27 - Formação
Hana ficou em êxtase com a sua primeira vitória. A uma hora dessas Hiei estava furioso. Ela queria abrir uma garrafa de Whisky, mas ela precisava manter a sobriedade para enfrentar o inimigo.
Os chacais tinham acesso a armas, através do contrabando que vinha da América Latina. O armamento vinha de muito longe em grande quantidade em um avião cargueiro, que trazia suprimentos para uma ONG de fachada sustentada pelos Chacais. Por ser uma instituição beneficente, levantava poucas suspeitas, além do fato de metade da polícia ser comandada por eles.
Hana teria que interceptar o avião cargueiro e roubar todo seu armamento. Mas, para isso era preciso de fato montar um pequeno exército. Ela poderia simplesmente chamar Dazai e Chuuya. Mas, não iria envolvê-los nesta disputa. Só de pensar em perder os dois ela tinha crise de ansiedade.
A vantagem de ser uma mercenária é que ela poderia cobrar favores. Com isso foi atrás de alguns amigos. O primeiro foi um de seus comparsas em 5 das missões que realizou em 3 anos. Tengen era um homem muito alto e forte, de olhos que lembravam um rosa, tinha cabelos médios e de um loiro quase branco. Um homem muito bonito com quem Hana saiu algumas vezes e tinha um carinho muito especial por ele.
O homem de 23 anos, era especialista em armas brancas e seu poder, era o "som do coração se partindo", uma audição absurda, muita velocidade, modo furtivo, e tinha um golpe baseado em notas musicais. Extremamente extravagante e mulherengo, Hana acabou não se deixando levar pelas suas juras falsas de amor. Mas, confiava nele como parceiro. Ele morava na região central de Yokohama, num apartamento que Hana conhecia muito bem.
O belo homem estava sentando apreciando a vista da varanda de seu apartamento vestindo um yukata vermelho e rosa. Ele gostava de cores vibrantes.
-Gatinha, quanto tempo! Pensei que nunca mais veria você! - Ele tinha uma voz muito boa de se ouvir.
-Depois de eu pegar você com três mulheres na sua cama? - Ela disse sarcástica.
-Meu amor, eu disse que eram só amigas.
-Me poupe Tengen.
-Você está ainda mais linda do que me lembro.
-Cantada barata não vai funcionar. - Ela disse sentando-se diante dele. O vento batia em seu rosto na varanda em que estavam.
-Mas, já funcionou, meu anjo. - ele deu uma piscadinha.
O yukata que ele vestia deixava o peitoral muito definido a mostra. Como Hana não era de ferro, ela se lembrou das vezes em que se divertiram naquele apartamento, e tentou disfarçar. E o vagabundo sabia disso.
-Mas, você não vejo aqui só para me ver, não é Hachi?
-Não. Preciso de ajuda.
-Um trabalho? - Ele disse olhando para a cidade.
-Digamos que sim. Eu estou te contratando.
-O serviço é seu?
-Eu o encontrei. O verdadeiro culpado pelo massacre da minha família.
-Sério? - Ele disse espantado.
-Sim. Ele é o líder dos chacais que por acaso é o Hiei, ou melhor, Hector "Alacran" Ramirez.
-O cara com quem você morava? - Tengen ficou estarrecido.
-Sim. Fui enganada. Como uma idiota.
-Bem, você pode me contar os detalhes depois, só me diga o que você quer que eu faça.
-Tengen, é uma missão suicida. Somos só você e eu por enquanto.
-Não ligo. Nós dois fizemos mais estragos juntos do que 30 babacas daquela organização que a gente derrotou.
Hana deu uma gargalhada.
-É verdade.
-Hachi, posso não ser seu tipo de homem... - Ele era com certeza. - Mas, eu realmente gosto muito de você. E serei leal a você por toda a minha vida. Missão suicida ou não.
-Você é louco.
-Não. Só não tenho nada melhor para fazer.
-Idiota.
Hana explicou toda a situação para Tengen, os planos e quando deveriam começar a agir. Tengen ouviu tudo atentamente.
-Bem, pelo que me explicou precisamos de mais pessoas. - Tengen começou a dizer.
-Tipo?
-Você seria tipo uma arma secreta. Precisamos de alguém forte, um estrategista, algum maluco que não tenha medo de morrer, um piloto e um atirador. Só para começar.
-Eu sou atiradora.
-Uma das melhores que já conheci, mas precisamos de mais gente, afinal você é o alvo.
-Conheço algumas pessoas, mas você foi bem específico.
-Conheço duas mulheres próprias para isso.
