28 - Golden Tips Imperial
Relatório da Divisão especial
Dia 5 de abril, algum lugar no Oceano Pacífico, 23:30 h.
Um avião cargueiro Embraer KC - 390, saído direto do Brasil com mantimentos para a ONG "Caminhando para o Futuro" foi abordado por uma aeronave, modelo executivo Gulfstream G550 sem identificação no posto de controle.
Segundo os poucos sobreviventes resgatados por pescadores no mar, havia no avião cerca de 5 pessoas, a maioria com poderes paranormais. A porta do avião cargueiro foi arrancada por uma mulher alta e muito forte de cabelos rosas. Os 30 tripulantes do avião cargueiro foram abatidos por um homem alto, portando duas espadas, uma mulher de cabelo azul que era imune a balas e uma mulher de cabelos brancos com um Shinigami. Quando terminaram de abater os integrantes, as testemunhas disseram que alguém assumiu o controle do avião, e que os dois aviões desapareceram.
O paradeiro de ambos os aviões é desconhecido.
(...)
Dava para ouvir os gritos de Hiei quase que no prédio todo. Ele urrava como um urso com um de seus subordinados. O jovem suava frio enquanto Hiei quebrava o escritório inteiro.
-COMO VOCÊS INCOMPETENTES DEJXARAM ISSO ACONTECER??? AHN? UM AVIÃO CARGUEIRO DE 35 METROS E QUASE 80 MIL QUILOS DESAPARECEU!
Hiei arremessou uma cadeira que se o jovem não se abaixa o pegaria em cheio.
-S-senhor... já acionamos todas as autoridades...
-É mesmo? E agora? E a carga? RESPONDE SEU IDIOTA!
-...
-E os tripulantes? - Hiei faltava espumar de raiva.
-Três sobreviventes... 27 mortos...
-E o que os sobreviventes disseram? - Hiei tinha fúria no olhar.
-A líder aparentemente era uma mulher de cabelos brancos....
Hiei arregalou os olhos e fechou os punhos e deu um soco na mesa que estilhaçou em mil pedaços.
-MALDITA! EU VOU ENSINAR PARA AQUELA DESGRACADA A NÃO BRINCAR COM O ESCORPIÃO!
-O-o que o senhor quer que faça?
-Eu vou dar a guerra que aquela vadia quer!
Neste meio tempo um segundo homem entra correndo no escritório com o olhar assustado.
-Chefe...
-O que é idiota? - Hiei era pura cólera.
-Encontraram o avião...
-ONDE???
-B-boiando no mar em frente a cidade...
-E a carga? - Hiei perguntou furioso.
-Os mantimentos estão intactos... mas... as armas.
Hiei quebrou o escritório inteiro. Furioso jurando Hana de morte. Ele se recusava a acreditar que ela, junto com uma equipe medíocre abateu 30 homens e roubou um avião cargueiro em pleno ar e devolveu praticamente intacto, mas todas as armas contrabandeadas haviam sido roubadas.
(...)
A equipe de Hana foi cirúrgica. O avião menor sobrevoou o avião cargueiro por cima e os 5 desceram até ele e eles tomaram o controle do mesmo.
Hana começou a contratar pessoas qualificadas, ela iria montar um pequeno exército. Quando finalmente pegou controle da herança, assumiu as empresas do pai dela e começou a trabalhar sem parar. O nome de Hana Sihadeko estava no topo. O prédio antes de Jane, agora pertencia a Hana, comprado por ela por alguns milhões de dólares. A cobertura do prédio era seu apartamento e o resto do prédio inteiro tornou-se parte de sua organização, ainda sem nome.
Naquela tarde, Jane subiu até seu apartamento e tocou a campainha. Jane estranhou a demora e olhou para o relógio depois de tocar a campainha pela terceira vez. Hana abriu a porta vestindo um hobby de seda preta que ela ajeitava apressadamente. Jane observou a jovem suada e ofegante e nem quis saber o que estava fazendo.
