muito por isso. De todas as coisas que fiz, está é a segunda que realmente me arrependo. A primeira foi não ter ido mais cedo e ter morrido junto com a minha família.

-Não fala isso! - Himeno gritou. - Não fala isso nunca mais.

Himeno parou de chorar e se soltou do abraço de Hana e serviu os dois chás. Ela sentou-se junto com Hana a mesa e ficou pensativa. Ainda processava tudo que Hana havia dito. Depois de alguns goles no chá, olhou para Hana que ainda mantinha-se em silêncio.

-Hana, para que você veio? Eu estava me acostumando a odiar você.

-Eu não sei... - Hana disse abaixando o olhar. - Eu fui lá, Himeno. Enfrentei o homem que destruiu minha vida e perdi.

-E o que eu tenho a ver com isso?

-Disse para eu te procurar quando não tivesse para onde fugir.

Himeno soltou um suspiro e depois deu um sorriso de lado e olhou para Hana.

-Ok. Então, não tem para onde fugir...

-Eu acabei de terminar com meu namorado... perdi um filho, descobri que Yusuke Sihadeko não era meu pai de verdade.

-Seu namorado?

-O Rei das Ovelhas.

-Que surpresa. - Himeno disse sarcástica.

-É.

-E vocês iam ter um filho? No meio de todo esse conflito?

-Eu nem sei se era dele...

-Caramba... - Himeno ficou supresa e frustrada com a afirmação. - Tava saindo com outro cara?

-É... alguns. - Hana disse se lembrando de Dazai e Tengen.

-Você não perdeu tempo.

-Eu não ligo muito para essas coisas.

-E não podia se prevenir? - Himeno estava indignada mais com a falta de responsabilidade de Hana.

-Eu queria um filho. - Hana disse com a voz embargada. - Uma família.

-Não seja irresponsável. Um filho não é brincadeira e ele não vai substituir a sua família.

-E como vou preencher este vazio? Eu vou matar o Alacran, mas e o depois?

-Hana, saia desta vida. Não me diga que queria ter um filho com o Rei das Ovelhas e viver uma vida de comercial de Margarina, porque você sabe que isso não vai acontecer!

-Eu amo o Chuuya!

-Mentira! - Himeno bateu a mão na mesa. - Se amasse teria o procurado. Ele sofreu por sua morte também! Eu mesma disse a ele. Eu vi!

-Eu sei dos meus sentimentos!

-Não sabe! Está querendo ter um filho para se satisfazer, como uma criança mimada. E nem se importa em que condições está criança vai crescer. - Himeno procurou as melhores palavras - Eu era irresponsável, a 7 anos. Eu me arrependi dia e noite por ter levado você ao Suribachi porque pensei que era minha culpa! Eu tive depressão, crise de ansiedade, ataque de pânico. Eu fiquei 6 meses sem sair de casa! Sabe o que tive que fazer? Eu tive que seguir em frente! Terminei o ensino médio sem falar com ninguém da minha sala e sem ter nenhum amigo e depois eu resolvi sair de casa e viver a minha vida. Eu ainda faço terapia, tomo remédios. Eu abri mão da vida que eu levava, mesmo contra gosto dos meus pais. Eu não queria que eles interferissem nas minhas escolhas! Eu tive que crescer, amadurecer. Não tinha ninguém para fazer isso por mim, entende?

Hana tocou a mão de Himeno e a acariciou. Ela gostava muito dela. E sentiu-se muito culpada por tê-la feito sofrer.

-Hime... eu tô me sentindo um lixo.

-É para se sentir mesmo! Tomara que perca o sono.

Himeno tentava disfarçar a insatisfação. Como Hana a conhecia sabia que ela.ja havia a perdoado de certa forma.

-Você... tem alguém? Um namorado ou algo assim? - Hana perguntou ao ver que a amiga não tinha fotos no apartamento.

-Tenho, meu trabalho. Plantão de 36 horas, estou terminado a faculdade e estou fazendo estágios.

-Uau. Isso nem parece você. Matava aula toda semana.

-Eu mudei muito. - Himeno olhou intensamente nos olhos de Hana. -E... Eu descobri que não gosto de homem.

-Disso eu já sabia. - Hana riu.

-Sua boba. Era óbvio né? - Ela suspirou e depois retribuiu o toque na mão de Hana. - Posso ser sincera?

-Claro.

-Eu tinha uma queda por você. Amava você. E quando você se foi, eu fiquei sem chão.

Hana não esboçou surpresa. Na verdade, ela desconfiava. Mas, naquela época não tinha maturidade o suficiente para entender. Na verdade, nem naquele momento ela tinha. Mas, por alguma razão, ela sentia como se o amor que Himeno sentia por ela fosse algo que ela precisasse, como o ar que respirava. Ela levou a mão de Himeno aos lábios e lhe deu um beijo suave.

-Sou muito honrada por seu amor, Himeno.

-Não faça isso Hana. Eu superei. - Era mentira. Himeno não deixou de amar Hana nem um único dia.

-Eu sei que superou. Mas, queria que soubesse como me sinto.

Himeno ficou um tempo olhando para Hana, pensando nas inúmeras coisas que gostaria de dizer. Mas, talvez por medo, ela preferiu ficar em silêncio. Depois, Hana se levantou e se despediu.

-Tenho que ir. Obrigada pelo chá.

-O que vai fazer agora?

-Vou matar o Alacran. Não tenho escolha.

-Eu digo mais uma vez. Sempre tem escolha Hana.

-Não desiste de mim Himeno. Por favor.

-Então faça por onde.

Hana saiu muito triste. Ver a Himeno, conversar com ela, estar de novo na vida dela, só mostrava o quanto ela era egoísta e o quanto ela feito a amiga sofrer. No fim, ela percebeu que não importa como fizesse, alguém sempre sairia machucado.

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