-Mais amantes suas?
-Não me julgue assim, Hachi! Eu bem que gostaria, mas não são. São duas irmãs. Uma, é força bruta pura, a outra a melhor estrategista que eu conheço.
-Consegue convencê-las a nos ajudar?
-Claro! Me deixa só ligar para elas e marcaremos uma reunião.
-Ok. E quanto ao maluco, o piloto e o atirador, eu tenho alguns nomes em mente.
A reunião com as irmãs foi marcada para o dia seguinte. Tengen, desta vez bem vestido, com uma camisa preta sem mangas deixando os braços muito grossos a mostra, vestindo uma calça também preta. O cabelo estava amarrado num tipo de "rabo de cavalo".
As irmãs marcaram num galpão abandonado próximo ao porto. Hana e Tengen se aproximaram das duas que mantinham contato visual. Uma, era forte como um touro, cabelos coloridos curtos, alto em cima e raspado nas laterais. A parte de cima era rosa e as laterais pretas. Tinha olhos verdes e aparentava estar na casa dos 18 a 20 anos no máximo. Vestida com uma calça justa azul escura e um colete verde escuro por cima de uma regata. A outra mulher era esguia de cabelos ondulados castanhos-avermelhados, olhos verdes, de óculos redondos de grau, vestida elegantemente com um vestido de alfaiataria preto, com um sobretudo também preto. Tinha um laço branco em forma de gravata. As mangas do vestido tinha leves babados nas mangas e ela vestia meias calças pretas e um sapato de salto também preto.
As duas era mulheres altas. Com cerca de 1,72 a 1,75. Hana ficou em silêncio aguardando Tengen começou a falar.
-Hachi estas são: Kira e Jane. - Disse apontando para a de cabelo rosa e de cabelos ondulados respectivamente.
-É um prazer conhecê-las. - Hana disse se curvando.
-Igualmente. - Kira foi a primeira a se manifestar.
Jane fez o gesto mas não disse nada.
-Jane e Kira, a Hachi quer contratar vocês duas. Vou deixar ela explicar melhor.
-Bem... - Hana começou a dizer. - De antemão digo que é quase uma missão suicida. Nós vamos enfrentar um inimigo poderoso, sozinhos.
-Hum, gosto disso. - Kira disse sorrindo.
-Eu vou bater de frente com os Chacais. - Ela disse olhando intensamente para as duas.
-Os Chacais? - Jane começou a dizer. - Ou você é muito corajosa ou você é muito burra!
Hana deu uma gargalhada.
-Você é a segunda pessoa que me fala isso! E sim! Sou um pouco dos dois!
-Então você é a louca que não tem medo de morrer... - Tengen disse se referindo a sua própria frase.
-Bem, eu espero que você tenha pelo menos um plano. - Jane ajeitou os óculos.
-Na verdade, eu tenho objetivos. Os planos eu vou deixar para algum estrategista brilhante.
Jane sorriu de lado e encarou Hana com superioridade.
-Então está olhando para ela.
-É meu dia de sorte então. - Hana retribuiu o sorriso.
-Me diga o que pretende que digo se vou ou não. - Jane era objetiva, intensa.
-E sua irmã? Kira não é? - Hana virou-se para a irmã que apenas observava.
-O que a Jane decidir, tá decidido.
-Ok. Então, Jane, primeiramente saiba que não tenho um centavo. O pouco que eu tinha foi investido em algumas coisas e um amigo me emprestou mais um pouco. Saibam que pelos próximos meses vocês trabalharam de graça.
-Proposta tentadora. - Jane disse ironicamente.
-Ah, que amor. Segundo: Nós vamos precisar de armas e pessoal.
-E deixa eu adivinhar: você não tem nenhum dos dois. - Jane não perdia uma.
-Ainda não. Eu descobri de onde vem o armamento que ele distribui para o seu pessoal. E nós vamos roubá-lo. Claro, se você tiver condição de me ajudar num plano estratégico.
-Está insinuando que não consigo? - Jane cruzou os braços.
-Não. Estou dizendo se você está disposta.
-A principal coisa para esse plano dar certo, chama-se: Dinheiro. Sem dinheiro não dá pra fazer nada. Roubar o armamento que eu imagino vir em uma avião cargueiro da América do Sul, não é o mais difícil.
-Como você sabe disso?
-Hachi, eu sou uma mente brilhante. Achou que não fiz pesquisas sobre você bem antes de chegar aqui?
-Ok. E o que sugere? Você tem dinheiro o suficiente?
-Não, mas tenho uma ideia de como conseguir.