-Atrapalhei algo? - Jane perguntou sarcástica.
-Não...Sim. atrapalhou. - Hana disse rapidamente.
Jane correu o olhar rapidamente dentro do apartamento e viu a silhueta de um pequeno homem seminu de cabelos cor de fogo se servindo de um copo de água.
Ele olhou para ela com cara de pouco caso e continuou o que estava fazendo.
-É o dirigente da Máfia do Porto? Chuuya Nakahara? - Jane perguntou para Hana em tom de desagrado.
-Ahnn... - Hana olhou para trás e viu Chuuya encostado no balcão. - É.
-Eu corrijo: você é completamente louca!
-O Chuuya é meu... - Hana pensou por um instante. - Namorado.
Ele ficou surpreso ao ouvir isso e deu um sorrisinho de lado.
-Você é louca.
-Um dia eu te conto. - Hana disse meio sem graça. - Em que posso ajudar?
-Preciso ir até um lugar em especial. Ficarei fora o dia todo.
-Ok. Tudo bem. Se precisar de algo eu te ligo.
-Reforce a segurança. Qualquer um está podendo entrar aqui, pelo visto. - Jane olhou para Chuuya que retribuiu o olhar hostil. - E vista uma roupa seu pervertido!
-É só parar de olhar! - Chuuya gritou
Hana fechou a porta e seguiu em direção à Chuuya.
-Namorado? - Ele perguntou sorrindo.
-É... acho que amante não é legal.
-Huumm. - Ele disse a puxando para si.
-Não gostou? - Ela disse olhando fixamente nos olhos dele.
-Não. Eu amei. - Chuuya deu um beijo em Hana. - Podia ter dito: meu amante, meu namorado, meu ficante... meu homem... porque é isso que eu sou. SEU homem.
-Chuuya... você é incrível.
-Onde a gente parou mesmo? - Ele disse a abraçando.
-Acho que vamos ter que recomeçar.... - Ela deixou o hobby cair deixando o corpo nu a mostra.
Hana e Chuuya chegavam ao ponto de não conseguir se afastarem. De desejarem a companhia um do outro. Não havia pudores, vergonha, apenas um amor puro, intenso. Não havia conversa sobre máfia, sobre vingança. Eles apenas tentavam viver como um casal normal. Pelo menos era assim naquela época.
(...)
Jane resolveu caminhar pela cidade de Yokohama. Ela era uma mulher fria e calculista, portanto tarefas simples como andar pela cidade se tornava uma missão de campo. A bela mulher de cabelos esvoaçantes chamava a atenção por onde passava.
Ela andou por vários pontos da cidade até parar em um prédio de tijolos expostos próximo ao porto. Um prédio velho já marcado com a maresia devido a quantidade de ferrugem. Tinha 5 andares e o térreo tinha uma lanchonete com o nome: Uzumaki (Vórtice). Ela entrou calmamente pelo local e os olhares do recinto se voltaram rapidamente para ela.
O balcão tinha uma jovem garçonete e um homem mais velho que ela acreditava ser o proprietário. Em uma das mesas um grupo de pessoas conversavam e brincavam entre si. Um rapaz mais jovem de cabelos platinados com uma franja mal cortada, um homem sério de óculos e cabelos loiros, com cara de professor e um rabo de cavalo pavoroso, um rapaz ruivo e uma jovem de cabelos pretos de braços dados o tempo todo e um homem com os braços enfaixados, sobretudo marrom claro, cara de paisagem e cabelos pretos bagunçados. Eles chegaram a olhar para ela, mas voltaram a conversa.
Jane entrou e sentou-se no balcão e ficou de costas para os cinco na mesa e pediu:
-Um chá, Golden Tips Imperial de preferência.
-Claro.
Ela ficou sentada observando tudo ao redor em silêncio. O grupo conversava entre si, falando sobre coisas aleatórias. Jane deu um longo gole em seu chá. Discretamente ela viu o enfaixado pegar a mão da garçonete e dizer coisas que ela considerava absurdas.