-Vamos roubar um banco? - Hana disse ironicamente.
-Não. Vamos roubar uma organização..
-Sério?
-Vamos fazer nosso alvo pagar nossa operação.
-Vamos roubar dos Chacais??? - Hana disse espantada.
-Sim. O Alacran guarda tudo num cofre muito bem escondido em algum lugar aqui em Yokohama. A segurança é armada. Mas, ele lava muito dinheiro, usando empresas de fachadas. Tudo registrado nas mãos de seu contador. Além, claro, das cargas e contrabandos que nós vamos interceptar.
-O que pretende?
-Eu vou usar estratégias. Em menos de um mês você terá metade da fortuna deles a sua disposição.
-Eu vou deixar este trabalho com você. E qual seu preço Jane?
-Meu preço? - Ela deu um largo sorriso. -A diversão.
-Só isso? - Hana perguntou espantada.
-É. Dinheiro eu tenho de sobra.
Hana olhou para Jane com muita atenção. A mulher era a Personificação da auto estima. Confiante, as vezes um pouco arrogante. Elegante, devia ter uns 22 a 23 anos no máximo. E dona de uma beleza incomum. Provavelmente era estrangeira. Naquele momento Hana teve certeza, ela era a pessoa certa.
Jane demorou 3 dias para bolar um plano. Primeiramente investiu um pouco de seu próprio dinheiro e forneceu um local mais seguro para montarem seu QG. Ela tinha uma empresa de consultoria a outras empresas, o que era muito útil para o tipo de serviço que ela fazia.
Jane era muito inteligente, intuitiva. Era literalmente especialista em golpes. As pessoas a procuravam em sua maioria era para isso. Lavar dinheiro sujo, montar empresas de fachada. Tudo de um jeito quase não rastreável. O prédio escolhido foi um gigantesco arranha céu de frente para o mar. Lá eles iriam morar e trabalhar de uma forma aparentemente discreta, como uma empresa de verdade.
Os quatro únicos integrantes entraram no prédio naquela manhã Hachi e Tengen seguiam Jane que era recebida por dezenas de funcionários.
-Bom dia Madame. - O primeiro disse se curvando a Jane.
-Bom dia! Leve as malas dos nossos convidados aos seus aposentos.
Hana olhou o prédio e ficou espantada.
-Você alugou este lugar? - Hana perguntou.- Sabe que não tenho dinheiro, né?
-Não. O prédio é meu. - Jane disse sorrindo.
-O prédio inteiro? - Hana ficou impressionada.
-Sim.
-Se tem tanto dinheiro por que temos que roubar?
-Porque o dinheiro é MEU. Nós vamos ir atrás do dinheiro para a nossa organização.
Eles entraram no elevador e foram até o último andar. Hana e Tengen estavam de boca aberta. O escritório de Jane era quase do tamanho do apartamento de Tengen e tinha vidraças gigantescas. A mobília toda moderna em branco, preto e cromado. A mesa do escritório era um tampão enorme de vidro. Ela sentou-se na poltrona de couro e encostou olhando para os convidados.
-Sentem-se. - Ela disse apontando para as cadeiras a sua frente
-Obrigada.
-Hachi, eu fiz umas pesquisas. - Ela isso ajeitando os óculos.
-Sobre?
-Seu pai era riquíssimo. Bilionário. Com a morte dele e todos os membros de sua família, a herança deveria ir para o governo. Se, você estivesse morta.
-Mas, teoricamente eu estou.
-Não. Você foi dada como desaparecida. O dinheiro da herança ainda está retido.
-O que? - Hana disse colocando as mãos sobre a mesa. - Mas, eu não podia aparecer, não posso.
-Por que? O homem que quer te matar sabe que você está viva. Não fará diferença nenhuma.
-É verdade... isso significa...?
-Vamos reivindicar sua herança.
-Jane... É verdade, eu tenho direito a herança. Mas, como provar que sou eu? Nem parentes vivos tenho. Meus pais foram queimados. Não há como fazer nada.
-Ah... tem sim. Exumaremos as cinzas , um pedaço de osso já serve, arcada dentária. Podemos fazer isso. Aliás, já fiz. Aqui está o resultado. Pedi da sua mãe para ter certeza.
Hana pegou o resultado.
-Fez isso em 3 dias? - Tengen disse visivelmente espantado.
-Sim. As vantagens de se ter muito dinheiro. A papelada está correndo. No máximo uma semana iremos a imprensa. A filha dos Sihadeko está viva!
-Jane... eu nem sei o que dizer.
-Diga "obrigada Jane, você realmente é incrível."