-Eu ainda tenho esperança que você poderia se unir em um suicídio a dois comigo...
-O senhor deveria pagar sua conta, Senhor Dazai.
"Dazai" Jane sabia perfeitamente de quem se tratava. Afinal seu nome era quase como uma lenda viva. Mas, queria entender o porquê de um homem tão perigoso estar ali bancando o idiota. Ela se cansou só de pensar a respeito e decidiu que voltaria outra hora. Pagou o chá e levantou-se sem dizer mais nada.
Continuou sua jornada, observando as lojas, as vitrines. Jane era estrangeira, então tudo ali era diferente para ela. A cultura, as pessoas. Ela então percebeu algo e acelerou o passo e rapidamente dobrou a esquina em um beco e parou bruscamente, sem saída.
-Por que o senhor está me seguindo? - Ela disse encarando o homem esguio de sobretudo marrom claro.
-Eu que deveria estar fazendo as perguntas.
-É Dazai, não é? - Jane disse ajeitando os óculos.
-Sim. E a sua graça?
-Jane.
-Nome peculiar. O que a senhorita Jane, quer comigo?
-O fato de eu ter ido a uma lanchonete significa que estou atrás do senhor?
-Naquela lanchonete, naquele exato momento? Sim. - Ele deu um sorriso debochado.
-Senhor, não seja convencido.
Ele deu mais dois passos para frente. Ela manteve a postura e o contato visual.
-Senhorita, você nunca esteve naquela lanchonete, disso eu tenho certeza. Aliás nunca te vi nem na cidade.
-Eu poderia ser uma turista andando pela cidade. Não acha?
-Não, não acho. Pelas suas roupas e seu gosto refinado, significa que você é muito rica. O que me fez questionar o porquê de você ir até uma lanchonete tão singela para pedir um chá tão caro.
-Conhece Golden Tips Imperial?
-Sim.
-E você fez esta observação enquanto conversava com seus amigos?
Ele deu uma risadinha convencido.
-Digamos que sim. - Ele se aproximou ainda mais dela. Jane não movia um músculo.
-Sabe quem sou eu? - Ela disse estreitando os olhos.
-Ainda não com 100% de certeza. Mas, você está com a Hachi, ou melhor, Hana. Aliada dela, ou algo do tipo. Ela te falou sobre mim?
-Não. As pessoas não precisam me falar sobre elas. Eu simplesmente sei, de tudo.
-Huum... interessante. - Ele levou a mão ao queixo, pensativo. - Você é inglesa. Deve ter uns 22 anos. Vindo de uma família muito rica e tradicional, é filha única. Mas, tem uma irmã de criação, a quem você considera muito. Chegou ao Japão a pouco tempo, provavelmente fugindo de alguma coisa, ou de alguém.
-Então, também fez seu dever de casa? Senhor ex- dirigente da Máfia do Porto? Sua ficha é mais suja que poleiro de Pato. Assassinato, terrorismo, genocídio, danos colaterais, ataque a segurança nacional, difamação, crimes contra a pátria, quebra de autoridade, chantagem, usurpação, insurreição, sequestro, deserção, invasão, violação de transporte marítimo, destruição em massa, traição, assassinato em massa, cárcere privado e espionagem. Me esqueci de algo?
-Não. Estou impressionado. Pensei que minha ficha tivesse desaparecido.
-Me deu um pouco mais de trabalho. Mas, no fim consegui. - Ela disse convencida.
-Entendi. Você é deveras formidável. Mas, é a minha vez: Professora de matemática, talvez a melhor do mundo, rainha do crime organizado, sua ficha não é mais limpa que a minha. Além de sequestro, terrorismo, tortura, contrabando, roubo e falsidade ideológica. Ninguém te dá muito crédito quando te vê. Afinal eles te conhecem apenas pelo seu sobrenome não é, Moriarty?
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