-Obrigada Jane, você realmente é incrível.
-Ah! E não pense que não vamos executar nosso plano!
-Mas, já teremos dinheiro. - Hana disse se referindo a herança.
-Hachi, não seja boba. Primeiro: todo dinheiro é pouco. E Segundo: como vamos enfraquecer nossos inimigos?
-Você pensou em tudo Jane?
-Claro, já providenciou o piloto?
-Vamos nos encontrar com ele.
-Então em 5 dias, quando o avião dos Chacais vier da América Latina, colocaremos em prática nosso plano.
O plano de Jane foi friamente calculado. Hachi primeiro teve de se mostrar na imprensa e dizer que de fato ela era a herdeira da família Sihadeko, a única sobrevivente. A notícia se espalhou rapidamente atraindo olhares de todo mundo, a começar pelo próprio Hiei. O famoso escorpião estava em seus escritório, na sede dos Chacais junto com seu contador e braço direito: Smithers. Hiei pegou o jornal com a enorme manchete: "Hana Sihadeko voltou dos mortos" e fez uma cara de desagrado.
-Então, ela resolveu aparecer... -Ele disse tragando um charuto cubano.
-Essa, é aquela moça, não é? - Smithers era um homem franzino de meia idade. Cabelos castanhos começando uma calvície precoce e olhos esbugalhados.
-É ela mesma! A essa altura ela já sabe de tudo!
-E o que o senhor pretende?
-No momento vou aguardar. Ela deve ser burra o suficiente para vir me confrontar.
-Por que o senhor não a eliminou desde aquela época?
-Digamos que eu tenha meus motivos, além do mais, o que uma mulher como ela pode fazer? - Hiei soltou fumaça para cima e continuou a ler a matéria. - Ela reivindicou a herança dela.
-Devíamos ter dado um jeito.
-Não adiantaria muita coisa. Além do mais, quando ela menos perceber, estará cercada e eu mesmo a matarei com minhas próprias mãos.
-O senhor acreditava que Dazai a mataria?
-Deveria ter matado, mas acho que subestimei a mentalidade daquele homem. Como eu disse uma vez: ele nunca dá ponto sem nó.
Das muitas histórias que havia na cidade de Yokohama, uma delas era certeza absoluta. Osamu Dazai era um homem extremamente inteligente e que pensava nas milhares de possibilidades antes mesmo de serem executadas. Não havia nada que aquele homem fazia que não havia propósito. Pensando nisso, Hiei sabia que o fato de ele ter poupado a vida de Hana naquele dia também não foi a toa.
Já na Agência de Detetives a preocupação era outra. O presidente Fukuzawa analisa a matéria de jornal com a foto de Hana Sihadeko na capa principal. Dazai e Kunikida estavam juntos com ele em seu escritório, aguardando alguma palavra do chefe.
-Então... a moça era mesmo a Hana Sihadeko. - Fukuzawa começou a dizer
-Sim. - Dazai disse calmamente.
-Isso pode ser um grande problema. - Fukuzawa disse suspirando.
-Presidente, a Hana está atrás de vingança. Uma guerra pode começar. - Kunikida disse preocupado.
-O problema maior não é esse. - Dazai disse pensativo. - O problema é quem se aliará a Hachi e quem se aliará a Hiei. Porque nenhum dos dois vai nesta guerra sozinho.
-Então ficaremos de olho. A partir de hoje olhos e ouvidos em cada passo que Hana Sihadeko der. Não sabemos quando começará a agir.
-Na verdade... ela já começou... - Dazai jogou o jornal sobre a mesa falando sobre o incidente no navio.
-Uma mulher sozinha fazendo um estrago. Se ela souber escolher os aliados. A situação vai ficar bem complicada. - Fukuzawa disse olhando a manchete do jornal.
Longe dali, Hana estava finalmente com a equipe completa. O piloto escolhido, foi um veterano de guerra, que auxiliou Hana em muitas de suas missões. Jun Naoya tinha cerca de 35 anos, um homem de cabelos grisalhos e olhos castanhos, com uma cicatriz no olho esquerdo, era um homem de estatura média. O homem, ou melhor a mulher sem medo de morrer, era Nana Kentaro, 18 anos, cabelos azuis curtos e tinha o poder de endurecimento corporal. Além dos primeiros integrantes: Tengen, o espadachim, Jane a estrategista, Kira, a mulher forte e Hana a líder, portadora do. Mo e Hachi eram atiradoras e além deles, um membro ainda não integrado que era um hacker.
A partir dali, o plano seria executado.
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